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Como eu soube que precisava sair do Instagram
O artigo abaixo, é de uma entrevista dada a coluna de Laura McKowen, do New York Times, reproduzido pelo O Globo, na data desta publicação. Segue!
-Nesse verão, eu recaí.
Não com álcool, do qual fiquei sóbria em 2014, mas com Instagram, rede social que é a droga que escolhi.
Eu prometi cortá-lo em abril e me abster pelo menos até o outono, mas na verdade esperava, se tivesse a força de vontade necessária, que eu conseguisse me manter para sempre fora dele.
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Comecei a usar o Instagram em 2013 para postar sobre o processo de ficar sóbria, e foi um relacionamento de amor e ódio desde o início. Mas sempre pareceu que os benefícios compensavam os custos. Eu fiz contato com pessoas que eu nunca teria conhecido de outra forma, muitas das quais se tornaram grandes amigos e inestimáveis colegas de trabalho. Eu encontrei comunidade e responsabilidade nos primeiros dias instáveis da sobriedade, quando eu precisava desesperadamente, e tinha um lugar para compartilhar o meu trabalho de forma consistente. Eu tinha criado uma “plataforma”, na linguagem do mundo editorial, — um público considerável com contas com o selo azul de verificação — que me permitiu mudar de carreira da publicidade para a escrita, em 2016, e garantir meu primeiro contrato de publicação de um livro em 2018.
Com o tempo, no entanto, eu percebi que o Instagram estava invadindo cada parte do meu dia. Checar o aplicativo era a primeira coisa que eu fazia de manhã e a última à noite. De acordo com o relatório de uso do meu iPhone, eu estava passando cerca de seis horas por dia no app, consumindo milhares de imagens, lendo centenas de comentários e mensagens e me comparando com incontáveis outras pessoas. Quando todo esse tempo online me deixava sobrecarregada, ansiosa e com burn out (o que era frequente), eu me convencia de que precisava continuar pela minha carreira. Sem o Instagram para promover meu trabalho, eu não tinha certeza se conseguiria de fato me sustentar. Eu me preocupava que, se não aparecesse consistentemente nas páginas das pessoas, me tornaria irrelevante.
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Foi apenas uma questão de tempo antes que eu começasse a perceber os paralelos entre a bebida e meu uso do Instagram. “Eu vou entrar nas redes sociais apenas em horários determinados” tornou-se o meu novo “eu vou beber somente nos finais de semana”. Eu tentei encontrar maneiras de tornar o Instagram uma força menos tóxica na minha vida usando um aplicativo de agendamento e deixando de ler os comentários. Mas, toda vez que isso falhava, eu me sentia mais derrotada, impotente e presa. Assim como era com o álcool.
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Na última primavera, eu estava chegando a sete anos milagrosos de sobriedade do álcool, celebrando relacionamentos honestos e significativos, inclusive o com a minha filha de 12 anos. A companhia que comecei durante a pandemia estava apoiando milhares de pessoas em suas jornadas para ficarem sóbrias e parecia que os dias mais sombrios da Covid estavam ficando para trás.
Mas eu não conseguia viver a experiência de nenhum desses presentes porque eu estava muito distraída no Instagram. Eu tinha dificuldade para me concentrar e me lembrar das coisas, e estava sendo atormentada por uma ansiedade constante. Estava tão consumida pela informação no meu feed que não conseguia me focar no trabalho ou em conversas. Minha filha precisava repetir constantemente o que falava, pois eu não estava escutando, mesmo quando ela estava bem na minha frente. Meu namorado me disse que ele estava preocupado com o impacto que isso estava tendo na minha saúde mental. (Recentemente, foi descoberto que o Facebook sabia, e minimizava, o quão tóxico o Instagram é para seus usuários – particularmente para meninas adolescentes).
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O impulso em pegar meu celular e microgerenciar minha persona era constante: postar no horário certo, marcar a pessoa certa, fixar os comentários que apoiavam minhas visualizações, deixar meus próprios comentários espertos e divertidos em outras contas de influenciadores, repostar menções ao meu trabalho com o nível suficiente de falsa modéstia para não parecer grosseira — tudo isso havia se tornado um reflexo tanto quanto coçar uma ferida. Só que essa coceira nunca parava.
Percebi que havia ficado entorpecida com a vida que trabalhei tanto para salvar quando fiquei sóbria.
Então decidi sair.
Eu escrevi um relato detalhado sobre a minha luta e compartilhei com meus seguidores, junto com meu plano. Eu sabia, pela minha experiência com o álcool, que a responsabilização pública era importante. Eu também sabia que precisava sair de vez; moderação não só me demandava uma enorme quantidade de energia, como falhava para mim todas as vezes.
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Nos meses seguintes, eu me senti mais livre, mais leve e mais focada do que nunca. Eu fazia tudo sem a compulsão de capturar, empacotar e postar. Eu ainda sentia ansiedade, porque eu sou uma pessoa ansiosa, mas não estava sofrendo tanto com isso. Eu estava mais produtiva, sim, mas o mais incrível é que eu estava de fato presente com as pessoas que estavam na minha frente.
Eu também fiquei curiosa. O que era especificamente no Instagram que era tão destrutivo para mim?
Percebi que em todo o momento que estava na rede social, eu procurava um objetivo que era impossível de se atingir.
Quando um post ia bem, ou quando eu ganhava um monte de seguidores, eu me sentia ótima por um minuto, mas com a mesma rapidez me sentia pressionada a fazer isso de novo. Se algo era recebido de forma negativa, ou perdia pessoas, eu era consumida pela ansiedade e me sentia obrigada a “consertar” isso. Com o tempo, eu fiz centenas de pequenos ajustes a como e ao que eu postava, editando a mim mesma para conseguir os melhores resultados. Mas não existiam os “melhores” resultados. Não importa o que eu fazia, eu nunca teria seguidores suficientes, aprovação suficiente, sucesso suficiente. Quanto mais eu postava, menos me sentia como a verdadeira eu.
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Nesse sentido, era bem semelhante ao álcool, já que beber também me tornou fundamentalmente desonesta — a pessoa que era enquanto bebia também apresentava uma fachada falsa para o mundo.
— Quando estamos curando uma falsa imagem de nós mesmos, online ou não, nos tornamos alienados de nós mesmos e começamos a não nos sentir reais no mundo, e não ligados à nossa existência — disse a diretora médica da Stanford Addiction Medicine e autora do livro “Nação da Dopamina”, Anna Lembke M.D., em entrevista recente ao meu podcast.
— Isso provoca uma quantidade enorme de ansiedade e disforia, e é um lugar muito perigoso para se estar — acrescentou.
Somos incentivados em uma série de maneiras a representar uma versão falsa de nós nas redes sociais, mas, quando fazemos isso, perdemos algo vital: a habilidade de experienciar a vida no aqui e no agora. E o “aqui e agora” é onde vivem as verdadeiras versões de nós mesmos.
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Minha recaída forneceu uma prova rápida e dolorosa
Era um dia lindo e ensolarado no fim de julho. Minha filha, meu namorado e eu estávamos numas férias muito aguardadas visitando minha mãe no Havaí, depois de não vê-la por mais de um ano. Eu me sentia feliz, e disse a mim mesma que eu simplesmente queria compartilhar aquele sentimento. Eu baixei o Instagram de volta no meu telefone, postei uma selfie com meu novo biquíni vermelho, sorrindo no sol perto da água, e escrevi para os meus 80 mil seguidores que eu tinha uma nova perspectiva. Eu iria usar minha conta para compartilhar felicidade; eu disse que seria somente para mim. Eu queria acreditar que isso era verdade.
Conforme o dia passava, minha ansiedade cresceu enquanto eu checava obsessivamente para ver se tinham curtidas, comentários e novos seguidores. Embora a maioria dos comentários era positiva, eu recebi alguns horríveis que eu tive dificuldade em deixar de lado. Um usuário disse que eu parecia doente mental por ter voltado depois de dizer que estava saindo. Outro questionou se eu estava bebendo de novo. Eu chequei contas que eu não olhava desde que tinha deixado o Instagram — na maioria outros autores que eu me comparava com — e percebi que alguns tinham crescido significativamente, atacando meus piores medos de perder a relevância. Eu tive muita dificuldade para dormir naquela noite, e acordei diversas vezes para checar o aplicativo de novo. Quando eu percebi que centenas de pessoas tinham deixado de me seguir, fiquei com náuseas.
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Eu estava envergonhada por ter voltado atrás na minha palavra publicamente. Estava com vergonha por me importar tanto com os comentários e os seguidores, e, principalmente, por não conseguir lidar com isso da maneira pela qual os outros pareciam conseguir. Eu estava com medo do quão horrível me sentia, era exatamente como no tempo em que eu bebia.
Dessa vez, eu sabia que precisava deixar a rede social de uma vez por todas. Eu deletei a selfie com o biquíni do Instagram e escrevi um texto complementar no meu blog, explicando o que havia acontecido. Como eu aprendi na recuperação, compartilhar a verdade é um antídoto poderoso para ansiedade e vergonha. Recentemente, eu dei o último passo e desativei minha conta.
Quando eu começo a pensar que pode haver uma maneira para eu lidar com a rede social, eu faço o que fazia nos meus primeiros dias de sobriedade do álcool: eu reproduzo os acontecimentos na minha cabeça e me forço a relembrar de forma visceral como eu me senti naquela manhã de férias. Eu sinto o zumbido do medo no meu estômago, o aperto da ansiedade em volta do meu pescoço, o processo infinito de pensamentos negativos e a textura fragmentada da minha atenção. Quando faço isso, lembro que simplesmente não vale a pena.
Geral
Expectativa de vida ao nascer no Brasil sobe para 76,4 anos em 2023
A esperança de vida ao nascer no Brasil ficou em 76,4 anos em 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicados nesta sexta-feira (29) no Diário Oficial da União. Houve um aumento de 0,9 ano em relação a 2022, quando a expectativa de vida era de 75,5 anos.
Os dados completos da pesquisa Tábuas da Mortalidade serão divulgados pelo IBGE a partir das 10h desta sexta-feira.
De acordo com o IBGE, a pesquisa fornece estimativas da expectativa de vida às idades exatas até os 80 anos, com data de referência em 1º de julho, o que permite o conhecimento sobre os níveis e padrões de mortalidade da população brasileira.
A expectativa de vida é usada para o cálculo do chamado fator previdenciário para o cálculo dos valores relativos às aposentadorias dos trabalhadores que estão sob o Regime Geral de Previdência Social.
Agencia Brasil
Geral
Mais de 1 km de cabos de linha de trem são furtados no Rio de Janeiro
Criminosos furtaram cerca de 1,2 quilômetros de cabos da rede aérea da via ferroviária metropolitana do Rio de Janeiro, na madrugada deste domingo. Segundo a concessionária SuperVia, que administra o sistema ferroviário de passageiros fluminense, o furto ocorreu nas proximidades da estação Barros Filho, na zona norte da capital.
Além do prejuízo estimado de R$ 300 mil, a SuperVia informou que o furto causou transtornos aos passageiros. De acordo com a concessionária, os passageiros do ramal Belford Roxo precisam esperar por mais tempo na estação, além de trocar de composição em Madureira para chegar ao centro da cidade.
“A SuperVia lamenta o transtorno, mas a medida é necessária para que a equipe técnica da concessionária tente realizar os reparos necessários com o objetivo de restabelecer plenamente a operação. Ainda não há previsão para normalização do serviço por causa da falta de segurança na região da ocorrência. A empresa reforça que a segurança é um valor inegociável e adota todas as medidas possíveis para garantir a integridade de seus clientes e colaboradores”, informou a empresa, por nota, ressaltando que pelo menos 1.500 pessoas (ou cerca de um terço do volume normal do ramal) deixaram de usar os trens.
Agencia Brasil – Edição: Valéria Aguiar
Fé
Réveillon no Rio terá palco com música gospel em Copacabana
A Prefeitura do Rio apresentou, nesta sexta-feira (22), o planejamento para o réveillon 2025 no Rio. A festa para a virada do ano terá 13 palcos. Um deles será a terceira estrutura na Praia de Copacabana, esta dedicada à música gospel.
Em Copacabana, ponto mais tradicional da festa do Rio e um dos mais famosos de mundo, os três palcos estarão nos seguintes pontos:
- No Palco Rio, em frente ao Copacabana Palace, as atrações confirmadas são Caetano e Bethania, Ivete Sangalo, Anitta e Xand Avião.
- No Palco Samba, na altura da Rua República do Peru, se apresentam Pretinho da Serrinha, Marcelo D2 e Imperatriz Leopoldinense.
- No Palco Leme, na divisa do bairro vizinho, os shows são de Thales Roberto e Midian Lima.
— Sabemos que temos um público muito evangélico na cidade. Então, pela primeira vez, teremos um palco gospel no nosso réveillon — afirmou Paes.
Será na orla da Princesinha do Mar que vão se apresentar artistas de peso do cenário nacional, entre eles, os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, Ivete Sangalo e Anitta.
Outras novidades ficam na Zona Oeste da cidade com dois novos palcos, sendo um em Inhoaíba, no Parque Oeste, e no Parque Realengo.
12 pontos de queima de fogos na Barra e no Recreio
A chegada de 2025 será celebrada também com queima de fogos na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, em 12 pontos, com organização do HotéisRIO. Eles estão distribuídos entre hotéis, condomínios e shoppings, dos quais dois são novos.
A região oferece o maior réveillon organizado por espaços privados da cidade, há 10 anos. A programação começou através dos hotéis, uma forma de coroar a noite e celebrar a chegada do novo ano para os visitantes e moradores.
Os pontos onde haverá queima de fogos na região são:
- Esuites Hotel Recreio Shopping
- Courtyard by Marriott RJ Barra da Tijuca
- Barra World Shopping & Park
- Lagune Hotel
- Hilton Barra Rio de Janeiro
- Windsor Marapendi
- Wyndham Rio Barra
- Quebra Mar da Barra
- CDesign Hotel
- Radisson Hotel Barra Rio de Janeiro
- Campo Olímpico de Golf
- Condomínio Barrabella
Globo S/A.
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