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Como eu soube que precisava sair do Instagram

O artigo abaixo, é de uma entrevista dada a coluna de Laura McKowen, do New York Times, reproduzido pelo O Globo, na data desta publicação. Segue!
-Nesse verão, eu recaí.
Não com álcool, do qual fiquei sóbria em 2014, mas com Instagram, rede social que é a droga que escolhi.
Eu prometi cortá-lo em abril e me abster pelo menos até o outono, mas na verdade esperava, se tivesse a força de vontade necessária, que eu conseguisse me manter para sempre fora dele.
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Comecei a usar o Instagram em 2013 para postar sobre o processo de ficar sóbria, e foi um relacionamento de amor e ódio desde o início. Mas sempre pareceu que os benefícios compensavam os custos. Eu fiz contato com pessoas que eu nunca teria conhecido de outra forma, muitas das quais se tornaram grandes amigos e inestimáveis colegas de trabalho. Eu encontrei comunidade e responsabilidade nos primeiros dias instáveis da sobriedade, quando eu precisava desesperadamente, e tinha um lugar para compartilhar o meu trabalho de forma consistente. Eu tinha criado uma “plataforma”, na linguagem do mundo editorial, — um público considerável com contas com o selo azul de verificação — que me permitiu mudar de carreira da publicidade para a escrita, em 2016, e garantir meu primeiro contrato de publicação de um livro em 2018.
Com o tempo, no entanto, eu percebi que o Instagram estava invadindo cada parte do meu dia. Checar o aplicativo era a primeira coisa que eu fazia de manhã e a última à noite. De acordo com o relatório de uso do meu iPhone, eu estava passando cerca de seis horas por dia no app, consumindo milhares de imagens, lendo centenas de comentários e mensagens e me comparando com incontáveis outras pessoas. Quando todo esse tempo online me deixava sobrecarregada, ansiosa e com burn out (o que era frequente), eu me convencia de que precisava continuar pela minha carreira. Sem o Instagram para promover meu trabalho, eu não tinha certeza se conseguiria de fato me sustentar. Eu me preocupava que, se não aparecesse consistentemente nas páginas das pessoas, me tornaria irrelevante.
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Foi apenas uma questão de tempo antes que eu começasse a perceber os paralelos entre a bebida e meu uso do Instagram. “Eu vou entrar nas redes sociais apenas em horários determinados” tornou-se o meu novo “eu vou beber somente nos finais de semana”. Eu tentei encontrar maneiras de tornar o Instagram uma força menos tóxica na minha vida usando um aplicativo de agendamento e deixando de ler os comentários. Mas, toda vez que isso falhava, eu me sentia mais derrotada, impotente e presa. Assim como era com o álcool.
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Na última primavera, eu estava chegando a sete anos milagrosos de sobriedade do álcool, celebrando relacionamentos honestos e significativos, inclusive o com a minha filha de 12 anos. A companhia que comecei durante a pandemia estava apoiando milhares de pessoas em suas jornadas para ficarem sóbrias e parecia que os dias mais sombrios da Covid estavam ficando para trás.
Mas eu não conseguia viver a experiência de nenhum desses presentes porque eu estava muito distraída no Instagram. Eu tinha dificuldade para me concentrar e me lembrar das coisas, e estava sendo atormentada por uma ansiedade constante. Estava tão consumida pela informação no meu feed que não conseguia me focar no trabalho ou em conversas. Minha filha precisava repetir constantemente o que falava, pois eu não estava escutando, mesmo quando ela estava bem na minha frente. Meu namorado me disse que ele estava preocupado com o impacto que isso estava tendo na minha saúde mental. (Recentemente, foi descoberto que o Facebook sabia, e minimizava, o quão tóxico o Instagram é para seus usuários – particularmente para meninas adolescentes).
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O impulso em pegar meu celular e microgerenciar minha persona era constante: postar no horário certo, marcar a pessoa certa, fixar os comentários que apoiavam minhas visualizações, deixar meus próprios comentários espertos e divertidos em outras contas de influenciadores, repostar menções ao meu trabalho com o nível suficiente de falsa modéstia para não parecer grosseira — tudo isso havia se tornado um reflexo tanto quanto coçar uma ferida. Só que essa coceira nunca parava.
Percebi que havia ficado entorpecida com a vida que trabalhei tanto para salvar quando fiquei sóbria.
Então decidi sair.
Eu escrevi um relato detalhado sobre a minha luta e compartilhei com meus seguidores, junto com meu plano. Eu sabia, pela minha experiência com o álcool, que a responsabilização pública era importante. Eu também sabia que precisava sair de vez; moderação não só me demandava uma enorme quantidade de energia, como falhava para mim todas as vezes.
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Nos meses seguintes, eu me senti mais livre, mais leve e mais focada do que nunca. Eu fazia tudo sem a compulsão de capturar, empacotar e postar. Eu ainda sentia ansiedade, porque eu sou uma pessoa ansiosa, mas não estava sofrendo tanto com isso. Eu estava mais produtiva, sim, mas o mais incrível é que eu estava de fato presente com as pessoas que estavam na minha frente.
Eu também fiquei curiosa. O que era especificamente no Instagram que era tão destrutivo para mim?
Percebi que em todo o momento que estava na rede social, eu procurava um objetivo que era impossível de se atingir.
Quando um post ia bem, ou quando eu ganhava um monte de seguidores, eu me sentia ótima por um minuto, mas com a mesma rapidez me sentia pressionada a fazer isso de novo. Se algo era recebido de forma negativa, ou perdia pessoas, eu era consumida pela ansiedade e me sentia obrigada a “consertar” isso. Com o tempo, eu fiz centenas de pequenos ajustes a como e ao que eu postava, editando a mim mesma para conseguir os melhores resultados. Mas não existiam os “melhores” resultados. Não importa o que eu fazia, eu nunca teria seguidores suficientes, aprovação suficiente, sucesso suficiente. Quanto mais eu postava, menos me sentia como a verdadeira eu.
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Nesse sentido, era bem semelhante ao álcool, já que beber também me tornou fundamentalmente desonesta — a pessoa que era enquanto bebia também apresentava uma fachada falsa para o mundo.
— Quando estamos curando uma falsa imagem de nós mesmos, online ou não, nos tornamos alienados de nós mesmos e começamos a não nos sentir reais no mundo, e não ligados à nossa existência — disse a diretora médica da Stanford Addiction Medicine e autora do livro “Nação da Dopamina”, Anna Lembke M.D., em entrevista recente ao meu podcast.
— Isso provoca uma quantidade enorme de ansiedade e disforia, e é um lugar muito perigoso para se estar — acrescentou.
Somos incentivados em uma série de maneiras a representar uma versão falsa de nós nas redes sociais, mas, quando fazemos isso, perdemos algo vital: a habilidade de experienciar a vida no aqui e no agora. E o “aqui e agora” é onde vivem as verdadeiras versões de nós mesmos.
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Minha recaída forneceu uma prova rápida e dolorosa
Era um dia lindo e ensolarado no fim de julho. Minha filha, meu namorado e eu estávamos numas férias muito aguardadas visitando minha mãe no Havaí, depois de não vê-la por mais de um ano. Eu me sentia feliz, e disse a mim mesma que eu simplesmente queria compartilhar aquele sentimento. Eu baixei o Instagram de volta no meu telefone, postei uma selfie com meu novo biquíni vermelho, sorrindo no sol perto da água, e escrevi para os meus 80 mil seguidores que eu tinha uma nova perspectiva. Eu iria usar minha conta para compartilhar felicidade; eu disse que seria somente para mim. Eu queria acreditar que isso era verdade.
Conforme o dia passava, minha ansiedade cresceu enquanto eu checava obsessivamente para ver se tinham curtidas, comentários e novos seguidores. Embora a maioria dos comentários era positiva, eu recebi alguns horríveis que eu tive dificuldade em deixar de lado. Um usuário disse que eu parecia doente mental por ter voltado depois de dizer que estava saindo. Outro questionou se eu estava bebendo de novo. Eu chequei contas que eu não olhava desde que tinha deixado o Instagram — na maioria outros autores que eu me comparava com — e percebi que alguns tinham crescido significativamente, atacando meus piores medos de perder a relevância. Eu tive muita dificuldade para dormir naquela noite, e acordei diversas vezes para checar o aplicativo de novo. Quando eu percebi que centenas de pessoas tinham deixado de me seguir, fiquei com náuseas.
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Eu estava envergonhada por ter voltado atrás na minha palavra publicamente. Estava com vergonha por me importar tanto com os comentários e os seguidores, e, principalmente, por não conseguir lidar com isso da maneira pela qual os outros pareciam conseguir. Eu estava com medo do quão horrível me sentia, era exatamente como no tempo em que eu bebia.
Dessa vez, eu sabia que precisava deixar a rede social de uma vez por todas. Eu deletei a selfie com o biquíni do Instagram e escrevi um texto complementar no meu blog, explicando o que havia acontecido. Como eu aprendi na recuperação, compartilhar a verdade é um antídoto poderoso para ansiedade e vergonha. Recentemente, eu dei o último passo e desativei minha conta.
Quando eu começo a pensar que pode haver uma maneira para eu lidar com a rede social, eu faço o que fazia nos meus primeiros dias de sobriedade do álcool: eu reproduzo os acontecimentos na minha cabeça e me forço a relembrar de forma visceral como eu me senti naquela manhã de férias. Eu sinto o zumbido do medo no meu estômago, o aperto da ansiedade em volta do meu pescoço, o processo infinito de pensamentos negativos e a textura fragmentada da minha atenção. Quando faço isso, lembro que simplesmente não vale a pena.
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Moradores de Petrópolis (RJ) recebem alerta de desastre em simulação

Petrópolis (RJ) – A população de Petrópolis, no Rio de Janeiro, recebeu, nesta quarta-feira (10), um alerta de chuvas intensas, enviado pelo sistema Defesa Civil Alerta para todos os celulares da região da Vila Felipe, no alto da serra. A mensagem fez parte de uma simulação de desastre, organizada pela prefeitura e defesa civil municipal, para preparar os moradores para situações reais. Técnicos da Defesa Civil Nacional estavam no município para apoiar a simulação.
“Nós recebemos o convite para o evento e fizemos questão de participar para mostrar para a população que, em momentos críticos, elas podem receber esse tipo de alerta e, também, para que elas saibam como agir diante de um cenário de perigo, ou seja, para que estejam preparadas”, disse o coordenador de alerta e inovação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), Ricardo Branco.
Além do envio do Defesa Civil Alerta, houve toque de sirenes, mobilização para um ponto de apoio e simulação de atendimentos de emergência. “Foi uma operação grande e integrada com outros órgãos. Tivemos bastante articulação com a comunidade e muita divulgação do Defesa Civil Alerta. Também contamos com voluntários para cronometrar as rotas de fuga, o que é de extrema importância para conseguirmos traçar bons planejamentos e gerar estatísticas”, detalhou a geógrafa da Defesa Civil de Petrópolis, Vitória Custódio.
Pensando na utilização responsável do Defesa Civil Alerta, a Defesa Civil Nacional traçou um polígono para que não houvesse pânico na cidade. Os moradores foram avisados e preparados para a simulação.
Defesa Civil Alerta
O Defesa Civil Alerta é um sistema que utiliza tecnologia cell broadcast para enviar mensagens de texto e sonoras para os celulares em áreas de risco iminente. Os alertas aparecem de forma destacada na tela dos aparelhos e podem soar mesmo em modo silencioso (em casos extremos).
As mensagens incluem orientações claras sobre como agir em caso de perigo. Não é necessário cadastro prévio e o serviço é gratuito. A abrangência depende da cobertura de telefonia móvel e da compatibilidade dos dispositivos com as redes 4G ou 5G.
Assessoria de Comunicação Social do MIDR
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IV Seminário de Tecnologias e Mídias Digitais na Educação de 16 a 18 de setembro em Campos

O IV Seminário de Tecnologias e Mídias Digitais na Educação já tem data e locais definidos. Promovido pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), o evento acontecerá de 16 a 18 de setembro em três espaços diferentes: Teatro Municipal Trianon, Escola de Formação dos Educadores Municipais (Efem) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF). O Seminário abordará o tema “On/Off: Qual É O Tempo Da Escola? Repensando Tempos, Espaços E Sentidos Do Aprender”.
Concomitantemente, acontecerá a IV Feira de Educação, Inovação e Tecnologias, com exposição de mais de 20 projetos desenvolvidos pelas unidades educacionais da rede pública municipal, com foco na utilização das tecnologias plugadas (ON) e desplugadas (OFF) no processo de aprendizagem dos alunos.
Segundo a diretora de Programas e Projetos da Seduct, Anna Karina de Azevedo y Oviedo, organizadora do evento, o seminário visa promover a discussão e incorporação das tecnologias digitais na educação, e é aberto aos servidores da rede municipal de ensino e ao público em geral, havendo disponibilidade de vagas.
“O Seminário deseja ressignificar a educação e as intencionalidades educativas, garantir um suporte de apoio importante para os professores na sala de aula, democratizar o conhecimento e garantir o acesso à informação. É fundamental investir na formação dos educadores. Desejamos inspirar práticas novas e diversas que enriqueçam o processo de construção do conhecimento. Teremos palestrantes de diversos locais, inclusive da França, como o Felipe Koch”, disse.

Felipe Koch da Silveira falará sobre o tema “Futuros da Educação: Realidades Possíveis”. Ele é professor associado em Estudos de Futuros e Inovação Social, especializado na exploração de imaginários e capacidades coletivas para antecipar e moldar futuros desejáveis. Possui doutoramento em Sociologia do Imaginário e exerce as funções de vice-decano e coordenador de estudos de pós-graduação na Escola Internacional AEI da Université Paris-Est Créteil, França, onde desenvolve e lidera programas sobre prospectiva, gestão da incerteza e transformação social. Ele colabora com instituições públicas e privadas, orientando organizações na adoção de metodologias de prospectiva e no desenvolvimento de capacidades de antecipação. É também membro titular da World Futures Studies Federation e participa ativamente em projetos internacionais com a Aurora Alliance e outras redes acadêmicas dedicadas à inovação social e abordagens transdisciplinares para o futuro.
Outro destaque será Renata Tomaz, doutora e mestre em Comunicação e Cultura e graduada em jornalismo, professora adjunta e coordenadora de graduação na Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas; professora nos Programas de Pós-graduação em Comunicação, Sociedade e Cultura Digital (FGV Comunicação Rio) e Mídia e Cotidiano (PPGMC UFF); cofundadora da Rede de Pesquisa em Comunicação, Infâncias e Adolescências (Recria) e membro do Conselho Consultivo do Programa Criança e Consumo (Instituto Alana).
Ela foi vencedora do Prêmio Eduardo Peñuela 2018, concedido pela Compós, na categoria Melhor Tese de Doutorado. Autora dos livros “Da negação da infância à invenção dos tweens: imperativos de autonomia na sociedade contemporânea” (Appris) e “O que você vai ser antes de crescer? Youtubers, Infância e Celebridades” (EdUFBA). Renata vai falar sobre o tema “Aprender em tempos de IA: buscando sentidos para o saber”.
A programação inclui um painel com o tema “Conectados demais? A infância nas telas digitais”, cujo debate será feito por Luiza Leite Cabral Loureiro Coutinho, advogada sênior no Escritório Marrafon, Robl e Grandinetti Advogados Associados (MRG Advocacia – DF), professora universitária de Direito Civil, Direito Digital, Biodireito e Direito do Consumidor; e autora do livro “Riscos em sistemas de inteligência artificial: definição, tipologia, correlações, principiologia, responsabilidade civil e regulação”; Lana Maria, médica psiquiatra, ex-diretora da Saúde Mental do município de Campos, diretora Clínica e coordenadora Técnica da Clínica Vila Verde; Eliana Crispim, com pós-doutoramento em Cognição e Linguagem, doutora e mestra em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); além de Tamara Tania Cohen Egler, graduada em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutora em Sociologia.
Nicole Stallivieri, doutoranda em Linguística (UERJ), mestre em Letras, especialista em Língua Portuguesa, graduada em Letras – Português/Literatura, vai falar sobre o tema “Do neurônio ao algoritmo: neurociência, linguagem e o futuro da prática docente em tempos de IA”. Ela é professora, pesquisadora e assessora pedagógica da Editora Moderna, atua com formação de professores e gestores educacionais.
O tema “IA e aprendizagem ativa: convergências para uma prática docente inovadora” será ministrado pela palestrante Emily Fidelix, professora de pós-graduação no Instituto Singularidades (referência em educação inovadora no Brasil), professora de pós-graduação para gestores educacionais no SENAC/PE, doutora em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Tecnologias, Comunicação e Técnicas de Ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, certificada em Storytelling pela National Geographic e pela Full Sail University (Flórida).
O evento oferecerá uma oficina sobre “O micro:bit e suas potencialidades em projetos educacionais, com Fermín Alfredo Tang Montané, graduado em Pesquisa Operacional pela Universidad Nacional Mayor de San Marcos (1994), mestre em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em Engenharia de Produção com ênfase em Otimização pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Pompílio Guimarães Reis Filho vai ministrar sobre “A inteligência artificial já saiu de moda?”. Ele é coordenador do Curso de Engenharia de Produção no ISECENSA e membro da Agência ISECENSA de Inovação, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção na Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre pelo Programa de Sistemas Aplicados à Engenharia e Gestão, no Instituto Federal Fluminense (IFF), e especialista em Gerenciamento de Projetos pelo Programa de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Já Vinícius Laerte Guimarães Nunes vai abordar o tema “Desconectar para Reconectar: Tecnologia e Equilíbrio Emocional”. Na ocasião, haverá sorteio de um tablet. Ele é administrador de empresas com mais de 20 anos de experiência na área comercial e atua como empresário no setor de soluções em tecnologia educacional, especialmente voltadas ao setor público. Interessado em compreender o comportamento humano e os sistemas de crenças, dedica-se a refletir sobre os impactos da tecnologia na vida contemporânea e sobre a importância do cuidado com a saúde emocional nas relações pessoais e profissionais.
Confira o Portal PAE (AQUI) para saber os horários, locais de cada palestra e como se inscrever.
Secom-PMC
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Operações contra crime no setor de combustíveis bloquearam R$ 3,2 bi

três operações deflagradas nesta quinta-feira (28) contra a lavagem de dinheiro criminoso por meio do setor de combustíveis resultaram no cumprimento de mais de 400 mandados judiciais, incluindo 14 de prisão e centenas de buscas e apreensões, em pelo menos oito estados.
As medidas judiciais levaram ao bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. Os grupos criminosos movimentaram, de forma ilícita, aproximadamente R$ 140 bilhões.
Para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, as operações foram “as maiores da história contra o crime organizado”. Elas são fruto da parceria entre diferentes órgãos, o que, segundo ele, reforça ainda mais a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, em tramitação no Congresso Nacional.
De acordo com as autoridades presentes – entre elas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, além de Lewandowski – a forma encontrada pelos criminosos para lavar o dinheiro do crime foi a de usar os recursos na economia real e no mercado financeiro.
“Hoje nós deflagramos uma das maiores operações da história contra o crime organizado, sobretudo em sua atuação no mercado legal. Atacamos, neste momento, no setor de combustíveis, a apropriação das organizações criminosas em parte do setor de combustíveis, e a sua ligação com setor financeiro no que diz respeito à lavagem de dinheiro”, disse Lewandowski.
Três operações
Das três operações deflagradas hoje, duas foram pela Polícia Federal (Quasar e Tank); e uma pelo Ministério Público de São Paulo (Carbono Oculto). A Receita Federal participou das três.
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Como havia muitos alvos em comum, houve cooperação envolvendo diversos órgãos, tanto no âmbito federal como estaduais. Por se tratarem de esferas de atuação e competências diferentes, a integração de forças foi ainda mais necessária.
“O que houve foi a sincronização dessas ações. Há uma integração entre as três operações que poderiam muito bem acontecer em momentos diversos, mas é com prejuízos. Trabalhamos em absoluta harmonia”, explicou o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues.
A operação Carbono Oculto está voltada a desmantelar fraudes e sonegação fiscal no setor de combustíveis, articuladas por organizações criminosas. A Quasar e a Tank têm como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras.
As investigações identificaram um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar o patrimônio de origem ilícita.
Quasar e Tank
Só no âmbito da PF, segundo o diretor da entidade, 141 veículos foram apreendidos; 1,5 mil veículos foram sequestrados; mais de R$ 300 mil em dinheiro apreendidos; mais de R$ 1 bilhão bloqueados. Foram também apreendidos ou sequestrados 192 imóveis e duas embarcações.
Além disso, 21 fundos de investimentos tiveram bloqueio total, além de ações em relação a 41 pessoas físicas e 255 pessoas jurídicas. Dos 14 mandados de prisão, seis haviam sido cumpridos, até o início da tarde.
No Paraná, a exemplo de São Paulo, o inquérito foi instaurado a partir de uma outra operação da PF, focada no tráfico de drogas, instaurada em março de 2023.
“Aqui, o foco são as fraudes na cadeia de combustíveis. Encontramos fracionamento de depósito, empresas de fachada, intermediadora e operadoras financeiras, coleta de dinheiro, contas bolsões, adulteração e fraude na venda de combustíveis. Fundamentalmente, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e adulteração de combustíveis”, disse Andrei Rodrigues.
Carbono Oculto
Alguns detalhes da operação Carbono Oculto foram apresentados pela subsecretária de fiscalização da Receita Federal, Andrea Chaves.
“Percebemos, principalmente na operação Carbono Oculto, uma invasão do crime organizado na economia real e no mercado financeiro. Isso é de extrema relevância porque, além da questão concorrencial, existe uma questão de você não separar o que é legítimo e o que é legítimo”, disse Andrea.
Segundo ela, a estrutura criminosa envolveu toda cadeia de combustíveis, desde a importação até o consumidor final, passando pelas etapas de produção, distribuição e comercialização. “E, na parte financeira, atuou na ocultação e na blindagem de patrimônio, em um esquema semelhante à ocultação de sócios de paraísos fiscais”, acrescentou.
“Para que a gente tenha uma noção, são cerca de mil postos de combustíveis em mais de 10 estados, movimentando R$ 52 bilhões. Uma fintech [empresa de tecnologia] atuava praticamente como um banco paralelo do crime organizado”, acrescentou.
Os postos de gasolina citados pela subsecretária estão localizados em São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
A Carbono Oculto cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro integral dos fundos de investimento utilizados para estas movimentações ilícitas e autorizou o bloqueio de até R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista coletiva para detalhar duas operações da Polícia Federal para combater a atuação do crime organizado no setor de combustíveis. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Refinaria do crime
De acordo com o ministro Haddad, as operações não foram “obra do acaso”, mas fruto de uma decisão política.
“Criamos em 2023 uma equipe para decifrar fraudes estruturadas que contam com mecanismos financeiros sofisticados, usando inclusive expedientes próprios de grandes investidores no mercado financeiro”, disse Haddad.
Nesse sentido, foi usada a inteligência do Estado para chegar aos verdadeiros líderes do crime. Segundo Haddad, mais de mil servidores do plano federal e subnacional participaram das operações. “Estamos desmantelando a refinaria do crime”, disse.
“Conseguimos decifrar o caminho do dinheiro, que é muito sofisticado, com muitas camadas, envolvendo fundos fechados [de investimentos]. Para chegar no patrimônio do criminoso, você precisa da inteligência dos auditores-fiscais, que abriram as contas e entenderam o caminho do dinheiro”, acrescentou.
“Não fosse por isso, não teríamos conseguido chegar a mais de mil postos de gasolina, quatro refinarias e mais de mil caminhões que estavam à disposição do crime para transportar o combustível geralmente adulterado”, complementou o ministro.
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