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Saúde

Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids

Redação Informe 360

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O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

O relatório – denominado O Caminho que põe fim à Aids – expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

O Unaids lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. O programa atua em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença. 

Meta: 95-95-95

Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida.

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Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana – região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV – também estão perto de alcançar essas metas.

Brasil: 88-83-95

O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas.

Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele. 

Lideranças

“O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro”, defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

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“Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas”, acrescenta.

O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável.

Investimentos 

O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022.

Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980.

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Marcos legais

Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que criminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

Financiamento

O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento.

O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV.

Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio.

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“Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

Edição: Kleber Sampaio

Saúde

Menstruação causa mudanças estruturais no cérebro, revela estudo inédito

Redação Informe 360

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A menstruação não tem relação apenas com os órgãos reprodutores femininos. Segundo um novo estudo, o ciclo menstrual também pode causar impactos no cérebro a partir do fluxo constante de hormônios.

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Pesquisa inédita

Liderada pelas neurocientistas Elizabeth Rizor e Viktoriya Babenko, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, uma equipe de pesquisadores acompanhou 30 mulheres ao longo de seus ciclos menstruais. No trabalho, foram documentadas, pela primeira vez, as mudanças estruturais que ocorrem no cérebro.

Os resultados, que ainda não foram revisados por pares, foram publicados no servidor de pré-impressão bioRxiv. O trabalho sugere que as mudanças no cérebro durante a menstruação podem não estar limitadas às regiões associadas ao ciclo menstrual.

De acordo com os pesquisadores, “esses resultados são os primeiros a relatar mudanças simultâneas em todo o cérebro na microestrutura da substância branca humana e na espessura cortical coincidindo com os ritmos hormonais impulsionados pelo ciclo menstrual”. As informações são do ScienceAlert.

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Ciclo menstrual e a vacina contra Covid-19
Estudo é o primeiro a relacionar a menstruação com mudanças na estrutura do cérebro (Imagem: nensuria/iStock)

Mudanças no cérebro causadas pela menstruação

  • Durante o experimento, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética nas pacientes durante três fases menstruais: menstruação, ovulação e lútea (período que vai do dia seguinte à ovulação ao dia anterior ao início da menstruação).
  • No momento de cada um desses exames, os pesquisadores também mediram os níveis hormonais dos participantes.
  • Os resultados mostraram que, à medida que os hormônios circulam, os volumes de substância cinzenta e branca também mudam, assim como o volume do líquido cefalorraquidiano (um fluido biológico relacionado com o sistema nervoso central).
  • Pouco antes da ovulação, os cérebros das participantes mostraram mudanças na substância branca, sugerindo uma transferência de informações mais rápida.
  • O hormônio folículo-estimulante, que aumenta antes da ovulação e ajuda a estimular os folículos ovarianos, foi associado à massa cinzenta mais espessa.
  • Já a progesterona, que se eleva após a ovulação, foi associada ao aumento tecidual e diminuição do volume do líquido cefalorraquidiano.
  • Os impactos dessas mudanças no funcionamento do cérebro, no entanto, ainda são desconhecidos.

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Saúde

OMS define o que significa uma doença que “se move pelo ar”

Redação Informe 360

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou novo relatório que fornece, pela primeira vez, definição unificada do que significa quando uma doença se espalha pelo ar.

Segundo, o IFL Science, o órgão trabalhou com quatro grandes agências globais de saúde, em consulta com dezenas de especialistas individuais, para compilar o relatório, o que deverá esclarecer dúvidas e ajudar a evitar situação como a que tivemos no início da pandemia de Covid-19, com discussões tensas sobre a terminologia.

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No passado, era feita distinção entre dois tipos de partículas transportadas pelo ar. “Gotículas respiratórias”, geralmente, se refere às partículas maiores expelidas quando uma pessoa infectada tosse, respira, espirra ou mesmo apenas fala.

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Imagem: voronaman/Shutterstock

São partículas que podem ser inaladas em contato próximo com pessoa infectada, ou podem cair e contaminar superfícies. Porém, ainda se considerava outra partícula, menor – menos de cinco micrômetros de tamanho – mas que permanecia suspensa no ar por mais tempo, percorrendo distâncias maiores.

Quando a Covid chegou, entidades de saúde de apressaram para compreender as principais formas de propagação da doença, para que os conselhos de saúde pública pudessem ser direcionados de forma eficaz.

Foi então que surgiram recomendações, como a regra dos dois metros, ou para distanciamento social e conselhos sobre lavagem e higienização das mãos, que fazem todo o sentido quando se fala de uma doença transmitida principalmente por gotículas.

Mas, se a Covid-19 conseguisse se espalhar também nas partículas menores, que percorrem mais longe, as recomendações prioritárias deviam mudar, focando no uso de máscaras, buscar ventilação de espaços e a filtragem do ar.

O cientista-chefe da OMS, Dr. Jeremy Farrar, em recente conferência de imprensa, recordou como o debate foi acirrado sobre a possibilidade de categorizar a Covid-19 como uma doença verdadeiramente “transmitida pelo ar”, segundo as antigas definições.

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Mulher com máscara para representar casos e mortes por Covid
Imagem: Zigres/Shutterstock

Em julho de 2020, a OMS reconheceu pela primeira vez que a Covid poderia se espalhar via gotículas menores. Mas isso só aconteceu depois que um grupo de especialistas em ciência reclamar publicamente de que a falta de vontade da agência em explorar a possibilidade de transmissão por esse meio colocava as pessoas em riscos desnecessários.

Nos anos seguintes, surgiam divergências em torno da recomendação do uso de máscaras e a ênfase na lavagem das mãos, discussões sobre que tipos de máscaras são melhores e a necessidade de usar filtros de ar em lugares, como escolas e empresas.

Quase quatro anos depois, já ficou claro que as partículas da Covid-19 podem se espalhar por distâncias muito maiores do que inicialmente se pensava. Visando evitar confusões de definição e potenciais riscos para a saúde pública na próxima vez, a OMS iniciou consulta abrangente em 2021, que conduziu ao novo relatório que acaba de sair. Ele pode ser visto na íntegra aqui.

Mudanças que o novo relatório da OMS trouxe

  • O documento recomenda que todas as gotículas respiratórias, independentemente do tamanho, sejam referidas como “partículas respiratórias infecciosas”, ou IRPs;
  • Agora, é correto dizer que uma doença se espalha “pelo ar” quando seu principal modo de transmissão depende de IRPs;
  • A transmissão aérea ou inalação ocorre quando os IRPs viajam a qualquer distância e são inspirados por outra pessoa. Isso é afetado por fatores, como temperatura do ar, umidade e ventilação;
  • A deposição direta ocorre quando os IRPs expelidos por uma pessoa infectada acabam diretamente na boca, nariz ou olhos expostos de uma pessoa próxima e podem entrar no corpo.

Portanto, de agora em diante, não deverá se discutir mais o tamanho das partículas. É uma mudança que também deve centralizar o conceito da “transmissão pelo ar” de maneira mais fácil de ser entendida pelo grande público.

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Cidades

Campos: novo CTI do HGG apresenta resultados em 100 dias de funcionamento

Redação Informe 360

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Com 100 dias de funcionamento, o novo Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Geral de Guarus (HGG), inaugurado em janeiro pelo prefeito Wladimir Garotinho e pelo vice-prefeito Frederico Paes, comemora resultados na qualidade do atendimento prestado aos pacientes que necessitam de cuidados intensivos. Com 20 leitos, o centro está entre as maiores Unidades de Terapia Intensiva (UTIs Clínicas) do interior do estado do Rio de Janeiro. Entre janeiro e início de março de 2024, o censo hospitalar registrou 90% de ocupação.

“Depois dos 100 dias confirmamos o que imaginávamos sobre o aumento da qualidade da assistência aos pacientes que precisam de medicina intensiva, já que inauguramos um CTI muito mais tecnológico, com logística de estadia muito mais humanizada e com possibilidade de integração muito maior entre as equipes. E o resultado desses investimentos é uma assistência muito melhor. Ficamos muito felizes e, obviamente, não vamos parar por aí, vamos evoluir com os protocolos para que os pacientes tenham uma melhor assistência intensiva no HGG”, adianta o superintendente do hospital, o médico Vitor Mussi.

A diretora clínica do HGG, a médica Luisa Barreto comemora os resultados. “Estamos todos muito contentes e satisfeitos em confirmar, após os 100 primeiros dias de funcionamento da UTI, o quanto esse novo espaço está impulsionando os nossos profissionais. O novo CTI, com maior capacidade física e estrutura melhor, está contribuindo para os servidores continuarem dando o seu melhor e a buscarem cada vez mais novos horizontes para o nosso hospital”, concluiu Luisa.

Estrutura

O CTI é dividido em quatro ilhas de monitoramento com uma tecnologia de ponta que acompanha a evolução do paciente ininterruptamente. “O CTI é o departamento que projeta uma unidade de saúde ao nível de hospital de alta complexidade. É por meio no nosso CTI que o HGG atinge a classificação de Referência em Emergência Branca, ou seja, referência em casos clínicos. E com 20 leitos nós reforçamos ainda mais nossa importância em toda a região”, afirma a coordenadora de enfermagem da UTI, Luiza Abreu.

A paciente J.C. – que terá a identidade preservada nesta reportagem – ficou internada na UTI por dois meses e recebeu alta nos últimos dias. A família dela utilizou as redes sociais para descrever o atendimento de excelência na unidade. “Agradecemos aos funcionários do HGG pela dedicação e empenho no tratamento da paciente, que, durante dois meses sem perspectiva de vida, recebeu um milagre de Deus através dos profissionais e, acima de tudo, do senso de humanidade e amor que transcenderam a rotina do trabalho que lhes é peculiar”, publicou o filho da paciente.

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Recurso humano

No comando do sistema e da assistência de alta vigilância existe uma equipe bem treinada e especializada. É o que garante o coordenador do CTI, o médico intensivista Lewry Gulin. “Nosso recurso humano é o melhor da região. Eu diria até do interior do estado. São dois médicos plantonistas e outros três de rotinas diárias, além do médico coordenador. Na enfermagem temos três plantonistas, a coordenadora de enfermagem e 13 técnicos de enfermagem. A equipe multidisciplinar abrange farmacêuticos, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas. Aqui no HGG temos uma exclusividade, que é o profissional dentista também presente na UTI, completando a assistência ao paciente”, comemora Lewry.

A equipe é formada, especializada e atualizada. Há profissionais com mestrado e doutorado, além de toda a experiência adquirida ao longo dos anos. “Estamos aptos a discutir condutas médicas, diagnósticos e tratamentos com os novos profissionais que chegam e atuam por todo o hospital, principalmente na Emergência, gerando qualidade no atendimento como um todo”, explica Lewry.

Rotina de humanização

As internações na UTI duram, em média, de uma semana a seis meses. Os pacientes que chegam à UTI estão em falência orgânica. “Eles têm necessidade de aparelhos para respirar, como a ventilação mecânica, por exemplo. Outros precisam de um medicamento específico para ajudar na força cardíaca para bombeamento do sangue. Recebemos pacientes necessitando de hemodiálise agudamente e aqui ele tem uma estabilização até poder voltar para a hemodiálise crônica. Recebemos pacientes com infecções graves e já em choque, que precisam de instrumentos para a manutenção da vida. Outros pacientes vêm em estado grave de um pós-cirúrgico, por exemplo”, conta Lewry.

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A visita na UTI ocorre uma vez por dia. Há pacientes de todas as idades, entre crianças, jovens, adultos e idosos. O índice de óbitos é considerado baixo. Em um mês, foram registrados três mortes.

Tecnologia e modernização

A UTI do HGG conta com uma estrutura física para cuidados intensivos. Possui uma farmácia exclusiva, aparelho de hemodiálise 24 horas, máquina de ultrasson e raio-x digital para usos exclusivos no setor. Os 20 boxes são individualizados, ou seja, não são separados por cortinas. Entre eles há dois de isolamento para pacientes que oferecem risco de contágio.

O novo CTI está equipado com 20 monitores, 20 camas elétricas com capacidade de 200 quilos, 10 computadores, respiradores mecânicos, desfibriladores, além de mobília como cadeiras, mesas e estantes.

A nova UTI possui, ainda, cozinha, refeitório, dormitório, vestiário e sala de descanso para garantir conforto aos profissionais na rotina laboral.

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O novo CTI foi inaugurado no dia 9 de janeiro de 2024 e, no dia seguinte, aconteceram as primeiras internações.

Fonte: Secom/PMCG – Por: Girlane Rodrigues – Foto: César Ferreira

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