Negócios
Depressão, ansiedade, pânico: como está a saúde mental no Vale do Silício


72% dos empreendedores dizem que o trabalho afetou sua saúde mental, segundo pesquisa
Jason Gardner, o fundador e CEO da startup de processamento de pagamentos Marqeta, estava passando por outro surto de depressão. Era o início de 2016 e ele lutava para dormir e comer em sua casa em Oakland, nos Estados Unidos. Às vezes, apenas se deitava no chão e olhava para o teto. “Eu mal conseguia sair da cama e não conseguia sorrir. Senti que as coisas estavam desmoronando ao meu redor, mas precisava encontrar os meios para continuar levantando fundos e construindo a empresa”, diz ele. A Marqeta estava a semanas de ficar sem dinheiro.
Ele e sua esposa Jocelyne haviam estourado o limite de seus cartões de crédito e estavam até colocando o pagamento da hipoteca no cartão de crédito, enquanto criavam o filho de 15 anos e a filha de 8 anos. “Não sei como sobrevivi. Não por causa de algo que eu faria comigo mesmo, mas devido ao colapso do meu corpo e da minha mente”, diz. Mas ele ergueu a empresa, fez o IPO e, finalmente, deixou o cargo de CEO em janeiro de 2023.
Hoje, Gardner fala abertamente sobre as dificuldades que enfrentou como fundador – um tema que, mesmo numa época em que as pessoas partilham detalhes íntimos sobre si próprias nas redes sociais, ainda não é discutido o bastante.
Saúde mental nos números
Quase todos os empresários enfrentam sérios desafios de saúde mental. De acordo com uma pesquisa de abril de 2023 da Startup Snapshot, 72% dos fundadores dizem que o trabalho afetou sua saúde mental. Mais: 38% sofreram ou sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, TDAH ou abuso de substâncias, de acordo com um estudo de 2022 feito pelos pesquisadores Richard Hunt, da Universidade da Virginia, e Michael Freeman, um psiquiatra que treina empreendedores desde 2000.
Nos últimos cinco anos, vários estudos mostraram que os empreendedores têm significativamente mais problemas de saúde mental em comparação com diferentes grupos, acrescentou Freeman.
Os fundadores muitas vezes têm medo de mostrar um pingo de fraqueza em si mesmos ou nas suas empresas, em grande parte por medo de como isso pode afetar a reputação da sua startup e o moral dos funcionários.
Ryan Caldbeck, fundador e antigo CEO da startup fintech CircleUp, lembra-se de ter sido convidado por investidores de risco há vários anos para se reunir com outros CEOs cujas empresas estavam em dificuldades, para lhes dar alguns conselhos. “Eu tomo café com os CEOs – e me lembro disso ter acontecido duas ou três vezes – e o CEO só fala sobre como sua empresa está arrasando, mesmo que tenham me contado que eles estão com muitos problemas”, diz. “Em poucas palavras, isso é o Vale do Silício. Um lugar onde se ergue uma fachada.”
Depressão também é assunto de empreendedores
Nos últimos anos, atletas de elite como Naomi Osaka e Simone Biles, celebridades como Demi Lovato e Selena Gomez e o senador norte-americano John Fetterman discutiram publicamente como lidar com doenças mentais. E os empreendedores estão começando a seguir o exemplo.
Em fevereiro de 2022, Pedro Franceschi, cofundador da startup de cartão de crédito Brex, escreveu um comovente post em seu blog sobre seus problemas de saúde mental, que resultaram em um ataque de pânico, embora a empresa estivesse crescendo rapidamente e se tornando uma queridinha do Vale do Silício. Alguns meses depois, Andy Dunn, cofundador e ex-CEO da marca de roupas masculinas Bonobos, publicou um livro, “Burn Rate”, narrando seus desafios assustadores com o transtorno bipolar.
Embora os coaches de desempenho já existam há décadas, o interesse em serviços de saúde mental mais básicos está agora crescendo rapidamente. Michael Freeman diz que conversa com investidores de risco uma vez por semana sobre o assunto, ao passo que, há alguns anos, não recebia nenhuma chamada sobre o assunto. No relatório anual de Andreessen Horowitz sobre as maiores startups de mercado voltadas para o consumidor e empresas privadas lançado em março de 2023, a saúde mental foi, de longe, o tema que mais cresceu.
A Forbes USA conversou com mais de uma dúzia de CEOs e meia dúzia de psicólogos, coaches e capitalistas de risco para ter uma melhor compreensão dos desafios de saúde mental que os fundadores enfrentam. Desde terapia e meditação até grupos de conversa, ou o simples fato de mostrar mais vulnerabilidade diante dos funcionários, os fundadores estão começando a se abrir sobre seus desafios de saúde mental. Veja as estratégias que estão usando para gerenciá-los.
Vida profissional desequilibrada
Uma das partes mais difíceis de administrar uma startup é enfrentar um fluxo interminável de problemas assustadores, que podem fazer com que até os bons momentos sejam ruins. Alguns exemplos comuns: você tem um grande desentendimento com seu cofundador; você perdeu um cliente importante; um de seus principais vendedores saiu; há um sério problema de recursos humanos entre dois funcionários; um concorrente lançou um novo produto promissor. “Se a sua startup está fracassando, parece que alguém está dando um soco na sua cara”, diz Michael Seibel, diretor administrativo e sócio da aceleradora de startups Y Combinator. “Mas quando sua startup está funcionando, parece que alguém está dando um soco na sua cara também.”
As emoções dos fundadores muitas vezes aumentam ou despencam no decorrer de uma tarde. “Eu sabia que havia altos e baixos. Eu simplesmente não sabia a frequência”, diz Anita Hossain Choudhry, coach executiva e CEO da The Grand, uma startup de coaching em grupo. “Isso pode acontecer literalmente em minutos quando você pensa: ‘Tudo é incrível. Isso está indo muito bem.’ E então você recebe um e-mail e pensa: ‘Isso não vai funcionar. Isso é horrível. Por que estamos fazendo isso?’”
Pressão de todos os lados
Os empreendedores sentem intensa pressão de investidores, clientes e de seus próprios funcionários. “Quase se espera que você seja um sobre-humano”, diz Aditi Shekar, cofundadora e CEO da startup de banco digital Zeta. “Há uma pressão constante para entregar muito, superar o desempenho, ser excessivamente compreensiva, excessivamente politicamente correta, excessivamente tudo. E não é uma pressão temporária. É uma pressão persistente que invariavelmente tem um impacto mental.”
A dinâmica social e cultural pode piorar as coisas. Shekar diz que as fundadoras enfrentam um obstáculo único: espera-se que sejam “empáticas, gentis, amáveis e legais, mas ao mesmo tempo cruéis e competitivas”. Ryan Williams, o CEO da plataforma de investimento imobiliário Cadre, diz que, enquanto crescia, não sabia o que era depressão ou ansiedade porque o assunto nunca foi abordado. “Existem certas comunidades onde a saúde mental é algo que as pessoas veem – especialmente se você reconhece que está tendo alguns problemas – como uma fraqueza real e quase um defeito pessoal, especialmente na comunidade negra”, diz ele. “Não quero generalizar, mas foi assim onde cresci e com a minha família.”
O excesso de trabalho muitas vezes faz com que os fundadores atinjam pontos baixos. Durante os seus primeiros anos como empresário, o cofundador do Brex, Pedro Franceschi, sentiu a necessidade de “ser produtivo a cada segundo”. Ele trabalhava de 80 a 100 horas por semana, dormindo apenas seis horas por noite, e se sentia culpado por tirar férias. Em outubro de 2019, a Brex lançou um novo produto importante, uma conta bancária empresarial chamada Brex Cash. Mas em vez de se sentir animado, Franceschi sentiu-se ansioso, e seu desespero culminou em um ataque de pânico na manhã seguinte a uma festa de Halloween com amigos em Nova York. Ele descreve a sensação como “muito desesperadora, especialmente quando você não sabe o que está acontecendo… Você não sabe se está tendo um ataque cardíaco”.
Um mês depois, ele tirou uma semana de folga, desligou e começou a se sentir melhor. Ele começou a consultar um terapeuta semanalmente e um psiquiatra trimestralmente, tomando medicamentos e consultando um coach a cada duas semanas. Hoje, ele dorme entre sete e meia e oito horas. “Acho que não sabia onde estava o limite para mim”, diz ele hoje. Seu terapeuta o ajudou a compreender melhor a si mesmo e por que tem certos sentimentos, e agora ele pode reconhecer sinais de ansiedade muito mais cedo. Em novembro de 2022, a Brex anunciou a Catarse, uma iniciativa que visa normalizar as conversas sobre saúde mental e oferecer descontos em serviços de saúde mental para clientes da empresa.
Entre o pessoal e o profissional
Momentos em que os contratempos pessoais e profissionais coincidem podem ser particularmente debilitantes para os fundadores. Em meados de 2016, Ryan Caldbeck, então CEO da CircleUp, fez uma série de demissões depois que a empresa fez uma mudança estratégica. Naquela época, ele e sua esposa começaram a ter problemas de fertilidade – eles queriam ter um segundo filho, mas não conseguiam engravidar – e ainda por cima, ele foi diagnosticado com câncer. Apesar de um investidor lhe ter dito para tirar seis semanas de folga no final de 2017, ele continuou trabalhando. “Depois de uma vida inteira resolvendo as coisas, disse a mim mesmo que não precisava fazer uma pausa”, escreveu ele mais tarde em uma postagem no seu blog, acrescentando que foi o maior erro da sua carreira.
No ano seguinte, ele tuitou sobre como a saúde mental não era discutida o suficiente. “Me sinto totalmente consumido. O tempo todo. É difícil para mim me sentir presente em conversas fora do trabalho. No meu encontro de sexta à noite com minha esposa, muitas vezes tenho dificuldade para me concentrar em nós – minha mente começa a trabalhar. Eu odeio isso.” Outro tuíte sobre o mesmo tópico dizia: “Me sinto incrivelmente solitário. Como CEO, é difícil me abrir totalmente sobre minha empresa e é difícil encontrar outros CEOs que estejam dispostos a ser vulneráveis e falar honestamente sobre as coisas difíceis.”
Em 2019, veio a gota d’água. Sua filha de cinco anos olhou para ele e disse: “Papai, você sempre parece tão triste”. Ela disse isso duas vezes, e ele não conseguia tirar o comentário da cabeça. Um ano depois, ele anunciou que estava deixando o cargo de CEO.
Estratégias para gerenciar a saúde mental
Existem grandes incentivos financeiros para os fundadores permanecerem em suas empresas. De acordo com um estudo de 2010 do professor Babson Joel Shulman, os retornos do investimento foram 10 a 20 vezes melhores para empresas públicas lideradas por fundadores do que para empresas lideradas por CEOs profissionais.
Para se prepararem para a difícil jornada, os fundadores devem configurar a sua “infraestrutura” de saúde mental o mais cedo possível, argumenta Ryan Caldbeck, especialmente porque pode levar algum tempo para encontrar a ajuda profissional certa. “Eu gostaria de ver o mundo tratar a saúde mental como a saúde bucal: preventivamente”, diz Brad Baum, cocriador do Founder Mental Health Pledge, uma iniciativa para desestigmatizar a saúde mental e incentivar os empreendedores e seus apoiadores a investirem na saúde mental.
Terapia, coaching e meditação
A terapia é uma das formas mais populares pelas quais os fundadores estão começando a gerenciar sua saúde mental de forma mais proativa. Para Pedro Franceschi, terapia é “como ter um profissional capacitado investindo no seu bem-estar”. Isso o ajuda a controlar o estresse e a responder perguntas como: “Quais são os seus valores? Quem são as pessoas de quem você deseja se cercar?”
Jackie Reses, ex-chefe da Square Capital e CEO do Lead Bank, fala semanalmente com seu terapeuta e já faz isso há anos. “É uma forma de melhorar a forma como você está no mundo e, em última análise, é o presente mais hedonista que você pode dar a si mesmo.”
O cofundador da Bonobos, Andy Dunn, acredita que todo fundador deveria fazer terapia por pelo menos seis meses seguidos, a cada dois ou três anos. Ele também defende que as empresas estabeleçam uma bolsa de US$ 2.000 por ano, por funcionário, para despesas de saúde mental do próprio bolso. “As taxas de reembolso do seguro são terrivelmente baixas.”
A terapia de casal também pode ser útil. Anos atrás, Jocelyne Gardner sentiu-se frustrada porque seu marido Jason parecia estar sempre pensando na Marqeta. “Mesmo que ele estivesse na sala, muitas vezes ele não estava – sua mente estava em outro lugar”, diz. A terapia também a ajudou a ter mais compaixão pela intensa pressão que Jason sentia no trabalho.
Para os fundadores que escolhem entre um coach ou um terapeuta, a psicóloga Sherry Walling diz que os coaches de negócios geralmente fornecem “uma visão prática sobre a mentalidade e o foco. Eles trabalham para o bem-estar do negócio.”
Já um terapeuta se concentra mais no “bem-estar do ser humano. Eles têm um trabalho muito mais profundo e mais longo e uma visão sobre como as questões familiares da sua infância, por exemplo, afetam a maneira como você lidera sua equipe.”
Terapeutas também são obrigados a ter determinada formação e um número mínimo de horas de treinamento clínico supervisionado com pacientes. Não há requisitos ou qualificações oficiais para ser um coach de vida ou de negócios.
A meditação tornou-se uma prática amplamente utilizada durante décadas, e muitos fundadores bilionários famosos, incluindo Marc Benioff, da Salesforce, o titã dos fundos de hedge Ray Dalio e Oprah Winfrey atestam seus benefícios.
Jackie Reses, do Lead Bank, medita por 20 minutos todos os dias. “Cada vez mais, tenho pessoas vindo até mim de todos os lugares e preciso de um tempo de descanso e silêncio para acalmar meu cérebro, reiniciá-lo e me trazer de volta a um lugar criativo”, diz ela.
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Sono, exercício e definir limites
Apesar do espírito da correria e da vida agitada que está na moda no Vale do Silício, onde os fundadores se gabam de dormir cinco horas ou menos por noite, tem havido um novo movimento no sentido de dormir mais.
O livro de 2017 do professor de neurociência da Universidade da Califórnia em Berkeley, Matthew Walker, “Por que nós dormimos”, contém extensas evidências científicas sobre os benefícios para a saúde e a produtividade de dormir mais de sete horas por noite.
Franceschi diz que o livro teve um grande impacto em sua vida. Oito dos 13 CEOs com quem conversamos neste artigo dormem de sete a oito horas por noite. Mark Zuckerberg também.
Grupos de empreendedores
Em meados de 2021, o pai da CEO da Zeta, Aditi Shekar, faleceu de Covid e ela começou a estabelecer mais limites. Priorizou ver a família com mais frequência e parou de trabalhar na maioria dos finais de semana, o que, segundo ela, ajuda na criatividade e evita que sua empresa se torne sua vida inteira. Kathleen Stetson, coach executiva e ex-CEO de startups, ficou deprimida depois que sua empresa de tecnologia faliu em 2017. “Percebi que o cerne dessa depressão realmente era este: eu tinha feito da startup minha identidade. Foram necessárias pessoas dizendo: ‘Ei, você não é a Trill, você é a Kathleen’”.
Muitos fundadores dizem que os grupos de pares lhes permitem partilhar privadamente as suas situações com outros empreendedores. E que estão entre as ferramentas mais úteis de que dispõem para gerir a saúde mental. O CEO da Cadre, Ryan Williams, diz que esses grupos foram essenciais para ele durante os primeiros meses do isolamento da Covid em 2020, quando todos estavam se adaptando ao trabalho remoto.
Organizações como YPO (que reúne jovens CEOs) criaram grupos em que fundadores, executivos e funcionários podem discutir abertamente os desafios que estão enfrentando.
Abertura aos funcionários
Cada empreendedor tem um nível de conforto diferente para demonstrar vulnerabilidade com os funcionários. “Durante os primeiros cinco anos como CEO, fui bastante fechado em termos do que expressaria sobre os meus medos e inseguranças, profissionalmente e pessoalmente”, diz Ryan Caldbeck. “Esse foi um dos muitos fatores que contribuíram para a solidão e a depressão.” Desde então, ele descobriu que se abrir mais – por exemplo, dizer algo como “Estou preocupado por não termos acertado nossa estratégia e estou determinado a fazer isso” – o ajuda a construir confiança e a se sentir mais conectado com seus colegas.
Andy Dunn acredita na “divulgação seletiva e estratégica de vulnerabilidade”. Ele sugere que os fundadores aproveitem oportunidades como um breve e-mail ou um bate-papo ao ar livre para discutir um desafio que estão enfrentando. “Pode ser rápido, e então você segue em frente e volta ao trabalho”, diz.
Dunn dá um exemplo de e-mail que um fundador pode mandar: “Ei, você talvez esteja percebendo que estou com uma energia um pouco mais baixa, que ando um pouco deprimido. Tenho histórico de depressão, tomo remédios e vou ao médico. Mas estou superando isso e sou muito grato pelo trabalho que todos vocês estão fazendo. Obrigado por operar em um nível tão alto. Estarei com você em breve.’”
“As pessoas ficarão fascinadas quando você fizer isso”, diz Dunn. “E você acabou de criar um espaço seguro para qualquer pessoa na organização compartilhar seus próprios sentimentos.” Ele acrescenta que, ao demonstrar tal vulnerabilidade, é importante compartilhar simultaneamente o plano de ação para enfrentar o desafio.
O que investidores e empresas podem fazer
De certa forma, os empreendedores são mais responsáveis perante os investidores que os apoiam do que qualquer outra pessoa, por isso os VCs (venture capitalists) “têm a voz mais alta na sala”, diz Brad Baum, co-criador do Founder Mental Health Pledge. Uma coisa que os investidores podem fazer é simplesmente entrar em contato com os empreendedores e perguntar como eles estão em um determinado dia. Nigel Morris diz: “Trata-se de ligar para as pessoas e dizer: ‘Como você está se sentindo? O que tem em mente? Com o que você está preocupado? Como você está pessoalmente?”
Em 2018, a empresa de capital de risco Felicis, sediada no Vale do Silício, iniciou um programa onde, para cada cheque de investimento inicial emitido para uma startup, a Felicis adiciona 1% em capital que os fundadores podem gastar em despesas de saúde mental. Mais de 50 fundadores aproveitaram, diz Dasha Maggio, co-COO da Felicis, que criou e lidera o programa.
A startup de pagamentos Orum dá aos funcionários uma folga na primeira sexta-feira de cada mês para cuidar de sua saúde mental. Os funcionários ainda estão de plantão com os clientes, mas não atendem ligações de vendas ou reuniões externas e ficam longe do e-mail e do Slack, diz a CEO Stephany Kirkpatrick. A empresa também fecha os escritórios entre o Natal e o Ano Novo e paga 100% do seguro saúde dos funcionários. No Treasury Prime, Chris Dean incentiva os funcionários a falarem caso estejam com problemas de saúde mental e às vezes lhes diz para tirar alguns dias ou uma semana de folga, e eles voltam se sentindo melhor, segundo ele.
Amigos, passeios na natureza e psicodélicos
O psiquiatra Michael Freeman diz que é fundamental ficar perto de amigos e familiares para ter uma forte rede de apoio social de pessoas que não estão associadas ao seu negócio. Ele acrescenta que a “exposição regular a ambientes naturais como montanhas, rios e riachos” pode ter um efeito restaurador e eleva a criatividade.
O uso de drogas como MDMA (também conhecido como ecstasy), psilocibina (cogumelos mágicos) e cetamina para controlar a saúde mental é uma tendência recente. “Muitos dos meus clientes empreendedores estão interessados em falar sobre o uso de psicodélicos, tanto na otimização mental quanto no tratamento”, diz a psicóloga Sherry Walling. “Isso já está acontecendo muito no Vale do Silício.” Ela ocasionalmente usa psicoterapia apoiada por cetamina com pacientes e espera que o MDMA e a psilocibina sejam eventualmente aprovados pelo FDA (a Anvisa dos EUA) para uso médico.
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Os CEOs com quem conversamos neste artigo dizem que não tentaram usar nenhum desses medicamentos para melhorar sua saúde mental, mas também não os descartam. Franceschi diz que está “consciente da extensa pesquisa que está sendo conduzida neste campo e considero interessante e promissora”. Caldbeck diz que conhece pessoas que experimentaram e que “elogiam os efeitos”. Elon Musk tem, supostamente usado cetamina para tratar a depressão (ele não respondeu à Forbes). E tuitou, em junho. que a cetamina “é uma opção melhor” para tratar a depressão do que os antidepressivos amplamente prescritos no mercado.
Walling adverte que os riscos da utilização de estratégias experimentais, quando feitas de forma inadequada,podem ser problemáticas. O sócio da Y Combinator, Michael Seibel, também observa os riscos, dizendo: “Seus mecanismos para lidar com o estresse não podem ser mais prejudiciais do que o estresse”. Eles têm que melhorar sua saúde a curto e longo prazo.
(traduzido por Fabiana Corrêa)
Com informações da* Forbes Brasil.
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Lista Forbes: Os Apresentadores Mais Bem Pagos da TV Americana

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O declínio estrutural da televisão linear aparece com mais força justamente no late night, formato de talk show muito tradicional nos EUA. Por décadas, esses programas, que, como o próprio nome sugere, são apresentado nas horas finais do dia, podendo avançar madrugada adentro, foram verdadeiras máquinas de dinheiro para as emissoras americanas. Mas, nos últimos anos, analistas estimam que nenhum deles gera lucro.
Em julho, por exemplo, a CBS tomou a decisão repentina de cancelar o The Late Show with Stephen Colbert, alegando perdas anuais de US$ 40 milhões (R$ 214 milhões). Tanto a ABC quanto a NBC também cortaram custos no ano passado ao reduzir suas programações para quatro dias por semana, independentemente da vontade dos apresentadores. “Fiquei chateado”, disse Jimmy Fallon, apresentador do The Tonight Show, à Forbes. “Quero fazer cinco dias por semana. Eu amo fazer isso.”
Ainda assim, um emprego no late night vem com um salário de respeito: Fallon recebe US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões), Jimmy Kimmel também US$ 16 milhões e Stephen Colbert US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões). Eles estão entre os apresentadores mais bem pagos da TV, segundo estimativas da Forbes. Mesmo em sua fase de declínio, a televisão em seu formato tradicional ainda gera receitas significativas para as emissoras. O talento para conduzir programas como late night, matinais, noticiários em horário nobre, esportes e lifestyle é o que transforma profissionais em grandes estrelas da televisão. Somados, os 25 apresentadores mais bem pagos da TV americana faturam US$ 582 milhões (R$ 3,11 bilhões). Com poucas exceções, eles recebem muito mais que os atores das séries de maior sucesso da televisão.
Mas, com a possível extinção do late night no horizonte, muitos se perguntam se apresentadores como Fallon serão os últimos a comandar esses programas. Isso inclui até mesmo um tão longevo e respeitado quanto The Tonight Show, exibido pela NBC desde 1954.
“Ah, meu Deus”, diz Fallon, refletindo se será o último apresentador do Tonight. “Não, vai ter outra pessoa. E não acho que será um robô. Acho que precisa ser um ser humano, que comete erros e tem conversas reais com as pessoas.”
O mais provável é que essa geração de estrelas da TV seja a última a conquistar salários tão exorbitantes. A maioria dos 25 nomes mais bem pagos já está sob os holofotes há décadas e, em geral, agentes e empresários relatam forte pressão para reduzir valores na hora da renovação de contratos. Muitas vezes, o melhor que os talentos conseguem é manter o salário dos anos anteriores. E, em muitos casos, as emissoras exigem que apresentadores assumam projetos extras para justificar o mesmo nível de remuneração. Fallon e Kimmel, por exemplo, além do late night, também apresentam game shows para suas respectivas emissoras.
Enquanto isso, os chefs celebridades continuam vivendo em grande estilo. Guy Fieri, Bobby Flay e Gordon Ramsay comandam verdadeiros universos de programas e firmaram contratos de produção semelhantes aos dados aos grandes roteiristas de séries, trocando participação nos lucros por taxas anuais garantidas.
Esses acordos geralmente são mantidos em sigilo. Porém, quando um vaza, como o contrato de três anos e US$ 100 milhões (R$ 535 milhões) de Fieri com o Food Network no fim de 2023, ele pode sacudir o mercado, levando concorrentes a exigir a mesma remuneração, tal como aconteceu com Flay e Ramsay. Contratos tão altos, no entanto, pegam mal quando as empresas anunciam demissões. A Disney, por exemplo, cortou quase 200 vagas nas divisões da ABC News e Disney Entertainment Networks em março, apenas alguns meses depois de renovar o contrato de George Stephanopoulos, do Good Morning America, por US$ 17 milhões (R$ 91 milhões) ao ano.
A exceção é o esporte, onde os salários dispararam nos últimos anos e novas estrelas tiveram a chance de surgir. Apresentadores e comentaristas esportivos representam oito dos 25 nomes mais bem pagos deste ano, incluindo o sete vezes campeão do Super Bowl, Tom Brady, que lidera a lista como comentarista da Fox, recebendo US$ 37,5 milhões (R$ 200,6 milhões) por ano.
Nova tendência
No passado, a ideia de comentaristas esportivos ganharem mais que os próprios atletas seria impensável. As empresas de mídia gastam bilhões pelos direitos das ligas, já que esses jogos são disparado os programas mais assistidos da televisão. Ante a isso, pagar alguns milhões a mais por um talento de ponta é visto tanto como uma garantia de qualidade do conteúdo quanto um incentivo para que as ligas direcionem seus melhores jogos para aquela emissora.
Brady, que tem 48 anos, foi contratado justamente para trazer poder de estrela às transmissões da NFL na Fox, depois que Troy Aikman, cuja fortuna é estimada em US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões), e Joe Buck (US$ 16 milhões/R$ 85,6 milhões) foram seduzidos para narrar os maiores jogos da ESPN.
“À medida que o esporte se torna um diferencial e os direitos ficam mais caros e disputados, isso empurra outros formatos e investimentos para fora”, explica Neal Zuckerman, diretor executivo e sócio sênior do Boston Consulting Group. “Há um limite para o quanto você pode gastar em conteúdo e ainda manter o negócio lucrativo.”
Outro destaque é o número de mulheres na lista. Judy Sheindlin, Rachel Maddow e Robin Roberts estão entre as dez personalidades mais bem pagas da TV. Savannah Guthrie e Kelly Ripa aparecem entre as 15 primeiras.
Só que esses super salários devem ter fim em breve. Em plena ascensão, as plataformas de streaming não pagam valores comparáveis aos maiores contratos da TV. Em vez disso, serviços como o YouTube dividem 55% da receita publicitária com os criadores, incentivando que os talentos apostem em si mesmos. Quando o modelo funciona, dá aos apresentadores poder de negociação, como no caso de Pat McAfee, que mantém propriedade e controle editorial de seu talk show diário enquanto o licencia para a ESPN. Muitos no setor acreditam que esse tipo de acordo se tornará mais comum.
Os apresentadores mais bem pagos da TV americana
1. Tom Brady – US$ 37,5 milhões (R$ 200,6 milhões)
Para especialistas da indústria, o real valor do contrato da Fox com o ex-quarterback é impossível de calcular, já que parte de sua remuneração é paga em ações da empresa, cujo preço subiu bastante desde a assinatura. Além de comentar os jogos, função que começou no último outono com críticas mistas, Brady também atua como embaixador da Fox em diversos eventos corporativos, o que ajuda a justificar o enorme pacote de compensação.
2. Bobby Flay – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)
Flay renovou seu contrato em novembro para equiparar seus ganhos aos de Guy Fieri. O acordo engloba tudo: cachês por aparições, participação em negócios paralelos como produtos e restaurantes e, claro, seus programas de TV. Para manter o valor, o chef de 60 anos precisa de uma agenda cheia: recentemente lançou Bobby’s Triple Threat e mantém em produção Beat Bobby Flay e BBQ Brawl.
2. Gordon Ramsay – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)
Assim como Fieri e Flay, Ramsay construiu um império de programas culinários na Fox, incluindo Hell’s Kitchen, MasterChef e Next Level Chef. Mas o chef escocês de 58 anos tem um diferencial: mantém oito estrelas Michelin em seus restaurantes e reúne 40 milhões de seguidores no TikTok, onde ficou ainda mais famoso durante a pandemia ao criticar vídeos de culinária de outros usuários.
2. Guy Fieri – US$ 33 milhões (R$ 176,6 milhões)
Conhecido como o “prefeito de Flavortown”, Fieri redefiniu o mercado de apresentadores de lifestyle ao assinar, no fim de 2023, um contrato de três anos avaliado em US$ 100 milhões (R$ 535 milhões). O acordo o transformou no talento mais bem pago do Food Network, após a fusão com a Warner Bros. Discovery. O chef de 57 anos já comandou quase 600 episódios de Diners, Drive-ins and Dives desde 2007 e participa de inúmeros programas do portfólio da WBD.
5. John Oliver – US$ 30 milhões (R$ 160,5 milhões)
O programa Last Week Tonight, da HBO, é um fenômeno: já levou 30 Emmys nos últimos 10 anos. Esse sucesso, além de atrair assinantes para a plataforma HBO Max, garantiu ao apresentador britânico de 48 anos um contrato quase duas vezes maior que o de seus colegas do late night em emissoras abertas. No ano passado, a Warner Bros. Discovery tentou segurar os clipes do programa no YouTube por alguns dias para estimular o streaming, mas voltou atrás na 12ª temporada.
6. Ryan Seacrest – US$ 29 milhões (R$ 155 milhões)
Em setembro de 2024, Seacrest assumiu o posto de Pat Sajak como apresentador de Wheel of Fortune, além de manter seus trabalhos em American Idol e no especial de Ano-Novo da ABC, que também produz. Soma-se a isso seu programa de rádio diário de quatro horas, que sozinho lhe rende mais de US$ 10 milhões (R$ 53,5 milhões) por ano. Aos 50 anos, Seacrest praticamente nunca sai do ar.
7. Judy Sheindlin – US$ 28 milhões (R$ 149,8 milhões)
Nos tempos áureos, a juíza Judy ganhava mais de US$ 45 milhões (R$ 240,8 milhões) anuais com seu programa homônimo e ainda detinha os direitos do catálogo de episódios. Desde que vendeu esses direitos para a CBS e deixou a emissora em 2021, a agora octogenária lançou duas novas atrações judiciais no streaming da Amazon. Em 2024, a gigante passou a distribuir Judy Justice para centenas de emissoras locais, garantindo a manutenção de seus altos honorários.
8. Michael Strahan – US$ 26 milhões (R$ 139 milhões)
O ex-atleta do New York Giants hoje fatura mais como apresentador de TV do que quando jogava na NFL. Strahan tem contratos lucrativos com a Fox, como comentarista esportivo, e com a ABC, como coapresentador do Good Morning America e de The $100,000 Pyramid. Além da TV, ele também ganha com aparições pessoais e com sua empresa SMAC Entertainment, que gerencia sua própria marca.
9. Rachel Maddow – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)
Durante a renovação de contrato com a MSNBC no fim de 2024, Maddow reduziu seu salário de US$ 30 milhões (R$ 160,5 milhões) para US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões), segundo estimativas — algo que a emissora nega. Dois anos antes, ela havia passado de cinco dias por semana para apenas as segundas-feiras. Mesmo assim, continua sendo o rosto principal da recém-rebatizada MS NOW e ainda expande sua voz em podcasts e livros que se tornam best-sellers.
9. Robin Roberts – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)
O Good Morning America segue como uma das maiores fontes de receita da ABC, e Robin Roberts é peça-chave desse sucesso. Aos 64 anos, ela completou duas décadas como coapresentadora e mantém o programa na liderança de audiência há 13 anos consecutivos. Além do matinal, também apresenta especiais em horário nobre, como o documentário sobre os 20 anos do furacão Katrina exibido em agosto.
9. Sean Hannity – US$ 25 milhões (R$ 133,8 milhões)
Veterano da Fox News desde a fundação da emissora, em 1996, Hannity é hoje o apresentador de horário nobre há mais tempo no ar na TV a cabo. Mas sua principal fonte de renda nem é mais a TV: seu programa de rádio, transmitido em mais de 600 estações nos EUA, rende a ele mais de US$ 30 milhões (R$ 160,5 milhões) por ano, graças à sua participação acionária no formato.
12. Savannah Guthrie – US$ 24 milhões (R$ 128,4 milhões)
Enfrentar Donald Trump em um debate televisionado em 2020 rendeu um aumento salarial expressivo para Savannah Guthrie, de 53 anos. A apresentadora do Today já era a mais bem paga do programa antes mesmo da saída da colega Hoda Kotb, em janeiro. Sua habilidade em conduzir entrevistas políticas importantes para a NBC, além de comandar especiais festivos como o Desfile de Ação de Graças da Macy’s e a cerimônia de iluminação da árvore de Natal do Rockefeller Center, garantem seu destaque na emissora.
13. Kelly Ripa – US$ 22 milhões (R$ 117,7 milhões)
Presença fixa nas manhãs da TV desde 2001, Kelly Ripa já trabalhou ao lado de Regis Philbin, Michael Strahan e Ryan Seacrest, antes de formar dupla com o marido, Mark Consuelos, em 2023. Além do programa Live!, o casal também apresenta a série Running With The Wolves na ESPN, que mostra a experiência deles como proprietários do clube italiano de futebol Campobasso FC.
14. Charles Barkley – US$ 21 milhões (R$ 112,3 milhões)
Poucos anos após assinar um contrato de dez anos no valor de US$ 210 milhões (R$ 1,12 bilhão) com a Turner Sports, Barkley ameaçou se aposentar no ano passado, quando a emissora perdeu os direitos de transmissão da NBA. Um novo acordo, no entanto, permitiu que Inside The NBA continuasse sendo produzido pela Turner, mas exibido antes e depois dos jogos na ESPN e na ABC, mantendo Barkley ao lado de seus tradicionais colegas Ernie Johnson, Kenny Smith e Shaquille O’Neal — que, segundo estimativas, recebe US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões) por sua participação.
15. Pat McAfee – US$ 20 milhões (R$ 107 milhões)
O contrato da ESPN com o ex-punter do Indianapolis Colts inclui cachês por sua participação no College Gameday e uma taxa de licenciamento para transmitir The Pat McAfee Show na rede. McAfee, de 38 anos, utiliza esse valor para pagar sua equipe e custos de produção, mantendo a propriedade e o controle editorial do programa. Além disso, ele também atuou como comentarista de lutas da WWE até junho, quando decidiu se afastar alegando cansaço.
15. Stephen A. Smith – US$ 20 milhões (R$ 107 milhões)
Em março, o maior nome dos programas esportivos de debate da TV recebeu um aumento de US$ 12 milhões (R$ 64,2 milhões) para US$ 20 milhões (R$ 107 milhões) anuais, no que se acredita ser o maior contrato já pago a um talento da ESPN. Pelo novo acordo, Stephen A. participará de menos programas da emissora, liberando tempo para projetos paralelos, como seu podcast — e, apesar de negar repetidamente, especula-se até uma possível entrada na política.
17. Anderson Cooper – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)
Embora também contribua ocasionalmente para o programa 60 Minutes, da CBS, a maior parte da fortuna de Anderson Cooper vem do trabalho na CNN. Lá, ele apresenta um programa diário no horário nobre e outro semanal com reportagens aprofundadas aos domingos. Aos 58 anos, ele está na emissora desde 2001 e continua sendo um dos principais nomes do jornalismo americano.
17. Tony Romo – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)
O contrato de dez anos no valor de US$ 180 milhões (R$ 963 milhões) com a CBS, assinado em 2020, transformou Romo em um dos comentaristas mais bem pagos da história da TV esportiva. Ex-quarterback do Dallas Cowboys, ele segue como principal analista ao lado de Jim Nantz. Porém, já começa a sentir a concorrência de novos talentos, como o ex-defensivo J.J. Watt, recentemente contratado para a segunda equipe da CBS.
17. Troy Aikman – US$ 18 milhões (R$ 96,3 milhões)
Com o objetivo de montar uma equipe de transmissão de nível de Super Bowl para a temporada de 2026, a ESPN contratou Troy Aikman, lenda do Dallas Cowboys, tirando-o da Fox com um contrato ainda maior do que o oferecido pela CBS a Tony Romo, seu ex-companheiro de posição. O valor recebido por Romo também inclui despesas que ele cobre com assistentes que o acompanham em dias de jogo.
20. George Stephanopoulos – US$ 17 milhões (R$ 91 milhões)
Um deslize verbal em 2023 levou Donald Trump a abrir um processo de difamação contra a ABC, resultando em um acordo de US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões). Apesar disso, a emissora manteve total apoio a George Stephanopoulos, de 64 anos, renovando seu contrato em dezembro. O novo acordo inclui um programa de política no Hulu e quatro especiais em horário nobre. No entanto, será David Muir, e não Stephanopoulos, quem seguirá responsável pelos principais boletins de notícias da rede.
20. Steve Harvey – US$ 17 milhões (R$ 91 milhões)
Desde 2010, Steve Harvey já apresentou mais de 1,1 mil episódios de Family Feud, sem contar as versões internacionais e spin-offs. Entre elas, Celebrity Family Feud teve sua maior estreia em três anos neste julho, com 4,2 milhões de espectadores. Além da TV, o apresentador de 68 anos também fatura milhões com um programa de rádio diário, transmitido em rede nacional.
22. Jimmy Fallon – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)
Com um programa feito sob medida para as redes sociais, The Tonight Show domina o espaço digital, mesmo ficando em terceiro lugar na audiência tradicional da TV. Fallon, de 50 anos, também empresta seu carisma para outras produções, apresentando game shows como Password e That’s My Jam, além do novo reality On Brand, que estreia na NBC em 30 de setembro.
22. Jimmy Kimmel – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)
Apresentador do Jimmy Kimmel Live! desde 2003, Kimmel já cogitou a aposentadoria algumas vezes, e seu contrato atual expira em meados de 2026. Fora do talk show, ele também apresenta a versão com celebridades de Who Wants To Be A Millionaire? e dublou um personagem no filme dos Smurfs lançado neste verão. Durante a temporada do Emmy, chegou a defender publicamente Stephen Colbert, chamando de “absurda” a alegação da CBS de que o programa de seu colega gerava prejuízo anual de US$ 40 milhões (R$ 214 milhões).
22. Joe Buck – US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões)
Em 2022, a Fox liberou Joe Buck do último ano de seu contrato para que ele se juntasse a Troy Aikman na ESPN, em troca dos direitos de transmissão de um jogo universitário entre Penn State e Purdue. Aos 56 anos, Buck se tornou o narrador esportivo mais bem pago da história, depois de ter narrado 24 World Series em sua antiga emissora. Hoje, sua principal função é no Monday Night Football, embora ocasionalmente participe de transmissões da MLB — principal liga de baseball dos EUA —, como o jogo de abertura entre Brewers e Yankees.
25. Stephen Colbert – US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões)
Favorito ao Emmy de Melhor Série de Talk Show neste fim de semana, Colbert, de 61 anos, pode conquistar sua primeira estatueta no comando do The Late Show. Antes, ele já havia vencido dez vezes com The Colbert Report, no Comedy Central. Com contrato até maio do próximo ano, o anúncio do fim de seu programa impulsionou ainda mais a audiência, deixando-o à frente da concorrência.
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Negócios
6-6-6: O Desafio de Caminhada Que Melhora Corpo e Mente

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Embora muitas vezes seja subestimada, a caminhada é um dos melhores exercícios para equilibrar vida pessoal e profissional, além de cuidar da saúde física e do bem-estar mental, fatores que contribuem diretamente para o engajamento e a produtividade no trabalho.
Existem diversos tipos de caminhada: as contemplativas, conscientes e que seguem o método japonês, um tipo de exercício intervalado. Mas o desafio 6-6-6 traz benefícios diferentes e já acumula muitos adeptos.
As vantagens do desafio 6-6-6
Se você está começando agora, o desafio 6-6-6 é acessível para iniciantes e uma das melhores rotinas para controlar o estresse e aumentar a energia. Um dos pontos fortes desse método é a simplicidade: a estrutura baseada em números – como a técnica de respiração 4-4-4-4 – facilita seguir a rotina sem pensar demais.
A tendência consiste basicamente em caminhar 60 minutos às 6h da manhã ou às 18h, com aquecimento e desaquecimento de 6 minutos. Para experimentar o desafio, siga estes passos por 60 minutos, seis dias por semana, sempre às 6h ou às 18h:
- Caminhe por seis minutos em ritmo confortável para aquecer;
- Aumente a velocidade para um ritmo acelerado nos seis minutos seguintes;
- Reduza novamente o ritmo nos últimos seis minutos para desacelerar;
- Repita esse ciclo até completar os 60 minutos para obter os melhores resultados;
- Mantenha a postura correta durante toda a caminhada;
- Incorpore esse método seis vezes por semana para alcançar os benefícios.
Corredor iniciante
Segundo Haley Dyes, treinadora-chefe da MyBodyTutor, plataforma de atividade física e nutrição, o 6-6-6 supera muitos programas de corrida para iniciantes.
Ela o descreve como o plano ideal para transformar pessoas que caminham de forma casual em corredores confiantes. O motivo? A maioria ignora um passo essencial: criar uma base sólida de condicionamento.
Muitos tentam ir do zero ao extremo e acabam desistindo em poucas semanas. Diferente de outros métodos, que partem do pressuposto de algum preparo físico, o 6-6-6 se adapta a qualquer nível, até mesmo àqueles totalmente sedentários.
A ciência por trás da caminhada
Apesar da popularidade, o método 6-6-6 ainda não foi estudado cientificamente, afirma o Dr. Roy Hamilton, professor da Universidade da Pensilvânia e membro da McKnight Brain Research Foundation. Mas ele explica que a prática combina fatores já comprovados.
Estudos mostram, por exemplo, que caminhar cerca de 7 mil passos por dia – número próximo ao proposto pelo desafio – reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e demência. Outras pesquisas apontam que a caminhada ajuda na perda de peso, fortalece músculos e melhora o desempenho mental, o bem-estar emocional e a neuroplasticidade (a capacidade do cérebro de formar novas conexões).
“Caminhar em ritmo acelerado por 60 minutos algumas vezes por semana proporciona um ótimo exercício aeróbico, benéfico para a saúde cerebral”, diz Hamilton. “Alguns estudos sugerem que exercícios pela manhã ou no início da noite podem trazer benefícios extras para o coração, o metabolismo e a qualidade do sono.”
Jake McLendon, vice-presidente de ginástica em grupo da rede Crunch Fitness, também aprova o desafio: “O cardio de intensidade moderada mantém o corpo preparado para a queima de gordura, ao contrário do cardio intenso, que depende mais do glicogênio”, explica. “O ideal é caminhar em um ritmo que coloque sua frequência cardíaca em torno de 70%, zona considerada ótima para perda de gordura. É um ritmo em que você sente que está se exercitando, mas ainda consegue conversar.”
Por outro lado, McLendon aponta um desafio: o tempo. Para muitas pessoas, reservar em torno de uma hora para se exercitar pode ser difícil, especialmente para quem está retomando os exercícios.
Ainda assim, os especialistas reforçam que aqueles que seguem o método 6-6-6 têm mais chance de se tornarem adeptos da atividade física e corredores consistentes em seis meses, se comparados aos que começam correndo direto. “Construir padrões corretos de movimento, desenvolver a base cardiovascular e manter a constância são fatores-chave que muitos acabam ignorando”, observa Dyes.
Como estabelecer (e cumprir) metas
Quantas vezes você já prometeu a si mesmo mudar seus hábitos de saúde? Definir metas no formato “quando-então” é uma forma eficaz de criar hábitos saudáveis e transformar objetivos difíceis em realizáveis. Pesquisas mostram que essa técnica pode triplicar as chances de alcançar uma meta.
Funciona assim: ao especificar quando e onde vai agir, seu cérebro associa automaticamente a situação (quando) à ação (então). Assim, uma meta vaga de “vou começar a me exercitar” vira algo concreto. No caso do desafio: Quando for 6h da manhã de segunda a sábado, então caminharei por 60 minutos.
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes USA. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte.
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Negócios
Cofundadora da Conta Black: “Sucesso É Poder Dizer Não”

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Apesar do sucesso que encontrou como cofundadora e CEO da Conta Black, Fernanda Ribeiro não gosta de se limitar pela posição que ocupa como empresária e executiva. “Meu maior norteador é a Fernanda que sou e não a que estou. É assim que gosto de me apresentar”, diz. A frase funciona como uma porta de entrada para entender sua trajetória e o que a move: construir pontes.
O conceito se aplica não só à empresa que criou, que oferece crédito a pessoas frequentemente ignoradas pelo sistema bancário, mas também ao desejo de aproximar o mercado financeiro da academia, de abrir espaço para outras mulheres e de manter o elo entre as muitas versões dela mesma que coexistem. Todas curiosas, inquietas e com fome de transformação.
Fernanda nasceu e foi criada na zona sul de São Paulo, a quinta entre sete filhas. Desde cedo, conviveu com referências femininas potentes, das mais variadas gerações e personalidades. Segundo ela, isso foi fundamental para moldar sua escuta ativa e sua habilidade de adaptação no papel de empreendedora e a líder que se tornaria.
O mercado financeiro e o universo empreendedor entraram por acaso em sua vida. Por muito tempo pensou que seguiria a tradição familiar e se tornaria funcionária pública. Ela até chegou a ser aprovada em um concurso, mas, devido às mudanças nas regras de contratação, acabou não sendo chamada.
Ponte estaiada
O empreendedorismo ainda nem passava pela sua cabeça. Ela iniciou a carreira no mercado corporativo, até que um burnout a levou a recalcular a rota.
A Conta Black nasceu na virada de 2017 para 2018, quando Sergio All, seu sócio, viu na negativa de crédito de seu banco a oportunidade de fazer diferente. “Havia diversos gaps financeiros. Muitos afroempreendedores não conseguiam sequer abrir uma conta. Outros não obtinham acesso ao crédito. A partir daí, pensamos: e se a gente fundasse um negócio para resolver esse problema?”
Com o tempo, o foco se ampliou: da bancarização à oferta de crédito, da inclusão financeira à educação. A executiva lembra que a Ponte Estaiada, vista de um dos primeiros escritórios da empresa, era a representação perfeita do propósito do negócio. “De um lado, a gente via a periferia. Do outro, a Faria Lima. Era muito simbólico porque representa exatamente o que queremos fazer: construir pontes entre duas realidades diferentes, de modo que as pessoas que estão na periferia, em sua maioria mulheres negras, possam acessar produtos e serviços muito parecidos com quem está do outro lado da ponte.”
“Ser bem-sucedida é poder dizer não com liberdade.”
Apesar de estar inserida em um setor altamente competitivo, não é em cifras ou números que Fernanda mede seu sucesso. Seu parâmetro é outro: domínio do tempo. “Ser bem-sucedida é poder dizer não com liberdade.”
Desse objetivo, surge a líder que valoriza o diálogo, o questionamento e a escuta ativa – e isso exige adaptação. Aos risos, brinca que cada stakeholder conhece uma Fernanda diferente. A multiplicidade, para ela, é virtude. “Eu sou humana, em todos os processos. Tenho inseguranças, falhas e vulnerabilidades, mas também sou estratégica, olho pra frente e crio cenários. A Fernanda é um misto de várias Fernandas, com jogo de cintura para dialogar com pessoas diferentes.”
Empreender e viver
Essa busca constante por equilíbrio – entre a gestora e a pessoa física – é um dos maiores orgulhos de sua trajetória. Ela rejeita a ideia de que empreender exige desumanização ou que a exaustão do empreendedor precise ser celebrada. No fim do dia, dá para ser firme e sensível. Empreender e existir.
Hoje CEO da companhia, Fernanda segue movida pelo impacto que seus serviços têm na vida de outras pessoas, mesmo diante das instabilidades e da imprevisibilidade do mundo dos negócios. Ela faz questão de manter contato direto com clientes – e um pequeno agradecimento pela concessão de crédito vira combustível para lembrar por que faz o que faz todos os dias.
Cases distantes da realidade
O sucesso da Conta Black não significa o fim das pontes a serem construídas. Pensando no futuro, Fernanda flerta com a ideia de levar sua experiência para a academia, enriquecendo a formação de futuros empreendedores e administradores. “Sinto falta de uma ponte entre a teoria e a prática. Os cursos ainda ensinam com base em cases muito distantes da realidade.”
Apesar da força do pioneirismo que seu nome carrega, Fernanda acredita que seu maior legado é não ser a última mulher negra de origem simples a chegar ao topo. Pensando nisso, um dos braços de atuação do instituto social da empresa é a formação de jovens negros para o mercado financeiro.
“Eu posso ter sido a primeira em diversas coisas, mas não posso ser a última”, afirma. “Estou pensando em quem vou segurar a porta para entrar. A transformação dentro de uma perspectiva individualizada, para mim, não funciona. Não fico satisfeita de ter algo e não proporcionar que outras pessoas também tenham acesso”.
*Matéria originalmente publicada na lista Forbes The Founders 2025.
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