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Saúde

Como funciona a pílula do dia seguinte?

Redação Informe 360

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A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência amplamente utilizado, mas ainda cercado por dúvidas e mitos.

Muitas mulheres recorrem a ela após relações sexuais desprotegidas ou quando há falha no método contraceptivo regular, como o rompimento do preservativo. No entanto, é essencial compreender como funciona a pílula do dia seguinte para usá-la de maneira segura e eficaz.

Diferente dos anticoncepcionais de uso contínuo, a pílula do dia seguinte atua de forma pontual, interferindo no ciclo menstrual para evitar a gestação. Contudo, sua eficácia depende do tempo de administração e de características individuais da usuária. Além disso, seu uso frequente pode trazer riscos à saúde.

Para esclarecer as principais dúvidas, explicamos o que é a pílula do dia seguinte, como ela age no organismo e quais são os cuidados necessários para seu uso correto.

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Pílula do dia seguinte: o que é e por que tem esse nome?

A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que pode ser usado após uma relação sexual desprotegida.

Desenho de um útero e ovários em um papel que repousa na mão de uma pessoa
Útero e ovários (Reprodução: Orawan Pattarawimonchai/Shutterstock)

Sua principal função é prevenir a gestação ao inibir ou retardar a ovulação. Dependendo do momento do ciclo menstrual da mulher, também pode dificultar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide ou impedir a implantação do embrião no útero.

O medicamento surgiu na década de 1960, mas foi somente nos anos 1990 que começou a ser amplamente utilizado em diversos países.

No Brasil, a pílula do dia seguinte chegou oficialmente no final dos anos 1990 e, atualmente, é encontrada em farmácias e alguns postos de saúde públicos. Seu nome se deve ao fato de ser mais eficaz quando tomada o mais rápido possível após a relação sexual desprotegida.

A compra da pílula não exige receita médica e ela está disponível em versões de dose única ou em dois comprimidos. Em unidades básicas de saúde (UBS), é possível encontrar a pílula gratuitamente, especialmente para vítimas de violência sexual.

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Qual a ciência por trás da pílula do dia seguinte? Entenda como ela funciona

A pílula do dia seguinte é composta, na maioria das vezes, por levonorgestrel: um hormônio sintético que impede ou atrasa a ovulação.

punhado de remédios repousados em uma mesa
Punhado de remédios repousados em uma mesa (Reprodução: nito/Shutterstock)

Em alguns casos, pode conter acetato de ulipristal, que é um modulador de progesterona que também interfere no processo de ovulação.

Para ser mais eficaz, a pílula deve ser ingerida o mais rápido possível após a relação sexual desprotegida.

O ideal é tomá-la dentro das primeiras 24 horas, quando sua eficácia pode chegar a 95%. Após esse período, sua taxa de sucesso diminui progressivamente, podendo ser usada até 72 horas depois, com eficácia reduzida.

Apesar de sua alta taxa de sucesso, ainda é possível engravidar mesmo após o uso da pílula. Isso pode acontecer caso a ovulação já tenha ocorrido antes da ingestão ou se houver falha na absorção do medicamento pelo organismo.

Como saber se a pílula do dia seguinte fez efeito?

Não há um sintoma específico que indique se a pílula funcionou. No entanto, algumas mulheres podem apresentar efeitos colaterais como náuseas, dores de cabeça e alterações no ciclo menstrual.

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Caso a menstruação atrase mais de uma semana, é recomendável realizar um teste de gravidez para descartar uma possível gestação.

Quais mudanças a pílula do dia seguinte causa no corpo?

Por ser uma dose alta de hormônio, a pílula pode provocar alterações no ciclo menstrual, tornando a menstruação irregular nos meses seguintes.

menstruação fluxo menstrual absorvente
Ilustração sobre o período menstrual (Imagem: La corneja artesana/Shutterstock)

Além disso, usuárias relatam efeitos colaterais como tontura, fadiga, dor abdominal, sensibilidade nos seios e alteração no humor.

O que acontece se tomar a pílula do dia seguinte em excesso?

A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método contraceptivo regular. Seu uso frequente pode causar desregulações hormonais severas, aumentando o risco de efeitos colaterais graves.

Há diversos relatos de mulheres que, por pressão de parceiros, tomam a pílula seguidamente como substituto de métodos contraceptivos convencionais.

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Isso pode levar a complicações sérias, como hemorragias, problemas hepáticos, alterações no endométrio e, em casos extremos, internação ou até óbito. Dito isso, o uso dessa pílula deve ser pontual e nunca frequente.

Portanto, a pílula do dia seguinte deve ser usada apenas em situações emergenciais, e o ideal é investir em métodos contraceptivos regulares, como anticoncepcionais diários ou dispositivos intrauterinos (DIU), além do uso de preservativos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

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Saúde

Por que sentimos coceira só de ver alguém se coçando?

Redação Informe 360

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Você está sentado, tranquilo, até que vê alguém se coçando e, de repente, começa a sentir coceira também. Essa reação é mais comum do que parece e tem explicações científicas ligadas ao cérebro, à empatia e até a instintos primitivos de proteção. Mas por que isso acontece?

Neste artigo vamos explicar esse fenômeno. Acompanhe!

O que é a coceira contagiosa?

O fenômeno é chamado de coceira contagiosa e acontece quando sentimos vontade de nos coçar ao ver outra pessoa se coçando, mesmo que não haja nenhum motivo físico para isso. O curioso é que essa reação pode ocorrer presencialmente, ao ver vídeos, ao ler ou até ao ouvir falar de coceira. Aliás, talvez você esteja se coçando agora…

Homem jovem coçando a mão/ Crédito: AYO Production (Shutterstock/reprodução)

Neurônios-espelho: o cérebro que imita

Uma das principais explicações para esse fenômeno está nos neurônios-espelho: células cerebrais ativadas tanto quando realizamos uma ação quanto quando vemos outra pessoa realizando essa mesma ação. Esses neurônios são fundamentais para nossa capacidade de imitar comportamentos e sentir empatia.

Quando vemos alguém se coçando, essas áreas do cérebro são ativadas como se estivéssemos sentindo aquela coceira na pele. É como se o cérebro “simulasse” a experiência observada, levando o corpo a reagir automaticamente.

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Mulher coçando o braço em fundo cinza / Crédito: Dragana Gordic (Shutterstock/reprodução)

Uma resposta evolutiva de proteção

Outra teoria fascinante vem da evolução humana. Em comunidades primitivas, notar que alguém estava se coçando podia ser um alerta para a presença de parasitas, como piolhos ou carrapatos. A coceira contagiosa teria, assim, uma função de autoproteção, instigando os demais membros do grupo a se coçar também, evitando infestações.

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Esse reflexo coletivo teria aumentado as chances de sobrevivência, tornando-se parte do nosso comportamento automático ao longo do tempo.

Homem coçando a mão / Crédito: vchal (Shutterstock/reprodução)

O cérebro sente com os olhos

Pesquisas em neurociência mostram que o cérebro pode ativar áreas sensoriais mesmo quando estamos apenas observando comportamentos físicos, como ver alguém se machucar, bocejar ou se coçar. É o mesmo princípio por trás da empatia tátil: o cérebro reage como se aquela sensação estivesse acontecendo conosco.

Isso explica por que a coceira, embora seja uma experiência física, pode ser desencadeada por estímulos puramente visuais ou simbólicos.

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Saúde

“Pílula do exercício” pode ser usada para tratar obesidade?

Redação Informe 360

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A chamada “pílula do exercício” tem sido vista com interesse crescente pela comunidade científica por sua capacidade de simular, em alguma medida, os efeitos metabólicos da atividade física. Embora o composto ainda esteja em fase experimental, há quem aponte um possível uso como ferramenta complementar no tratamento da obesidade.

Segundo especialistas, substâncias como o SLU-PP-332 — que mostrou resultados promissores em camundongos obesos ao estimular a queima de gordura e melhorar a sensibilidade à insulina — podem ter aplicação clínica no futuro. A ideia é que essas pílulas possam ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, contribuindo para o gasto energético mesmo em indivíduos com mobilidade limitada.

Uso da pílula do exercício seria restrito e supervisionado

Apesar do potencial, o uso desse tipo de medicamento não seria generalizado nem indicado como substituto ao exercício físico. Em entrevista ao Olhar Digital, o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP, afirma que a aplicação clínica da pílula seria restrita a casos mais graves ou específicos.

Exemplos disto seriam a obesidade severa associada a limitações físicas, doenças crônicas ou quadros pós-operatórios que impeçam a prática de atividade física regular.

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obesidade
Quando aprovado, medicamento pode ser recomendado para casos de obesidade severa, entre outras condições que causem limitação física (Imagem: VGstockstudio / Shutterstock.com)

Segundo ele, pessoas com doenças neuromusculares, idosos com perda de massa muscular (sarcopenia), pacientes renais em hemodiálise ou com doenças degenerativas também podem se beneficiar. “Essa é uma aplicação clínica legítima e até necessária, diferente do uso indiscriminado que alguns podem desejar”, afirma.

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Complemento e não substituto

Mesmo que novos estudos avancem, o tratamento da obesidade deve continuar sendo multidisciplinar, com foco na reeducação alimentar, exercício supervisionado e acompanhamento médico, afirma o Dr. Marco Aurélio. Ou seja, a pílula pode atuar como ferramenta adicional, mas não substitui os efeitos globais da atividade física.

“A chave está em integrar essa inovação com o cuidado humanizado, e não em substituí-lo”, destaca o médico. Ele também alerta que a saúde metabólica é complexa e que intervenções devem ser feitas com critério.

pernas de duas pessoas correndo, fazendo exercícios físicos
“Pílula do exercício” não substitui atividade física (Imagem: sportpoint / iStock)

A proposta da “pílula do exercício” ainda precisa de testes em humanos e de aprovação regulatória. Mas, mesmo com uma futura aprovação para humanos, seu uso deve ser considerado com cautela e rigor técnico.

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Saúde

Melhor que Ozempic? Comprimido diário promete perda de peso e controle de diabetes

Redação Informe 360

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Na manhã desta quinta-feira (17), a empresa farmacêutica Eli Lilly divulgou resultados de um ensaio clínico que atesta que tomar um comprimido diariamente pode ser tão eficaz quanto os injetáveis Mounjaro e Ozempic quando se fala do controle de diabetes tipo 2.

O medicamento em questão é o orforgliprona e é da classe medicamentosa GLP-1, que é sucesso de vendas por conta de ajudarem na perda de peso. A diferença que podemos verificar entre o comprimido e os injetáveis é que este último é caro, precisa ser mantido em refrigeração constante e é invasivo.

Por sua vez, o orforgliprona tem potencial de ser bem mais utilizado por poder ser armazenada em temperatura ambiente e ser administrada via oral. Contudo, poderá ser tão cara quanto o Ozempic, por exemplo — no Brasil, o medicamento está na faixa dos R$ 1 mil.

Próximos passos para o comprimido chegar às farmácias

  • A Lilly indicou que, agora, vai submeter o remédio à Food and Drug Administration (FDA);
  • A expectativa da empresa é que o órgão estadunidense autorize o orforglipron para obesidade ainda este ano e, no início de 2026, para diabetes;
  • A expectativa de especialistas é que o medicamento seja aprovado em 2026 mesmo e que seja muito lucrativo para a Lilly;
  • O preço do comprimido deve ser anunciado pela farmacêutica apenas após sua aprovação.

Ao The New York Times, Craig Garthwaite, economista de saúde da Universidade Northwestern, disse que “o que estamos vendo começar a acontecer é uma luta pelo futuro do mercado da obesidade“.

Resultados do ensaio do comprimido

No resultado divulgado nesta quinta-feira (17), a farmacêutica apresentou apenas um resumo, algo obrigatório após receberem os resultados de estudos com potencial de afetar o preço de suas ações. Já os dados subjacentes não foram divulgados pela Lilly, tampouco foram examinados por especialistas externos.

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A companhia indicou que apresentará resultados detalhados em reunião com pesquisadores sobre o diabetes em junho. Posteriormente, os publicará em periódico revisado por pares.

Caneta de Wegovy
Medicações injetáveis, como o Wegovy, são invasivas e dependem de refrigeração constante (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Ensaio em si

Foram 559 pessoas que participaram do ensaio clínico. Elas têm diabetes tipo 2 e tomaram o comprimido ou placebo por 40 semanas. Aqueles que tomaram o orforgliprona tiveram a A1C (que mede níveis de açúcar no sangue com o passar do tempo) reduzida entre 1,3% e 1,6%.

Em ensaios não relacionados, o Ozempic e o Mounjaro conseguiram chegar a resultados similares. Em 65% das pessoas que tomaram o novo comprimido, o nível de açúcar no sangue foi reduzido e chegou à faixa normal.

Além disso, quem tomou a pílula também perdeu peso, com média de 7,2 kg para quem foi medicado com doses mais altas. A título de comparação, o Ozempic alcança a mesma quantidade com 40 semanas de tratamento, mas o comprimido perde ligeiramente para o Mounjaro (segundo ensaios clínicos não relacionados).

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Já os efeitos colaterais atestados foram os mesmos que os dos injetáveis contra obesidade: diarreia, indigestão, constipação, náusea e vômito. Contudo, é possível que os benefícios diminuam e os efeitos colaterais aumentem conforme mais pessoas utilizarem o medicamento.

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Grupo de farmacêuticas atrás de medicações GLP-1

A Eli Lilly lidera seleto grupo de companhias que competem no desenvolvimento de comprimidos à base de GLP-1. Persistem preocupações significativas sobre possíveis efeitos colaterais graves que poderiam afastar pacientes do uso desses medicamentos.

No início da semana, por exemplo, a Pfizer revelou ter encerrado o desenvolvimento de comprimido semelhante após um participante de seu estudo apresentar “possível lesão hepática causada pelo medicamento”. No entanto, no ensaio conduzido pela Eli Lilly, o orforglipron não apresentou indícios de toxicidade hepática.

As ações da companhia dispararam após a divulgação dos dados promissores. Na quinta-feira, os papéis da companhia encerraram o dia com alta de 14%, o que representou acréscimo de US$ 100 bilhões (R$ 585,53 bilhões, na conversão direta) ao valor de mercado da empresa.

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Esse foi o primeiro de sete estudos clínicos principais com o orforglipron a apresentar resultados. Alguns dos demais testes estão avaliando o uso do medicamento na perda de peso entre indivíduos sem diabetes. Resultados relacionados ao uso em pacientes obesos devem ser divulgados ainda neste ano.

Segundo o Dr. Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly, caso o remédio receba aprovação para o tratamento de obesidade e diabetes, a empresa estará preparada para produzir comprimidos em quantidade suficiente para atender à demanda. Ele declarou ter tomado conhecimento dos resultados do estudo na manhã de terça-feira (15), mas que a companhia já vinha se organizando para a fabricação antes mesmo de vê-los.

“Nas próximas décadas, mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes tipo 2 e mais de um bilhão viverão com obesidade”, afirmou Skovronsky. “Injeções não são soluções viáveis para bilhões de pessoas globalmente.”

Segundo o Times, atualmente, 12% dos adultos estadunidenses relatam ter utilizado medicamentos à base de GLP-1. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 40% da população adulta nos Estados Unidos é obesa e mais de 10% têm diabetes, majoritariamente do tipo 2.

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Entre os medicamentos injetáveis mais populares já disponíveis, estão os da própria Eli Lilly — Zepbound, para obesidade, e Mounjaro, para diabetes —, além dos da Novo Nordisk, que comercializa o Wegovy (obesidade) e o Ozempic (diabetes).

Com o aumento da procura por esses tratamentos nos últimos anos, os custos crescentes passaram a pesar sobre empregadores e programas públicos de saúde, que já enfrentavam dificuldades com os preços dos medicamentos prescritos. A chegada do orforglipron promete ampliar ainda mais esse mercado e elevar a pressão sobre os orçamentos.

O surgimento do orforglipron representa, de certa forma, avanço notável da química moderna. Os medicamentos injetáveis com GLP-1 são compostos por peptídeos — pequenos fragmentos de proteínas (GLP é a sigla para peptídeo semelhante ao glucagon).

Como os peptídeos são digeridos no estômago, a criação de versão oral exigiu que os químicos desenvolvessem composto não peptídico com ação semelhante. Pesquisadores da Chugai Pharmaceutical, empresa japonesa, encontraram essa solução, licenciando o medicamento para a Lilly em 2018.

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O avanço consistiu em descobrir molécula minúsculamilhares de vezes menor que um peptídeo — capaz de se encaixar em pequena cavidade na proteína-alvo dos GLP-1s. Quando isso ocorre, a proteína sofre alteração de forma, assim como acontece com a ligação do peptídeo natural. Segundo Skovronsky, encontrar essa molécula foi “o Santo Graal”.

O resultado é uma pílula que pode ser ingerida em qualquer horário do dia, com ou sem alimentos — algo praticamente inédito entre medicamentos peptídicos.

ozempic
Ozempic e medicações similares apresentam resultado similar no controle da diabetes, mas inferior quando o assunto é perda de peso) Imagem: KK Stock/Shutterstock

A insulina, provavelmente o peptídeo mais amplamente conhecido, existe há mais de 100 anos e ainda é administrada exclusivamente por injeção, apesar de tentativas persistentes de criar versão oral. O mesmo se aplica ao hormônio do crescimento humano e a diversos medicamentos para condições, como artrite e câncer.

A Novo Nordisk possui comprimido de GLP-1, o Rybelsus, que contém o próprio peptídeo GLP-1. No entanto, precisa ser administrado em doses elevadas e é menos eficaz que as versões injetáveis, pois é, em grande, parte digerido no estômago.

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Para pacientes com diabetes ou que enfrentam a obesidade, uma pílula que substitua as injeções pode representar transformação profunda por diversos motivos. Um deles é a aversão que muitos têm às injeções.

O Dr. C. Ronald Kahn, professor da Escola de Medicina de Harvard e diretor acadêmico do Joslin Diabetes Center, também da universidade, afirmou ter diversos pacientes que evitavam iniciar o uso de Ozempic ou Mounjaro justamente por serem injetáveis. Uma pílula, afirmou, “seria, definitivamente, a escolha preferida da maioria das pessoas”.

O Dr. Sean Wharton, diretor da Wharton Medical Clinic em Burlington, Ontário (Canadá), vê potencial ainda maior. O médico, que participou do estudo da Lilly com o orforglipron voltado à obesidade, acredita que um comprimido pode levar o tratamento com GLP-1 a populações carentes ao redor do mundo.

“Pode ser facilmente produzido em uma fábrica e enviado para qualquer lugar”, afirmou. Seu custo de produção deve ser bem menor que o dos peptídeos e não exige canetas injetoras especiais nem refrigeração. Atualmente, os medicamentos estão disponíveis apenas para uma minoria com acesso a convênios de saúde ou recursos financeiros para arcar com o custo. O acesso está restrito, até agora, a países ricos.

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Mas esse cenário começa a mudar: a Eli Lilly, recentemente, lançou seu medicamento injetável de GLP-1 na Índia. Lá, os pacientes teriam que pagar cerca de US$ 200 (R$ 1.171,06) por mês, valor fora do alcance da maioria da população local. Há expectativa de que, já no próximo ano, o Ozempic e o Wegovy possam ser vendidos como genéricos em alguns países, mas não nos Estados Unidos.

Com o orforglipron, “temos a chance de que um medicamento alcance milhões e milhões de pessoas”, disse o Dr. Wharton. No entanto, tudo depende da estratégia de precificação e distribuição da Eli Lilly. “É por isso que enfatizo a palavra ‘chance’”, completou.

Hoje, tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk oferecem seus injetáveis — Zepbound e Wegovy — por cerca de US$ 500 (R$ 2.927,65) mensais para pacientes estadunidenses que pagam do próprio bolso. Já empregadores e programas públicos, que cobrem a maior parte dos custos para os pacientes nos EUA, pagam valores semelhantes após negociações e descontos, cujos detalhes não são divulgados.

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Logo da Lilly em um smartphone que está em uma mão; atrás, notebook com um gráfico
Ações e valor de mercado da Eli Lilly dispararam após divulgação dos resultados (Imagem: MacroEcon/Shutterstock)

Quando uma farmacêutica anuncia um preço, refere-se ao valor de tabela — ponto de partida para negociações. Raros são os pacientes que pagam esse valor integral. Analistas de Wall Street preveem que a Eli Lilly deverá definir o preço de tabela do orforglipron abaixo de US$ 1 mil (R$ 5.855,30) por mês, inferior aos de Zepbound (US$ 1.086/R$ 6.358,85) e Wegovy (US$ 1.349/R$ 7.898,79).

Como está bem à frente de concorrentes no desenvolvimento de comprimidos com GLP-1, a Eli Lilly deverá manter exclusividade nesse mercado por alguns anos — o que lhe garante margem para manter preços elevados por mais tempo.

Tornar o orforglipron acessível em escala global exigiria preços significativamente menores do que os praticados nos Estados Unidos. Medicamentos injetáveis de GLP-1 já são vendidos a preços bem inferiores na Europa. O presidente dos EUA, Donald Trump, frequentemente, criticava o fato de os estadunidenses pagarem muito mais do que outros países ricos pelos mesmos remédios, completa o Times.

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