Saúde
Esclerose múltipla pode ser detectada precocemente por exame de sangue
Cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco fizeram uma descoberta que pode tornar o tratamento para esclerose múltipla mais rápido e eficaz. As pessoas com essa condição produzem um conjunto de anticorpos que pode ser detectado no sangue antes mesmo dos primeiros sinais da doença.
A expectativa é que um simples exame possa detectar a esclerose múltipla precocemente, dando vantagem no início de terapias. O estudo foi publicado na Nature Medicine.
Autoanticorpos e a esclerose múltipla
- Os cientistas descobriram que cerca de 10% dos pacientes com esclerose múltipla (EM) apresentaram uma quantidade surpreendente de autoanticorpos no sangue anos antes do diagnóstico.
- Esses autoanticorpos tinham padrões químicos semelhantes aos encontrados em vírus comuns, incluindo o vírus Epstein-Barr (EBV), que foi associado à EM em estudos anteriores.
- Além disso, também apresentaram níveis elevados de uma proteína chamada neurofilamento (Nfl), que é liberada quando os neurônios “morrem”.
- Isso é indicativo de uma guerra imunológica no cérebro anos antes dos sintomas da EM se manifestarem.
- As descobertas sugerem que, nessa fase inicial, o corpo possa estar confundindo proteínas humanas com vírus, contribuindo para o desenvolvimento da doença.
Técnica de sequenciamento
Em pesquisas anteriores, uma técnica chamada sequenciamento de imunoprecipitação por exibição de fagos (PhIP-Seq) foi criada para identificar autoanticorpos no sangue humano. A abordagem revelou uma rara doença autoimune associada ao câncer testicular em 2019.
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- Genes ancestrais desvendam mistério sobre esclerose, diz estudo
- Nanocristais de ouro podem tratar esclerose múltipla e Parkinson
- Vírus comum pode causar esclerose múltipla, revela estudo
Agora, o mesmo método está sendo aplicado no estudo da esclerose múltipla (EM). A técnica PhIP-Seq oferece uma nova maneira de identificar os autoanticorpos envolvidos nos ataques imunológicos da doença, potencialmente abrindo portas para uma melhor compreensão e tratamento.
O novo estudo analisou amostras de sangue de 250 pacientes com EM, coletadas antes e depois do diagnóstico, permitindo uma investigação detalhada da evolução da autoimunidade nesta doença.
Confirmação dos resultados
A equipe de pesquisa confirmou seus achados com uma nova análise de sangue de pacientes com sintomas neurológicos da EM. Novamente, 10% dos diagnosticados apresentavam o mesmo padrão de autoanticorpos.
Esta descoberta pode ajudar a diagnosticar e tratar doença antes agravamento dos sintomas, acreditam os cientistas:
Imagine se pudéssemos diagnosticar a EM antes de alguns pacientes chegarem à clínica. Isso aumenta nossas chances de passar da supressão à cura.
Stephen Hauser, principal autor do estudo, para o Medical Xpress
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Saúde
O que é cannabis medicinal e para que serve?
A Cannabis sativa tem uma longa história como planta medicinal que, de acordo com alguns estudos, começou a cerca de dois milênios. A planta da cannabis contém mais de 100 substâncias químicas diferentes, chamadas canabinoides, e cada uma delas tem um efeito diferente no corpo.
Apesar de serem confundidas, a cannabis medicinal e a maconha recreativa são duas categorias distintas. Quando usada para fins terapêuticos, a planta é cultivada e tratada de maneira específica.
O que é cannabis medicinal e para que serve?
A cannabis é uma planta da família do cânhamo, também conhecida como hemp, e os seres humanos a cultivam e utilizam de várias formas há milhares de anos. Como mencionado, a cannabis medicinal é derivada dessa planta, e pode ser utilizada para tratar os sintomas de certas doenças, bem como os efeitos colaterais de alguns tratamentos.
No dia 13 deste mês, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou a decisão unânime de autorizar o cultivo de uma variedade da Cannabis sativa, destinada apenas para fins medicinais.
Esse cultivo foi concedido exclusivamente a empresas, e deverá seguir as diretrizes que serão estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela União. Em outras palavras, será possível importar sementes e cultivar a variedade de cannabis chamada cânhamo industrial, que apresenta um baixo nível de THC.
Leia também:
- Pesquisa comprova: uso de cannabis altera neurônio do cérebro que causa fome
- Cannabis medicinal: quais doenças são possíveis tratar com a planta?
- Cannabidiol (CBD) pode ser encontrado em outra planta além da Cannabis
O que é cannabis medicinal?
Dentre as substâncias presentes na planta estão o canabidiol (CBD), o tetra-hidrocarbinol (THC), e outros canabinoides como canabigerol (CBG) e canabigerol (CBN). Tanto o THC quanto o CBD possuem valor terapêutico e, em certas situações, podem ser combinados em fármacos para aumentar sua eficácia.
Enquanto o THC é associado aos efeitos recreativos, como o relaxamento e a vontade de rir, ele também tem características antidepressivas, anticonvulsivantes, anti inflamatórias. De maneira parecida, o CBD é responsável pelos efeitos relaxantes da cannabis, além disso, é amplamente utilizado como analgésico, sedativo e imunossupressor – mas não possui o princípio psicoativo da planta.
Deste modo, as substâncias da cannabis medicinal atuam no organismo de forma a aliviar determinados sintomas.
Para que serve cannabis medicinal?
De acordo com a Escola de Medicina de Harvard, a utilização mais comum da cannabis medicinal nos Estados Unidos é para o controle da dor, sendo bastante eficaz para as dores crônicas.
A cannabis medicinal também é um relaxante muscular, e pode diminuir os tremores na doença de Parkinson. Sua utilização também tem efeitos positivos na fibromialgia e endometriose e em pacientes no tratamento de câncer.
Outras condições que apresentaram resultados positivos com o uso da cannabis medicinal incluem epilepsia, ansiedade, glaucoma, náusea e outros problemas gastrointestinais. Entretanto, é importante ressaltar que, tal como todos os medicamentos sujeitos a receita médica, os produtos provindos da cannabis medicinal podem ter efeitos secundários.
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Saúde
Nosso hálito pode indicar presença de câncer de pulmão; saiba como
Pesquisadores criaram sensores ultrassensíveis em nanoescala que podem indicar a presença de câncer de pulmão a partir do hálito. O dispositivo analisa níveis de isopreno, produto químico que pode estar relacionado ao tumor.
No estudo, publicado na ACS Sensors, da Sociedade Química Americana, os cientistas chineses descrevem tentativas anteriores de criar sensores de gás concentrando óxidos de metal, em especial, o óxido de índio. No novo teste, decidiram refinar o equipamento para detectar isopreno no nível em que ele ocorre naturalmente na respiração.
O desafio era criar dispositivo altamente sensível, capaz de detectar níveis de isopreno na faixa de partes por bilhão (ppb). Além disso, seria necessário diferenciar o isopreno do vapor de água e dióxido de carbono exalados em conjunto.
Como foi feita a pesquisa para criar o dispositivo que detecta câncer de pulmão?
Após os testes com nanoflocos baseados em óxido de índio, os pesquisadores observaram que a combinação com platina e níquel apresentou o melhor desempenho. Os resultados mostraram níveis de isopreno tão baixos quanto 2 ppb, o que indica a alta sensibilidade do dispositivo, além da consistência de dados após nove usos.
Fora do laboratório, os cientistas incorporaram a tecnologia em equipamento portátil para uso médico. Eles introduziram a respiração coletada anteriormente de 13 pessoas, cinco delas com câncer de pulmão.
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O sensor detectou níveis de isopreno menores que 40 ppb em amostras de participantes com câncer e mais de 60 ppb de participantes sem câncer. Isso mostra, de acordo com o estudo, novo caminho para diagnóstico preciso da doença em clínicas.
“Nosso trabalho não apenas fornece avanço na triagem de câncer não invasiva e de baixo custo por meio da análise da respiração, mas, também, traz avanço ao design racional de materiais de detecção de gás de ponta”, dizem os pesquisadores.
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Saúde
É possível parar de envelhecer? Entenda o que diz a ciência
Imagine que seja possível retardar o envelhecimento, quanta coisa mudaria com isso não é mesmo? No entanto, será que isso é mesmo real? Segundo alguns cientistas alguns hábitos podem ajudar a “parar de envelhecer”.
Contudo, alguns estudos ainda estão em andamento e podem demorar a comprovar tal afirmação, ou encontrar uma solução para o que parece ser inevitável. Em um laboratório na Universidade Harvard, por exemplo, há uma pesquisa sobre porque envelhecemos. No entanto, conseguir parar de envelhecer pode não ser assim tão simples. Confira!
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Será que é possível parar de envelhecer?
Com mais de 200 mil seguidores no X (Twitter), o cientista David Sinclair ganhou notoriedade e muitos prêmios ao defender que é possível parar de envelhecer. De acordo com Sinclair, responsável pelo laboratório na Universidade Harvard que estuda sobre o envelhecimento, retardar essa etapa da vida é real. O cientista acredita que adotar alguns hábitos simples é a chave para alcançar mais tempo de vida.
No entanto, longe de parecer tão óbvio, o cientista acredita que em breve será possível ter medicamentos, que ainda estão sendo testados para esse fim, e afirma que com isso será provável conseguir até mesmo reverter o envelhecimento.
Sobretudo, retardar o envelhecimento pode não estar tão distante, segundo Sinclair. Afinal, o pesquisador tem trabalhado ativamente para isso: ele já reúne 35 patentes e fundou ou está envolvido com uma série de empresas de biotecnologia, incluindo aquelas focadas em evitar o envelhecimento.
Além disso, os investimentos nesse tema não estão para brincadeira, segundo um artigo da BBC, o banco Merrill Lynch avaliou essa indústria em 2019 e afirma que ela movimenta US$ 110 bilhões, com expectativas de atingir US$ 600 bilhões em 2025.
Sinclair, que é referência no assunto, também carrega em seu currículo um best-seller do The New York Times, o livro intitulado “Tempo de Vida”. É nessa publicação que ele afirma a frase polêmica: “[…] ao contrário do que pensamos hoje, envelhecer não é inevitável.”
Telômeros associados ao envelhecimento celular
Além de Sinclair, outros cientistas ficaram conhecidos por suas descobertas relacionadas a possibilidade de parar o envelhecimento. Uma delas, é a brilhante Elizabeth H. Blackburn, ganhadora do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2009.
A descoberta da sequência dos telômeros em Tetrahymena por Elizabeth abriu caminhos para entender que os telômeros recrutam proteínas específicas para a ponta dos cromossomos que irão estabilizá-lo e conferir proteção. Sendo assim, há a aplicação sobre a relação entre telômeros, envelhecimento e câncer.
Desenvolvimento de mecanismos celulares
De acordo com o gerontologista e biomédico Aubrey de Grey, é possível estender a vida humana se dominarmos mecanismos de rejuvenescimento celular.
Com mais de duas décadas de pesquisas, Aubrey conquistou o reconhecimento por ter desenvolvido o conceito das estratégias para a senescência negligenciada projetada.
Essa sequência seria um conjunto abrangente de métodos para reverter o efeito do tempo no corpo humano, prevenindo problemas de saúde e mortalidade relacionados à idade. Ou seja, seu foco está na reversão do tempo nas células humanas e não nas doenças que possam afetar um indivíduo.
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