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Saúde

Cidades com muitas luzes podem aumentar sua chance de ter insônia

Redação Informe 360

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A crescente exposição à luz artificial à noite (ALAN) nas áreas urbanas tem causado um aumento nos níveis de insônia, não apenas nas grandes cidades, mas também em cidades de médio e pequeno porte, especialmente na China.

Um estudo conduzido pela Southern University of Science and Technology e publicado no jornal JAMA Network Open analisou dados de mídia social e imagens de satélite de 336 cidades entre maio de 2022 e abril de 2023.

Foram analisadas mais de 1,1 milhão de postagens relacionadas à insônia na plataforma Weibo, que é popular entre os jovens adultos, o principal grupo demográfico dessa rede social.

Os pesquisadores encontraram uma forte associação entre o aumento da ALAN e a insônia, destacando que as cidades menores e de rápido crescimento apresentaram uma maior incidência de distúrbios do sono, em comparação com as grandes metrópoles.

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Meditação pode ajudar a contornar insônia
Luzes artificiais das cidades atrapalham nosso sono, e não ocorre apenas em cidades grandes – Imagem: Tero Vesalainen / Shutterstock

Grandes centros urbanos precisam se preocupar mais com a poluição da luz

  • Esse fenômeno pode ser explicado pela rápida urbanização da China, que transformou seu cenário rural em urbano em um ritmo acelerado nos últimos 75 anos, sem uma atenção adequada à poluição luminosa.
  • Embora a luz artificial seja frequentemente associada a problemas de saúde internos, como a emissão de luz por telas, a poluição luminosa proveniente da infraestrutura urbana também afeta profundamente o sono humano, perturbando a produção de melatonina e afetando os ritmos biológicos.
  • O estudo sugere que os planejadores urbanos devem incorporar políticas para reduzir a poluição luminosa, especialmente em cidades menores e em desenvolvimento, onde os regulamentos ainda são insuficientes.

A pesquisa aponta que um planejamento de iluminação noturna mais racional pode melhorar o bem-estar da população, reduzindo os efeitos negativos da ALAN na saúde pública. O estudo enfatiza a importância de políticas locais para mitigar a poluição luminosa e seus impactos na saúde.

Estudo aponta a necessidade de um planejamento urbano mais consciente da poluição luminosa – Imagem: Denis Mironov/Shutterstock

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Saúde

Nova vacina oral probiótica estimula sistema imune contra o câncer

Redação Informe 360

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Um artigo publicado neste sábado (22) na Nature Communications descreve uma vacina oral que usa bactérias probióticas para estimular o sistema imunológico a combater tumores. O método combina microrganismos geneticamente modificados com nanopartículas de ferritina que exibem dois antígenos tumorais, e já apresentou resultados positivos em modelos pré-clínicos de melanoma.

A estratégia é engenhosa: a bactéria probiótica é programada para se “autodestruir” dentro do intestino quando estimulada por arabinose, liberando partículas de ferritina cheias de antígenos. Essas nanopartículas conseguem atravessar a barreira intestinal por meio de células especiais chamadas M-cells, alcançando células do sistema imune local.

Ao chegar lá, elas ativam células dendríticas mucosas, que iniciam uma reação imune forte e bem direcionada — com participação de células T (CD8+ e CD4+), células B e macrófagos. Além disso, o sistema gera memória imunológica, o que sugere proteção a longo prazo, tudo isso sem desequilibrar a imunidade normal do organismo ou do intestino.

Estudo identifica sinal que desliga células T e mostra como reativar o sistema imune no combate ao câncer
Novo procedimento direciona as defesas do próprio indivíduo contra o câncer (Imagem: Lightspring / Shutterstock.com)

Como a nova vacina oral contra o câncer funciona?

A vacina usa uma bactéria probiótica modificada para produzir nanopartículas de ferritina decoradas com dois antígenos tumorais: OVA (um antígeno modelo) e TRP2 (associado ao melanoma). Essas nanopartículas são organizadas de forma multivalente, o que significa que muitos antígenos ficam expostos em uma só partícula — isso ajuda o sistema imune a reconhecê-los melhor.

Quando o probiótico chega ao intestino, a arabinose induz sua lise (ruptura), liberando as partículas. Então, as nanopartículas usam células M para cruzar para o interior do tecido imunológico intestinal, onde são captadas por células dendríticas que iniciam a resposta adaptativa.

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Resultados obtidos em modelos animais

Nos experimentos com camundongos portando melanoma, os pesquisadores observaram:

  • Ativação forte de linfócitos T CD8+ e CD4+, células cruciais para atacar células tumorais.
  • Estímulo de células B e macrófagos, reforçando a resposta imunológica de forma mais ampla.
  • Diminuição de células T reguladoras (Tregs), que normalmente poderiam frear a resposta imune — algo positivo para efeitos antitumorais.
  • Indução de memória imunológica duradoura, indicando que o sistema pode “lembrar” dos antígenos e manter a proteção.
  • Em modelos de melanoma com metástase pulmonar ou tumores subcutâneos, os animais vacinados tiveram redução no crescimento tumoral.
  • Tudo isso foi conseguido sem provocar desequilíbrios imunológicos no organismo ou no intestino, segundo os autores.
camundongo
Testes foram feitos em camundongos portando melanoma, que reagiram positivamente ao tratamento (Imagem: Egoreichenkov Evgenii / Shutterstock.com)

Vantagens da abordagem para humanos

A vacina oral traz diversas vantagens: por ser administrada via bucal, dispensa agulhas. A lise bacteriana controlada permite que os antígenos sejam liberados exatamente onde são mais eficazes — no intestino.

A estrutura multivalente das nanopartículas de ferritina reforça a apresentação de antígenos, aumentando a potência imunogênica. Além disso, a indução de memória imunológica sugere que a vacina pode exercer efeitos terapêuticos duradouros.

Desafios para avançar para clínica

Apesar dos resultados promissores, a transição para uso clínico ainda enfrenta obstáculos. A lise bacteriana precisa ser muito bem calibrada para evitar inflamação ou efeitos adversos. Há ainda a necessidade de escalar a produção dessa cepa modificada e das nanopartículas com rigor de qualidade farmacêutica.

câncer intestino
Testes com humanos dependem de mais etapas, inclusive superar barreiras regulatórias (Imagem: mi_viri / Shutterstock.com)

Também existe uma forte barreira regulatória: terapias baseadas em microrganismos vivos demandam avaliação complexa para serem aprovadas. Por fim, os modelos em camundongos nem sempre se traduzem diretamente para humanos, o que exige mais estudos antes de qualquer aplicação clínica.

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Importância científica

O trabalho se insere numa tendência promissora da biomedicina moderna: usar microrganismos vivos como “ferramentas terapêuticas” (às vezes chamados de “drogas vivas”). Essas terapias aproveitam a capacidade natural das bactérias de interagir com o sistema imunológico para entregar antígenos de forma controlada.

Usar nanopartículas de ferritina para organizar os antígenos de maneira multivalente é especialmente inteligente, porque aumenta a “visibilidade” desses antígenos para as células imunes, potencializando a resposta sem precisar de adjuvantes muito agressivos.

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Saúde

Vírus comum pode ser a chave do lúpus, dizem cientistas

Redação Informe 360

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Pesquisadores da Stanford Medicine encontraram a evidência mais forte até hoje de que o vírus Epstein-Barr (EBV) — presente em até 95% dos adultos — pode ser o gatilho direto para o lúpus, doença autoimune crônica que atinge cerca de milhões de pessoas globalmente.

O estudo descreve como o vírus sequestra células do sistema imunológico e as transforma em “células motoras” da inflamação.

“Esta é a descoberta mais impactante da minha carreira”, afirmou William Robinson, chefe da Divisão de Imunologia e Reumatologia de Stanford. “Acreditamos que se aplica a 100% dos casos de lúpus.”

Cientistas descobrem novo tratamento para lúpus
Estudo de Stanford identifica mecanismo que transforma células de defesa em agentes inflamatórios – Imagem: Velimir Zeland / Shutterstock

Detalhes do estudo

  • A pesquisa mostra que o EBV se instala em células B, responsáveis por produzir anticorpos e ativar outras células imunológicas.
  • Em pessoas saudáveis, apenas uma em cada 10.000 células B carrega o vírus; em pacientes com lúpus, esse índice sobe para uma em cada 400 — um aumento de 25 vezes.
  • A chave desse processo é a proteína viral EBNA2, que reprograma as células B e ativa genes pró-inflamatórios.

Leia também:

Pesquisa pode redefinir estratégias de prevenção e tratamento do lúpus – Imagem: Ratchaneekorn – Shutterstock

Como o vírus desencadeia a autoimunidade

Essa reprogramação leva as células B infectadas a ativarem células T auxiliares, provocando uma cascata inflamatória que ataca o próprio material celular do organismo — marca registrada do lúpus. Mulheres são as mais afetadas, por motivos ainda desconhecidos.

Embora muitos pacientes controlem a doença com medicação, cerca de 5% enfrentam complicações graves.

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As conclusões também reforçam a hipótese de que o EBV possa participar do desenvolvimento de outras doenças autoimunes, como esclerose múltipla e artrite reumatoide. Agora, cientistas investigam se apenas certas cepas do vírus são capazes de acionar esse mecanismo.

Robinson e colegas trabalham em novas abordagens terapêuticas, incluindo a eliminação profunda de células B infectadas. “Pela primeira vez, temos uma explicação biológica clara para o papel do EBV no lúpus”, disse ele. O estudo foi publicado na Science Translational Medicine.

Letras formando a palavra "Lúpus"'
Mecanismo identificado abre caminho para novas terapias focadas em células B infectadas – Imagem: Fox_Ana/Shutterstock

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Saúde

Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina

Redação Informe 360

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A inteligência artificial na medicina já não é uma promessa distante — ela está acontecendo agora. Para especialistas, o debate atual não gira mais em torno do “se”, mas do “como” usar essa tecnologia com segurança e responsabilidade. O tema ganhou força justamente pelo impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas.

Mesmo entre defensores da inovação, permanece a preocupação central: garantir que os algoritmos sejam confiáveis e sustentados por boas práticas. Sem essa base, a tecnologia corre o risco de comprometer diagnósticos e condutas, como destaca reportagem do G1.

Impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas intensifica o debate sobre critérios, segurança e qualidade dos algoritmos.
Impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas intensifica o debate sobre critérios, segurança e qualidade dos algoritmos. Créditos: Phanphen Kaewwannarat / iStock

IA na saúde exige responsabilidade

Os debates mais recentes deixam evidente que a IA já está no cotidiano da medicina. Mas, como alertou o médico Charles Souleyman, diretor-executivo da Rede Total Care, usar tecnologia apenas para acelerar atendimentos pode gerar efeitos indesejados.

Ele critica modelos de telemedicina baseados em consultas rápidas e pouco aprofundadas. “O resultado é uma consulta de péssima qualidade, com um agravante: provavelmente, será solicitado um número excessivo de exames”.

O desafio, portanto, é incorporar essas ferramentas sem transformar o atendimento em algo automático ou sem critério. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas precisa ser usada de maneira cuidadosa.

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Debates mostram que incorporar IA sem avaliação rigorosa pode tornar o atendimento automático e menos preciso.
Debates mostram que incorporar IA sem avaliação rigorosa pode tornar o atendimento automático e menos preciso. Imagem: Natali _ Mis/Shutterstock

Algoritmos bem treinados fazem toda a diferença

Para que a inteligência artificial realmente contribua com decisões clínicas, ela precisa se apoiar em bases de dados sólidas. Isso torna a qualidade e a validação dos algoritmos fatores essenciais.

Os dados precisam de robustez e é fundamental saber se o algoritmo foi bem treinado, se a validação é consistente.

Carlos Sacomani, urologista e especialista em projetos de telemedicina, durante o FISweek 2025, evento dedicado a inovação e tendências em saúde.

Ele também chama atenção para um ponto importante: alguns produtos do mercado prometem resolver qualquer demanda, mas nem sempre entregam o que anunciam. Sem validação adequada, a IA pode gerar uma falsa sensação de precisão — algo perigoso em ambientes médicos.

O que torna um algoritmo confiável?

  • Uso de bases de dados amplas e representativas.
  • Validações consistentes antes da aplicação clínica.
  • Transparência sobre limitações e cenários de uso.
  • Atualizações frequentes conforme surgem novos estudos.
  • Revisão constante por profissionais especializados.
IA ajuda médicos a priorizar dúvidas, sugerir abordagens e otimizar o fluxo interno, elevando a qualidade do atendimento.
IA ajuda médicos a priorizar dúvidas, sugerir abordagens e otimizar o fluxo interno, elevando a qualidade do atendimento. Imagem: Shutterstock/Adisak Riwkratok

Profissionais precisam ser treinados para usar IA

Souleyman também destaca um problema que ainda está longe de ser resolvido: a formação dos profissionais de saúde para trabalhar com IA. Segundo ele, a capacitação ainda não faz parte das grades das faculdades de medicina, criando uma lacuna importante.

Esse preparo é indispensável. Afinal, a tecnologia exige médicos capazes de fazer as perguntas certas e interpretar sugestões com senso crítico.

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Além disso, consultas assistidas por IA podem melhorar a experiência do paciente. A ferramenta pode ajudar o médico a organizar dúvidas comuns, sugerir falas mais acolhedoras e até indicar exames complementares — sempre com supervisão humana. No dia a dia, a IA também pode agilizar fluxos internos, otimizar o tempo do especialista e tornar o atendimento mais eficiente.

As discussões do FISweek 2025 mostram que a inteligência artificial tem potencial para transformar tanto o cuidado ao paciente quanto a gestão hospitalar. Mas isso só será viável com validação rigorosa, critérios bem definidos e profissionais preparados para usá-la de maneira ética e consciente.

O post Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina apareceu primeiro em Olhar Digital.

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