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A pirataria está aumentando – e o alvo agora são os streamings

Redação Informe 360

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Não vou mentir para vocês: eu comprei uma vez um DVD pirata. Era do filme Troia (2004), com o Brad Pitt. Juro que me arrependi. Não é para dar uma de bom moço, não, mas a imagem era horrível, toda granulada e tinha até gente conversando ao fundo da gravação mal feita dentro de uma sala de cinema.

De lá para cá se passaram 20 anos e a pirataria se modernizou. Milhares de sites passaram a hospedar filmes e séries na internet. Vários desses endereços eram derrubados regularmente, mas sempre apareciam novos.

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Foi nesse contexto que surgiu a Netflix, em 2010, nos Estados Unidos. No Brasil, a plataforma chegou um ano depois, mas foi se popularizar mesmo após 2015.

O preço acessível com vídeos em alta definição e um catálogo extenso era um combo perfeito para o público. A Netflix chegou custando R$ 15 em nosso mercado.

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A história se repetiu em grande parte do mundo e o número de acessos a sites piratas diminuiu consideravelmente. Em 2020, na pandemia, as visitas globais a sites de pirataria de vídeo caíram para 104 bilhões, segundo relatório do rastreador de dados Muso.

Em 2023, porém, esse número voltou a subir para aproximadamente 141 bilhões — uma alta de quase 40%.

O que teria levado a essa alta?

Não existe um estudo que responda a essa pergunta. Mas podemos levantar algumas – boas – hipóteses.

  • Os serviços de streaming ficaram mais caros nos últimos anos – e os preços continuam sendo reajustados.
  • No Brasil, por exemplo, a assinatura premium da Netflix está em R$ 55,90.
  • Some isso às novas políticas das empresas de repressão ao compartilhamento de senhas.
  • Desde o ano passado, o usuário deve pagar mais R$12,90 para cada residência extra usando a mesma senha.
  • Tem ainda as cobranças adicionais para evitar anúncios.
  • E, por fim, o excesso de assinaturas devido ao grande número de serviços disponíveis.
  • Se você assinar todos os grandes streamings disponíveis, você vai gastar (fácil) mais de R$ 150.

O Brasil não é o problema

Para ser justo, o Brasil não está na lista dos países que mais acessaram sites piratas de vídeo nos últimos meses.

Dados da empresa Muso mostram que os líderes isolados nesse quesito são Estados Unidos e Índia, seguidos de longe pela Rússia.

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Imagem: Gráfico de pesquisa/Muso

Os EUA possuem, hoje, aproximadamente 130 sites de pirataria por assinatura. Esse número era muito maior, mas desde 2020 o Legislativo aprovou um texto que transformou a gestão de uma operação ilegal de streaming em crime – antes era considerado apenas uma contravenção.

De lá para cá mais de 1.200 endereços ilegais foram retirados do ar. E alguns dos responsáveis foram presos e condenados a pagar multas caríssimas.

A Motion Picture Association (MPA), um grupo comercial que representa os estúdios de Hollywood, estima que os três principais sites ilegais ativos tenham, juntos, cerca de 2 milhões de assinantes mensais.

Eles gastam entre US$ 5 e US$ 10 para ter acesso a filmes, séries, programas de TV e esportes ao vivo. Uma assinatura para tudo. E mais barata que os US$ 15 da Netflix ou os quase US$ 14 do Disney+ – que podem subir para US$ 20.

De US$ 5 em US$ 5, alguns serviços ilegítimos arrecadam mais de US$ 2 bilhões anualmente.

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Força-tarefa contra a pirataria

Em 2017, a MPA criou a chamada “Aliança para a Criatividade e o Entretenimento”. Trata-se de uma força-tarefa de fiscalização composta por cerca de 100 detetives que circulam pelo mundo para ajudar as autoridades locais a prender piratas de streaming.

O grupo é liderado por Jan van Voorn, um veterano da Interpol e do Corpo de Fuzileiros Navais, especialista no combate ao tráfico de drogas.

O trabalho de chegar aos responsáveis não é simples, uma vez que os pagamentos das assinaturas são muitas vezes feitos em criptomoedas não rastreáveis.

O fuzileiro diz trabalhar em parceria com a Europol, a Interpol e as forças policiais nacionais dedicadas ao roubo de propriedade intelectual e ao cibercrime.

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Segundo ele, são necessárias “duas semanas para desmantelar as operações de uma unidade ilegal no Egito e até quatro meses na Espanha”.

Charlie Rivkin , diretor executivo da MPA, dá apoio integral ao trabalho dessa força-tarefa e é enfático ao criticar os streamings piratas: “Isso é crime organizado”, afirmou.

As informações são da Bloomberg.

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O que é rabdomiólise? Entenda por que a urina ficou preta depois de treinar

Redação Informe 360

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A cena é cada vez mais comum em consultórios, especialmente em tempos de academias cheias e após ondas de calor: a pessoa exagera na dose de exercícios e, pouco tempo depois, leva um susto ao olhar para o vaso sanitário. O que parece ser ”urina preta” é, na verdade, um marrom avermelhado muito escuro, cuja intensidade pode enganar os olhos dependendo da luz do ambiente.

Esse fenômeno se chama rabdomiólise e ocorre quando o entusiasmo supera o preparo físico, gerando um “curto-circuito” nos músculos que acaba sobrecarregando os rins. Antes de se desesperar, no entanto, é preciso entender exatamente por que o seu treino pesado foi parar na sua urina.

Rabdomiólise: qual a relação entre treinar pesado e fazer xixi mais escuro que o normal?

É fundamental esclarecer que a urina escura pode ser sinal de várias condições, desde uma desidratação severa até problemas no fígado (como hepatite) ou pedras nos rins. No entanto, quando esse sintoma surge horas ou dias após um esforço físico exagerado, acompanhado de dor muscular intensa, o diagnóstico provável aponta para a rabdomiólise.

A rabdomiólise é, em termos simples, a morte das fibras musculares. Quando você submete o músculo a um estresse muito superior ao que ele está condicionado a suportar, ocorre uma ruptura agressiva das células musculares (miócitos).

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Ao se romperem, essas células liberam seu conteúdo interno diretamente na corrente sanguínea. O “vilão” dessa história é uma proteína chamada mioglobina. Em condições normais, a mioglobina fica guardada dentro do músculo, onde tem a nobre função de armazenar oxigênio e fornecer energia para a contração muscular. Porém, quando liberada no sangue em grandes quantidades devido à lesão muscular, ela se torna tóxica para o sistema renal.

O caminho do “líquido” até a urina

Infográfico de cor de urina gradiente
Infográfico de cor de urina gradiente (Imagem: Reprodução/Freepik)

O sangue carrega essa “sopa” de restos celulares (que inclui potássio, cálcio e a mioglobina) até os rins, que funcionam como o filtro do nosso corpo. O problema é que a molécula de mioglobina é grande e pesada para os delicados túbulos renais.

Ao tentar filtrar esse excesso, os rins ficam sobrecarregados. A mioglobina pode obstruir os túbulos renais e causar uma toxicidade direta nas células do órgão. A cor escura da urina é, literalmente, a presença dessa mioglobina (pigmento avermelhado) que foi filtrada e excretada, sinalizando que seus rins estão lutando para limpar a sujeira deixada pelo treino excessivo.

Sintomas, perigos e tratamento da rabdomiólise

Além da cor característica da urina, o quadro clássico envolve outros sintomas físicos evidentes. A região muscular afetada costuma apresentar uma rigidez severa e o paciente muitas vezes mal consegue esticar os braços ou andar, dependendo do local da lesão. Há inchaço, sensibilidade ao toque e uma dor desproporcional àquela “dorzinha” clássica de pós-treino comum.

Se não tratada, a rabdomiólise é perigosa e pode evoluir para uma lesão renal aguda (falência dos rins). Em casos extremos, o desequilíbrio de eletrólitos, especificamente o aumento súbito de potássio no sangue, liberado pelos músculos rompidos, pode causar arritmias cardíacas e levar à morte.

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O diagnóstico é feito via exame de sangue, medindo a enzima CPK (Creatinoquinase). Enquanto um nível normal de CPK gira em torno de 200 a 300 u/L, pacientes com rabdomiólise podem apresentar níveis de 20.000, 50.000 ou mais.

A boa notícia é que tem cura. O tratamento baseia-se em hidratação agressiva (geralmente soro na veia em ambiente hospitalar) para “lavar” os rins e diluir a mioglobina, além do controle dos níveis de potássio e repouso absoluto.

Atletas x sedentários: o perigo mora no exagero

Mulher atlética bebendo água no chão do ginásio
Mulher atlética bebendo água no chão do ginásio (Imagem: Drazen Zigic/Freepik)

Existe um mito de que isso só acontece com fisiculturistas ou ultramaratonistas. Na verdade, a literatura médica indica que qualquer pessoa pode desenvolver o quadro. O fator determinante não é o peso que se levanta, mas a intensidade relativa ao condicionamento da pessoa.

Um atleta olímpico pode ter rabdomiólise se for levado ao extremo, assim como um sedentário que decide fazer uma aula experimental de spinning ou cross training e tenta acompanhar o ritmo dos veteranos sem preparo prévio. Casos relatados na mídia mostram que a condição atinge jovens saudáveis que ignoraram os limites do próprio corpo na ânsia por resultados rápidos.

Como prevenir a rabdomiólise?

A prevenção da rabdomiólise passa longe de “não treinar”. O exercício é vital para a saúde. A prevenção envolve, primordialmente, respeitar a progressão de carga e intensidade.

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Para evitar que o treino vire um caso médico, as recomendações são:

  1. Hidratação constante: a água ajuda os rins a filtrarem impurezas. Treinar desidratado aumenta drasticamente o risco de lesão renal.
  2. Não pule etapas: se você é sedentário, não tente levantar 50 kg no supino ou fazer 100 agachamentos no primeiro dia. O corpo precisa de adaptação.
  3. Escute a dor: se o exercício está gerando uma dor aguda ou exaustão extrema durante a execução, pare.
  4. Cuidado com o calor: treinar em dias muito quentes aumenta o estresse térmico e a desidratação, facilitando a ruptura muscular.
Rabdomiólise pode matar?

Sim! Se não tratada rapidamente, a condição pode evoluir para insuficiência renal aguda (falência dos rins) e causar desequilíbrios eletrolíticos graves (especialmente excesso de potássio), levando a arritmias cardíacas que podem ser fatais.

É ocasionada por outros hábitos além do exagero na atividade física?
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Sim. Além do esforço físico extremo, a rabdomiólise pode ser causada por traumas musculares (esmagamentos em acidentes), consumo excessivo de álcool, uso de drogas (como cocaína e anfetaminas), certos medicamentos (como estatinas), infecções graves ou insolação severa.

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Os 10 melhores jogos do Nintendo Switch 2 para você curtir nestas férias

Redação Informe 360

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Lançado no dia 5 de junho de 2025, o console Nintendo Switch 2 já conta com um catálogo de peso, reunindo jogos que se destacam não apenas pelo apelo comercial, mas também pela excelência técnica, narrativa e de jogabilidade. Com base nas notas atribuídas pela crítica internacional no site Metacritic, é possível traçar um panorama dos títulos mais bem avaliados disponíveis para o console. 

A lista a seguir reúne os dez jogos que lideram esse ranking, trazendo informações essenciais como sinopse, data de lançamento para o Nintendo Switch 2, desenvolvedora e a respectiva pontuação obtida no agregador.

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Top 10: melhores jogos do Nintendo Switch 2

Os games listados a seguir também foram lançados em 2025 e estão fazendo muito sucesso no console. Confira quais são os títulos que mais se destacaram este ano. 

1. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Aclamada continuação de “Breath of the Wild”, esta aventura leva Link a explorar não apenas Hyrule, mas também suas ilhas flutuantes nos céus e vastas áreas subterrâneas, oferecendo liberdade criativa e mecânicas inovadoras como construção e fusão de objetos. A versão para Switch 2 traz melhorias gráficas e desempenho refinado.

  • Data de lançamento: 5 de junho de 2025
  • Desenvolvedora: Nintendo EPD
  • Nota no Metacritic: 95
  • Preço: R$ 499,90

2. The Legend of Zelda: Breath of the Wild

Bug em 'The Legend of Zelda: Breath of the Wild' faz jogador acertar castelo de Hyrule com flecha a 2,6 km
Personagem principal do game (Imagem: Nintendo/Divulgação)

Este marco dos jogos de mundo aberto redefine o gênero ao colocar o jogador no controle de Link em uma vasta Hyrule repleta de desafios, enigmas e liberdade de exploração. A edição para Switch 2 eleva a experiência com melhorias técnicas e visuais.

  • Data de lançamento: 5 de junho de 2025
  • Desenvolvedora: Nintendo EPD
  • Nota no Metacritic: 95
  • Preço: R$ 439,90

3. Hades II

Hades II
Capa do game (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Continuação do premiado roguelike de ação, Hades II põe os jogadores na pele de Melinoë, filha de Hades, em uma jornada repleta de combate rápido, narrativa envolvente e sistemas de progressão que incentivam múltiplas replays.

  • Data de lançamento: 25 de setembro de 2025
  • Desenvolvedora: Supergiant Games
  • Nota no Metacritic: 95
  • Preço: R$ 82,42 até 06/01/2026

4. Hollow Knight: Silksong

Hollow Knight: Silksong
Hollow Knight: Silksong (Imagem: Team Cherry / Divulgação)

Sequência aguardada do aclamado metroidvania, Silksong coloca Hornet em um novo reino repleto de criaturas perigosas e segredos a desvendar. A versão Switch 2 oferece apresentação e desempenho adequados ao novo hardware.

  • Data de lançamento: 4 de setembro de 2025
  • Desenvolvedora: Team Cherry
  • Nota no Metacritic: 91
  • Preço: R$ 47,99 até 05/01/2026

5. Donkey Kong Bananza

Jogo Donkey Kong Bananza
Personagens Donkey Kong e Pauline (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Uma reinvenção da franquia Donkey Kong em plataforma 3D, combinando ação e exploração com mecânicas de destruição e cooperação. O título destaca-se por seu design de fases e apelo tanto para fãs antigos quanto para novos jogadores. 

  • Data de lançamento: 17 de julho de 2025
  • Desenvolvedora: Nintendo EPD
  • Nota no Metacritic: 91
  • Preço: R$ 439,90

6. Trails in the Sky 1st Chapter

Trails in the Sky 1st Chapter
Cena de combate em Trails in the Sky 1st Chapter (Imagem: Nihon Falcom/Divulgação)

Remake de um clássico RPG japonês, este título revitaliza o primeiro capítulo da saga The Legend of Heroes com gráficos 3D atualizados, combate por turnos e narrativa rica em personagens e eventos. 

  • Data de lançamento: 19 de setembro de 2025
  • Desenvolvedora: Nihon Falcom
  • Nota no Metacritic: 90
  • Preço: R$ 228,67 até 08/01/2026

7. Split Fiction

imagem do jogo split fiction com as duas protagonistas
Cena do jogo Split Fiction com as duas protagonistas (Imagem: Divulgação/Hazelight Studios)

Ação e aventura cooperativa que mistura mundos de ficção científica e fantasia. Jogadores exploram cenários criativos como escritores presos em suas próprias histórias, enfrentando desafios que exigem cooperação e estratégia.

  • Data de lançamento: 5 de junho de 2025
  • Desenvolvedora: Hazelight Studios
  • Nota no Metacritic: 89
  • Preço: R$ 249,00

8. Street Fighter 6

Capa do jogo Street Fighter 6 (Imagem: Divulgação/Capcom)

A mais recente entrada na icônica série de jogos de luta da Capcom. Com modos de jogo variados, um elenco diversificado de lutadores e sistemas de combate acessíveis e profundos, Street Fighter 6 mantém-se como um dos principais títulos competitivos.

  • Data de lançamento: 5 de junho de 2025
  • Desenvolvedora: Capcom
  • Nota no Metacritic: 87
  • Preço: R$ 95,50 até 02/01/2026

9. Atelier Ryza: Secret Trilogy Deluxe Pack

Atelier Ryza: Secret Trilogy Deluxe Pack
Coleção conta com os três títulos da franquia (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Coletânea que reúne os três títulos da série Atelier Ryza, com conteúdo adicional, novos personagens e melhorias visuais. O pacote oferece uma experiência extensa de JRPG com elementos de criação de itens e batalhas em turnos.

  • Data de lançamento: 13 de novembro de 2025
  • Desenvolvedora: Gust Co. Ltd.
  • Nota no Metacritic: 87
  • Preço: R$ 514,00

10. FINAL FANTASY TACTICS – The Ivalice Chronicles

FINAL FANTASY TACTICS - The Ivalice Chronicles
Capa oficial do game na Nintendo (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Nova edição de um clássico do gênero tático, combinando elementos estratégicos e narrativa profunda. Esta versão inclui melhorias de interface, diálogos dublados e ajustes modernos que facilitam a experiência no Nintendo Switch 2.

  • Data de lançamento: 30 de setembro de 2025
  • Desenvolvedora: Square Enix
  • Nota no Metacritic: 87
  • Preço: R$ 199,60 até 05/01/2026

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Conheça a “vida estranha” que mora nas profundezas do Ártico

Redação Informe 360

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Cientistas descobriram espaço de grande concentração de vida marinha incomum a mais de dois quilômetros de profundidade no Oceano Ártico, no que se tornou o exemplo mais profundo já conhecido de um ambiente chamado infiltração fria de hidratos de gás, segundo um novo estudo publicado na revista Nature Communications.

No local, vivem vermes tubulares, caracóis, crustáceos e microrganismos que se alimentam de gases, como metano e petróleo bruto, que vazam do fundo do mar.

Imagem obtida por ROV de um monte de hidrato de gás parcialmente colapsado na Depressão de Molloy
Imagem obtida por ROV de um monte de hidrato de gás parcialmente colapsado na Depressão de Molloy (montículos de Freya); o monte abriga vermes frenulados e crustáceos (Imagem: UiT/Ocean Census/REV Ocean)

Onde o ecossistema foi encontrado

  • O ecossistema foi encontrado a cerca de 3,5 quilômetros abaixo da superfície, no Mar da Groenlândia, durante a expedição Ocean Census Arctic Deep EXTREME24, realizada em 2024;
  • Os pesquisadores utilizaram um veículo operado remotamente para explorar a região;
  • De acordo com o estudo, o local recém-descoberto é mais de 1,5 km mais profundo do que qualquer outra infiltração fria de hidratos de gás já documentado;
  • Os chamados vazamentos de hidrato de gás são áreas do leito marinho que liberam grandes quantidades de gases, como o metano;
  • O novo sítio, batizado de montes de hidratos de gás Freya, revelou-se um conjunto de montes repletos de hidratos de gás, dos quais vazam petróleo bruto e metano, sustentando uma comunidade biológica densa em um ambiente onde não há luz solar.

A descoberta lança nova luz sobre esses ambientes, que desempenham um papel no clima e no ciclo do carbono e sustentam ecossistemas quimiossintéticos — organismos que se alimentam de substâncias químicas do fundo do mar em vez de energia solar. Giuliana Panieri, cientista-chefe da expedição e autora principal do estudo, relatou ter gritado de empolgação ao ver as primeiras imagens do local.

“Foi uma loucura porque vimos vários desses montes, que estão cheios de hidratos de gás, e todos os organismos vivendo ali”, disse Panieri, que também é professora da Universidade de Tromsø – A Universidade Ártica da Noruega e diretora do Instituto de Ciências Polares do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, em entrevista ao 404 Media.

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“O que é fascinante quando temos esse tipo de expedição são os organismos que vivem lá embaixo”, acrescentou. “A uma profundidade de quase quatro mil metros, você tem esses oásis densos de organismos. Eu sei que há muitas espécies novas. Tenho que admitir, foi muito emocionante.”

Como a equipe chegou à região no Ártico

A equipe decidiu explorar a região após detecções anteriores de enormes plumas de bolhas gasosas subindo do fundo do mar. Uma dessas plumas media cerca de 3,2 quilômetros de altura, sendo a mais alta já registrada desse tipo nos oceanos. Embora os cientistas esperassem encontrar atividade geológica, a abundância de montes ricos em gás e o ecossistema associado surpreenderam os pesquisadores.

Além dos montes Freya, a expedição também explorou ecossistemas associados a fontes hidrotermais no fundo do mar próximo, no Estreito de Fram. As fontes hidrotermais se formam em fissuras do leito marinho, onde água quente rica em minerais irrompe no oceano e também são conhecidas por abrigar ecossistemas quimiossintéticos ricos.

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Algumas das formas de vida encontradas nos montes de Freya
Algumas das formas de vida encontradas nos montes de Freya (Imagem: UiT/Ocean Census/REV Ocean)

Os resultados indicaram que os organismos que vivem nas infiltrações de hidratos de gás e nos sistemas de fontes hidrotermais são aparentados, sugerindo uma conectividade ecológica no Ártico que não é observada em outras regiões do oceano.

“O Estreito de Fram, no Ártico, é um lugar raro onde fontes hidrotermais profundas e infiltrações ocorrem próximos uns dos outros”, afirmou Jon Copley, coautor do estudo e professor de exploração oceânica e comunicação científica da Universidade de Southampton, em e-mail ao 404 Media.

“O Ártico profundo também é uma parte do mundo onde não há tantas espécies de águas profundas quanto em outras regiões, porque a vida marinha profunda ainda está se recuperando de quando uma espessa camada de gelo cobriu grande parte do oceano, há cerca de 20 mil anos”, continuou.

“Mas fontes hidrotermais e infiltrações frias são uma parte importante da biodiversidade de águas profundas hoje, porque a vida continuou nesses oásis quimiossintéticos sob o oceano coberto de gelo.”

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Os hidratos de gás também armazenam enormes volumes de gases de efeito estufa, como o metano, que podem ser liberados caso a temperatura dos oceanos aumente, tornando esses ambientes um fator de incerteza para previsões climáticas.

Embora os montes Freya sejam profundos demais para serem afetados diretamente pelo aquecimento dos oceanos, a descoberta ajuda a preencher lacunas no mapeamento dessas áreas ricas em gás e petróleo no fundo do mar.

Esses locais também são considerados potenciais alvos para exploração de recursos, como perfuração offshore de petróleo e mineração em águas profundas. Um dos principais objetivos da expedição Ocean Census Arctic Deep é justamente explorar essas regiões remotas, documentar sua atividade ecológica e avaliar sua vulnerabilidade a futuras atividades industriais.

“Pesquisas já estabeleceram que fontes hidrotermais devem ser protegidas da mineração em águas profundas em qualquer lugar do mundo, por causa das colônias únicas de espécies que vivem ao seu redor”, disse Copley. “Nosso estudo indica que infiltrações frias profundas no Ártico precisarão de proteção semelhante, porque fazem parte da mesma teia de vida das fontes hidrotermais nessa região.”

Segundo ele, “sem dúvida, há mais infiltrações profundas de hidratos de metano, como os montes Freya no Ártico, já que outras plumas profundas de bolhas foram detectadas nas proximidades”.

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O pesquisador acrescentou que a descoberta reforça a necessidade de cautela e proteção caso o governo da Noruega retome planos de mineração em águas profundas, atualmente suspensos pelo parlamento do país, mas passíveis de reversão no futuro.

Montículos de hidrato de gás Freya com diferentes morfologias
Montículos de hidrato de gás Freya com diferentes morfologias (Imagem: UiT/Ocean Census/REV Ocean)

Para Panieri e seus colegas, o achado reforça a importância de garantir mais financiamento e apoio à exploração do Ártico e à pesquisa oceânica de forma mais ampla. Além de revelar organismos novos e exóticos, essas expedições já inspiraram o desenvolvimento de novas biomoléculas usadas em medicamentos e outras aplicações.

“O fundo do mar e o oceano são quase desconhecidos”, disse Panieri. “Há muito a ser investigado. Acho que essa é a principal mensagem aqui: toda vez que temos a possibilidade de ver o fundo do mar, descobrimos algo novo.”

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