Saúde
Premiada em Harvard: startup brasileira usa IA para diagnóstico precoce de câncer

Uma startup brasileira criada por dois cirurgiões-dentistas está ganhando destaque internacional por usar inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico precoce de câncer de pele.
A AI Pathology, fundada por Willian Peter Boelcke e Lucas Lacerda de Souza, foi premiada em um hackathon da Escola de Saúde Pública de Harvard e agora participa de um exclusivo programa de incubação e investimentos da universidade.
O principal produto da empresa é o Nevo, uma ferramenta que analisa imagens de lesões cutâneas enviadas por celular e aponta sinais de alerta para o câncer de pele com até 98% de precisão.

IA para saúde pública
- O app Nevo pode ser acessado online, sem necessidade de download, e foi criado para funcionar até mesmo em celulares simples, comuns em unidades básicas de saúde.
- Com precisão de 96% a 98%, o algoritmo é capaz de analisar imagens de lesões cutâneas e indicar se há necessidade urgente de avaliação médica.
- A AI Pathology foi premiada em Harvard e já atraiu o interesse de grandes empresas como Google, Nvidia e Oracle, além de investidores e instituições médicas brasileiras como o Hospital das Clínicas.
Como a tecnologia da startup detecta câncer de pele
O aplicativo Nevo – nome técnico de “pinta” – surgiu da vivência pessoal de Boelcke com o câncer de pele do pai, diagnosticado tardiamente. A dor da perda se transformou em propósito: criar uma tecnologia acessível que pudesse ajudar outras famílias a identificarem sinais precoces da doença.

O app é baseado em inteligência artificial, com um modelo treinado por meio de redes neurais convolucionais (“Convolutional Neural Network”). Basta tirar uma foto da lesão com o celular e o sistema analisa a imagem, classificando-a de acordo com a urgência.
Em casos graves, a ferramenta sinaliza com a cor vermelha e recomenda a consulta médica imediata. Desde que foi lançado, o Nevo já ajudou a detectar precocemente pelo menos cinco casos reais de câncer, entre eles o do próprio CFO da empresa.
“O caso mais recente é do nosso CFO […] o resultado deu vermelho, o que aponta a necessidade de uma análise médica com urgência. De fato, era um câncer”, contou Boelcke à revista Forbes.
Próximos passos: expansão internacional
A AI Pathology agora se prepara para expandir para o mercado norte-americano, buscando a aprovação da FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora dos EUA. Segundo Boelcke, “nos Estados Unidos, o apetite para o risco é muito maior”, o que pode acelerar o uso da ferramenta em redes públicas e privadas.

Além disso, a empresa já desenvolve um novo projeto: a IA CurAtiva, voltada para evitar infecções pós-operatórias.
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O sistema enviará lembretes e instruções via WhatsApp aos pacientes, além de solicitar fotos diárias da área operada para monitorar sinais de complicações. Se algo indicar risco, o sistema direcionará o caso para avaliação médica.
“Em alguns anos, não existirão antibióticos para as infecções existentes. Com o bot, conseguiremos intervir antes que a infecção se espalhe”, explicou o CEO na entrevista à revista.
A meta da AI Pathology é ousada e clara: provocar impacto, principalmente social, independentemente da classe social. E o primeiro passo já foi dado com impacto – uma tecnologia nacional, criada por quem viveu de perto a dor do diagnóstico tardio, agora ganha força no mundo e propõe uma revolução no acesso à saúde.
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Saúde
Vacinas de mRNA contra Covid-19 potencializam tratamento de câncer

Vacinas de mRNA, como as utilizadas contra a Covid-19, podem auxiliar no tratamento do câncer. Essa descoberta foi apresentada hoje no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) de 2025. O estudo foi liderado por Steven Lin, M.D., Ph.D., professor de Oncologia Radioterápica, e Adam Grippin, M.D., Ph.D., residente sênior na mesma área.
Esses imunizantes podem funcionar como ‘ativadores imunológicos’. Isso significa que eles podem treinar o sistema de defesa do corpo para eliminar células cancerígenas, mesmo que o mRNA não seja direcionado diretamente aos tumores.
Essa constatação surgiu de pesquisas conduzidas por Grippin durante seu doutorado na Universidade da Flórida, no laboratório de Elias Sayour, M.D., Ph.D.
Um estudo que incluiu mais de 1.000 pacientes tratados entre agosto de 2019 e agosto de 2023 mostrou que indivíduos com câncer que receberam vacinas contra a Covid baseadas em mRNA em até 100 dias após o início da terapia com inibidores de checkpoint imunológico tiveram o dobro de chance de estarem vivos três anos após o começo do tratamento.
Os checkpoints imunológicos são mecanismos regulatórios cruciais do sistema imunológico. Eles atuam como “freios” ou “interruptores” para controlar a ativação e inibição das células de defesa.

“Este estudo demonstra que vacinas comerciais de mRNA contra a Covid podem treinar o sistema imunológico dos pacientes para combater o câncer”, disse Grippin. “Quando combinadas com inibidores de checkpoint imunológico, essas vacinas produzem respostas antitumorais poderosas, associadas a melhorias significativas na sobrevida de pacientes oncológicos.”
Essa descoberta levou à hipótese de que outros tipos de vacinas de mRNA poderiam ter o mesmo efeito. A aprovação e o uso das vacinas contra a Covid-19 baseadas em mRNA criaram uma oportunidade para testar essa hipótese.
Como o estudo foi conduzido
- Os pesquisadores analisaram o histórico de pacientes do Centro de Câncer MD Anderson.
- Eles buscaram identificar se os pacientes que receberam os imunizantes de mRNA contra a Covid viveram mais do que aqueles que não foram vacinados.
- Após a análise de modelos pré-clínicos, descobriram que as vacinas de mRNA funcionam como um alarme, colocando o sistema imunológico em estado de alerta para reconhecer e atacar células cancerígenas.
Em resposta, as células cancerígenas passam a produzir a proteína de checkpoint imunológico PD-L1, que atua como um mecanismo de defesa contra as células de defesa. Felizmente, diversos inibidores de checkpoint imunológico são desenvolvidos para bloquear o PD-L1, criando um ambiente ideal para que esses tratamentos liberem o sistema imunológico contra a doença.

Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, este estudo sugere que as vacinas de mRNA contra a Covid são ferramentas poderosas para reprogramar respostas imunológicas antitumorais.
“A parte realmente empolgante do nosso trabalho é que ele aponta para a possibilidade de que vacinas amplamente disponíveis e de baixo custo tenham o potencial de melhorar drasticamente a eficácia de certas terapias imunológicas”, afirmou Grippin. “Estamos esperançosos de que as vacinas de mRNA possam não apenas melhorar os resultados de pacientes tratados com imunoterapias, mas também levar os benefícios desses tratamentos a indivíduos com doenças resistentes à abordagem.”
Os cientistas planejam, agora, um novo estudo mais rigoroso (ensaio clínico de Fase III) para confirmar esses achados e verificar se a vacina de mRNA contra a Covid-19 deve ser incluída como parte do tratamento padrão para pacientes oncológicos.
Resultados do estudo
O estudo inicial incluiu diferentes tipos de câncer, comparando pacientes que foram vacinados em até 100 dias após iniciar a imunoterapia com aqueles que não receberam o imunizante. Os resultados mostraram uma diferença significativa: no grupo de pacientes com câncer de pulmão avançado, por exemplo, os 180 vacinados tiveram uma sobrevida média de 37,3 meses, contra 20,6 meses observados nos 704 pacientes não vacinados.

Em uma análise com pacientes com melanoma metastático, a sobrevida média ainda não foi atingida nos 43 vacinados, sugerindo uma melhora importante quando comparada à média de 26,7 meses dos 167 pacientes que não receberam a vacina.
É fundamental destacar que os benefícios na sobrevida foram mais acentuados em pacientes com tumores que tendem a não responder bem à imunoterapia. Esses pacientes, que apresentam baixíssima expressão da proteína PD-L1 em seus tumores, tiveram um aumento na sobrevida geral de três anos quase cinco vezes maior ao receberem a vacina contra a Covid-19. Os pesquisadores reforçam que esses resultados se mantiveram consistentes, mesmo após a análise de fatores como o fabricante do imunizante, o número de doses aplicadas e o centro médico onde o paciente foi tratado.
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Saúde
O que é a cocaína rosa? Entenda os riscos que ela representa à saúde

Nos últimos anos, emergiu no mercado de drogas uma substância apelidada de cocaína rosa (também chamada de pink cocaine, tusi, tucibi, tuci, entre outros). O nome sugere uma variação da cocaína tradicional, mas na prática raramente contém cocaína pura. Trata-se de uma mistura imprevisível de substâncias psicoativas, muitas delas sintéticas.
A cocaína rosa ganhou visibilidade internacional em 2024, especialmente após o exame toxicológico parcial no corpo do cantor Liam Payne (que morreu ao cair de um hotel em Buenos Aires), no qual foi detectada a presença dessa substância.
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Qual é a diferença entre cocaína rosa para a convencional?
Diferente da cocaína comum, que vem das folhas da planta Erythroxylum coca, a cocaína rosa é feita de outras drogas. Ela inclui MDMA, cetamina e 2C-B. Além disso, os traficantes adicionam corante alimentício e/ou aromas (como, por exemplo, de morango) para tornar a droga mais atraente.

Dessa forma, enquanto os efeitos da cocaína tradicional possui um efeito estimulante analgésico, a cocaína rosa carrega todos os efeitos de várias substâncias. Por conta dessa reunião de estímulos sintéticos, a cocaína rosa consegue ser ainda mais perigosa do que a tradicional.
Efeitos da cocaína convencional
Considerada a segunda droga ilícita mais consumida mundialmente pela ONU, a cocaína é uma droga fabricada a partir da coca. Originária da América Central e do Sul, essa planta era usada desde os tempos antigos pelos povos nativos, que a mastigavam para enfrentar o frio, controlar a fome e combater a fadiga.
A cocaína atua como um estimulante do sistema nervoso e inibe a enzima monoamina oxidase, que é encarregada da reabsorção de neurotransmissores como adrenalina e dopamina. Como a substância bloqueia a ação dessa enzima, os níveis de noradrenalina e dopamina no cérebro se elevam, resultando em efeitos típicos como euforia e uma sensação de prazer.

Foto PeopleImages.com – Yuri A
Entre os sinais de dependência de cocaína estão: irritabilidade, agitação, episódios de paranoia, ansiedade intensa, depressão, dificuldades para dormir, perda de peso, complicações cardíacas, convulsões e comportamentos impulsivos.
Originária da América Central e do Sul, a cocaína é extraída das folhas de coca (plantas do gênero Erythroxylum). A planta era usada desde os tempos antigos pelos povos nativos, que a mastigavam para enfrentar o frio, controlar a fome e combater a fadiga.
De acordo com dados das Nações Unidas (ONU), a cocaína é a segunda droga ilícita mais consumida mundialmente. Estima-se que existem entre 14 e 20 milhões de usuários de cocaína no mundo e que, em 2009, o mercado dessa droga movimentou cerca de 75 bilhões de dólares.
Efeitos da cocaína rosa
Os efeitos da droga encontrada no laudo toxicológico do cantor Liam Payne são ainda piores que a cocaína tradicional. Isso porque a cocaína rosa carrega os efeitos de sintéticos como ecstasy (MDMA), cetamina e drogas 2C. Enquanto o ecstasy e as drogas 2C tem propriedades psicodélicas, a cetamina causa efeitos sedativos e alucinógenos.

Especialistas alertam para as consequências do uso de cocaína rosa, pois a quantidade de cada substância que compõe a droga é praticamente imprevisível. Dessa forma, os efeitos podem ser trágicos. O abuso da cetamina, por exemplo, pode levar à inconsciência e dificuldade de respirar.
De acordo com um artigo do Hospital Santa Mônica, o pó rosa é considerado um alucinógeno e seus usuários podem sofrer com a distorção da realidade. Alguns sintomas possíveis são alucinações auditivas, paranoia ou pânico, gerando um perigo para si e para outros.
Por que é a cocaína rosa é mais perigosa?
A cocaína rosa é especialmente perigosa por uma combinação de fatores. Sua composição é imprevisível: o usuário nunca sabe exatamente o que está ingerindo: pode ser um estimulante leve, uma mistura de substâncias sedativas e estimulantes ou até conter opioides potentes, o que eleva consideravelmente o risco de sobredosagem, segundo a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA).
Além disso, a droga apresenta uma mistura de efeitos antagônicos, já que combina compostos com ações opostas. Essa interação confunde o organismo e sobrecarrega o sistema cardiovascular e respiratório, de acordo com análises da LAPPA e da Rehabs UK.
Outro fator alarmante é a associação com opioides e substâncias extremamente potentes, como o fentanil (identificado em alguns lotes), que pode levar à falência respiratória ou à morte, conforme alerta a DEA.
Por fim, há o efeito disfarçado pelo marketing: a cor rosa e o nome “cocaína rosa” criam a falsa impressão de uma droga mais “leve” ou “diferenciada”, mascarando seus riscos reais e potencialmente letais.

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Saúde
Brasil firma parceria com a Índia para desenvolver novas vacinas

O governo brasileiro firmou nesta semana um acordo internacional de cooperação em vacinas com a empresa indiana Biological E Limited, durante agenda do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do vice-presidente Geraldo Alckmin em Nova Délhi.
O entendimento marca mais um passo na estratégia de ampliar a cooperação científica e tecnológica entre países do Sul Global, dentro dos compromissos firmados entre Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

Pesquisa e desenvolvimento conjunto
- O acordo estabelece bases para o desenvolvimento compartilhado de vacinas virais e bacterianas, por meio de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz responsável pela produção de imunobiológicos.
- Entre os projetos prioritários está a vacina pneumocócica 24 valente, que passará por estudos de eficácia e segurança em parceria com a empresa indiana.
- Também está prevista a transferência de tecnologia da vacina pneumocócica 14 valente (VPC14), que permitirá produção nacional e fornecimento direto ao SUS.
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Avanço técnico e inovação
O acordo prevê cooperação técnica e científica para ampliar a capacidade produtiva nacional e garantir o abastecimento contínuo do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Entre os objetivos específicos estão o intercâmbio de conhecimento, o apoio à vigilância epidemiológica e o incentivo à inovação e propriedade intelectual.
A Biological E Limited contribuirá com dados técnicos e experiência em desenvolvimento de vacinas, enquanto a Fiocruz oferecerá sua estrutura, rede de pesquisa e integração com o sistema de saúde brasileiro.
Considerado um passo estratégico para a soberania tecnológica do Brasil, o acordo reforça a autonomia do país na produção de imunizantes e impulsiona o desenvolvimento de novas gerações de vacinas.
O objetivo é garantir o fornecimento contínuo ao SUS, fortalecer o PNI e ampliar o acesso da população a vacinas seguras e eficazes.

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