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Saúde

Hipertermia: o que acontece quando o corpo aquece demais?

Redação Informe 360

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O corpo humano foi feito para manter um equilíbrio delicado: a temperatura interna gira em torno de 36,5 °C a 37,5 °C, garantindo que os órgãos funcionem bem. Mas quando esse equilíbrio é quebrado e a temperatura sobe além do limite suportado, entramos em um estado chamado hipertermia.

Diferente da febre, que é uma resposta do organismo a uma infecção, a hipertermia acontece quando o corpo não consegue dissipar calor suficiente. Isso pode ocorrer em situações de calor extremo, esforço físico intenso ou ambientes sem ventilação.

O problema é que o aquecimento excessivo não é apenas desconfortável, ele pode ser perigoso e até fatal se não for tratado rapidamente. Entenda em detalhes o que é a hipertermia, suas causas, sintomas, graus de gravidade e como agir em situações de risco.

Também vamos entender a diferença entre febre e hipertermia e por que atletas, trabalhadores expostos ao sol e até frequentadores de shows estão no grupo de risco.

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O que é hipertermia?

A hipertermia é definida como o aumento anormal da temperatura corporal devido à incapacidade do organismo de eliminar o excesso de calor. Em condições normais, o corpo regula sua temperatura por meio da transpiração, respiração e circulação sanguínea.

No entanto, quando esses mecanismos falham ou são insuficientes, o calor interno aumenta, levando a sintomas que podem variar de desconforto leve até risco de morte.

pessoa suando com hipertermia
(Imagem: Danilo Oliveira/ImageFX)

Diferente da febre, em que o organismo “decide” elevar a temperatura como parte de um processo inflamatório ou infeccioso, na hipertermia o aumento é forçado pelo ambiente ou por fatores externos. Essa diferença é fundamental, pois na febre o corpo ainda está sob controle, enquanto na hipertermia ocorre um colapso do sistema de regulação térmica.

Causas mais comuns da hipertermia

A hipertermia pode ter várias origens, mas algumas causas são mais frequentes. A exposição prolongada ao calor extremo é uma das principais, já que ambientes muito quentes, sem circulação de ar ou sombra, elevam rapidamente a temperatura corporal, um cenário cada vez mais comum em ondas de calor intensificadas pelas mudanças climáticas.

Outra causa recorrente é o esforço físico intenso, que afeta especialmente atletas, militares, trabalhadores rurais e operários da construção civil. Nesses casos, o exercício prolongado em ambientes quentes gera uma produção interna de calor maior do que a capacidade do corpo de se resfriar.

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O uso de roupas inadequadas também contribui para o problema, já que vestimentas pesadas, sintéticas ou que não permitem a transpiração impedem a dissipação natural do calor.

Além disso, condições médicas e o uso de certos medicamentos, como diuréticos e antidepressivos, reduzem a capacidade do organismo de lidar com altas temperaturas. Por fim, ambientes fechados e sem ventilação adequada, como carros ou salas em dias quentes, representam um risco elevado, principalmente para crianças e idosos.

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Foto de um homem suando / Crédito: Chris Harwood
(shutterstock/reprodução)

Tipos e graus de hipertermia

Nem toda hipertermia se manifesta da mesma forma. Existem diferentes graus de severidade:

1. Cãibras por calor

São os sinais mais leves. Ocorrem quando há perda de sais minerais devido à transpiração excessiva. A pessoa sente dores musculares, principalmente em pernas, braços e abdômen.

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2. Exaustão pelo calor

Um estágio intermediário, caracterizado por suor excessivo, fraqueza, tontura, náusea, dor de cabeça e queda de pressão arterial. É um alerta de que o corpo já está sobrecarregado.

3. Golpe de calor (heatstroke)

O grau mais grave da hipertermia. A temperatura corporal ultrapassa os 40 °C, e o corpo perde a capacidade de suar. O indivíduo pode apresentar confusão mental, convulsões, inconsciência e risco de falência de órgãos. Esse quadro é uma emergência médica.

Sintomas da hipertermia

Identificar os sinais precoces é essencial para evitar complicações. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Sudorese intensa (que pode desaparecer em casos graves).
  • Pele avermelhada ou muito quente.
  • Tontura e fraqueza.
  • Náusea e vômito.
  • Cãibras musculares.
  • Dores de cabeça persistentes.
  • Confusão mental, delírios ou convulsões.
  • Batimentos cardíacos acelerados.
  • Falta de ar ou respiração rápida.

Quanto mais cedo esses sintomas forem reconhecidos, maiores são as chances de evitar a progressão para o golpe de calor.

Crédito: fizkes (Shutterstock/reprodução)

Diferença entre febre e hipertermia

Embora muita gente confunda os dois termos, febre e hipertermia não são a mesma coisa. A febre é um mecanismo de defesa natural do organismo. Quando existe uma infecção seja por vírus, bactérias ou outros agentes o corpo “ajusta” seu termostato interno, localizado no hipotálamo, para elevar a temperatura de forma controlada.

Esse aumento tem função estratégica: dificultar a multiplicação de micro-organismos e estimular o sistema imunológico. Por isso, a febre costuma ter um valor adaptativo e, em grande parte dos casos, não é perigosa por si só.

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A hipertermia, por outro lado, acontece quando o corpo perde a capacidade de se resfriar, geralmente devido a fatores externos como calor excessivo, esforço físico intenso ou ambientes abafados. Nesse caso, não há nenhum “ajuste interno”, mas sim uma falha no sistema de regulação térmica. O aumento da temperatura não traz benefícios: ele sobrecarrega órgãos vitais, pode causar desidratação severa, danos neurológicos e até levar à morte.

Outra diferença importante é que a febre responde a medicamentos antitérmicos, como dipirona ou paracetamol, porque está relacionada a substâncias químicas chamadas pirógenos. Já a hipertermia não cede com remédios, a única forma de revertê-la é através de resfriamento físico rápido (compressas frias, ventilação e banhos) e hidratação.

Em resumo, a febre é uma reação controlada e funcional, enquanto a hipertermia é um colapso perigoso, em que o organismo perde a capacidade de manter sua própria temperatura.

Pode tomar antitérmico depois da vacina
Imagem: Pormezz / Shutterstock

Quem corre mais risco?

Embora qualquer pessoa possa sofrer hipertermia, alguns grupos estão mais vulneráveis:

  • Idosos: apresentam menor capacidade de transpiração e regulação térmica.
  • Crianças: seus corpos aquecem mais rápido e dissipam calor com mais dificuldade.
  • Atletas e militares: treinamentos intensos em ambientes quentes aumentam drasticamente o risco.
  • Trabalhadores ao ar livre: agricultores, pedreiros, garis e outros profissionais expostos ao Sol.
  • Pessoas com doenças crônicas: cardíacos, hipertensos e pacientes com problemas respiratórios.

O que fazer em caso de hipertermia?

O tratamento inicial depende da gravidade, mas algumas medidas são universais:

  1. Remover a pessoa do ambiente quente e levá-la para um local fresco e ventilado.
  2. Hidratar-se com água ou bebidas isotônicas, para repor líquidos e sais minerais.
  3. Refrescar o corpo aplicando toalhas úmidas, borrifadores de água fria ou banhos.
  4. Afrouxar roupas apertadas ou retirar peças pesadas.
  5. Deitar a pessoa em posição confortável, com as pernas levemente elevadas.
  6. Buscar ajuda médica imediatamente se houver sinais de golpe de calor, como inconsciência ou confusão mental.

Prevenção: como evitar a hipertermia

Prevenir é mais eficaz do que tratar. Algumas medidas simples podem salvar vidas:

  • Beba água constantemente, mesmo sem sede.
  • Use roupas leves, claras e respiráveis.
  • Evite exposição prolongada ao sol nos horários mais quentes (10h as 16h).
  • Faça pausas frequentes durante exercícios ou trabalho ao ar livre.
  • Nunca deixe crianças ou animais dentro de veículos fechados.
  • Prefira ambientes ventilados ou com ar-condicionado.

Casos históricos de hipertermia

A hipertermia não é um problema novo. Ao longo das últimas décadas, diversos casos foram relatados:

Atleta de 16 anos colapsa por hipertermia (2006)

Durante um treino de futebol em pleno verão, um jovem de 16 anos sofreu um colapso causado por hipertermia. O corpo dele atingiu temperaturas críticas, levando a confusão mental, falência de órgãos e necessidade de tratamento intensivo.

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O caso foi relatado pela Mayo Clinic como exemplo extremo dos riscos do golpe de calor em esportes. Apesar da gravidade, o adolescente sobreviveu após receber resfriamento rápido, hidratação agressiva e suporte hospitalar. Esse episódio acendeu o alerta: jovens atletas, muitas vezes vistos como “indestrutíveis”, também estão vulneráveis quando a temperatura do corpo foge do controle.

Onda de calor no Canadá, 2021

Em 2021, uma onda de calor histórica atingiu o oeste da América do Norte, elevando os termômetros a mais de 49 °C em algumas regiões. Só na província de British Columbia, no Canadá, mais de 569 mortes foram atribuídas diretamente ao calor extremo, a maioria de idosos em casas sem ventilação adequada.

Muitos desses óbitos tiveram como causa a hipertermia, quando o corpo supera sua capacidade natural de resfriamento. O evento foi descrito como um dos mais mortais da história recente do país, e mostrou de forma trágica como as mudanças climáticas podem transformar o calor em uma ameaça letal.

Onda de calor no Brasil
Previsão do tempo alerta para onda de calor com temperaturas recordes nesta semana (Imagem: Marc Bruxelle / iStock)

Caso Juliana Leon, Washington, (2021)

A americana Juliana Leon morreu em 2021 após ser encontrada inconsciente dentro de um carro sem ar-condicionado, em um dia em que a temperatura ultrapassou os 42 °C no estado de Washington. A causa: hipertermia severa.

O caso se tornou emblemático porque a família entrou na Justiça contra empresas de petróleo e gás, alegando que as mudanças climáticas agravaram a onda de calor que levou à morte da jovem. Além de uma tragédia pessoal, o episódio virou símbolo do debate sobre responsabilidade corporativa e os impactos diretos do aquecimento global na saúde humana.

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Com a tendência de aumento das temperaturas globais, especialistas alertam que a hipertermia se tornará um problema de saúde pública cada vez mais frequente. Hospitais, empresas e governos terão de se preparar para lidar com emergências relacionadas ao calor, especialmente em países tropicais como o Brasil.

A hipertermia é mais do que um incômodo: é um risco real à saúde. Saber identificar os sinais, agir rapidamente e adotar medidas de prevenção pode ser a diferença entre um mal-estar temporário e uma emergência médica. Em um mundo cada vez mais quente, entender esse fenômeno e se proteger é essencial para preservar a vida.

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Saúde

Intoxicação por metanol: Ministério da Saúde define como é um caso suspeito

Redação Informe 360

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Estados e municípios de todo o país estão em alerta para novos casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas. O Ministério da Saúde ordenou que todas as suspeitas devem ser notificadas imediatamente para identificar se o problema está presente para além de São Paulo, onde os diagnósticos foram confirmados até agora.

O caso é considerado suspeito quando o paciente, que ingeriu bebida alcoólica, apresenta a persistência ou piora de sintomas, como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alteração visual, entre 12 e 24 horas após o consumo.

O antídoto específico para os casos confirmados de intoxicação por essa substância é o etanol produzido por laboratórios ou farmácias de manipulação, em grau de pureza adequado para uso médico. A administração, intravenosa ou oral, é sempre controlada.

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metanol (2)
Metanol é altamente tóxico e pode levar à morte (Imagem: Natt Boonyatecha/iStock)

Nesses casos, os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou as secretarias de saúde solicitam a manipulação do produto. Em todo o país, há 32 unidades especializadas em toxicologia para orientação, diagnóstico e manejo de intoxicações. Em São Paulo, há nove centros. Os endereços podem ser consultados aqui.

Metanol: situação atípica

Diante do ineditismo da situação, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para monitorar os casos de intoxicação por metanol.

Até o momento, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) recebeu a notificação de 43 casos por esse tipo de intoxicação no país, sendo 39 em São Paulo (dez confirmados e 29 em investigação) e quatro casos em investigação em Pernambuco. Foi confirmado um óbito em São Paulo, enquanto outros sete seguem em investigação (cinco em SP e dois em PE).

Até então, o Brasil contabilizava cerca de 20 casos de intoxicação por metanol ao longo de todo um ano, o que torna o atual cenário atípico. A Polícia Federal (PF) está investigando os casos com autoridades de vigilância. 

A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos comercializados. Aos consumidores, a orientação é evitar o consumo e compra de bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal.

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coletiva metanol
Polícia Federal investiga o caso após suspeita de envolvimento do PCC nos casos de intoxicação (Imagem: Divulgação/MJSP)

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Bares na mira da Justiça

Nesta quarta-feira (1), o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou estabelecimentos comerciais que venderam bebidas alcoólicas com suspeita de adulteração por metanol. Os responsáveis terão 48 horas, a partir do recebimento da notificação, para prestar os seguintes esclarecimentos:

  • Fornecedores e aquisições: tipos e quantidades de bebidas destiladas comercializadas nos últimos três meses, identificação dos fornecedores e notas fiscais de compra;
  • Estoque e armazenamento: condições de armazenamento, localidade e responsáveis pelo recebimento das bebidas;
  • Comercialização e manipulação: modalidades de venda (embalagens lacradas, doses ou combinações) e identificação dos colaboradores envolvidos;
  • Outras informações relevantes: registros que possam contribuir para a apuração de possíveis casos de intoxicação.
bebida bar
Bares suspeitos terão de informar nomes de fornecedores e apresentar notas fiscais de bebidas
(Imagem: Alessandro Biascioli/iStock)

No início da semana, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação levantou a hipótese de que o metanol tenha sido direcionado a distribuidoras clandestinas de bebidas pelo PCC após uma ação da Receita Federal que desmantelou um esquema de uso da mesma substância em postos de combustíveis ligados ao crime organizado, algo inicialmente descartado pelas investigações e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

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Saúde

O que é metanol? Entenda por que é perigoso e se é possível identificá-lo em bebidas alcoólicas

Redação Informe 360

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No último final de semana de agosto, quatro jovens ingeriram bebidas alcoólicas com a presença de metanol no produto e acabaram sendo internados. O caso ocorreu no sábado, dia 30 de agosto, quando dois homens e duas mulheres, com idades entre 23 e 27 anos, beberam duas garrafas de gin compradas em uma adega localizada na região da Cidade Dutra, na Zona Sul de São Paulo. 

No domingo, dia 31, o dono da residência, na qual os jovens realizaram uma confraternização e beberam os gins, passou mal com vômitos e dores abdominais. Conforme relatos de sua tia no B.O. (Boletim de Ocorrência), o homem gritou afirmando que estava cego.

Imediatamente a família o levou para o Hospital Geral do Grajaú. Ele Ele entrou em coma e foi intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e transferido para o Hospital São Luiz, em Osasco, para realizar hemodiálise.

Com a suspeita de intoxicação por metanol, as garrafas consumidas pelos jovens foram levadas ao hospital, e, após exames, foi constatada a presença da substância. Assim, os demais jovens também foram chamados para o hospital e precisaram ser internados. Mas afinal de contas: o que é essa substância e por que faz mal? Continue a leitura e confira!

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Metanol: o que é, de onde vem e por que faz tão mal?

metanol
Metanol em análise (Imagem: Kittisak Kaewchalun/iStock)

O metanol (CH³OH) é uma substância altamente inflamável, difícil de ser identificada e também tóxica. Ela é uma forma de álcool simples, não apresenta cor e tem o cheiro bem parecido com o de uma bebida alcoólica qualquer. Muito utilizado na indústria, a substância é produzida por meio do gás natural em um processo de reforma a vapor ou gaseificação do carvão, o que gera o gás de síntese, composto por CO, CO₂ e H₂. 

Ele pode ser utilizado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), tintas, plásticos, solventes e ácido acético, estando em produtos como removedores de tinta, limpa vidros e anticongelantes. Em condições consideradas seguras, ele já esteve em combustíveis de carros de corrida e pequenos motores. Ele também é uma matéria-prima para a fabricação de biodiesel por meio do processo químico de transesterificação.

O produto não pode ser consumido por humanos, pois traz diversos riscos à saúde, podendo gerar convulsões, náusea, cegueira e até a morte. Tudo isso porque ele é uma substância tóxica e pode provocar uma acidose metabólica grave na pessoa que a ingerir.

O que acontece quando se ingere metanol?

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Metanol colocado de forma ilegal em bebidas (Imagem: Felipe Rodriguez/iStock)

O metanol é metabolizado em formaldeído, um item químico usado em colas industriais e que também serve para embalsamar cadáveres. Depois disso, ele é metabolizado em ácido fórmico, uma substância que está em picadas de formiga e que gera bastante dor. 

No corpo humano, o ácido fórmico envenena as mitocôndrias, responsáveis por dar energia às células. Dessa forma, a pessoa que ingere ou é exposta ao metanol corre o risco de sofrer com a acidose metabólica grave, algo que ocorre quando acontece um acúmulo em excesso de ácido no corpo. Por isso as náuseas, dor abdominal e vômitos. 

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A acidose faz com que o sistema nervoso central sofra com uma depressão, fazendo as pessoas envenenadas pela substância ficarem inconscientes e até mesmo em coma. Também há riscos de danos à retina (as quais têm muitas mitocôndrias ativas e sensíveis) e, consequentemente, a perda de visão.

Caso a pessoa tenha contato com uma pequena quantidade de metanol, é possível evitar a morte se ela for tratada rapidamente. Mas, é possível que a pessoa sofra com sequelas para o resto da vida. 

Pessoa recusando um copo de bebida
Pessoa recusando um copo de bebida (Imagem: Andrey_Popov/Shutterstock)

Assim que entra no corpo humano, o metanol age primeiro na medula e cérebro. Depois, ele afeta o nervo óptico, podendo gerar lesões. O sangue da pessoa passa a ficar ácido. Outro órgão afetado é o pulmão, que pode passar a ter insuficiência respiratória. Os rins também podem sofrer uma falência renal. 

Como identificar o metanol em bebidas alcoólicas?

Por ser um líquido incolor e com o cheiro bem parecido com o do etanol, é difícil identificá-lo na bebida alcoólica. Quando identificado em bebidas, é comum que seja naquelas que têm maior teor alcoólico, como as destiladas e tradicionalmente fermentadas.

Infelizmente há o risco de a substância ser inserida nos produtos de forma deliberada e ilegal depois da fabricação como uma maneira mais acessível para elevar o teor alcoólico. 

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A recomendação é consumir bebidas de locais licenciados e de boa reputação para evitar esse tipo de envenenamento. 

Quais as diferenças entre o metanol e o álcool utilizado em destilados?

Ligações químicas do Metanol
Ligações químicas do Metanol – Crédito: Wikimedia Commons

O metanol também é um tipo de álcool e tem aspectos semelhantes aos do etanol, como ser incolor, inflamável e ainda ter o cheiro parecido. Porém, as estruturas químicas dos produtos são diferentes, o que torna o metanol impróprio para o consumo. 

Enquanto o etanol conta com dois átomos de carbono, o metanol só tem um, o que faz a metabolização da substância ser tóxica no corpo humano. 

Qual é a dose letal de metanol?

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, uma dose de metanol de cerca de 1 g/kg de peso corporal tem potencial letal. Além disso, especialistas afirmam que uma pessoa com a concentração de 25 mg/dL de metanol no sangue deve passar por um tratamento.

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Como prevenir a morte após o consumo de bebida adulterada por metanol?

Para evitar a morte, é necessário que a pessoa assim que sentir os primeiros sintomas seja levada rapidamente ao hospital. 
O tratamento é realizado em cuidados de suporte, como a intubação e ventilação mecânica, o que auxilia o paciente na respiração. A pessoa também pode ser submetida a medicamentos como o fomepizol, responsável por inibir a geração de ácido fórmico tóxico. Também há a diálise utilizada para a remoção do metanol e seus metabólitos do corpo.

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O que é a gravidez ectópica? Veja sintomas e tratamento

Redação Informe 360

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A gravidez ectópica, também chamada de ‘gravidez nas trompas’, traz sérios riscos à saúde da mulher. Reconheça seus sintomas e saiba quais tratamentos adotar.

O que é a gravidez ectópica? Veja sintomas e tratamento

A gravidez ectópica ocorre quando o embrião se desenvolve fora do útero. Portanto, a gestação não pode evoluir e precisa ser interrompida. Para classificá-la, os médicos dividem a condição em dois tipos: a gravidez ectópica tubária, na qual o embrião se desenvolve na trompa uterina, e a gravidez ectópica abdominal, que pode surgir no ovário, na cavidade abdominal ou no colo do útero.

Gravidez nas trompas
A gravidez ectópica pode se originar na trompa de Falópio, ovário, colo do útero ou abdômen.
(Reprodução: Shutterstock/crystal light)

Sintomas

Na fase inicial, a gravidez ectópica geralmente não causa sintomas específicos além do atraso menstrual. No entanto, em alguns casos, ela se manifesta com sangramento vaginal e beta-HCG positivo.

Além disso, outros sintomas comuns incluem dor pélvica, dor abdominal inferior (em pontada ou na forma de cólica), fadiga, tontura e náuseas. Quando a gravidez ectópica se rompe, ela provoca sangramento grave e pode até trazer risco de morte. Quando os médicos a detectam antes da ruptura, geralmente conseguem tratá-la com segurança.

Gravidez Ectópica
A gravidez ectópica pode causar dor pélvica intensa e persistente, sangramento vaginal, entre outros sintomas (Reprodução: Shuterstock/Photoroyalty)

Quem tem mais risco?

Segundo o Manual de referência em Medicina, Merck Sharp & Dohme (MSD) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) os fatores de risco são:

  • Gravidez ectópica anterior;
  • Cirurgia pélvica anterior, sobretudo cirurgia da trompa de Falópio, incluindo ligadura de trompas;
  • Anomalias ou danos nas trompas de Falópio (por exemplo, devido a uma infecção ou cirurgia);
  • Tecnologias de reprodução assistida (tratamentos de fertilidade) usadas durante a gestação atual;
  • Histórico de doença inflamatória pélvica ou infecções sexualmente transmissíveis;
  • Infertilidade;
  • Endometriose;
  • Tabagismo;
  • Idade materna (superior a 35 anos);
  • Mulheres que utilizam o contraceptivo DIU (pequena parcela).

Diagnóstico

Primeiramente, os médicos começam o diagnóstico da gravidez ectópica com o teste de gravidez e a avaliação dos sintomas. Em seguida, outro exame utilizado é a ultrassonografia, que permite verificar a localização exata do embrião, além de exames de sangue para medir os níveis de hCG.

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Tratamento

O tratamento da gravidez ectópica deve começar quanto antes para salvar a vida da gestante. Nos casos de gestações pequenas que não se romperam, os médicos administram um medicamento, que faz a gravidez regredir, enquanto acompanham os níveis de hCG para avaliar o sucesso.

Caso o tratamento medicamentoso não funcione, os médicos recorrem à cirurgia, geralmente por laparoscopia, para remover o embrião.

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