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Covid-19: o que se sabe sobre a XQ, recombinante das sublinhagens da Ômicron
A Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (5) dois casos da variante recombinante da Ômicron, chamada de XQ, na capital paulista.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza o monitoramento contínuo das variantes recombinantes do coronavírus.
De acordo com o sistema internacional de classificação de linhagens e variantes do coronavírus, chamado de Pango, a XQ é uma mistura das sublinhagens BA.1.1 e BA.2 e já foi sequenciada 58 vezes no Reino Unido e uma vez na Holanda, sendo a data mais antiga do registro o dia 12 de fevereiro de 2022.
Veja o que já se sabe sobre a recombinante XQ:
Coinfecção resulta em recombinante
A recombinação acontece quando uma pessoa é infectada por duas linhagens ou sublinhagens do coronavírus ao mesmo tempo. Esses casos são raros, porém, pode acontecer quando há uma variante de alta transmissibilidade, como a Ômicron.
Quando uma pessoa é infectada, o vírus invade as células humanas e passa a reproduzir cópias de si mesmo. Uma vez dentro das células, as enzimas utilizadas na replicação podem absorver informações genéticas das duas cepas envolvidas, gerando uma cópia viral mista, como no caso da Deltacron, que combina Delta e Ômicron, ou da XQ, que une BA.1.1 e BA.2, da Ômicron.
A partir de então, a recombinação acontece quando dois genomas se encontram na mesma célula. Durante o processo de replicação, as enzimas que fazem a síntese de moléculas de RNA derivadas utilizam parte do genoma de BA.1.1 e parte do genoma de BA.2, gerando um RNA misto.
Monitoramento da variante XQ
A OMS informa que atua com redes internacionais de especialistas para monitorar as mudanças no vírus, de maneira que, se forem identificadas variações significativas, possa informar os países e o público sobre quaisquer mudanças necessárias para responder à variante e impedir sua propagação.
À CNN, o infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, disse que, por conta dos poucos casos notificados, ainda não é possível saber se a recombinante XQ terá maior ou menor transmissibilidade em relação às demais variantes do coronavírus ou até mesmo outras subvariantes da Ômicron.
A OMS enfatiza que essas linhagens descendentes da Ômicron, como a XE, que combina a subvariante BA.1 e a BA.2, devem ser monitoradas como linhagens distintas pelas autoridades de saúde pública e avaliações comparativas de suas características de vírus devem ser realizadas.
Segundo Reis, “também não é possível afirmar sobre o grau de virulência (“agressividade”) da XQ, uma vez que são poucos os casos descritos até então, sendo necessário um melhor acompanhamento para avaliar essas características”.
Até o momento, a XQ não está no grupo de variantes de preocupação (VOC) estipulado pela OMS. O órgão considera uma VOC quando há:
- Aumento da transmissibilidade ou mudança prejudicial na epidemiologia da Covid-19; ou
- Aumento da virulência ou alteração na apresentação clínica da doença; ou
- Diminuição da eficácia das medidas de saúde pública e sociais ou diagnósticos, vacinas, terapêuticas disponíveis.
Ainda assim, de acordo com o virologista Fernando Spilki, pesquisador da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, essa recombinante é “interessante”.
Isso porque a subvariante BA.2, uma parte da recombinante XQ, é uma linhagem da Ômicron, e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é a subvariante mais presente no sequenciamento global por conta da sua alta capacidade de transmissibilidade.
“Precisa, obviamente, ser monitorada. [Ela] evidencia que o vírus [da Covid] ainda circula bastante. Por enquanto estes recombinantes não têm induzido alterações no padrão de disseminação do vírus, mas é algo a monitorar”, afirma Spilki.
O virologista destaca ainda que pode haver variação na taxa de transmissão da recombinante XQ, mas ressalta que “importante é ter em mente que todas essas variantes derivadas da Ômicron têm guardado o mesmo perfil de já ter uma alta transmissibilidade”.
Coronavírus no mundo
No último Boletim Epidemiológico da OMS, publicado em 4 de maio, a OMS não atualizou qualquer dado sobre VOCs.
Mas informou que, globalmente, o número de novos casos e mortes por Covid-19 está diminuindo desde o fim de março de 2022.
Durante a semana de 25 de abril a 1 de maio de 2022, foram relatados mais de 3,8 milhões de casos e mais de 15 mil mortes, quedas de 17% e 3%, respectivamente, em comparação com a semana anterior.
No entanto, um aumento no número de novos casos semanais foi relatado na África (+31%) e nas Américas (+13%), e o número de novas mortes semanais aumentou na região do Sudeste Asiático (+69%), em grande parte devido a um atraso na notificação de mortes da Índia.
O Ministério da Saúde foi procurado pela CNN para comentar o assunto, mas não se manifestou até o momento da publicação desta reportagem.
Fonte: *Com informações de Lucas Rocha, CNN
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Operação contra o desmatamento da Mata Atlântica começa em 17 estados
Realizada anualmente, a maior ação de combate ao teve início nesta segunda-feira (16) em 17 estados. Chamada de Operação Mata Atlântica em Pé, a iniciativa é coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa).
A operação ocorre simultaneamente em todos os estados em que o bioma está presente: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Resultado de uma ação conjunta entre os ministérios públicos estaduais e os órgãos ambientais relacionados, a ação tem quatro fases. Na primeira, são levantadas as áreas desmatadas com base em informações da Fundação SOS Mata Atlântica e do Mapbiomas Alerta. Em seguida, os proprietários são identificados pelos ministérios públicos, e as áreas são fiscalizadas pelos órgãos públicos e pelas polícias ambientais. Se detectado o desmatamento, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal.
Mata Atlântica
De 2022 para 2023, o desmatamento no bioma teve uma diminuição de 27%, passando de 20.075 hectares para 14.697. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que também mostram a queda do desmatamento em 13 dos 17 estados com cobertura do bioma — Piauí, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco foram as exceções. No último ano, também foi identificada a retirada ilegal de 17.931 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica pela Operação Nacional conduzida pelos ministérios públicos.
Em nota, o promotor de justiça do Ministério Público do Paraná e presidente da Abrampa, Alexandre Gaio. defendeu que a operação consolidou uma cultura de fiscalização do desmatamento ilegal no bioma, por meio da utilização de inteligência e contínuo engajamento dos Ministérios Públicos e órgãos de fiscalização ambiental, “o que também tem contribuído para a redução dos índices de supressão ilegal e enfrentamento às mudanças climáticas”.
O resultado da edição da operação deste ano será apresentado ao final das ações de fiscalização, em 27 de setembro, com transmissão on-line e ao vivo pelo Ministério Público de Minas Gerais.
*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa
Edição: Aline Leal
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Candidata a vereadora e sua irmã são mortas após sequestro e tortura
Duas irmãs, Rayane Alves Porto, de 28 anos, e Rithiele Alves Porto, de 25 anos, foram brutalmente assassinadas a facadas após serem sequestradas e torturadas por um grupo de sete pessoas em Porto Esperidião, a 358 km de Cuiabá, neste sábado (14). Rayane, que era candidata a vereadora na cidade, e sua irmã, donas de um circo, foram atacadas após deixarem um festival de pesca local. Além das duas vítimas fatais, outras duas pessoas foram sequestradas e feridas no incidente.
A Polícia Civil informou que o grupo foi levado para um cativeiro na Rua Marechal Cândido, no centro da cidade, onde as agressões ocorreram. Um dos sobreviventes conseguiu escapar e buscar ajuda, relatando à polícia o sequestro e tortura a que ele e os outros foram submetidos. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o sobrevivente revelou que os agressores, que se identificaram como membros de uma facção criminosa, exigiram dinheiro das vítimas em troca de pouparem suas vidas.
No local do crime, a polícia encontrou um jovem gravemente ferido, com mutilações no dedo e orelha, além de cortes na nuca. Nos cômodos da casa, foram localizados dedos e fios de cabelo de uma das irmãs, e no último quarto, os corpos de Rayane e Rithiele, ambos com sinais de tortura causados por arma branca e com os cabelos cortados.
As investigações apontam que o crime teria sido motivado por uma foto tirada pelas vítimas no Rio Jauru, em que faziam um gesto associado a uma facção rival da que comandou o ataque. Durante a tortura, os suspeitos pressionaram as vítimas por dinheiro em troca de suas vidas.
portaldotupiniquim
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Alertas de desmatamento na Amazônia caem 10,6% em agosto
Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal tiveram queda de 10,6% em agosto deste ano, comparados ao mesmo mês de 2023, e de 69,7% em relação a agosto de 2022. “É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa”, informou o governo federal, em comunicado divulgado na noite desta sexta-feira (13).
Em agosto de 2023, o sistema registrou 563,09 quilômetros quadrados (km²) sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal. Já no mês passado, foram 503,65 km². A queda é bem maior quando comparada a agosto de 2022, quando houve alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
Nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Os dados são do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter-B), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desenvolvido para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novas alterações na cobertura florestal. O Deter-B identifica e mapeia desmatamentos e demais alterações na floresta com área mínima próxima a um hectare.
Já a taxa anual de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal brasileira é fornecida, desde 1988, pelo Programa de Cálculo do Desmatamento da Amazônia (Prodes). As imagens utilizadas são do satélite Landsat, com maior resolução, que detecta exclusivamente desmatamentos tipo corte raso superiores a 6,25 hectares.
Sistemas de monitoramento
O Deter e o Prodes formam o conjunto de sistemas para monitoramento e acompanhamento dos biomas brasileiros, que tem como ano referência sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
De agosto de 2023 a julho de 2024, os alertas de desmatamento na Amazônia – detectados pelo Deter – caíram 45,7% em relação ao período anterior. O número de 4.314,76 km² desmatados é o menor da série histórica iniciada em 2016.
Já os dados consolidados de desmatamento do Prodes de 2023/2024 são divulgados no fim do ano. No período de agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento na Amazônia Legal alcançou 9.001 km², o que representa queda de 22,3% em relação ao ano anterior (2021/2022).
No bioma Cerrado, o Deter-B verificou aumento de 9% de supressão da vegetação de agosto de 2023 a julho de 2024, em relação ao período anterior, chegando a 7.015 km² de área sob alerta. No caso do Pantanal, a área sob alerta está em 1.159,98 km². Como essa medição começou em agosto do ano passado, ainda não é possível o comparativo.
Mesmo com a retomada das políticas ambientais pelo atual governo – que resultaram em sucessivas reduções de desmatamento na Amazônia – a degradação também é uma preocupação e afeta uma área três vezes maior que o desmatamento. Camuflados por frágeis vegetações, distúrbios ambientais causados pelo homem avançam sobre a biodiversidade, longe do alcance das imagens de satélite e do monitoramento governamental.
Edição: Kleber Sampaio
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