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VP de Gente do Grupo Boticário Fala Sobre Carreira Global no RH

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Alessandra Ginante, nova vice-presidente de Gente do Grupo Boticário, construiu uma carreira internacional ao longo de 15 anos entre Estados Unidos e Holanda antes de decidir voltar a morar no Brasil, há três meses. “Cheguei a um ponto da minha carreira em que percebi que posso ser uma executiva global morando no meu país”, diz à Forbes Brasil.
Nos últimos oito anos, esteve no epicentro da inovação tecnológica, o Vale do Silício, onde ocupou posições de liderança em empresas como NetApp, Pure Storage e Hewlett Packard Enterprise. Apesar da mudança de país, segue atuando no conselho da empresa americana de tecnologia iCIMS, em Nova Jersey — ponte que mantém viva sua conexão com o ecossistema global. “Isso me permite seguir conectada aos dois mundos.”
Agora, liderando uma equipe de mais de 500 pessoas no Grupo Boticário, Alessandra tem como missão preparar o RH para o futuro. “Sempre foquei nisso: quando você muda o topo, o impacto se espalha para toda a organização.” Com olhar estratégico e foco em inovação, aposta no equilíbrio entre tecnologia e fator humano para impulsionar transformação. “Estou mergulhada em construir um RH que olhe para o futuro com estratégia, empatia e inovação.”
Com mais de três décadas de experiência, Alessandra construiu sua trajetória em multinacionais como Diageo, Avon, Philips e Volkswagen. “No começo da minha carreira, era uma batalha constante para provar que RH merecia um lugar na mesa de decisões”, afirma. Ao longo dos anos, viu esse cenário evoluir, e o papel da área conquistar protagonismo na liderança.
De volta ao Brasil, sua ambição, porém, vai além de liderar: “O principal é ensinar o que aprendi e tornar nosso RH referência. Quero investir na formação das novas gerações de recursos humanos do Brasil.”
A seguir, Alessandra Ginante, nova VP de Gente do Grupo Boticário, compartilha os aprendizados e desafios de liderar em contextos multiculturais na área de RH — e como construiu uma trajetória global sem abrir mão das próprias raízes.
Como foi o processo para conquistar essa posição de liderança no Grupo Boticário?
Como estava empregada, não saí procurando uma posição. O que busquei, de fato, foram pessoas com valores parecidos com os meus: padrão alto, curiosidade intelectual, compromisso com a excelência e integridade — que fazem o certo mesmo quando ninguém está olhando.
Isso ressoou muito com a forma como conduzi minha carreira. Outras oportunidades até surgiram, mas algumas eu declinei logo de início, por não sentir como um encaixe natural de valores. Estava em um momento da vida em que podia esperar e fazer a transição com calma.
Em certo momento, chegou a conversa com o Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário, que começou assim, despretensiosa. Aos poucos, percebemos que havia sintonia.
O que te motivou a voltar para o Brasil neste momento da sua carreira?
Acredito que, dependendo de quando você sai do seu país de origem, a chance de voltar varia. Saí pela primeira vez aos 26 anos, depois de ter feito toda a minha formação aqui. Fui como expatriada, já sabendo que, em algum momento, voltaria. Naquela época, voltei por motivos familiares — meus pais estavam envelhecendo e adoeceram.
Desta vez, o retorno tem um significado diferente. Cheguei a um ponto da minha carreira em que percebi que posso ser uma executiva global morando no Brasil — algo que talvez não fosse possível para gerações anteriores. É claro que nenhum país é perfeito, mas quanto mais tempo se passa fora mais você valoriza algumas fortalezas do Brasil.
Como foi tomar essa decisão, tanto pelo lado profissional quanto pessoal?
Profissionalmente, fez sentido. Ter a oportunidade de assumir um cargo global, em uma empresa do porte do Grupo Boticário, baseada em São Paulo, me permite seguir conectada com o mundo. A relevância do grupo, aliada à tecnologia, me mostraram que seria possível estar mais próxima do centro das decisões morando em São Paulo do que em São Francisco (que, apesar de tudo, é longe de quase tudo).
E tem também o lado pessoal. Meu marido é americano, de Nova York, filho único, e os pais dele estão mais velhos. Já tínhamos decidido sair da Califórnia para ficar mais próximos da família e, entre Nova York e São Paulo, colocamos tudo na balança. Comecei a considerar posições nessas duas cidades. Mas, se fosse no Brasil, eu queria uma empresa grande, com excelente governança, cultura de alta performance e consciência social — tudo que uma organização madura precisa ter.
Quando soube que o Grupo Boticário estava considerando contratar uma CHRO, foi quando pensei: ou é tudo, ou é nada. E aqui estou.
Já são três meses no Brasil e no novo cargo. Como tem sido o processo de adaptação depois de tantos anos morando fora?
Parece que estou voltando para casa. Brinco com alguns amigos que é como voltar a morar na casa dos pais depois de muitos anos vivendo sozinha. Tem os perrengues, como a burocracia, por exemplo. Minha carteira de motorista estava vencida havia anos, então precisei resolver essas coisas.
Ao mesmo tempo, tem algo muito especial em voltar a viver na minha própria cultura. Sempre fui bem global — jovem, curiosa, queria muito morar fora. E consegui. Morei na Holanda, nos Estados Unidos, fui e voltei algumas vezes, e me adaptei bem. Mas nunca é igual.
Estar de volta, falar português o tempo inteiro, contar piada na minha língua, chamar as pessoas por apelido, são pequenas grandes coisas. Esse conforto cultural, o calor humano do brasileiro, é muito único.
Quais foram os maiores desafios da sua trajetória até aqui?
O idioma foi um desafio “de hardware”: técnico, mecânico. O que realmente exigiu de mim foi o “software” — lidar com o invisível, com as camadas culturais, com os códigos não-ditos de cada país e de cada ambiente profissional.
Quando você assume uma posição de liderança, especialmente fora do seu país, isso ganha outra dimensão. Você não está só gerenciando um time. Você está sendo observada por lentes atravessadas por estereótipos. Mulher. Hispânica. Jovem. Líder de RH, mas que entende do negócio. Isso confunde e incomoda. É como se você precisasse explicar sua presença o tempo todo.
No início, confesso que tentei me adaptar demais. Pintava a unha de branco, evitava qualquer traço que pudesse me destacar. Até o momento em que percebi o quanto isso me custava, e decidi me reencontrar comigo mesma. Foi aí que me fortaleci. Voltei a confiar na minha identidade, no meu valor, e encontrei minha própria forma de liderar.
Como você enxerga seu papel na liderança?
Ser líder, para mim, sempre foi uma escolha consciente. Gosto de pensar que liderar é como pedalar contra o vento: se ele está contra, é você quem precisa estar na frente para proteger o time. Mas, se o vento está a favor, ele precisa alcançar primeiro as pessoas que trabalham com você.
Não perco de vista meu papel como executiva. Gosto muito da área de pessoas, mas acredito profundamente que RH é — e deve ser — tratado como um negócio. Tenho metas claras, OKRs, métricas. Minha formação é em análise de sistemas, então sou apaixonada por tecnologia e dados. E essa visão me ajuda a unir duas dimensões: a excelência operacional com o lado humano.
Estamos em uma nova fronteira. A força de trabalho do futuro é digital e humana. Saber gerenciar esse equilíbrio de quando usar tecnologia e quando o fator humano é insubstituível é a chave. É nisso que estou mergulhada: em construir um RH que olhe para o futuro com estratégia, empatia e inovação.
Nos últimos anos, o RH passou por mudanças aceleradas e ganhou mais protagonismo dentro das empresas. Como você enxerga essa evolução?
É uma transformação global. Às vezes a gente tende a achar que nos Estados Unidos está muito à frente, mas não vejo dessa forma. O Brasil não fica para trás em termos de maturidade da função de RH. Pelo contrário, temos profissionais altamente qualificados e inovadores.
Vivemos algumas etapas importantes. No começo da minha carreira, era uma batalha constante para provar que RH merecia um lugar na mesa de decisões. Felizmente, nas empresas com performance relevante, esse debate já está superado.
A pandemia e os movimentos sociais, como o impacto do caso George Floyd, marcaram um ponto de virada. Pela primeira vez, vimos uma sobreposição clara entre imperativos de negócio, gestão de talentos e a agenda de diversidade, equidade e inclusão. Foi quando ficou evidente: não integrar tudo isso tem um custo direto — seja em performance, receita, produtividade ou saúde mental.
A partir daí, o desafio deixou de ser apenas conquistar espaço: passou a ser ocupar esse espaço com profundidade.
Como você enxerga o papel do RH hoje?
Vivemos mais uma virada: além da profundidade técnica e do conhecimento de negócio, precisamos entender profundamente de tecnologia. Não para competir com quem é de tecnologia, mas para dialogar de igual para igual — e construir juntos.
Só assim vamos garantir que a genialidade, a criatividade e o potencial humano estejam sendo usados no lugar certo, e não desperdiçados em tarefas repetitivas.
Na prática, isso significa que até o nome da área pode ter que mudar. Não é mais apenas sobre “gente” ou “recursos humanos”. É sobre todos os recursos — digitais e humanos — necessários para viabilizar a produção e a inovação.
Ao longo da sua trajetória, você acompanhou de perto a transformação do papel da mulher na liderança. O que mudou?
Nos últimos 30 anos, vejo que avançamos bastante, mesmo que ainda falte muito. Hoje, já não se tolera mais o machismo velado — nem o escancarado — em muitas empresas. Claro que ainda existe desigualdade, principalmente em alguns setores, mas houve avanço em todas as frentes: diversidade, equidade e inclusão.
A diversidade ainda caminha devagar, em alguns setores mais do que em outros. Por isso, voltar para o setor de consumo, como o de beleza, que tem mais presença feminina, é um respiro em comparação à tecnologia.
Já a equidade avançou bastante, porque é apoiada por políticas, métricas, leis e auditorias. E é bom lembrar: ela beneficia a todos, não apenas mulheres ou minorias.
A inclusão também evoluiu (e muito) porque criamos mais redes de apoio entre mulheres. E, principalmente, porque muitos homens passaram a atuar como aliados, não permitindo mais certos comportamentos dentro das empresas.
E o que ainda precisa mudar?
Se eu pudesse escolher apenas um ponto para acelerar, seria esse: transformar os espaços de poder. Sempre foquei nisso, porque quando você muda o topo, o impacto se espalha para toda a organização. Nos últimos anos, por exemplo, coordenei um programa para preparar mulheres para seu primeiro conselho de administração. Na última turma, nove das quinze participantes conquistaram essa cadeira. É esse tipo de movimento que realmente muda o jogo.
O que te move hoje?
Com toda a experiência que adquiri trabalhando em diferentes culturas, indústrias e empresas globais, hoje minha missão é ajudar meu time no Grupo Boticário.
Tenho pessoas muito seniores, mas também quem está começando na carreira de recursos humanos, e quero que eles tenham a oportunidade de aprender, crescer e atingir um padrão de classe mundial — trabalhando no Brasil.
Isso para mim é o principal: ensinar o que aprendi, sistematizar esse conhecimento no grupo para que a gente seja excelente em tudo, como já somos em muitas áreas. No RH, também vamos ser referência. Quero investir na formação das novas gerações de recursos humanos do Brasil.
Além do trabalho, quais são seus hobbies? Dá para equilibrar vida pessoal e carreira?
Aprendi muito na Holanda sobre gestão do tempo, e aplico isso rigorosamente. Uso meu calendário não só para agendar reuniões, mas para organizar meu trabalho, bloqueando horários para tarefas importantes. Isso me ajuda a limitar o número de reuniões que aceito e a garantir foco na entrega.
Gosto de ler… para mim, leitura é lazer, não trabalho. Também corro, não porque adoro, mas porque preciso. Sou bastante extrovertida, então relaxo também na socialização: recebo amigos em casa, vou às casas deles, faço eventos. Quando estava na Bay Area, aprendi a cozinhar junto com meu marido e a inventar receitas.
Tenho interesse em moda e tecnologia — uso aplicativos para ajudar na escolha do guarda-roupa, por exemplo. E meus sobrinhos são uma presença constante, ocupam muito meu tempo. Meu marido divide esse tempo comigo, pois ele mora entre Nova York e São Paulo.
Também adoro dançar, especialmente samba, e vou a shows e bares com música ao vivo, aproveitando os momentos simples da vida.
Tirando o crachá, quem é a Alessandra?
Sou uma pessoa que escolheu ser feliz no simples. Até recentemente, vivia no futuro. Precisava falar inglês? Ok, vamos aprender. Depois da graduação, precisava fazer pós? Feito. Estava sempre focada em trabalhar o melhor que podia, mas também olhando o próximo passo para melhorar o padrão de vida da minha família. Agora, sou muito mais calma com isso. Vivo o presente, que para mim é o que mais importa.
A trajetória de Alessandra Ginante, VP de Gente do Grupo Boticário
Por quais empresas passou
NetApp, Pure Storage, Hewlett Packard Enterprise, Diageo, Avon, Philips e Volkswagen.
Formação
Formada em análise de sistemas na Universidade Paulista, tem mestrado acadêmico no Mackenzie e MBA e doutorado na FGV EAESP.
Primeiro emprego
“Meu primeiro emprego em tempo integral foi de assistente administrativa na área de benefícios do Banco de Crédito Nacional. Fazia concessão de empréstimos para os funcionários do banco.”
Primeiro cargo de liderança
Supervisora do departamento de benefícios no BCN.
Um hábito essencial na rotina
“Meu hábito mais crítico é cuidar do meu tempo como o recurso mais escasso que tenho. Tenho o hábito de olhar minha agenda tanto profissional quanto pessoal e fazer modificações para assegurar que dedico o meu tempo aos temas mais estratégicos e às pessoas e relações mais críticas ou importantes para mim.”
Um livro, podcast ou filme que inspira sua visão de gestão
“Unleashed”, de Anne Morriss e Frances Frei.
O que te motiva
“Sou muito motivada a aprender sobre o novo. Seja sobre novas pessoas, novas ideias ou novas formas de fazer algo.”
Um conselho de carreira
“O melhor conselho de carreira que recebi foi manter um equilíbrio entre falar o que vou fazer e fazer o que falei.”
Tempo de carreira
33 anos.
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5 Minutos de Mindfulness: o Hábito Simples Que Pode Fortalecer a Sua Carreira

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Em uma era marcada por demissões em massa, incertezas econômicas e turbulências políticas e sociais, é natural que os níveis de estresse aumentem e que a vida pareça estar fora de controle. Apenas cinco minutos de atenção plena (mindfulness) por dia colocam você em um estado de relaxamento mental e alerta ao mesmo tempo, permitindo encarar o trabalho e a vida de forma mais calma e prazerosa.
Entenda a seguir o que dizem os estudos sobre a prática de mindfulness e como ela pode transformar sua saúde mental e carreira.
5 minutos de atenção plena diária: um remédio para estresse e produtividade
Cada vez mais estudos científicos comprovam a ligação entre mindfulness e a redução do estresse, o bem-estar e até maior produtividade no trabalho e sucesso profissional. Talvez você se preocupe com contas não pagas, um projeto inacabado ou o prazo que precisa cumprir. Talvez fique revivendo uma discussão com o chefe ou se perguntando se será o próximo a ser demitido.
O mindfulness treina sua mente a fazer o que ela não faz instintivamente: voltar ao presente, aproveitar o momento e valorizar a própria vida em vez de focar em preocupações com o futuro (“E se eu for demitido?”) ou arrependimentos do passado (“Eu deveria ter falado naquela reunião”). Do ponto de vista da neurociência, apenas cinco minutos de prática durante o expediente permitem que você perceba os hábitos automáticos da mente, ative os circuitos sociais do cérebro e consiga resetar e recarregar sua mente.
Como o mindfulness funciona na prática
Pense em si mesmo como uma estrada de duas faixas: uma externa e uma interna. A maioria de nós passa mais tempo na faixa externa, pensando em tarefas do dia a dia. Mas a chave para uma saúde mental melhor está em dedicar mais tempo a observar, em vez de apenas pensar, tanto o que acontece fora quanto dentro de você. Essa observação curiosa pode ser da faixa externa (o que está acontecendo ao redor) ou da faixa interna (o que você pensa e sente no momento presente).
Tudo o que você precisa são cinco minutos, um assento confortável e um lugar sem distrações. A partir daí, já está pronto para começar.
A seguir, alguns exercícios de atenção plena para praticar no dia a dia. O segredo é observar sempre com curiosidade, como se estivesse examinando um detalhe novo em sua própria mão.
Exercício 1: Notando na faixa externa
A atenção aberta é a observação curiosa do que acontece ao seu redor no momento presente, enquanto você realiza suas atividades. Veja como praticar em 4 passos rápidos e simples:
- 1. Sente-se em um lugar confortável, de olhos abertos ou fechados, por um minuto.
- 2. Programe um cronômetro para 60 segundos.
- 3. Ouça com curiosidade, tentando perceber o maior número de sons diferentes. Pode ser o barulho do ar-condicionado ou aquecimento, o trânsito distante, vozes no prédio, o tique-taque de um relógio ou até o som do seu estômago.
- 4. Ao fim de um minuto, em vez de tentar lembrar os sons, volte sua atenção para a faixa interna. Note os batimentos cardíacos mais lentos, a respiração mais calma e os músculos relaxados. Em apenas 60 segundos, a maioria das pessoas já se sente mais tranquila, clara e energizada. Imagine como seria após cinco minutos dessa prática.
Ao se engajar com curiosidade no momento presente, preocupações e pensamentos estressantes perdem força. Você percebe a respiração mais calma, os músculos menos tensos e o corpo saindo do estado de alerta mental para um estado de descanso e recuperação.
Exercício 2: Notando na faixa interna
Uma das formas mais simples de mindfulness é acessar a faixa interna usando a respiração como foco. Sente-se em um local confortável, feche os olhos e respire pelo nariz, soltando o ar pela boca. Concentre-se em cada inspiração e expiração, acompanhando o ciclo do início ao fim.
Quando pensamentos surgirem – dúvidas se está fazendo certo, lembranças de tarefas ou julgamentos – não tente afastá-los. Apenas aceite que eles apareceram e traga, com suavidade, a atenção de volta à respiração. Cada vez que sua mente se distrair (e isso vai acontecer), volte ao fluxo da respiração. Após cerca de cinco minutos, abra os olhos e perceba o quanto está mais presente.
Exercício 3: O abraço da borboleta
Pense em uma preocupação que esteja incomodando, como “Será que meus colegas vão gostar da minha apresentação?” ou “Eu deveria ter falado na reunião de ontem”. Cruze os braços sobre o peito e bata levemente as mãos nos ombros, como se fossem asas de borboleta.
Vire a cabeça para a direita e foque em algo: uma parede, um quadro, o tapete ou até um detalhe da natureza. Observe por 20 segundos, prestando atenção nas formas, cores e tamanhos. Depois, vire a cabeça para a esquerda e repita com outro objeto. Continue batendo as mãos suavemente enquanto faz o exercício.
Quando terminar, tente lembrar da preocupação inicial. Muitas vezes, ela perde a intensidade ou é difícil de ser recordada. Isso acontece porque o mindfulness desliga a resposta de estresse e ativa o sistema parassimpático, responsável pelo descanso e recuperação. Nesse estado, é mais fácil acessar calma, clareza e confiança.
Considerações finais: como 5 minutos de mindfulness podem mudar sua vida
Em tempos incertos, quando você se sentir sobrecarregado, ansioso ou frustrado, acostume-se a trazer sua atenção de volta ao presente.
Inclua a atenção plena na rotina: ao caminhar do estacionamento até o escritório, em vez de pensar na agenda do dia, pratique uma caminhada consciente, percebendo os pés no chão, o céu aberto ou os sons ao redor. Ao ir ao banheiro ou esperar uma reunião começar, atente-se aos sons ambientes ou às sensações do corpo.
Com a prática regular, você perceberá que sua mente permanece mais calma e estável, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. A longo prazo, os cinco minutos de mindfulness diários se mostram eficazes: menos arrependimentos do passado, menos angústias sobre o futuro e muito mais presença no aqui e agora. O resultado é mais tranquilidade, clareza e uma melhora significativa no engajamento, produtividade e desempenho profissional.
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“O Futuro Chegou”: as Previsões de Amy Webb para o Brasil e a Tecnologia

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
“Eu sou Amy Webb, sua brasileira honorária favorita.” Foi assim, em português mesmo, com a voz clonada com a ajuda da inteligência artificial da ElevenLabs, que a futurista americana começou sua palestra no Rio Innovation Week, conferência que acontece esta semana no Rio de Janeiro.
CEO do Future Today Strategy Group, empresa que aconselha algumas das maiores companhias do mundo, Webb compartilhou suas principais apostas para o futuro. Ganhou o público com referências brasileiras, como a influenciadora Virginia Fonseca. Também com uso da IA, dessa vez do Veo 3, do Google, projetou um vídeo em que aparece passando um creme da marca da influenciadora no rosto. “Se isso te assustou – o que deveria, porque me assustou –, vou mostrar o que vem depois disso: modelos generativos que podem prever e simular qualquer tipo de dado.”
Sem alarmismo, a futurista se propõe a chacoalhar executivos e chamar atenção para um futuro que está batendo à porta. “O futuro está prestes a ser radicalmente diferente do que o presente”, diz. “Você está realmente inovando? Ou apenas seguindo?”
Muitas empresas não estavam preparadas no começo da internet ou do mobile. Eu vejo a mesma coisa acontecendo agora. As empresas estão falando sobre IA, mas não vejo uma inovação acontecendo.
Amy Webb
De jornalista a futurista
Muito antes de lotar palcos, projetar tendências e aconselhar executivos e suas companhias, Amy Webb começou a carreira como jornalista. “Sempre fui interessada em trabalhar no futuro”, disse à Forbes.
Ainda na escola, aos 12 anos, participou de um clube acadêmico chamado Future Problem Solver (Solucionadores de Problemas do Futuro). “Desde então, queria fazer isso como trabalho.”
Há cerca de 20 anos, deixou a carreira no jornalismo para tentar o que de fato brilhava seus olhos: solucionar os “problemas realmente difíceis”. “Estudei, tirei certificações e comecei a escrever sobre o futuro fazendo pesquisas profundas e consultorias. Foi rápido, e foi assim que aconteceu.”
Ela não sabia exatamente qual caminho seguir, mas tinha muita certeza sobre o destino. “Esse é um bom conselho para qualquer pessoa. Você precisa se ver no futuro e saber exatamente o que você quer, mas ser muito flexível em como chegar lá.”
A seguir, confira os principais insights de Amy Webb e suas apostas para o futuro
IA e futuro
“Quando falamos de AI, e quando pensamos no futuro do AI, estamos olhando de uma forma muito estreita. Assumimos que o futuro será como hoje, apenas mais. Ou, que o futuro da IA será como o que vimos nos filmes, mas talvez não tão ruim. O futuro na verdade não é nenhuma dessas coisas. As pessoas podem pensar que isso não tem nada a ver com elas e seus negócios, mas isso é um grande erro, porque tem tudo a ver com você e o futuro.”
AI2C
“Quantas de vocês já procuraram o vestido preto perfeito? É um desafio, eu sei. Em breve, não teremos que procurar mais. A internet vai ser ‘searchless’, sem cliques, o que representa uma grande mudança de onde estamos agora. Em vez disso, sistemas de IA colaborativos vão fazer o trabalho por nós. No futuro, o usuário vai dizer ‘eu quero um vestido curto preto’. E ao invés de mostrar algo totalmente genérico, em um corpo que não pareça com o dela, você pode entregar o vestido exato que ela gostaria junto com uma imagem que se pareça com ela. Digamos que ela realmente queira esse vestido. Esse sistema de IA poderia usar as medidas exatas da mulher para criar um modelo, enviar direto para uma fábrica e mandar fazer especificamente para o corpo dela. Então, ao invés de B2B ou B2C, isso seria AI2C, IA para o consumidor. A IA cria, fabrica, envia exatamente o que o consumidor quer, e todos os intermediários, como a loja, por exemplo, e o shopping, são eliminados. Alguns de vocês podem estar pensando como isso vai funcionar. E a resposta é: eu fiz. Treinei o sistema, dei as minhas medidas, encontrei um fabricante, ele fez tudo. Isso representa um futuro totalmente diferente.”
Potencial do Brasil
“As maiores indústrias desse país são indústrias dos séculos 19 e 20, mineração, agricultura, indústria pesada. Todas essas indústrias estão preparadas para a inovação. O Brasil pode e deveria ser um líder global no futuro da agricultura. Vocês têm grandes indústrias aqui, mas também têm pequenas empresas de família, e não há liderança que consistentemente diga ‘esse é o nosso futuro como país’. Tem essa frase no Brasil [“Brasil é o país do futuro], e vocês vêm dizendo isso há 100 anos. O futuro chegou. Vocês precisam reinventá-lo. E vocês podem. […] Eu acho que vocês deveriam ser mais confiantes e se arriscar mais. Eu gostaria de ver isso.”
“Ministério do futuro”
“O governo do Brasil deveria ter algo como um “ministério do futuro”, e as pessoas trabalhando lá não deveriam ser políticas, e deveriam se reunir a cada 10 anos. Ou seja, se você tiver novos líderes indo e vindo, o governo muda, mas é o mesmo negócio. E o seu trabalho deve ser ajudar a estabelecer uma visão para o longo prazo para o Brasil e começar a descobrir como juntar esses grupos diferentes. O trabalho não é tecnologia ou ciência, é pessoas. O ministério para o futuro deve ser o melhor do mundo em juntar diferentes grupos de pessoas para que possam colaborar. Se o governo brasileiro fizer isso e criar incentivos para todas essas diferentes partes, empresas e pessoas colaborarem, você começaria a ver mudanças. “
AGI
“Há três anos, eu estava com alguns executivos da OpenAI e de repente eles estavam chamando a empresa de uma empresa de AGI. Eu fiquei tipo: ‘o que vocês querem dizer com isso? Vocês já descobriram a AGI?’ Porque isso é uma surpresa, eu não vi nada sobre. Agora, a Meta está se chamando de uma empresa ‘superinteligente’. É tudo bobagem [bullshit], eu acho. Eu diria que nós já temos a AGI. Se você olhar a pesquisa da DeepMind, o que ninguém realmente faz, eles definitivamente superaram os benchmarks. Eu não acho que eles diriam ‘nós alcançamos a AGI’, mas você já pode ver isso.”
IA e empregos
“A próxima vez que você ouvir alguém dizer que a IA vai tomar todos os empregos ou vai expandir desigualdades, ou o que for, essas são histórias fáceis de contar, mas não necessariamente corretas. O que eu quero que vocês façam como inovadores é ter o hábito de realmente olhar para os dados, fazer pesquisas e encontrar essas outras histórias mais plausíveis para contar. E ser aquele dentro da sua organização que vai contar essas histórias e deixar as pessoas nem animadas nem preocupadas, mas trabalhando no futuro.”
Agentfluence Marketing
“Basicamente, isso é sobre fazer e desenvolver agentes de IA autônomos como influenciadores digitais para marketing de ideias, produtos ou comportamentos – não para as pessoas, mas para outros agentes de IA. O que eu estou falando aqui não é da Virginia [Fonseca], mas de 3.000 versões de IA da Virgínia, não desenvolvidas para falar com você, mas para falar com outros influenciadores. Eu acho que vamos ter humanos e a IA como audiência. […] Então, como inovamos, como interagimos uns com os outros, como exercemos nossas habilidades, tudo isso vai ser radicalmente diferente no futuro.”
Confiança
“As pessoas confiam nos humanos até nos darem razão para não confiar. Nós usamos a inteligência artificial o tempo todo. Você usa o Waze, você usa o WhatsApp, a IA é parte desses sistemas. Nós não paramos e pensamos ‘nós confiamos neles?’ E eu acho que quanto mais complicados esses sistemas ficam, mais confiança nós vamos dar para eles, porque eles vão se tornar tão úteis para nós que não queremos parar de usá-los.”
Velocidade das mudanças
“Não me sinto sobrecarregada [overwhelmed]. Eu acho que é porque eu dou muita atenção ao que está acontecendo, então nada me parece novo. Quando você está vivendo a sua vida e de repente ouve algo, parece que o futuro está acontecendo muito rápido. Então tente ouvir mais e preste atenção, não nas histórias escandalosas, não esqueça os influenciadores de IA, há muitos em todo o lugar, (especialmente no LinkedIn). Encontre professores entediantes e faça com que eles te expliquem o que está acontecendo. Você não sentirá a mesma sensação de estar por fora.”
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Zuckerberg Desperdiçou Seu Talento em IA, Agora, Está Gastando Bilhões para Substituí-lo

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Meta estava repleta de talentos de ponta em IA, até que parou de funcionar. Anos antes da onda de compras de Mark Zuckerberg, a empresa contratou os pesquisadores e engenheiros que, em última análise, partiriam para fundar grandes empresas de IA: os fundadores da Perplexity, Mistral, Fireworks AI e World Labs, todos vieram do laboratório de IA da empresa controladora do Facebook. E, à medida que o boom da IA impulsionou a construção de modelos cada vez mais capazes, outros migraram para rivais como OpenAI, Anthropic e Google.
A fuga de talentos dos últimos anos tem sido difícil, disseram três ex-funcionários da Meta AI à Forbes . “Eles já tinham os melhores profissionais e os perderam para a OpenAI… Este é o Mark tentando desfazer a perda de talentos”, disse um ex-funcionário da Meta AI. E mesmo com Zuckerberg fazendo ofertas impressionantes para pesquisadores de IA de ponta, a gigante das mídias sociais continua perdendo os que sobraram.
Hoje em dia, quando se trata de recrutar pesquisadores de IA de alto calibre, a Meta costuma ser deixada de lado. Fontes de algumas das maiores empresas de IA do Vale do Silício disseram que, antes das novas contratações dos últimos meses, os talentos da Meta não atendiam aos requisitos de contratação. “Podemos estar interessados em contratar algumas das novas pessoas que o Mark está contratando agora . Mas já faz um tempo que não nos interessamos particularmente pelas pessoas que já estavam lá”, disse à Forbes um executivo sênior de uma das principais empresas de IA de ponta .
Um fundador de startup de IA
O Google contratou menos de duas dúzias de funcionários de IA da Meta desde o outono passado, de acordo com uma pessoa familiarizada com as contratações do Google, em comparação com as centenas de pesquisadores e engenheiros de IA que contratou no mesmo período. Essa pessoa disse à Forbes que a “crença predominante” é que a Meta não tinha muitos talentos disponíveis para recrutar. O Google não quis comentar.
Isso deu um ar de desespero às tentativas de Zuckerberg de atacar empresas como a OpenAI e a Thinking Machine Labs, a startup iniciante liderada pela ex-CTO da OpenAI, Mira Murati, com ofertas de nove dígitos e promessas de computação quase ilimitada. Em pelo menos dois casos, o CEO da Meta ofereceu pacotes salariais no valor de mais de US$ 1 bilhão, distribuídos ao longo de vários anos, de acordo com o The Wall Street Journal. Ele teria contratado pelo menos 18 pesquisadores da OpenAI, mas muitos também o recusaram, apostando em maior impacto e melhores retornos sobre seu patrimônio.
A Meta negou veementemente ter tido problemas com talentos e retenção de IA. “Os fatos subjacentes claramente não corroboram essa história, mas isso não impediu que fontes anônimas com interesses pessoais divulgassem essa narrativa ou que a Forbes a publicasse”, disse o porta-voz Ryan Daniels em um comunicado.
O CEO da Anthropic, Dario Amodei, disse ter conversado com funcionários da Anthropic que receberam ofertas da Meta e não as aceitaram, acrescentando que sua empresa não renegociaria os salários dos funcionários com base nessas ofertas. “Se Mark Zuckerberg joga um dardo em um alvo e acerta seu nome, isso não significa que você deva receber dez vezes mais do que o cara ao seu lado que é tão habilidoso e talentoso quanto você”, disse ele no mês passado no Big Technology Podcast. A Anthropic não quis comentar.
A Anthropic tem uma taxa de retenção de 80%, a mais alta entre os laboratórios de fronteira, de acordo com um relatório de maio da empresa de capital de risco SignalFire . As descobertas se baseiam em dados coletados para todas as funções de tempo integral, incluindo engenharia, vendas e RH, e não especificamente para pesquisadores de IA. Em comparação, a DeepMind tem 78%, a OpenAI 67% e a Meta fica atrás, com 64%.
Um relatório de agosto da empresa, com foco amplo em talentos de engenharia, observou que a Meta está contratando engenheiros agressivamente em toda a empresa duas vezes mais rápido do que os perde. “Algumas movimentações de saída ajudam a explicar por que a Meta está investindo tanto na reconstrução e expansão de seu banco de dados técnico”, disse Jarod Reyes, chefe da comunidade de desenvolvedores da SignalFire. “Isso reflete a intensidade da competição por talentos seniores em IA e a pressão que até mesmo as grandes empresas sentem para complementar a experiência enquanto escalam novas iniciativas.”
Em junho, Zuckerberg contratou Alexandr Wang, ex-CEO de 28 anos da gigante de rotulagem de dados Scale AI, e adquiriu uma participação de 49% na empresa. Wang foi encarregado de liderar um novo laboratório dentro da Meta focado na construção da chamada “superinteligência” — um sistema de inteligência artificial que supera os humanos em uma série de tarefas cognitivas. Ele foi acompanhado por Nat Friedman, um importante investidor focado em IA e ex-CEO do GitHub, bem como cerca de uma dúzia de pesquisadores de ponta recém-contratados da OpenAI, Google DeepMind e Anthropic, alguns dos quais teriam recebido ofertas de US$ 100 milhões a US$ 300 milhões em pacotes de pagamento distribuídos por quatro anos. (A Meta disse que o tamanho das ofertas estava sendo deturpado.)
No final de junho, a Meta contratou Daniel Gross, importante investidor em IA e ex-CEO da startup de IA Safe Superintelligence, avaliada em US$ 32 bilhões, que ele cofundou com o ex-chefe de pesquisa da OpenAI, Ilya Sutskevar.
Não estamos oferecendo US$ 2 bilhões para as pessoas se juntarem. Não precisamos. Também não temos US$ 2 bilhões para oferecer. Zuckerberg também tentou reconquistar pessoas que a Meta havia perdido anteriormente, recontratando o ex-diretor sênior de engenharia da empresa, Joel Pobar, e o ex-engenheiro de pesquisa Anton Bakhtin, que havia saído para trabalhar na Anthropic em 2023, de acordo com o The Wall Street Journal. Eles não responderam aos pedidos de comentário.
Enquanto isso, pessoas continuam deixando a empresa. Em 2024, a empresa controladora do Facebook foi a segunda gigante da tecnologia mais contratada entre todos os cargos de tempo integral , com 4,3% dos novos funcionários em laboratórios de IA vindos da empresa, de acordo com o relatório SignalFire de maio . (O Google — excluindo sua unidade DeepMind — foi a gigante da tecnologia mais contratada.)
Na semana passada, a Anthropic contratou Laurens van der Maaten, ex-pesquisador renomado da Meta, que coliderou a estratégia de pesquisa para os principais modelos Llama da gigante social, como membro da equipe técnica da Anthropic. Em junho, a startup de IA empresarial Writer recrutou Dan Bikel, ex-pesquisador sênior e líder de tecnologia da Meta, como seu chefe de IA. Na Meta, Bikel liderou pesquisas aplicadas para agentes de IA, sistemas que podem executar ações específicas de forma autônoma. Cristian Canton, que liderou a Responsible AI na Meta, deixou a empresa em maio para ingressar no centro de pesquisa público Barcelona Supercomputing Center. A empresa perdeu Naman Goyal, ex-engenheiro de software da FAIR, e Shaojie Bai, ex-pesquisador sênior de IA, para o Thinking Machine Labs em março. E a Microsoft teria criado uma lista de seus engenheiros e pesquisadores da Meta mais procurados e também determinou que as ofertas da empresa fossem equiparadas, de acordo com o Business Insider.
Na startup francesa de IA Mistral, pelo menos nove cientistas de pesquisa em IA vieram diretamente da Meta desde a fundação da startup em abril de 2023, de acordo com pesquisas no LinkedIn realizadas pela Forbes . Na Meta, eles trabalharam no treinamento de versões iniciais do Llama. Duas dessas contratações foram feitas nos últimos três meses. E Elon Musk afirmou recentemente que a xAI recrutou vários engenheiros da Meta, sem desembolsar quantias “insanas” e “insustentavelmente altas” em remuneração. Desde janeiro, a xAI contratou 14 engenheiros da Meta, informou o Business Insider .
Uma Cultura de Caos
Em dezembro de 2013, a Meta lançou o FAIR, seu laboratório interno dedicado à IA. (Lançado como Facebook AI Research, o F foi reaproveitado para “Fundamental” após a empresa mudar de nome para Meta em 2021.) Liderado pelo renomado professor da NYU, Yann LeCun, o laboratório era considerado na época um dos melhores empregadores para quem buscava desenvolver IA de ponta. O laboratório contribuiu para pesquisas pioneiras em visão computacional e processamento de linguagem natural. Aqueles foram os “anos dourados da pesquisa em IA”, disse um ex-cientista pesquisador da Meta.
Em fevereiro de 2023, a empresa consolidou sua pesquisa de IA sob uma equipe mais focada em produtos chamada GenAI em vez de FAIR. Embora a FAIR ainda esteja por aí, ela tem “morrido lentamente” dentro da Meta, onde recebeu menos recursos de computação e sofreu com grandes saídas . “Zuck nunca deveria ter tornado a FAIR menos importante”, disse o cientista pesquisador. A Meta negou na época que a FAIR tivesse perdido importância e, em vez disso, disse que é um novo começo para o laboratório, onde pode se concentrar em projetos de longo prazo. A Meta disse que a FAIR e a GenAI trabalham juntas, o que ajuda a coordenar melhor as duas equipes e a tomar decisões mais rapidamente.
A equipe recém-formada da GenAI foi solicitada a correr, trabalhando até altas horas da noite e nos fins de semana para lançar produtos de IA, como o assistente de IA conversacional da Meta e os personagens de IA que Zuckerberg mais tarde revelaria ao mundo na Meta Connect de 2023, a conferência anual de produtos da empresa, disse um terceiro ex-pesquisador sênior. “Basicamente, tivemos seis meses para ir do zero ao lançamento”, disse o pesquisador sênior, que foi retirado de outra equipe para se juntar à GenAI, que começou com 200 a 300 funcionários e cresceu para quase 1.000.
Mercenários versus Missionários
Para os rivais que tentam se defender dos incentivos financeiros de Zuckerberg para causar choque e espanto, a visão é que ele está apelando para mercenários disponíveis para quem pagar mais. A ideia é que eles são antitéticos à Meta porque atraem verdadeiros crentes e “missionários”.
“Tenho orgulho de como nossa indústria é orientada para missões como um todo; é claro que sempre haverá alguns mercenários”, escreveu Sam Altman, chefe da OpenAI, em uma carta aos funcionários em julho. “Missionários vencerão mercenários”, acrescentou, observando: “Acredito que as ações da OpenAI têm muito, muito mais potencial de valorização do que as da Meta. Mas acho importante que uma grande valorização venha depois de um grande sucesso; o que a Meta está fazendo, na minha opinião, levará a problemas culturais muito profundos.” A OpenAI respondeu à pressão, supostamente ajustando salários e oferecendo bônus de até milhões de dólares às equipes de pesquisa e engenharia.
“As grandes empresas de tecnologia têm uma visão tão mercenária dessa corrida pela necessidade de controlar a produção da tecnologia que todos nós almejamos, a IA”, disse May Habib, CEO da startup de IA empresarial Writer. “Há uma humanidade que eu acho que se perdeu, pois ouvi os candidatos descreverem a cultura interna das empresas que estão deixando.”
Um fundador de startup de IA descreveu uma “mudança cultural” dentro da Meta, dizendo que começou a ver um grupo maior de candidatos vindos da empresa. “Tendemos a contratar mais missionários do que mercenários. Então, não estamos oferecendo US$ 2 bilhões para as pessoas se juntarem. Não precisamos. Também não temos US$ 2 bilhões para oferecer salários às pessoas”, disse ele.
O Facebook, é claro, também lidou com sua parcela de bagagem que pode dificultar sua venda para novatos. Na última década, a gigante da tecnologia tem se arrastado em meio a controvérsias relacionadas à interferência eleitoral, radicalização, desinformação e à saúde mental e bem-estar de adolescentes. LeCun, que não respondeu aos pedidos de entrevista, já havia reconhecido que esses “olhos roxos” também poderiam impactar a percepção pública do laboratório de pesquisa da empresa. “A Meta está se recuperando lentamente de um problema de imagem”, disse ele à Forbes em 2023. “Certamente há uma atitude um pouco negativa.”
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