Negócios
Sucesso além do pódio: as lições da Olimpíada

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Desde o início da Olimpíada de Paris 2024, temos visto várias postagens e matérias divulgando os valores de premiação a serem pagos para profissionais e equipes ganhadoras de medalhas de ouro, prata e bronze. Mas, para além dos valores, acredito que temos aqui a oportunidade de discutir mensagens e reflexões sobre incentivos e recompensas, então vou trazer duas memórias que me vieram à mente neste contexto esportivo.
A primeira memória foi de um dos projetos mais singulares que já fiz ao longo da minha carreira em consultoria, quando desenhei um plano de incentivos para uma das principais confederações nacionais de esporte coletivo. Naquele momento, a confederação apresentava um déficit financeiro acumulado bastante relevante e tinha acabado de trocar o corpo diretivo, que assumiu depois de um histórico de gestões anteriores pouco profissionalizadas.
Leia também

Rebeca Andrade marcou a Olimpíada ao subir no pódio com Simone Biles e Jordan Chiles
Os atletas eram todos membros de grandes clubes e tinham patrocínios individuais, então só o amor pela camisa mantinha o time dedicado e coeso nesse contexto financeiramente instável. Mas é claro que um valor maior de remuneração pelas diárias dedicadas, condições melhores de logística para os jogos e uma premiação mais estimulante pela conquista das medalhas seriam muito bem-vindos.
O que ficou em mim desta experiência foi a certeza de que, mesmo sem esse incentivo, as pessoas ainda estariam lá, fazendo o seu melhor para ganhar uma medalha para o país. Mas isso sozinho não garantiria a sustentabilidade financeira daquele esporte por muito tempo. É sempre bom lembrar que a motivação extrínseca é necessária e muito poderosa como ferramenta para se chegar a bons resultados. Mas o que muda o jogo é a paixão, a conexão e o propósito.
Daí me veio a segunda memória, que foi o discurso de Roger Federer para os formandos de uma universidade, fazendo uma comparação dos anos de estudo e dedicação daqueles alunos com um campeonato de tênis. Seria como se, ao final deste longo caminho, somente um dos estudantes pudesse se formar. Aos demais, valeu pelo esforço e boa sorte na próxima empreitada!
Que loucura pensar nisso, não é? Extrapolando para a realidade empresarial, no mínimo seria como se só três pessoas pudessem ganhar o bônus no final do ano (ou um incentivo de longo prazo ao final de quatro anos, como no caso da Olimpíada). Como a premiação não pode ser a única recompensa, vale trazer os aprendizados que ele apresentou para a turma.
Ao final de uma partida, virão outras
Assim como em uma partida ou em um campeonato, os ciclos de performance se sucedem. Podemos receber ou não a avaliação esperada. Podemos ter ou não a premiação desejada ao final do período. É preciso fechar um capítulo olhando e se preparando para o próximo.
É só um ponto
Por vezes, joga-se muito bem e perde-se a partida por um único ponto. É importante conseguir deixar a partida para trás e seguir em frente.
Podemos traçar um paralelo com alguém que esperava ser promovido e não foi, que gostaria de receber um aumento salarial que não foi concedido, ou mesmo não recebeu a premiação ao final de um longo ciclo de grande esforço, mas que não levou aos resultados financeiros necessários para viabilizar o incentivo. Neste contexto, é importante lembrar que, assim como no esporte, perde-se muito até ganhar. É preciso ter resiliência para passar pelas diferentes fases e evoluir como profissional.
Sucesso sem esforço é um mito
As pessoas podem achar que um atleta muito talentoso da Olimpíada faz tudo sem esforço e que o talento é natural. Mas, na verdade, trabalha-se muito para que assim pareça.
No mundo corporativo, também é fácil olhar para fora e achar que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa, seja esse “vizinho” um colega de trabalho ou profissionais de outra empresa. Podemos achar que o outro trabalha menos e tem um pacote de remuneração mais interessante. Mas é importante lembrar que nunca temos todas as informações e que a realidade pode ser muito diferente do que visualizamos de fora.
Talento e disciplina
É claro que algumas pessoas são naturalmente mais talentosas que outras para algum esporte ou alguma atividade no mundo corporativo, mas nem sempre o talento já vem de berço. Disciplina, dedicação, paciência e amor pelo processo são também talentos que podem fazer a diferença entre quem ganha e quem fica para trás no processo evolutivo dos profissionais em suas carreiras.
O mundo é maior do que o trabalho
Por mais que o RH tente fazer o ambiente corporativo ser cada vez mais atrativo, positivo e engajador, a nossa felicidade não pode estar exclusivamente vinculada ao sucesso ou às realizações no trabalho. Ter uma vida cheia de sentido em outras esferas pessoais é essencial para dar o peso certo para o sucesso e as frustrações na vida profissional.
A remuneração tem seu papel e é uma ferramenta de gestão essencial. Mas, no fundo, assim como na Olimpíada, o significado de sucesso vai muito além do pódio.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Escolhas do editor
O post Sucesso além do pódio: as lições da Olimpíada apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
BP Nomeia Meg O’Neill, da Woodside, Como CEO após Saída Repentina de Auchincloss

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A gigante britânica do petróleo e gás BP nomeou Meg O’Neill, da Woodside Energy, como sua próxima CEO, sendo a primeira contratação externa para o cargo em mais de um século e a primeira mulher a liderar uma das cinco maiores petrolíferas, num momento em que a empresa volta a apostar nos combustíveis fósseis.
O’Neill, uma veterana da Exxon, assumirá o cargo em abril, após a saída abrupta de Murray Auchincloss, a segunda mudança no comando em pouco mais de dois anos, à medida que a petrolífera britânica se esforça para melhorar sua lucratividade e o desempenho de suas ações, que durante anos ficou atrás de concorrentes como a Exxon.
A empresa embarcou em uma grande mudança de estratégia no início deste ano, cortando bilhões em iniciativas planejadas de energia renovável e voltando seu foco para os segmentos tradicionais do petróleo e gás. A BP prometeu se desfazer de US$20 bilhões em ativos até 2027 e reduzir a dívida e os custos, incluindo sua unidade de lubrificantes Castrol.
Contratação de alto perfil
O’Neill, norte-americana de 55 anos, natural de Boulder, no Colorado, dirige a Woodside desde 2021 e anteriormente passou 23 anos na Exxon Mobil.
“Trata-se claramente de uma contratação de alto nível e, provavelmente, de algumas das mudanças que os acionistas da BP estavam procurando”, disse Dan Pickering, diretor de investimentos da Pickering Energy Partners.
Sob a liderança de O’Neill, a Woodside se fundiu com o braço petrolífero do Grupo BHP para criar uma das dez maiores produtoras globais independentes de petróleo e gás, avaliada em US$ 40 bilhões (R$ 220,7 bilhões na cotação atual), e dobrou a produção de petróleo e gás da Woodside.
A aquisição levou a empresa para os EUA, onde se expandiu para o gás natural liquefeito em terra na Louisiana.
As ações da Woodside caíam até 2,9% após o anúncio de sua saída. Já as ações da BP subiam 0,27%.
O post BP Nomeia Meg O’Neill, da Woodside, Como CEO após Saída Repentina de Auchincloss apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Estée Lauder Nomeia Nova CMO no Brasil

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Estée Lauder, companhia global de beleza, anunciou Viviane Pepe como nova diretora sênior de comércio digital e marketing no Brasil.
Antes de assumir o novo cargo na Estée Lauder, a executiva atuava como CMO da Boca Rosa Company. “Com sentimento de missão cumprida e muito a agradecer, chego ao final deste capítulo mais que especial de carreira na Boca Rosa Company”, compartilhou em uma publicação no LinkedIn.
Com mais de 20 anos de carreira em marcas globais, Viviane já liderou a área de marketing na Natura e atuou como diretora de comunicação na Avon.
Formada em publicidade pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), possui MBAs em marketing e neurociência. A executiva também atua como conselheira, mentora e jurada em premiações do setor.
O post Estée Lauder Nomeia Nova CMO no Brasil apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Remuneração em 2025: O que Entrou na Pauta do RH

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Chegou dezembro (já?) e resolvi resgatar as apostas que fiz no meu artigo de janeiro quanto aos assuntos que poderiam ser destaque na pauta dos gestores de RH em 2025, considerando o que vinha sendo discutido até então nas minhas interações com organizações dos mais diferentes perfis e portes.
Dentre esses temas, citei o investimento em IA, pauta que realmente se mostrou presente em 100% das empresas que atendi este ano; ações de diversidade e inclusão, que vinham mobilizando muito as empresas em 2024, mas que perderam tração em 2025; flexibilização de benefícios, sendo esta uma alternativa financeiramente mais interessante para reforçar a oferta de valor aos funcionários; investimento em incentivos de longo prazo, especialmente as Stock Options, que já vinham sendo discutidas como ferramentas de característica mercantil junto ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça); além do reforço à governança corporativa e aos comitês de pessoas, que trariam maior segurança e assertividade às práticas de gestão.
Mas, na prática, o que aconteceu foi que vivemos um ano de grandes inseguranças e instabilidades nas empresas. Muitas organizações estão tendo dificuldades para fechar o ano entregando resultados suficientes para gatilhar os planos de bônus. A batalha para o controle do turnover não parece estar nem perto do fim, mesmo com as ações do RH para a modernização de seus programas e políticas. O investimento em ferramentas tecnológicas não se mostrou tão simples quanto parecia, uma vez que os processos e sistemas legados não tombam facilmente para novas plataformas, que também demandam alto investimento e concorrem com outras frentes de transformação digital do negócio.
Diferentemente do que prevíamos, e enquanto essa realidade nada animadora foi tomando conta do calendário, os temas que acabaram se tornando pauta das publicações por aqui nos últimos meses foram:
EVP (Employee Value Proposition)
Só o salário não é capaz de assegurar a performance da equipe. São necessárias muitas outras iniciativas dentro da oferta de valor trabalhada pelas áreas de RH para que uma empresa seja capaz de atrair, motivar, engajar e reter talentos adequados e alinhados aos valores corporativos.
Performance corporativa vs Remuneração
O rigor na fundamentação técnica dos programas de incentivos é fundamental para que eles cumpram seu papel de passar mensagens e alinhar esforços coletivos. Mas o frenesi midiático a partir de interpretações equivocadas dos programas não tem ajudado em nada na percepção do mercado quando o assunto são os resultados das empresas de capital aberto.
Síndrome do cargo fictício
O sucesso de um profissional tem sido medido pela sua velocidade de progressão entre cargos. Mas para dar vazão às expectativas de encarreiramento do time, empresas passaram a conceder o título do cargo sem que necessariamente houvesse um reflexo nas reais atribuições do profissional, em seu nível de autonomia ou impacto no negócio. Neste movimento, o cargo passa a existir no papel, mas não na prática, e a remuneração tende a não acompanhar valores típicos de mercado.
Exposição da remuneração executiva
A XP publicou, e em seguida tirou do ar (não sem antes causar grande furor), um relatório no qual havia divulgado a remuneração de grandes executivos do mercado, a partir de dados extraídos dos Formulários de Referência da CVM. De fato, esse relatório deveria ser uma fonte confiável de dados para apoiar a tomada de decisão dos acionistas. Entretanto, mesmo para profissionais de remuneração, esses dados são bastante nebulosos. Não é raro encontrar inconsistências entre as informações utilizadas internamente para a gestão dos executivos e os números divulgados.
Pejotização dos contratos de trabalho
A legislação prevê a possibilidade de contratação de profissionais para a prestação de serviços no modelo PJ, ainda que haja habitualidade e pessoalidade, e mesmo que para atuação em áreas fim do negócio. O que define a existência de vínculo empregatício é a subordinação. Mas existem cuidados a serem tomados para evitar riscos jurídicos na migração do modelo CLT para o modelo PJ, tais como a aplicação da linha de corte de hipersuficiência, a distinção de nomenclaturas dos cargos, além de práticas distintas de gestão de pessoas.
Riscos e vieses da gestão financeira
Quando uma empresa desenha sua estratégia de remuneração, cada escolha carrega mensagens poderosas. O mercado de comparação, o nível de competitividade, o equilíbrio entre salário fixo e variável, os mecanismos de premiação – tudo isso influencia comportamentos, expectativas e, principalmente, decisões. Os programas de remuneração variável são ferramentas valiosas para alinhar interesses, engajar talentos e impulsionar resultados. Mas precisamos ir além do discurso. É urgente investir em letramento financeiro para executivos, criar espaços de diálogo sobre riscos e preparar as pessoas para lidar com as incertezas do mercado.
Mais segurança jurídica para os planos de Stock Options
O STJ reconheceu oficialmente a natureza mercantil desses programas, tornando a premiação muito mais atrativa em razão da eficiência tributária. Antes disso, parte da Fazenda Nacional e da Receita Federal defendia que os lucros “embutidos” na diferença entre o preço de mercado e o preço de exercício configurariam remuneração disfarçada, tributável como renda do trabalho — e não como ganho de capital.
O futuro da remuneração está na tecnologia
A transformação digital e as novas expectativas das gerações Y e Z vêm demandando evoluções nos processos do RH, incluindo na gestão salarial. Não se pode mais pautar as decisões sobre a carreira das pessoas no caso a caso e na base da discricionariedade. Ferramentas que garantam credibilidade, agilidade e transparência são essenciais para sustentar esse novo paradigma de gestão da remuneração.
Das questões que se mostravam urgentes no início do ano, poucas permaneceram em destaque sem serem atropeladas pelos desafios de negócio e pelos incêndios a serem apagados. E enquanto vemos proliferar eventos sem fim para discutir as “tendências” de gestão de RH e de remuneração, a realidade de cada empresa se impõe e exige de seus líderes cada vez mais soluções personalizadas e individualizadas. Nesse jogo, ganha quem tem visão de negócio, consistência técnica, flexibilidade e muita resiliência.
*Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
O post Remuneração em 2025: O que Entrou na Pauta do RH apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico

Tecnologia1 semana atrásMotos têm isenção de IPVA? Veja as regras e quem se adequa

Geral1 semana atrásNúmero de nascimentos cai 5,8% em 2024; sexto recuo consecutivo

Cidades1 semana atrásMacaé forma 77 novos voluntários em Defesa Civil nesta terça-feira

Saúde1 semana atrásEli Lilly: novo medicamento contra obesidade traz resultados expressivos

Negócios1 semana atrásUSP Lança Minicurso Gratuito de ESG

Esporte1 semana atrásArrascaeta brilha e Flamengo avança à semi da Copa Intercontinental
Negócios1 semana atrásCoca-Cola Nomeia Brasileiro como Novo CEO

Saúde1 semana atrásMutação ligada a câncer é transmitida por doador a quase 200 crianças em 14 países
































