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Do Rugby ao Vinho: o Maior Produtor Biodinâmico do Mundo

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Marie Ormieres

Gérard Bertrand, ex-jogador e capitão de times de rugby, foi apresentando às atividades da vinha aos 10 anos

Desde os 10 anos de idade, Gérard Bertrand aprendeu com o pai, Georges Bertrand, na vinícola Villemajou, em Boutenac, no sul da França, o trabalho da vinha, o gosto pela precisão e a excelência. Durante muito tempo, ele se dedicou ao rugby como jogador e capitão dos times Racing Club Narbonnais e Stade Français, no entanto, após diversas lesões, ele decidiu voltar-se inteiramente às atividades da vinha.

Construir carreira na indústria vinícola não foi uma tarefa simples. Ao entrar no ramo, ele notou que os viticultores de Languedoc-Roussillon, região costeira no sul da França, preferiam vender seus vinhos a preços baixos e Gérard Bertrand precisou se adaptar a isso. Enquanto trabalhava em consonância com os vinicultores, ele começou a pensar na criação de uma marca com seu nome e nos vinhos das suas propriedades.

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A partir daí, ele adquiriu várias vinícolas e foi desenvolvendo seu negócio à medida que transformava os métodos de cultivo. No entanto, a França não era a maior fã dos vinhos de Narbonne. Foi então que, em 1993, o rugby deu uma força para divulgar o vinho do ex-jogador. Gérard Bertrand participou de um jogo do grupo “Les gastronomes du rugby” (Gastrônomos do Rugby na Linha de Frente, em tradução literal), em que integrantes do setor agroalimentar da divulgavam um produto de seu terroir. Foi assim que Gérard Bertrand promoveu naturalmente os vinhos do Languedoc. Naquele dia, os participantes do jogo venderam cerca de 50 mil garrafas para grandes supermercados.

Em 1997, o guia de restaurantes francês fundado por dois críticos em 1965, Gault&Millau, selecionou algumas de suas garrafas, ajudando a abrir caminho para os vinhos no mercado nacional e europeu. Para expandir sua marca, Gérard Bertrand comprou, na mesma época, seu primeiro castelo, Laville Bertrou, em Languedoc-Roussillon, depois Cigalus, localizado em Bizanet, em 1998, onde se estabeleceu com sua esposa. Ao longo de 20 anos, ele comprou cerca de quinze propriedades.

Na sua qualidade de amante da natureza e do terroir, agricultura biodinâmica, modo de produção que não utiliza adubos químicos, herbicidas, sementes transgênicas, antibióticos ou hormônios, se impôs como uma evidência. No início dos anos 2000, Gérard Bertrand conheceu viticultores que eram adeptos desse modelo de agricultura, que se assemelha à orgânica, como Jean-Claude Berrouet, por muito tempo o responsável por Pétrus, e Aubert de Villaine, de La Romanée-Conti, na Borgonha.

Embora fosse um conceito de produção pouco conhecido na época, o método foi criado em 1924 pelo filósofo e esoterista austriaco, Rudolf Steiner, durante o Congresso de Pentecostes, na Polônia. Em 2002, Gérard Bertrand arriscou em utilizar cinco hectares de experimentação do cultivo biodinâmico em Cigalus. Ao perceber os benefícios para o ecossistema e a qualidade das uvas, ele se convenceu.

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Cerca de 20 anos depois, ele se tornou o líder mundial da vitivinicultura orgânica e biodinâmica. Seus 1 mil hectares de vinhedos estão localizados em terroirs no sul da França, desde o noroeste de Montpellier até a região de Limoux e o litoral, área considerada a maior vitícola biodinâmica do mundo.

O livro do vinho multidimensional

O terceiro livro de Gérard Bertrand, “Vinho Multidimensional”, lançado em setembro de 2024, traz os segredos por trás da criação dos grandes vinhos do empreendedor e os mentores que o inspiraram a seguir no ramo. Além disso, ele aborda suas observações, encontros marcantes e experiências, dedicação aos terroirs, à biodiversidade e à biodinâmica.

Na obra, Gérard Bertrand interpreta suas safras como obras-primas, revelando a essência de seus vinhedos e o potencial de tornar o elever o vinho a outra dimensão. Para ele, um vinho que valoriza o terroir, traz uma vibração e um contato que permite alcançar algo que ele chama de multidimensionalidade. “Falo de um vinho que vai mais além, que toca o coração das pessoas e permite sentir a alma do que está na garrafa”, explica.

Gérard Bertrand diz que esse é um desafio que se renova a cada ano, exigindo rigor, paixão e criatividade, e uma busca incessante para sublimar o vinho e expressar toda a riqueza dos terroirs.

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Soufiane Zaidi

O domínio de Cigalus foi o primeiro em que Gérard Bertrand testou o cultivo biodinâmico

A agricultura biodinâmica

Para o autor, natural de Narbonne, no sudoeste da França, a agricultura biodinâmica desenvolve a qualidade dos solos, revela o terroir e permite que a vinha tenha melhor saúde e capte toda uma energia que faz a diferença. Há 23 anos, o viticultor e ex-jogador de rugby aplica a biodinâmica em todos os seus vinhedos.

São apenas insumos naturais que reforçam o vegetal e permitem a plena expressão do produto. “Temos capacidade de produzir vinhos mais frescos, mais complexos e com melhor mineralidade. É por isso que tivemos seguidores em muitos países ao redor do mundo”, explica Gérard Bertrand.

Os 17 domínios de Gérard Bertrand produzem cerca de 50 vinhos a cada ano, e o grupo se consolidou como a principal marca de vinhos franceses nos Estados Unidos, e com presença em 175 países ao redor do mundo. Em 2019, convidado pelo presidente Macron para uma viagem oficial à China para representar a excelência dos vinhos franceses, o Château L’Hospitalet Grand Vin Rouge foi o destaque entre todos os vinhos degustados pelo presidente do país, Xi Jinping.

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Como um dos maiores viticultores da atualidade, Gérard Bertrand é embaixador dos vinhos de Languedoc e do sul da França no exterior. “É uma aventura humana extraordinária. Personificamos os valores do sul da França, fazendo a conexão entre o vinho, a gastronomia, a cultura da região e a arte em todas as suas formas”, diz.

Para Gérard Bertrand, ter uma visão é a chave do sucesso. Esse estado de espírito é cultivado o ano inteiro especialmente no festival Jazz no Château l’Hospitalet, realizado anualmente há mais de 20 anos no coração de La Clape, a poucos quilômetros de Narbonne. Lá, ele fez da propriedade o centro de suas ações relacionadas ao estilo de vida mediterrâneo, desde que adquiriu o local em 2002. O castelo, que é considerado um dos mais belos resorts de vinho do mundo, hoje conta com um hotel 5 estrelas, um restaurante gastronômico, uma adega de degustação e venda, um espaço de arte e uma oferta de percursos sensoriais ao redor do vinho.

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Como Adriana Aroulho Foi de Bailarina a CEO da SAP na América Latina

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

O lema “é preciso um pouco mais de coragem do que de medo” tem acompanhado Adriana Aroulho, que está na lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025, em toda a carreira. Foi o que a ajudou a trocar de empresa após quase 20 anos de HP, em 2017, e três anos depois assumir a liderança da SAP no Brasil, em plena pandemia – para, no início de 2025, dar mais um salto e ficar à frente da companhia de software de gestão empresarial em toda a América Latina e Caribe, com 10 países e cerca de 7 mil funcionários sob o seu guarda-chuva.

Adriana liderava uma das maiores subsidiárias da SAP no mundo e a principal da região, com quase 4 mil pessoas, havia quase cinco anos, quando recebeu o convite do CEO global para o processo seletivo. “Eu já tinha domínio de 40% da região, e agora tenho a oportunidade de conhecer todo o resto, diferentes países, culturas e equipes”, comenta.

No primeiro mês, rodou a América Latina: Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México. Em uma primeira reunião com os líderes da região, fez uma pesquisa para entender em qual língua eles preferiam se comunicar. “Até então, as reuniões internas eram em inglês, mas todos escolheram o ‘portunhol’, que virou nossa língua informal.”

“Precisamos de inovação, e isso exige pessoas que pensem diferente.”

Adriana Aroulho

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O episódio ilustra o que ela considera seu ponto forte: “Trago a habilidade de liderança, de unir pessoas por um objetivo comum, ser empática e conciliar interesses”. Ex-bailarina formada em Ciências Sociais pela USP, precisou decidir se seguiria carreira no balé ou se mergulharia no mundo acadêmico. Não imaginava um terceiro caminho, liderando grandes empresas de tecnologia. “Nunca fui a mais especialista de nenhuma das muitas áreas que gerenciei, mas sempre entendi o suficiente e soube a quem perguntar.”

Foi na gigante da computação HP, onde começou como estagiária e logo ficou amiga dos números, que pegou gosto pelo corporativo. Assumiu como COO da SAP em 2019, quando a unidade de negócios no país foi eleita a melhor do mundo. Um ano depois, foi surpreendida com o convite da então presidente, Cristina Palmaka (a quem também sucedeu na América Latina) para o processo de sucessão no Brasil. “Fiquei tão chocada que falei que ia pensar e digerir a notícia.”

Em 2024, a receita global da SAP, presente em 190 países, foi de 34,1 bilhões de euros. Embora não divulgue resultados locais, a subsidiária brasileira, sob a liderança de Adriana, vinha sendo citada nos relatórios globais como uma operação de destaque.

Na contramão de um setor dominado por homens, a executiva quer seguir avançando na agenda de diversidade. “Para a empresa se manter relevante há mais de 50 anos no mundo e 30 no Brasil, precisamos de inovação, e isso exige pessoas que pensem diferente.”

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Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.

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Forbes Reúne Lideranças e Premia Melhores CEOs do Brasil

Redação Informe 360

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A Forbes reuniu lideranças de diferentes segmentos para celebrar os homenageados da lista anual dos Melhores CEOs do Brasil nesta terça-feira (14).

O almoço no Palácio Tangará contou com a presença de executivos homenageados em 2025, como Edgard Corona (Smart Fit), Ana Célia Biondi (JCDecaux) e Pedro Zannoni (Lacoste), além de indicados de anos anteriores, como Gilberto Peralta (Airbus), Renata Vichi (Grupo CRM) e Mia Stark (Gazit Brasil).

“Este é um evento especial porque estamos completando 10 anos da lista Forbes Melhores CEOs, que reconhece os grandes líderes à frente das empresas no Brasil”, disse Katarina Camarotti, diretora executiva da Forbes Brasil, durante a abertura. “Nosso DNA é falar do CPF antes do CNPJ, é dar visibilidade às pessoas que movem o nosso país, fazem a economia girar, criam empregos, lideram e inspiram.”

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Com patrocínio de Globo, Lexus, Pernod Ricard e XP, o evento foi conduzido pela jornalista Fabiana Scaranzi.

Valeria Soska, diretora comercial da Globo, destacou o papel da empresa em dar visibilidade a trajetórias inspiradoras. “Nós, da Globo, somos contadores de histórias, e vocês são protagonistas de histórias de transformação: dos negócios, da vida de muitas pessoas e do nosso país.”

Head da Lexus Brasil, Nancy Serapião ressaltou a importância de valorizar as lideranças que movem o país: “É uma honra e um prazer representar a Lexus nesse evento tão importante, que homenageia pessoas que impulsionam os negócios, envolvem suas equipes e constroem um futuro melhor.”

Ana Paula Limonge, head de marketing de Prestige da Pernod Ricard Brasil, comemorou a parceria longeva entre as marcas. “É um grande prazer estar aqui hoje com a Royal Salute, celebrando a excelência e a liderança dos maiores nomes de negócios do país.”

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Liderança e empreendedorismo com Edgard Corona, CEO da Smart Fit

Lu Prezia

Katarina Camarotti e Edgard Corona

Na sequência, Katarina Camarotti convidou ao palco o fundador e CEO da Smart Fit, Edgard Corona, para um talk sobre sua trajetória empreendedora, a construção e expansão da rede de academias e os próximos passos do empresário.

“A gente nunca sabe exatamente o que vem pela frente, mas é preciso ter inquietude, estar atento e observar o mundo inteiro. Não dá para trabalhar sozinho; é fundamental colaborar e respeitar todos, pequenos ou grandes players”, disse Corona.

O empresário relembrou o início da carreira, o acidente de esqui que o levou a fundar a Smart Fit, e compartilhou reflexões sobre sucessão e a relação de trabalho com os filhos. “Eles têm que trabalhar mais do que os outros, ser muito mais competentes. Precisam mostrar humildade, dedicação e competência, porque nada é dado, tudo é conquistado.”

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Premiação dos Melhores CEOs do Brasil 2025

O almoço teve uma cerimônia de homenagem aos CEOs da edição de 2025 e entrega de troféus.

Confira os homenageados e um trecho dos seus discursos:

Alberto Kuba




Pedro Zannoni

Veja quem esteve presente no Forbes Power Lunch Melhores CEOs




Nancy Serapião
Benoît Laug
Ana Oliva Bologna
Katarina Camarotti
Gilberto Peralta
Letícia Nanci e Antonio Camarotti
Juliana Sztrajtman

Manzar Peres
Ricardo Almeida
Renata Vichi

Cécilia de Saint-Viteux Miles e Fabien Clerc
Laiz Carvalho



Fernanda Ribeiro


Giovana Pacini







Dilma Campos



Marcelo Cohen


Nizan Guanaes
Gabriela Menegasso

Sarah Buchwitz












A lista Forbes Melhores CEOs 2025 faz parte da edição 134 da Forbes e já está disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.

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Com Mais Segurança Jurídica, Stock Options Voltam Ao Radar das Empresas

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

As Stock Options, há décadas usadas como uma das principais ferramentas de alinhamento entre executivos e acionistas, voltam ao centro do debate jurídico e tributário. Após anos de insegurança, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) vem consolidando o entendimento de que esses planos têm natureza mercantil — e não remuneratória —, o que muda radicalmente o impacto tributário tanto para as empresas quanto para os profissionais.

Com os SOPs (Stock Option Plans), os funcionários — especialmente em níveis executivos — recebem o direito de comprar ações da companhia no futuro a um preço previamente definido (o “preço de exercício”), participando assim da valorização do negócio. Essa estrutura estimula uma mentalidade de dono e reforça o engajamento de longo prazo.

Há um ano, o STJ reconheceu oficialmente a natureza mercantil desses programas, tornando a premiação muito mais atrativa em razão da eficiência tributária. Antes disso, parte da Fazenda Nacional e da Receita Federal defendia que os lucros “embutidos” na diferença entre o preço de mercado e o preço de exercício configurariam remuneração disfarçada, tributável como renda do trabalho — e não como ganho de capital.

Além da natureza jurídica, outra controvérsia vinha sendo o momento da tributação: se no ato da concessão, no exercício da opção (compra) ou apenas na venda das ações. Em setembro de 2024, sob o regime dos recursos repetitivos, a 1ª Seção do STJ julgou e fixou tese vinculante reconhecendo o caráter mercantil dos planos de stock option.

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Antes dessa decisão, o entendimento mais frequente da Receita e dos tribunais inferiores era de que o SOP tinha natureza remuneratória, sobretudo quando atrelado a metas ou desempenho. A partir do novo posicionamento, os planos passaram a ser considerados mercantis sempre que houver ônus, voluntariedade e risco para o participante.

Com isso, a tributação deixou de seguir a alíquota de 27,5% (IRPF com retenção na fonte) e passou a incidir como ganho de capital, variando entre 15% e 22,5%, conforme o lucro obtido. Além disso, o momento da tributação foi deslocado do exercício da opção (compra) para a alienação das ações (venda), quando o ganho é efetivamente realizado.

Apesar de entendimentos contrários por parte do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), em setembro de 2025 o STJ deu um passo além. Determinou a suspensão nacional dos processos judiciais que tratam da cobrança de INSS sobre os SOPs, reforçando o entendimento mercantil firmado no ano anterior. Paralelamente, a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) e a Receita Federal lançaram um edital de regularização de dívidas envolvendo SOPs e outros programas de incentivo, com condições especiais, redução de multas e parcelamentos mais favoráveis para as empresas.

O que muda na prática?

Cobrança de INSS sobre as Stock Options

Situação anterior: Havia debate intenso. Alguns julgados entendiam como remuneração (salário de contribuição).

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Potencial mudança ou efeito a partir de 2025: A suspensão dos processos dá alívio às empresas; a decisão do CARF reforça caminho favorável ao afastamento do INSS em casos bem estruturados.

Segurança jurídica

Situação anterior: Insegurança quanto a autuações, decisões divergentes.

Potencial mudança ou efeito a partir de 2025: Com o rito repetitivo e suspensão de casos, aumenta a previsibilidade para empresas e poupadores de litígios.

Recuperação ou defesa administrativa

Situação anterior: Era mais difícil negociar ou revisar autuações antigas.

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Potencial mudança ou efeito a partir de 2025: O edital de transação tributária oferece uma via de negociação para empresas com passivos pendentes.

Uniformização de entendimento

Situação anterior: Cada tribunal ou instância podia seguir caminho distinto.

Potencial mudança ou efeito a partir de 2025: O STJ tende a consolidar entendimento uniforme, sobretudo sobre INSS, assim como já fez para IRPF no Tema 1.226.

Critérios para caracterização mercantil

Situação anterior: Já foram delineados no julgamento do Tema 1.226 (ônus, risco e voluntariedade).

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Potencial mudança ou efeito a partir de 2025: Esses critérios passarão a ser observados também para o tema de INSS, para se distinguir de remuneração disfarçada.

É fato que toda essa incerteza em torno dos planos de Stock Options afastou muitas companhias desse modelo de incentivo, embora esse não tenha sido o único motivo. O Brasil não registra um IPO na B3 desde 2021, e as perspectivas de novas aberturas de capital seguem limitadas. Sem um mercado aquecido e com baixa valorização das ações, o apelo das Stock Options naturalmente enfraqueceu, abrindo espaço para outros programas de longo prazo atrelados a indicadores de negócio.

Em um evento recente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), realizado no início de outubro no Rio de Janeiro, uma pesquisa com profissionais de RH e Remuneração de grandes empresas revelou que um terço dos respondentes utiliza RSUs (Ações Restritas) e outro um terço concede bônus de longo prazo, enquanto os planos de Stock Options representam apenas 20% dos incentivos oferecidos.

Esse cenário já foi bem diferente. Além da insegurança jurídica e potenciais custos remuneratórios, menor liquidez e a queda de valorização das ações reduziram o interesse por essa ferramenta — tanto por parte das empresas quanto dos executivos.

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Mas talvez o cenário esteja mudando. Com mais clareza jurídica e novas decisões que reforçam sua natureza mercantil, pode ser o momento de revisitar as Stock Options. Em tempos de busca por produtividade e retenção de talentos, nada alinha mais do que transformar executivos em sócios do próprio resultado.

*Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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