Negócios
“Com quem você vai trabalhar é mais importante do que onde”, diz novo CFO da Cimed


Para novo CFO da Cimed, profissional de finanças precisa navegar entre todas as áreas da empresa para ter sucesso na carreira
Depois de experiências internacionais como vice-presidente global de finanças e estratégia na AB InBev, Fausto Moreira retorna ao Brasil para assumir o cargo de CFO da Cimed. A farmacêutica brasileira faturou R$ 3 bilhões em 2023 e espera atingir R$ 5 bilhões no biênio 2024-2025.
Na AB Inbev, o executivo chegou a liderar equipes com 10 nacionalidades diferentes espalhadas em 8 países, com fuso horário de mais de 12 horas. “Às vezes, precisava ser mais psicólogo do que gestor”, lembra ele, que desenvolveu suas habilidades interpessoais no período. “Com quem você vai trabalhar é mais importante do que onde”, diz, parafraseando um antigo chefe. Para Moreira, crescer na carreira passa por estar rodeado de pessoas que te inspiram e que vão te ajudar a ascender.
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Engenheiro de formação, iniciou a trajetória profissional em grandes bancos e trabalhou no Merril Lynch, em Londres, onde viveu de perto a aquisição pelo Bank of America, e voltou ao Brasil para trabalhar no Goldman Sachs.
Fez uma transição para a Ambev e ficou uma década no grupo, onde assumiu sua primeira diretoria, de tesouraria, e consolidou a área de M&A. “Fui para ganhar menos da metade do que receberia em bancos, mas era uma aposta no longo prazo, em algo que acreditava que me faria mais feliz.”
Abaixo, o novo CFO da Cimed conta como as experiências internacionais agregaram para a sua carreira e aponta as principais características de um bom profissional de finanças.
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Forbes: Como as experiências trabalhando fora do Brasil agregaram para a sua carreira?
Fausto Moreira: Me ajudaram a desenvolver minhas habilidades de liderança e mostrar como equipes diversas podem desenvolver soluções muito melhores. Quando assumi minha última função na AB-Inbev, o time possuía um engajamento baixo e era formado por pessoas de dez nacionalidades em oito países. Tivemos primeiro que estabelecer as formas de trabalho e comunicação da equipe. Existiam muitos conflitos e frustração sobre como cada um lidava com o outro e como trabalhar quando o fuso horário muitas vezes passa de 12 horas de diferença. Primeiro, precisei entender os desejos e frustrações de cada um. Às vezes, precisava ser mais psicólogo do que gestor, levando em consideração o período em que estávamos vivendo: pandemia e guerra da Rússia e Ucrânia. Tinha na minha equipe funcionários dos dois lados dessa guerra. Depois, passei a comunicar constantemente as prioridades da empresa e definir com o time como organizar as atividades para criar uma ligação mais clara de como o nosso trabalho se conectava com os objetivos da companhia. Após um ano, levamos o engajamento da equipe de 58 para 89.
F: O que você observou ao liderar equipes nos diferentes países por onde passou?
FM: A forma como as pessoas de diversas nacionalidades se comunicam, se relacionam e reagem às demandas é muito diferente. Algumas são muito mais diretas e secas, outras mais calorosas e algumas mais quietas. Eu sempre fui uma pessoa muito transparente e direta ao ponto, mas ao longo dos anos precisei aprender a observar muito mais as reações das pessoas para conseguir extrair o melhor de cada uma.
F: Quais habilidades foram mais importantes para desenvolver ao longo da trajetória profissional?
FM: No começo da carreira, as habilidades técnicas são muito importantes e te ajudam a arrumar bons empregos e promoções, mas conforme você cresce, o foco muda para habilidades mais comportamentais. Quando olho para os últimos 25 anos, vejo que algumas características foram fundamentais:
Curiosidade e pensamento crítico: você precisa estar sempre questionando, querendo aprender sobre o porquê das coisas para poder desenvolver soluções melhores e inovadoras.
Adaptabilidade: Vivemos em um mundo que está em constante mudança e a evolução de um profissional precisa acompanhar. Isso vale tanto no sentido de ter jogo de cintura ao lidar com objetivos ou pessoas conflitantes quanto para se fazer correções rápidas quando um plano traçado não tem o resultado desejado. Essa é uma característica que se constrói ao longo do tempo. Você precisa viver situações ao longo da carreira que permitam exercitá-la.
Simplicidade: Quando fui trabalhar em Londres, o time que trabalhava era responsável por dar preço para todas as demandas de commodities, as quais não tinha modelo matemático pronto. O meu chefe na época me ensinou que era possível resolver os problemas complexos quebrando em partes e combinando soluções simples umas com as outras. Carrego isso comigo desde então.
F: Que bagagem você traz pela experiência com fusões e aquisições?
FM: Além de toda experiência em negociação, eu acho que trabalhar nesta função me ajudou a ter um equilíbrio entre uma visão estratégica de longo prazo e identificação dos ganhos e sinergias rápidas que você pode entregar no curto prazo. Quando fui liderar a área de M&A da Ambev também pude ver que executar o business plan não é tão simples quanto parece. É necessário muito esforço de toda a organização para integrar as operações, alinhar a cultura e executar as sinergias. O problema é que, muitas vezes, depois da aquisição, todos voltam para o seu dia a dia e a operação comprada perde o foco, o que dificulta a execução do que foi planejado. Além disso, é necessário ter disciplina para não ceder ou pagar demais na negociação, saber desistir e depois de fechada a operação, acompanhar a performance do negócio para aprender o que deu certo e o que deu errado e assim estar melhor preparado para o próximo.
F: O que você considera mais importante – em termos de habilidades, conhecimentos e experiências – para um profissional de finanças hoje?
FM: Além das habilidades que falei anteriormente (conhecimento técnico, curiosidade, pensamento crítico, adaptabilidade e simplicidade), ressaltaria também o poder de influência e trabalho em equipe. Finanças é a engrenagem que faz a empresa rodar, conectando as diferentes áreas da empresa, do comercial ao industrial, do jurídico ao RH. O profissional de finanças precisa conseguir navegar entre todas as áreas, exercer esse poder de influência e persuasão e ajudar a fazer todos remarem para o mesmo objetivo.
F: Como as diferentes culturas corporativas pelas quais você passou ajudaram a formar o líder que você é hoje?
FM: O foco no resultado, pouca hierarquia, trabalho em equipe, o sonho grande e um ambiente onde as pessoas recebem grande responsabilidade e independência para executar sempre foram fatores importantes para mim, porque levam as pessoas a agirem de forma mais transparente e a atingir resultados mais rápidos.
F: Qual a importância do MBA para a carreira?
FM: Eu acredito que o MBA te entrega proporcionalmente ao que você se dedica a ele. Como as pessoas já possuem certa experiência profissional, elas podem usar o MBA para desenvolver habilidades que não possuem ou até para fazer mudanças maiores de carreira. É um bom momento de reflexão. Ele também ajuda a criar um network que será importante no seu futuro. O MBA me ajudou a refinar os meus conhecimentos em finanças e economia, já que sou engenheiro. Eu dispensava as matérias iniciais e escolhia as mais avançadas para acelerar meu aprendizado. Também me ensinou a importância da diversidade e me ajudou a seguir uma carreira internacional. Saí do MBA com um emprego na Merrill Lynch em Londres.
F: Qual foi o turning point da sua carreira?
FM: Foi quando saí do Goldman Sachs e decidi que queria sair do mercado financeiro para trabalhar em empresas. A Ambev era a empresa mais parecida com banco que existia, mas foi uma grande mudança. Fui para ganhar menos da metade do que receberia em bancos, mas era uma aposta no longo prazo, em algo que acreditava que me faria mais feliz, e deu certo.
F: O que você gostaria de ter ouvido no início e que poderia ter feito a diferença?
FM: O que ouvi recentemente de um ex-chefe, gostaria de ter escutado no começo de minha carreira: é mais importante ver com quem você vai trabalhar do que onde você vai trabalhar. Você precisa se certificar de que está rodeado de pessoas que te inspiram, que possuem valores com que você se identifica e que vão te ajudar a crescer.
Por quais empresas passou
Banco Calyon, Bank of America Merrill Lynch, Ambev, AB Inbev e agora Cimed
Formação
Estudei engenharia de produção na Poli-USP e fiz meu MBA na Universidade de Chicago
Primeiro emprego
Estágio na área de derivativos de renda fixa no Deutsche Bank
Primeiro cargo de liderança
Diretor de tesouraria da Ambev
Tempo de carreira
24 anos
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Negócios
Fadiga de Decisão: Como Grandes Líderes Evitam o Esgotamento Mental

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Um adulto toma, em média, entre 33 mil e 35 mil decisões por dia, segundo um estudo conduzido por pesquisadores de universidades americanas. Muitas dessas escolhas acontecem no modo automático, com base em informações já armazenadas sobre como agir. No entanto, chega um ponto em que esse processo deixa de ser eficiente: o cérebro, sobrecarregado e incapaz de lidar com tantas decisões individuais, entra em pane, interrompendo a tomada de decisão.
Após dias consecutivos de trabalho e centenas de milhares de decisões tomadas, o cérebro tende a fazer escolhas diferentes daquelas que faria se estivesse descansado. Esse fenômeno é chamado de “fadiga de decisão”: quando o cérebro está esgotado e privado de energia mental.
Para concentrá-la nas decisões mais relevantes, muitos líderes optam por usar praticamente a mesma roupa todos os dias. Mark Zuckerberg se inspirou em Steve Jobs, conhecido por sempre usar uma camiseta preta e jeans. Em diversas entrevistas, o fundador do Facebook explicou que prefere reservar sua capacidade mental para as decisões mais relevantes de sua empresa, em vez de gastá-la com escolhas triviais, como o que vestir.
O que é a fadiga de decisão?
O que vou almoçar? Devo aceitar aquela proposta de emprego? Está na hora de trocar o ar-condicionado, ou devo continuar consertando? No fim das contas, 35 mil decisões por dia significam uma decisão a cada 2,46 segundos. Não é à toa que estamos exaustos.
A fadiga decisória compromete a clareza mental e explica por que muitos profissionais têm pouca energia restante para atividades fora do escritório após um longo dia de trabalho. Depois de horas de trabalho ininterrupto, o cérebro pode sofrer sobrecarga cognitiva. Quanto mais tempo você trabalha e mais decisões toma nesse período prolongado, mais difícil se torna para sua mente sobrecarregada tomar decisões acertadas.
Escolhas simples, como decidir o prato que vai pedir no restaurante, não exigem tanto esforço cognitivo quanto decisões mais impactantes, como manter ou demitir um funcionário. Quanto mais escolhas fazem parte do seu dia, mais difícil fica decidir até mesmo sobre coisas simples, como o que vestir, onde comer, quanto gastar ou como priorizar projetos no trabalho. O cansaço mental pode levar a atalhos perigosos, como não revisar um e-mail importante, evitar participar de decisões em equipe, ser ríspido com colegas, optar por fast food em vez de refeições saudáveis ou abandonar a prática de exercícios físicos.
Sinais da fadiga de decisão
A fadiga decisória geralmente aparece de forma sutil e fácil de ignorar. Veja como reconhecê-la antes que afete seu desempenho e sua saúde mental:
Como identificar em você
- Você adia decisões simples ou delega tudo, sem distinguir o que é importante do que não é;
- Sente-se mentalmente exausto antes do meio-dia, mesmo sem esforço físico;
- Evita conversas difíceis ou responde apenas “sim” ou “não” para se livrar rapidamente da decisão.
Como identificar na sua equipe
- Membros do time pedem opinião sobre decisões que normalmente tomariam sozinhos;
- Projetos travam, não pela complexidade, mas porque ninguém quer tomar a decisão final;
- Aumento de erros, esquecimento de detalhes e maior resistência a mudanças.
Estratégias para evitar a fadiga de decisão
Victoria Grinman, psicoterapeuta e fundadora da Growing Kind Minds LLC, empresa de soluções de gestão emocional para organizações, destaca a importância de criar e manter rotinas intencionais.
Decida apenas uma vez
Empresários como Steve Jobs, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos usavam roupas iguais todos os dias para preservar energia mental. “Líderes frequentemente desperdiçam energia refazendo as mesmas decisões”, afirma Grinman. “Crie microestruturas para tarefas recorrentes, como o que vestir, quando checar e-mails ou como começar reuniões. Decidir uma vez e manter o padrão conserva energia mental para o que realmente precisa de atenção.”
Proteja os primeiros 90 minutos do dia
“Esse período concentra o maior potencial cognitivo”, explica. “Use-o para planejar e tomar decisões estratégicas. Evite tarefas reativas logo cedo para definir o tom do restante do dia.”
Delegue decisões
Quanto menos escolhas você precisar fazer, mais energia cognitiva conseguirá preservar ao longo do dia. Encontre alguém de confiança, reduza o controle e delegue parte das suas decisões a essa pessoa.
Tome as decisões mais difíceis primeiro
Se o dia promete decisões complexas, encare-as nas primeiras horas, quando estiver mais descansado. Classifique as decisões do dia da mais à menos importante e deixe as menos relevantes para o final.
Aproveite o fim de semana
Você não estará biologicamente preparado para manter o equilíbrio em seu processo de tomada de decisões sem descanso e estímulo adequados fora do seu ambiente de trabalho.
*As informações foram retiradas de textos dos colaboradores da Forbes USA Bryan Robinson e Cheryl Robinson.
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Baixo Engajamento no Trabalho Custa R$ 77 Bilhões a Empresas no Brasil

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A falta de motivação no trabalho deixou de ser um problema individual e passou a ser um desafio real para as empresas e para a economia, no Brasil e no mundo. De acordo com o estudo Engaja S/A, conduzido pela plataforma de RH e benefícios Flash em parceria com a FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas), o desengajamento profissional custa cerca de R$ 77 bilhões por ano às companhias brasileiras, o equivalente a 0,66% do PIB.
Na sua terceira edição anual, o levantamento, divulgado nesta quinta-feira (23), aponta que o índice de engajamento no país caiu para 39%, o menor nível da pesquisa. Ou seja, mais de seis em cada dez profissionais estão desmotivados ou ativamente desengajados. A queda é puxada principalmente por profissionais em cargos de liderança, e a Geração Z é a menos engajada. “Esse estado se manifesta de forma sutil: menos colaboração, apatia, procrastinação e ausência de iniciativa”, explica Renato Souza, professor de recursos humanos da FGV EAESP e coautor do estudo. “O profissional está presente, mas não está inteiro.”
O cálculo do prejuízo gerado pelo desengajamento no trabalho foi feito com base em duas dimensões principais: intenção de demissão e presenteísmo — quando o profissional está fisicamente presente, mas improdutivo. “Desengajados podem perder até cinco horas de trabalho por dia, gerando um custo muitas vezes invisível para as empresas.”
Mais de 40% dos profissionais brasileiros admitem perder de uma a duas horas de produtividade por dia por falta de motivação. Segundo o estudo, melhorar o engajamento poderia gerar uma economia de R$ 6,2 bilhões em perdas de produtividade.
Líderes cansados, equipes desmotivadas
Mesmo entre os cargos mais altos, o engajamento vem desmoronando. A pesquisa revela que, embora 65% dos executivos ainda se declarem engajados, esse grupo foi o que apresentou a maior queda no último ano — sete pontos percentuais. “Em geral, executivos são mais engajados do que colaboradores, mas observamos um declínio acentuado nesse último ano.”
Além disso, o estudo indica que 78% dos executivos e líderes intermediários sofrem com algum nível de ansiedade, o que acende um sinal de alerta para departamentos de recursos humanos e para a alta liderança. “Fadiga, insônia e ansiedade estão mais presentes entre líderes, o que pode gerar um efeito cascata de desengajamento sobre suas equipes.”
Segundo o professor, o quadro de saúde mental entre executivos não deve melhorar nos próximos anos. “As lideranças enfrentam cada vez mais pressões do mercado, da economia e de conselhos. As empresas precisam pensar em como engajar quem é responsável por engajar os outros.”
Geração Z lidera em desengajamento
Entre os diferentes grupos etários, a Geração Z aparece como a menos engajada: apenas 37% dos jovens profissionais afirmam se sentir motivados em suas funções. Enquanto isso, os Baby Boomers são a geração mais engajada, atingindo 45% de envolvimento no trabalho. “Desde o pós-pandemia, houve uma ressignificação do trabalho, e isso teve um grande impacto na Geração Z”, explica Souza. “Mais do que benefícios financeiros isolados, os jovens valorizam autonomia, saúde mental e reconhecimento, que nem sempre encontram nas empresas.”
Causas e soluções para a crise de engajamento
Entre as principais causas da queda no engajamento, o estudo aponta uma piora na percepção positiva do ambiente de trabalho. “Fatores como remuneração e benefícios continuam importantes, mas engajam menos do que o clima organizacional e a qualidade da gestão”, diz Souza. “Falta de autonomia, escassez de tempo para atividades além do emprego e ausência de conexões humanas explicam a maior parte da queda registrada.” Por outro lado, relações de confiança, oportunidades de desenvolvimento profissional e ambiente saudável estão entre os fatores mais determinantes para o engajamento.
Para reverter o cenário de baixo engajamento, algumas práticas podem impactar diretamente o envolvimento de profissionais no trabalho. Entre as mais eficazes, segundo o estudo, estão os benefícios de flexibilidade, como trabalho híbrido, horários livres, day off de aniversário, benefícios personalizados e redução de jornada às sextas-feiras. “São práticas relativamente simples, mas com grande potencial de engajar colaboradores.”
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CEO da JCDecaux Brasil Traz Lições do Esporte para a Liderança

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Ana Célia Biondi é uma mulher competitiva. Traz isso de sua época de esportista, quando participava de torneios de tênis. Hoje, leva os aprendizados das quadras para os negócios. “Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo”, diz a líder da multinacional francesa JCDecaux no Brasil, que está na lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025.
Presente em mais de 80 países e com audiência diária de 850 milhões de pessoas, a companhia é a líder global em mídia out-of-home (OOH). É responsável pelos relógios digitais no meio de avenidas movimentadas de São Paulo e outras capitais, pelos painéis de grandes marcas nos aeroportos de Guarulhos e Brasília e por envelopar metrôs da capital paulista com anúncios dos novos filmes e séries da Netflix.
Nessa cadeira há mais de 10 anos, e outros 10 como sócia da companhia no país, a executiva viveu diferentes momentos do setor no Brasil – do pré e pós-Cidade Limpa ao pré e pós-pandemia. “O OOH tinha 6% de market share antes da lei, caiu para 3% e hoje está em 12%. Ainda podemos chegar a 20%. O brasileiro é early adopter e ama uma tela”, analisa. Em 2024, a receita global da JCDecaux foi de 3,93 bilhões de euros, com crescimento de mais de 10% na divisão que inclui o Brasil.
“Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo.”
Ana Célia Biondi
O país vive o que ela define como a maior transformação desse mercado. “Quando fomos proibidos de ir para a rua, percebemos o valor. As marcas entenderam isso e voltaram muito criativas.” Entre os cases que gosta de contar está o da Rexona, que levou uma fanfarra e jatos de desodorante para animar foliões no metrô de São Paulo durante o Carnaval. “Em qual outro lugar no mundo isso seria possível?”
Filha de publicitário, formou-se em economia. Ainda na faculdade, entrou no mercado financeiro e, aos 23 anos, foi passar uma temporada em um banco na Suíça. De volta ao Brasil no final da década de 1990, foi chamada para analisar a viabilidade econômica de uma empresa de mobiliário urbano. Liderou o projeto, tornou-se sócia e, em 2004, firmou parceria com a JCDecaux.
Aos 58 anos, está à frente de cerca de 550 funcionários e mais de mil anunciantes no país. “O mais difícil não é fazer leitura de P&L [relatório de perdas e lucros]. É ser uma pessoa presente sem ser microgestora e equilibrar o tempo para cuidar de tudo e estar com meu filho.” Nessa agenda concorrida, sempre há espaço para atividade física e para as lições do esporte: “Aprendi a ser humilde, a ser humilhada, a levar a virada e a virar o jogo. É uma escola de vida”.
Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.
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