Negócios
8 em cada 10 líderes têm dificuldade de comandar equipes multigeracionais


A entrada da Geração Z no ambiente de trabalho trouxe novas prioridades e desafios adicionais para a liderança
O mercado de trabalho está mais diverso do que nunca em termos de idade. Pela primeira vez, quatro gerações convivem nos escritórios, um quadro que se estabelece com o envelhecimento da população. Mas as lideranças não estão sabendo acompanhar essa nova realidade.
Cerca de 8 em cada 10 têm dificuldade de conduzir o ambiente multigeracional, mostra uma pesquisa da SPUTNiK, empresa de educação corporativa. Apesar da diversidade ser considerada um ativo para as empresas, os conflitos geracionais estão entre os maiores desafios para 21% desses profissionais.
A segunda edição do Panorama de Sentimento das Lideranças ouviu mais de 250 líderes de grandes companhias e mostra como eles se sentem em relação à gestão, hoje e no futuro.
Os desafios de liderar um ambiente multigeracional estão relacionados à chegada da Geração Z ao mercado de trabalho, trazendo um novo conjunto de prioridades e demandas. “Estamos lidando com uma geração que está pedindo para seguir apenas o job description e que considera démodé o perfil workaholic”, observa Mariana Achutti fundadora e CEO da SPUTNiK.
Achutti se refere às tendências que surgem no TikTok, como o quiet quitting, movimento que sugere fazer apenas o necessário no trabalho a fim de evitar o burnout e resguardar a vida pessoal.
Falta de engajamento preocupa líderes
Esse descompasso pode levar à percepção de uma falta de engajamento entre as equipes. O tema aparece como o mais nebuloso para as lideranças hoje, citado por 25% dos profissionais, depois de também ter sido destaque no panorama do ano passado. “É uma dor que virou crônica entre as lideranças, mas é muito importante conectar ao ambiente multigeracional”, diz Achutti.
A CEO destaca que a Geração Z tem sido percebida como menos engajada que os millennials e baby boomers, já que é muito pautada pelo senso de propósito. E os profissionais acima dos 30 anos são, em geral, conhecidos por sua dedicação incansável ao trabalho. “Hoje, o que temos chamado de quiet quitting pode, na realidade, trazer uma interpretação equivocada sobre os colaboradores”, diz, sugerindo que os líderes entendam essas nuances geracionais e adaptem suas estratégias.
3 principais questões ainda confusas para os líderes
- Formas de desenvolver e engajar a equipe (25%);
- Possibilidades de crescimento de negócio a longo prazo (24,6%);
- Alinhar saúde mental com o desenvolvimento profissional e/ou de carreira do meu time (19,8%).
Gestão da saúde mental
A pesquisa ainda mostra o que toma mais tempo dos líderes e dos seus times
- Coordenação de demandas e processos (66,8%);
- Estratégia do negócio (construção, execução, etc) (53,0%);
- Gestão de aspectos emocionais (44,4%).
A saúde mental aparece no top 3 e é um tema relevante para as lideranças – cerca de 60% dos profissionais entrevistados fazem terapia. Cerca de 30% das respostas afirmam que isso ajuda nas tomadas de decisão, citando principalmente melhora no “autoconhecimento, controle das emoções, clareza e equilíbrio.”
Apenas 24,3% fazem mentoria, ao passo que 70% são mentores, dentro ou fora das organizações.
O que mais dificulta as tomadas de decisão hoje
- Falta de clareza estratégica (56,7%);
- Coleta e/ou análise de dados precária (37,3%);
- Cenário econômico complexo (31,3%).
A falta de clareza estratégica lidera, como no ano passado. Este ano, foi incluído um tópico referente à coleta e análise de dados, que ocupou o 2º lugar.
Os líderes dizem que recorrem às suas lideranças (63,8%), seus pares (56,7%) e à sua rede pessoal (53,8%) para ajudar nas decisões e apenas 11,9% consultam o board. Mas 36,2% dos respondentes sinalizaram que não têm como canal prioritário as trocas com seus líderes, assim como 43,3% não se conectam com seus pares em momentos decisivos. “Isso mostra que as empresas precisam desenvolver uma cultura de colaboração entre as lideranças, dar mais segurança psicológica e criar um fluxo para alinhamento estratégico na tomada de decisão”, explica a CEO da SPUTNiK.
O panorama mostra que os líderes relatam um sentimento de desamparo no dia a dia das suas funções. “As lideranças têm sido cobradas para que acolham seus times, trabalhem segurança psicológica e saúde mental cotidianamente. Mas quem está cuidando deles?”
Negócios
Fadiga de Decisão: Como Grandes Líderes Evitam o Esgotamento Mental

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Um adulto toma, em média, entre 33 mil e 35 mil decisões por dia, segundo um estudo conduzido por pesquisadores de universidades americanas. Muitas dessas escolhas acontecem no modo automático, com base em informações já armazenadas sobre como agir. No entanto, chega um ponto em que esse processo deixa de ser eficiente: o cérebro, sobrecarregado e incapaz de lidar com tantas decisões individuais, entra em pane, interrompendo a tomada de decisão.
Após dias consecutivos de trabalho e centenas de milhares de decisões tomadas, o cérebro tende a fazer escolhas diferentes daquelas que faria se estivesse descansado. Esse fenômeno é chamado de “fadiga de decisão”: quando o cérebro está esgotado e privado de energia mental.
Para concentrá-la nas decisões mais relevantes, muitos líderes optam por usar praticamente a mesma roupa todos os dias. Mark Zuckerberg se inspirou em Steve Jobs, conhecido por sempre usar uma camiseta preta e jeans. Em diversas entrevistas, o fundador do Facebook explicou que prefere reservar sua capacidade mental para as decisões mais relevantes de sua empresa, em vez de gastá-la com escolhas triviais, como o que vestir.
O que é a fadiga de decisão?
O que vou almoçar? Devo aceitar aquela proposta de emprego? Está na hora de trocar o ar-condicionado, ou devo continuar consertando? No fim das contas, 35 mil decisões por dia significam uma decisão a cada 2,46 segundos. Não é à toa que estamos exaustos.
A fadiga decisória compromete a clareza mental e explica por que muitos profissionais têm pouca energia restante para atividades fora do escritório após um longo dia de trabalho. Depois de horas de trabalho ininterrupto, o cérebro pode sofrer sobrecarga cognitiva. Quanto mais tempo você trabalha e mais decisões toma nesse período prolongado, mais difícil se torna para sua mente sobrecarregada tomar decisões acertadas.
Escolhas simples, como decidir o prato que vai pedir no restaurante, não exigem tanto esforço cognitivo quanto decisões mais impactantes, como manter ou demitir um funcionário. Quanto mais escolhas fazem parte do seu dia, mais difícil fica decidir até mesmo sobre coisas simples, como o que vestir, onde comer, quanto gastar ou como priorizar projetos no trabalho. O cansaço mental pode levar a atalhos perigosos, como não revisar um e-mail importante, evitar participar de decisões em equipe, ser ríspido com colegas, optar por fast food em vez de refeições saudáveis ou abandonar a prática de exercícios físicos.
Sinais da fadiga de decisão
A fadiga decisória geralmente aparece de forma sutil e fácil de ignorar. Veja como reconhecê-la antes que afete seu desempenho e sua saúde mental:
Como identificar em você
- Você adia decisões simples ou delega tudo, sem distinguir o que é importante do que não é;
- Sente-se mentalmente exausto antes do meio-dia, mesmo sem esforço físico;
- Evita conversas difíceis ou responde apenas “sim” ou “não” para se livrar rapidamente da decisão.
Como identificar na sua equipe
- Membros do time pedem opinião sobre decisões que normalmente tomariam sozinhos;
- Projetos travam, não pela complexidade, mas porque ninguém quer tomar a decisão final;
- Aumento de erros, esquecimento de detalhes e maior resistência a mudanças.
Estratégias para evitar a fadiga de decisão
Victoria Grinman, psicoterapeuta e fundadora da Growing Kind Minds LLC, empresa de soluções de gestão emocional para organizações, destaca a importância de criar e manter rotinas intencionais.
Decida apenas uma vez
Empresários como Steve Jobs, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos usavam roupas iguais todos os dias para preservar energia mental. “Líderes frequentemente desperdiçam energia refazendo as mesmas decisões”, afirma Grinman. “Crie microestruturas para tarefas recorrentes, como o que vestir, quando checar e-mails ou como começar reuniões. Decidir uma vez e manter o padrão conserva energia mental para o que realmente precisa de atenção.”
Proteja os primeiros 90 minutos do dia
“Esse período concentra o maior potencial cognitivo”, explica. “Use-o para planejar e tomar decisões estratégicas. Evite tarefas reativas logo cedo para definir o tom do restante do dia.”
Delegue decisões
Quanto menos escolhas você precisar fazer, mais energia cognitiva conseguirá preservar ao longo do dia. Encontre alguém de confiança, reduza o controle e delegue parte das suas decisões a essa pessoa.
Tome as decisões mais difíceis primeiro
Se o dia promete decisões complexas, encare-as nas primeiras horas, quando estiver mais descansado. Classifique as decisões do dia da mais à menos importante e deixe as menos relevantes para o final.
Aproveite o fim de semana
Você não estará biologicamente preparado para manter o equilíbrio em seu processo de tomada de decisões sem descanso e estímulo adequados fora do seu ambiente de trabalho.
*As informações foram retiradas de textos dos colaboradores da Forbes USA Bryan Robinson e Cheryl Robinson.
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Baixo Engajamento no Trabalho Custa R$ 77 Bilhões a Empresas no Brasil

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A falta de motivação no trabalho deixou de ser um problema individual e passou a ser um desafio real para as empresas e para a economia, no Brasil e no mundo. De acordo com o estudo Engaja S/A, conduzido pela plataforma de RH e benefícios Flash em parceria com a FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas), o desengajamento profissional custa cerca de R$ 77 bilhões por ano às companhias brasileiras, o equivalente a 0,66% do PIB.
Na sua terceira edição anual, o levantamento, divulgado nesta quinta-feira (23), aponta que o índice de engajamento no país caiu para 39%, o menor nível da pesquisa. Ou seja, mais de seis em cada dez profissionais estão desmotivados ou ativamente desengajados. A queda é puxada principalmente por profissionais em cargos de liderança, e a Geração Z é a menos engajada. “Esse estado se manifesta de forma sutil: menos colaboração, apatia, procrastinação e ausência de iniciativa”, explica Renato Souza, professor de recursos humanos da FGV EAESP e coautor do estudo. “O profissional está presente, mas não está inteiro.”
O cálculo do prejuízo gerado pelo desengajamento no trabalho foi feito com base em duas dimensões principais: intenção de demissão e presenteísmo — quando o profissional está fisicamente presente, mas improdutivo. “Desengajados podem perder até cinco horas de trabalho por dia, gerando um custo muitas vezes invisível para as empresas.”
Mais de 40% dos profissionais brasileiros admitem perder de uma a duas horas de produtividade por dia por falta de motivação. Segundo o estudo, melhorar o engajamento poderia gerar uma economia de R$ 6,2 bilhões em perdas de produtividade.
Líderes cansados, equipes desmotivadas
Mesmo entre os cargos mais altos, o engajamento vem desmoronando. A pesquisa revela que, embora 65% dos executivos ainda se declarem engajados, esse grupo foi o que apresentou a maior queda no último ano — sete pontos percentuais. “Em geral, executivos são mais engajados do que colaboradores, mas observamos um declínio acentuado nesse último ano.”
Além disso, o estudo indica que 78% dos executivos e líderes intermediários sofrem com algum nível de ansiedade, o que acende um sinal de alerta para departamentos de recursos humanos e para a alta liderança. “Fadiga, insônia e ansiedade estão mais presentes entre líderes, o que pode gerar um efeito cascata de desengajamento sobre suas equipes.”
Segundo o professor, o quadro de saúde mental entre executivos não deve melhorar nos próximos anos. “As lideranças enfrentam cada vez mais pressões do mercado, da economia e de conselhos. As empresas precisam pensar em como engajar quem é responsável por engajar os outros.”
Geração Z lidera em desengajamento
Entre os diferentes grupos etários, a Geração Z aparece como a menos engajada: apenas 37% dos jovens profissionais afirmam se sentir motivados em suas funções. Enquanto isso, os Baby Boomers são a geração mais engajada, atingindo 45% de envolvimento no trabalho. “Desde o pós-pandemia, houve uma ressignificação do trabalho, e isso teve um grande impacto na Geração Z”, explica Souza. “Mais do que benefícios financeiros isolados, os jovens valorizam autonomia, saúde mental e reconhecimento, que nem sempre encontram nas empresas.”
Causas e soluções para a crise de engajamento
Entre as principais causas da queda no engajamento, o estudo aponta uma piora na percepção positiva do ambiente de trabalho. “Fatores como remuneração e benefícios continuam importantes, mas engajam menos do que o clima organizacional e a qualidade da gestão”, diz Souza. “Falta de autonomia, escassez de tempo para atividades além do emprego e ausência de conexões humanas explicam a maior parte da queda registrada.” Por outro lado, relações de confiança, oportunidades de desenvolvimento profissional e ambiente saudável estão entre os fatores mais determinantes para o engajamento.
Para reverter o cenário de baixo engajamento, algumas práticas podem impactar diretamente o envolvimento de profissionais no trabalho. Entre as mais eficazes, segundo o estudo, estão os benefícios de flexibilidade, como trabalho híbrido, horários livres, day off de aniversário, benefícios personalizados e redução de jornada às sextas-feiras. “São práticas relativamente simples, mas com grande potencial de engajar colaboradores.”
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CEO da JCDecaux Brasil Traz Lições do Esporte para a Liderança

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Ana Célia Biondi é uma mulher competitiva. Traz isso de sua época de esportista, quando participava de torneios de tênis. Hoje, leva os aprendizados das quadras para os negócios. “Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo”, diz a líder da multinacional francesa JCDecaux no Brasil, que está na lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025.
Presente em mais de 80 países e com audiência diária de 850 milhões de pessoas, a companhia é a líder global em mídia out-of-home (OOH). É responsável pelos relógios digitais no meio de avenidas movimentadas de São Paulo e outras capitais, pelos painéis de grandes marcas nos aeroportos de Guarulhos e Brasília e por envelopar metrôs da capital paulista com anúncios dos novos filmes e séries da Netflix.
Nessa cadeira há mais de 10 anos, e outros 10 como sócia da companhia no país, a executiva viveu diferentes momentos do setor no Brasil – do pré e pós-Cidade Limpa ao pré e pós-pandemia. “O OOH tinha 6% de market share antes da lei, caiu para 3% e hoje está em 12%. Ainda podemos chegar a 20%. O brasileiro é early adopter e ama uma tela”, analisa. Em 2024, a receita global da JCDecaux foi de 3,93 bilhões de euros, com crescimento de mais de 10% na divisão que inclui o Brasil.
“Somos a oitava filial do mundo e quero continuar crescendo.”
Ana Célia Biondi
O país vive o que ela define como a maior transformação desse mercado. “Quando fomos proibidos de ir para a rua, percebemos o valor. As marcas entenderam isso e voltaram muito criativas.” Entre os cases que gosta de contar está o da Rexona, que levou uma fanfarra e jatos de desodorante para animar foliões no metrô de São Paulo durante o Carnaval. “Em qual outro lugar no mundo isso seria possível?”
Filha de publicitário, formou-se em economia. Ainda na faculdade, entrou no mercado financeiro e, aos 23 anos, foi passar uma temporada em um banco na Suíça. De volta ao Brasil no final da década de 1990, foi chamada para analisar a viabilidade econômica de uma empresa de mobiliário urbano. Liderou o projeto, tornou-se sócia e, em 2004, firmou parceria com a JCDecaux.
Aos 58 anos, está à frente de cerca de 550 funcionários e mais de mil anunciantes no país. “O mais difícil não é fazer leitura de P&L [relatório de perdas e lucros]. É ser uma pessoa presente sem ser microgestora e equilibrar o tempo para cuidar de tudo e estar com meu filho.” Nessa agenda concorrida, sempre há espaço para atividade física e para as lições do esporte: “Aprendi a ser humilde, a ser humilhada, a levar a virada e a virar o jogo. É uma escola de vida”.
Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.
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