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Quer Ser Nômade Digital? Faça o Teste e Descubra se É para Você

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Se a rotina de ir ao escritório todos os dias parece monótona e, no fundo, você sente que a vida vai além de trabalhar no mesmo prédio, na mesma mesa e entre as mesmas quatro paredes, talvez o estilo de vida de um nômade digital seja para você.

Existem cerca de 40 milhões de nômades digitais em todo o mundo, segundo um relatório do Skyscanner, plataforma de busca de passagens aéreas. Muitos profissionais hesitam em dar o salto para a independência geográfica por medo de falhar, mas um simples teste pode ajudar a descobrir se você nasceu para isso.

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Até 2030, estima-se que haverá cerca de 60 milhões de nômades digitais no mundo. Para saber se você será um deles, avalie-se em cinco áreas e descubra se o estilo de vida nômade digital combina com a sua personalidade — e se é o momento certo para fazer as malas. Faça o teste, confira sua pontuação e tome sua decisão.

Você deve se tornar um nômade digital? Faça o teste

Adaptabilidade

Para ter sucesso como nômade digital, é preciso muita flexibilidade. Some um ponto para cada afirmação com a qual você se identifica:

  • Você adora explorar novos restaurantes, montar sua casa em lugares diferentes e trabalhar de locais onde nunca esteve.
  • Você fica empolgado com a mudança, não com medo dela.
  • Você se adapta rapidamente quando os planos mudam. Se alguém desmarcar de última hora ou o voo for atrasado, você mantém a calma e encontra um plano B. Sua capacidade de adaptação importa mais do que seu destino.

Mentalidade de produtividade

Trabalhar enquanto viaja exige bastante foco. Some um ponto para cada afirmação com a qual você se identifica:

  • Você adora criar sistemas e rotinas; ter pastas de e-mails e documentos de viagem bem organizados é com você.
  • Você consegue manter a organização sem ninguém te cobrando. Quando se está viajando pelo mundo, a disciplina e a responsabilidade são extremamente necessárias.
  • Você trabalha melhor sozinho. Os nômades digitais mais bem-sucedidos sabem como se motivar e não precisam de chefe. Eles planejam seu dia ideal e o transformam em realidade.

Minimalismo

Viver com menos abre portas para mais aventuras. Some um ponto para cada afirmação com a qual você se identifica:

  • Você consegue colocar sua vida em algumas malas.
  • Você nunca sente falta das coisas que deixa para trás. O verdadeiro nômade digital não precisa de quase nada para ser feliz. Além disso, sempre é possível comprar o que for necessário na sua nova cidade.
  • Para você, comprar memórias e pagar por experiências é mais importante do que adquirir novos bens. Para os nômades digitais, a felicidade vem de estar em novos lugares, não de possuir novos produtos.

Prontidão para trabalhar de qualquer lugar

Basta um laptop e uma conexão Wi-Fi para desbloquear milhões de escritórios ao redor do mundo. Some um ponto para cada afirmação com a qual você se identifica:

  • A ideia de que um laptop e conexão Wi-Fi são suficientes para trabalhar de qualquer lugar te empolga. Você vê potenciais locais de trabalho por onde passa. Um lobby de hotel, uma cafeteria, um restaurante qualquer.
  • Você já testou diferentes configurações e sabe o que te ajuda a se concentrar melhor.
  • Wi-Fi ruim ou problemas técnicos nunca te desestabilizam. O nômade digital sabe que precisa de planos B e C para cada imprevisto. Os mais bem preparados continuam produtivos diante de qualquer desafio, com hotspots móveis e alternativas offline já planejadas.

Estilo de conexão

Relacionamentos fortes podem lidar com qualquer distância. Some um ponto para cada afirmação com a qual você se identifica:

  • Você mantém contato com amigos em vários fusos horários; sua forma preferida de comunicação é assíncrona.
  • Você consegue se conectar facilmente com novas pessoas.
  • Você constrói amizades genuínas rapidamente. Nômades digitais criam seu grupo onde quer que estejam. Os melhores permanecem próximos dos velhos amigos enquanto fazem novos.

A vida de nômade digital é para você?

Depois de somar seus pontos, veja em qual categoria sua pontuação se encaixa para descobrir se você deve apostar no estilo de vida de nômade digital:

  • 0-5: Talvez a vida no escritório seja sua melhor opção. Você precisa de mais estrutura, não gosta de mudanças ou é muito exigente para o estilo de vida nômade digital dar certo.
  • 6-10: Você pode lidar com algumas viagens, mas ainda precisa de uma base fixa.
  • 11-15: Você está pronto para embarcar. Todo nômade digital começou exatamente onde você está agora, apostando na liberdade.

*Jodie Cook é colaboradora da Forbes USA e escreve sobre ferramentas de IA para empreendedores e consultores.

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Medo da Super IA Faz Estudantes Abandonarem Harvard

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Quando Alice Blair ingressou no MIT (Massachusetts Institute of Technology) como caloura em 2023, estava empolgada para cursar ciência da computação e conhecer outras pessoas preocupadas em garantir que a inteligência artificial fosse desenvolvida de forma benéfica para a humanidade.

Agora, ela está em uma licença permanente, apavorada com a possibilidade do surgimento da chamada “inteligência artificial geral” (AGI, na sigla em inglês) levar ao fim da raça humana. AGI é uma IA hipotética que poderia desempenhar várias funções tão bem quanto seres humanos. “Me preocupei com a possibilidade de não estar viva para me formar por causa da AGI”, disse Blair, que é de Berkeley, na Califórnia. “Acredito que, na grande maioria dos cenários, do jeito que estamos caminhando em direção à AGI, o resultado será a extinção da humanidade.”

Ela conseguiu um trabalho como redatora técnica no Center for AI Safety, uma organização sem fins lucrativos voltada à pesquisa sobre segurança em IA, onde colabora com boletins informativos e artigos científicos. Blair não pretende voltar ao MIT. “Acho que meu futuro está no mundo real.”

E ela não está sozinha. Outros estudantes também estão assustados com o impacto devastador que a IA pode causar no futuro da humanidade, caso se torne senciente e decida que os humanos são um obstáculo.

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Riscos do avanço da IA

Segundo um relatório encomendado pelo Departamento de Estado dos EUA em 2024, há um risco real de eventos em nível de extinção, dada a velocidade com que a IA está sendo desenvolvida. Iniciativas para criar salvaguardas contra esse cenário cresceram exponencialmente nos últimos anos, tanto em ONGs financiadas por bilionários – como o próprio Center for AI Safety – quanto em empresas como a Anthropic.
Muitos pesquisadores discordam dessa visão. “A extinção da humanidade parece extremamente improvável”, disse à Forbes Gary Marcus, professor emérito da Universidade de Nova York que estuda a intersecção entre psicologia e IA. “Mas trabalhar com segurança em IA é algo nobre, e há pouquíssimo trabalho atual que forneça respostas.”

Mesmo assim, o campo da segurança em IA e a promessa de evitar os piores efeitos dessa tecnologia têm levado jovens a abandonar a universidade. Adam Kaufman, estudante de física e ciência da computação, deixou a Universidade de Harvard no final do ano passado para trabalhar em tempo integral na Redwood Research, uma ONG que estuda sistemas de IA enganosos que poderiam agir contra os interesses humanos.

“Estou bastante preocupado com os riscos e acho que o mais importante agora é trabalhar para mitigá-los”, disse Kaufman. “E, de forma mais egoísta, acho tudo isso muito interessante. Trabalho com as pessoas mais inteligentes que já conheci, em problemas super relevantes.”
Seu irmão, seu colega de quarto e sua namorada também trancaram a matrícula em Harvard – todos agora trabalham na OpenAI.

A inteligência artificial vai roubar o seu emprego?

Outros estudantes têm medo da AGI não pela possibilidade de destruição da humanidade, mas por representar uma ameaça às suas carreiras antes mesmo que elas comecem. Metade dos 326 alunos de Harvard entrevistados por uma pesquisa da associação estudantil e do clube de segurança em IA da universidade disseram estar preocupados com o impacto da IA no mercado de trabalho.

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“Se sua carreira pode ser automatizada até o fim dessa década, cada ano na faculdade é um ano a menos de uma carreira já curta”, afirmou Nikola Jurković, que se formou em Harvard em maio e liderava a área de preparação para inteligência artificial geral no grupo estudantil. “Acredito pessoalmente que a AGI pode surgir em cerca de quatro anos e que a automação total da economia pode acontecer em cinco ou seis.”

Algumas empresas estão promovendo demissões em massa. Outras estão contratando menos estagiários e recém-formados porque a IA consegue executar muitas dessas funções. O CEO da Anthropic, Dario Amodei, alertou que a IA pode eliminar metade dos empregos de nível inicial no setor corporativo e fazer a taxa de desemprego subir para 20% nos próximos anos.

Estudantes temem que essa transformação se acelere drasticamente quando a AGI de fato surgir, embora não haja consenso sobre quando isso acontecerá. O CEO da OpenAI, Sam Altman, acredita que ela será desenvolvida antes de 2029. Já Demis Hassabis, CEO do Google DeepMind, estima que isso ocorrerá entre cinco e dez anos. Jurković acha que pode ser antes: ele coassinou uma previsão de cronograma para o AI Futures Project, que projeta a automação da maioria dos empregos administrativos e corporativos até 2030.

Outros especialistas discordam. “É extremamente improvável que a AGI surja nos próximos cinco anos”, afirmou Marcus. “É apenas marketing dizer o contrário, quando ainda há tantos problemas centrais — como alucinações e erros de raciocínio — não resolvidos.” Ele destacou que, até agora, despejar mais dados e poder computacional nos modelos não foi suficiente para torná-los tão sofisticados quanto os humanos.

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Jovens abandonam a universidade para empreender

Enquanto continuam as incertezas sobre quando a AGI vai chegar — e sobre o valor de um diploma universitário num mundo transformado pela inteligência artificial —, muitos estudantes estão com pressa de iniciar suas carreiras, temendo que logo seja tarde demais.

Esse movimento tem levado diversos alunos a largar a faculdade para abrir suas próprias empresas. Desde 2023, vários deixaram os estudos para se lançar na corrida da IA, inspirados por histórias de sucesso como as de Altman e Mark Zuckerberg, CEO da Meta.

Michael Truell, CEO da Anysphere, hoje com 24 anos, e Brendan Foody, CEO da Mercor, com 22, abandonaram o MIT e a Universidade de Georgetown, respectivamente, para tocar suas startups. A Anysphere foi avaliada recentemente em US$ 9,9 bilhões, enquanto a Mercor já levantou mais de US$ 100 milhões.

Com a AGI ameaçando substituir o trabalho humano por completo, muitos jovens enxergam uma corrida contra o tempo, além de uma grande oportunidade.

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Jared Mantell estudava economia e ciência da computação na Universidade Washington antes de abandonar os estudos para se dedicar integralmente à sua startup, a dashCrystal, que busca automatizar o design de eletrônicos. A empresa já arrecadou mais de US$ 800 mil, com uma avaliação próxima de US$ 20 milhões.

Largar a faculdade, no entanto, significa abrir mão dos benefícios de um diploma. De acordo com o Pew Research Center, jovens adultos com diploma de bacharel ou mais ganham, em média, pelo menos US$ 20 mil a mais por ano do que aqueles sem diploma. E num mundo onde os empregos de entrada estão sendo substituídos pela IA, não ter uma graduação pode limitar ainda mais as oportunidades para os mais jovens.

Até o cofundador da Y Combinator — uma das aceleradoras de startups mais conhecidas por investir em fundadores que largaram a faculdade — acredita que os estudantes devem permanecer na universidade. “Não largue a faculdade para abrir uma startup ou trabalhar em uma”, escreveu Paul Graham no X (antigo Twitter), em julho. “Outras (e provavelmente melhores) oportunidades vão surgir. Mas os anos da faculdade não voltam.”

Alice Blair reconhece que deixar os estudos não é para todo mundo. “É muito difícil e desgastante abandonar a faculdade cedo e conseguir um emprego”, afirmou. “Só recomendaria isso para pessoas extremamente resilientes, que sintam que já foram devidamente preparadas pela faculdade para trabalhar.”

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*Victoria Feng é colaboradora da Forbes US. Ela é estagiária na editoria de tecnologia e inovação. Estuda na Universidade da Pensilvânia e já atuou como estagiária na ABC News e na NBC News.

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Novo Mapa Global da Tecnologia

Redação Informe 360

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Em um mundo cada vez mais movido por dados, algoritmos e soluções em nuvem, os profissionais de tecnologia tornaram-se não apenas protagonistas de uma nova era econômica como também de uma nova geografia do trabalho. Se antes os talentos iam até as empresas, hoje é comum que as empresas se ajustem à localização deles.

A mobilidade global dos colaboradores, impulsionada por uma cultura digitalizada e pelo avanço do trabalho remoto, vem transformando não só o mercado de trabalho, mas também as políticas públicas de imigração e desenvolvimento econômico.

A disputa não é mais apenas entre empresas, mas entre países. Governos de diferentes partes do mundo têm lançado programas de atração de talentos, com destaque para engenheiros de software, cientistas de dados e executivos de tecnologia.

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Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo atual tem reforçado o uso do visto EB-2 NIW (National Interest Waiver), que permite a profissionais com alto grau de formação em áreas STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) solicitarem residência permanente sem a exigência de uma oferta formal de emprego, desde que comprovem que seu trabalho atende ao interesse nacional.

É uma porta para profissionais como Stephanie de Souza, cientista da computação. “Por ser da área de TI, eu sabia que teria um bom mercado. Isso foi o que me impulsionou a viver em um país que considero mais seguro e com mais oportunidades”, afirma a brasileira.

Além do EB-2 NIW, o EB-5, voltado a investidores que aportam ao menos US$ 800 mil em áreas de emprego- alvo, continua sendo uma via sólida e estratégica para obter o Green Card. Cidades como Austin, Seattle, Miami e a região da Bay Area, na Califórnia, seguem como os principais destinos, com uma combinação de ecossistemas de inovação, alta qualidade de vida e acesso facilitado à residência permanente.

Nos Emirados Árabes Unidos, a estratégia é ainda mais explícita. A Dubai Chamber of Digital Economy vem ampliando investimentos em startups e programas de capacitação. No primeiro trimestre de 2025, apoiou 127 empresas digitais, crescimento de 135% em relação ao ano anterior. Com 729 profissionais treinados em novas tecnologias e 12 roadshows internacionais realizados, o país busca consolidar sua posição como hub global de inovação. “Dubai está se consolidando como centro que une talento, capital e inovação”, afirma João Paulo Paixão, chefe da Dubai Chamber em São Paulo.

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Divulgação

Os Emirados Árabes Unidos se consolidam como polo global de tecnologia e inovação

A GITEX Global e a Expand North Star, organizadas em Dubai, já se posicionam entre os principais encontros de tecnologia e inovação do mundo, reunindo 200 mil participantes, 6.500 empresas e 1.200 investidores. Em 2025, o Brasil será o país foco do evento, entre 13 e 17 de outubro. A Apex-Brasil planeja levar um número expressivo de startups brasileiras.

Na Europa, o movimento é igualmente intenso por profissionais de TI. A Irlanda se destaca com o Critical Skills Employment Permit, voltado a profissionais de áreas estratégicas como tecnologia da informação, engenharia e saúde, oferecendo um caminho direto para residência e cidadania em médio prazo.

A Alemanha fortaleceu o uso do Blue Card EU, um programa que facilita o recrutamento de profissionais estrangeiros em áreas STEM, especialmente em inteligência artificial, sistemas embarcados e automação industrial.

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Outros países, como a Estônia, investem em soluções digitais e atraem desenvolvedores e especialistas em blockchain com programas como o e-Residency, que permite operar negócios remotamente com base legal europeia. Portugal, com o Tech Visa, criou um ambiente de recepção para profissionais de TI que queiram atuar em startups e scale-ups tecnológicas com base no país.

O Reino Unido, por sua vez, implementou o Global Talent Visa, que prioriza profissionais com histórico de excelência em tecnologia, ciência e inovação, permitindo inclusive que fundadores e líderes técnicos se estabeleçam sem vínculo empregatício prévio.

Esses programas demonstram que o continente está disposto a competir diretamente pelos melhores nomes do setor.

A Leao Group Global está atenta a esse cenário dinâmico, adaptando-se às transformações da cultura migratória e às demandas dos profissionais altamente qualificados.

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A consultoria acompanha de perto e atua com rotas personalizadas de mobilidade internacional, conectando profissionais a oportunidades em destinos como Vale do Silício, Austin, Dubai e Dublin. Em comum, todos esses lugares compartilham o entendimento de que, no século 21, talento é política de Estado.

*Infomercial é de responsabilidade exclusiva dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da FORBES Brasil e de seus editores.

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CEOs e Pais: Como a Paternidade Transformou Executivos em Melhores Líderes

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Quando teve sua primeira filha, há 10 anos, Daniel Mazini tirou os cinco dias de licença-paternidade previstos em lei e oferecidos pela Amazon Brasil à época. Também negociou um tempo extra com seu chefe e a possibilidade de trabalhar de casa. Quatro anos depois, no nascimento do seu segundo filho, a big tech já havia estendido a licença remunerada para seis semanas. “A diferença foi enorme”, lembra Mazini, que liderou a Amazon no país e hoje é vice-presidente executivo do Wellhub (ex-Gympass). “A nova licença me permitiu ter uma conexão mais profunda com o que acontecia em casa, participar dos cuidados com o recém-nascido e da rotina doméstica.”

Os benefícios vão além do ambiente familiar. “Em uma empresa de tecnologia com um quadro de funcionários jovem, meu exemplo como líder ao tirar essa licença foi muito importante e bem recebido.”

Semelhante ao de Thiago Coelho, presidente-executivo da Estrella Galicia no Brasil, que também defende o “walk the talk”. Depois de assumir a subsidiária brasileira da cervejaria espanhola, em 2023, ele implementou 60 dias de licença-paternidade na companhia – o período pode chegar a 90 dias com mais um mês de férias.

Dois anos depois, quando sua esposa engravidou, o executivo usufruiu do benefício. “Cultura organizacional não é o que está escrito na parede. É o que a liderança faz todos os dias, com coerência e consistência”, afirma Coelho, que faz questão de comunicar quando se ausenta do trabalho para cuidar do filho, contribuindo para normalizar o tema.

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Thiago Coelho com o filho, Rafael

“Quando líderes falam abertamente sobre suas vivências como pais, eles legitimam um espaço necessário: o da humanização da liderança. Isso inspira outras pessoas a entenderem que é possível equilibrar ambições profissionais com a construção de uma família”, diz Thiago Oliveira, CTO da Coca-Cola FEMSA e pai de dois meninos.

O que diz a lei – ou a ausência dela

Mazini e Coelho são embaixadores da CoPai, coalizão que reúne líderes de grandes empresas, como Shell, Diageo e Nubank, em busca da ampliação da licença-paternidade no Brasil para pelo menos 30 dias. “A licença deve ser compulsória e remunerada para abranger toda a sociedade”, afirma o presidente da Estrella Galicia, destacando que a medida precisa contemplar também profissões fora do mundo corporativo. “Meu trabalho com a CoPai é atuar como uma ponte, mostrando que a licença estendida não é apenas possível, mas benéfica”, diz Mazini.

Atualmente, o benefício segue a regra transitória da Constituição de 1988, que prevê apenas cinco dias corridos. “No nosso caso, que foi cesariana, são 40 dias para a mulher se recuperar, e o pai precisa voltar a trabalhar em 5. Essa conta não fecha”, diz Coelho.

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O texto constitucional determina que o Congresso crie uma lei específica para regulamentar o tema, mas, após 37 anos, essa legislação ainda não foi elaborada. No fim de 2023, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu um prazo de 18 meses para que o Legislativo regulamentasse o tema. Esse prazo expirou em 8 de julho e, até o momento, a questão permanece sem resolução. Já a licença-maternidade é de 120 dias, podendo ser prorrogada em algumas situações, conforme previsto na CLT.

“A licença-paternidade é tão importante quanto a maternidade. O principal entrave no Brasil é que as pessoas, na maioria das organizações, são vistas como custo”, diz Jonas Marques, CEO da rede de farmácias Pague Menos. “Liderei operações na Europa e na Oceania e lá esse tema já está superado.”

A Espanha, por exemplo, anunciou, em julho deste ano, que busca dar às mães e aos pais uma semana extra de folga do trabalho após o nascimento do bebê, ampliando para 17 semanas uma das licenças parentais remuneradas mais generosas da Europa.

Empresas oferecem licença-paternidade estendida

Quando homens tiram licença-paternidade, aprofundam sua relação com os filhos, voltam mais engajados para o trabalho e beneficiam a saúde mental e as carreiras das mulheres. É o que dizem os estudos sobre o tema, corroborados por profissionais que usaram o benefício.

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“Aproveitei cada minuto nas duas vezes, o primeiro banho, as troca de fraldas na madrugada, as mamadeiras”, diz Oliveira, CTO da Coca-Cola FEMSA. “A cultura empresarial dos lugares onde trabalhei estimulava esse espaço e, hoje, vejo o quanto esse tempo é valioso para criar vínculos.”

Thiago Oliveira com os filhos

Desde 2016, o programa Empresa Cidadã permite que companhias cadastradas estendam a licença parental para 20 dias aos pais e 180 dias às mães, em troca de incentivos fiscais. “Existe uma clara diferença entre quando a licença é apenas parte desse programa e quando é um compromisso real da liderança”, opina Mazini. “O principal desafio é o ceticismo de que esses resultados justificam o ‘investimento’ de um funcionário fora da empresa por algumas semanas.”

“Com a sociedade e a liderança normalizando a ideia de que um pai tirará uma ou duas licenças ao longo de sua carreira para ter famílias mais fortes, chegaremos a um ponto onde isso não será exceção e não haverá mais resistência. Esperar resultados melhores sem desafiar o status quo é loucura.”
Daniel Mazini, EVP Wellhub

O Grupo Boticário e o Nubank são exemplos de companhias que igualaram as licenças remuneradas para homens e mulheres. Especialistas afirmam que a licença parental, que também inclui casais homoafetivos e adoção de crianças, fomenta a coparentalidade e ajuda a eliminar vieses de gênero. No Boticário, o benefício é de 120 dias e obrigatório, e as mães ainda podem estendê-lo por mais 60 dias. Já o Nubank oferece um benefício global de 120 dias, ou quatro meses, para todos os funcionários. “Ao equalizar a licença, você oferece às pessoas a chance de competir em condições iguais no crescimento da carreira”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit e cofundador do Talenses Group.

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A licença-paternidade estendida está entre os cinco benefícios mais valorizados pelos homens no Brasil, segundo a pesquisa Radar da Parentalidade 2024, realizada pela consultoria Filhos no Currículo com o Talenses Group.

Ainda assim, por ser opcional na maioria das empresas, muitos profissionais acabam não usufruindo do benefício. “Se os líderes não reforçam a importância dessa licença ou não a utilizam, ela se torna mais uma política que ‘não pegou’”, diz Mazini.

“Para o homem, a licença é um benefício. Para a mulher, é uma obrigação”, diz Vianna, ressaltando os impactos em mulheres e outros cuidadores. “Trabalhei com homens que achavam que uma semana ou até 10 dias de licença eram suficientes. Quatro meses, nunca.”

O impacto nas mulheres e na família

“Penalidade da maternidade” é o nome dado pela vencedora do Nobel de Economia Claudia Goldin, que estudou a relação entre participação feminina no trabalho, economia do casal e desigualdade de gênero. A pesquisa mais recente de Goldin mostra que a disparidade de gênero no mercado aumenta de forma mais significativa após o nascimento do primeiro filho, e que esse evento também muda a forma como as mulheres guiam suas carreiras.

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“A igualdade de gênero começa na divisão justa das tarefas dentro de casa”, diz o presidente da Estrella Galicia. O executivo, que tem uma agenda mais flexível que a de sua esposa, busca o filho na escola todos os dias.

Os impactos também são econômicos. O McKinsey Global Institute estimou em 2020 que o valor do trabalho não remunerado realizado por mulheres é de US$ 10 trilhões, o equivalente a 13% do PIB global. Elas realizam 75% dos cuidados com a casa e os filhos, segundo a organização global contra as desigualdades Oxfam (Comitê de Oxford para o Alívio da Fome).

Paternidade é ponto de virada na vida e na carreira

Equilibrar o cuidado com os filhos e uma rotina intensa de trabalho exige intenção. “Não dá para esperar sobrar tempo”, diz Thiago Oliveira. “Aprendi a ser mais eficiente e a delegar melhor para estar presente de corpo e alma onde sou insubstituível: em casa.”

Ser pai mudou as vidas e carreiras desses executivos. Se não fosse pelos gêmeos que teve aos 23 anos, enquanto atuava como psicólogo clínico, Jonas Marques talvez nunca tivesse ingressado no mundo corporativo. “Pagava aluguel, andava de ônibus e ganhava o pão de cada dia com muito trabalho”, lembra. “Corri atrás de um trabalho melhor e foi assim que entrei na Roche, como propagandista farmacêutico.”

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Pai do Matheus, 31, e da Mariana, 20, Jonas perdeu um de seus filhos gêmeos, Pedro, aos 20 anos. “Já faz 11 anos e, ao contrário do que muitos pensam, somos uma família extremamente feliz, principalmente porque sempre vivemos no presente.”

“Sinto que ganhei superpoderes. O sofrimento profundo deve destravar e acelerar algumas habilidades. Hoje, cuidamos de outros pais que também perderam filhos e ainda não conseguiram elaborar o luto.”
Jonas Marques, CEO da Pague Menos

Jonas Marques e família

Hoje, o executivo aborda a paternidade dentro e fora da empresa, mas nem sempre foi assim. “Por muito tempo, fui medíocre quanto a isso. Na minha cabeça, era tudo sobre produtividade”, diz. “Carreira de sucesso só vale se tivermos uma família feliz e forte, muitos amigos de verdade, se formos felizes.”

A paternidade também influenciou as decisões de carreira de Oliveira, da Coca-Cola. “Passei a considerar não apenas o que é bom para mim, mas o que é saudável e sustentável para minha família. Em momentos-chave, como a mudança de país, levei em conta o impacto sobre os meus filhos e a minha família”, conta o executivo, que hoje vive na Cidade do México.

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“É como se você passasse a usar um óculos com uma lente que é o seu filho. Tudo o que você enxerga passa por ele.”
Thiago Coelho, presidente da Estrella Galicia

O que a paternidade trouxe

“Todo pai deveria ser um líder, mas nem todo líder deveria ser um pai. Afinal, não demitimos filhos”, diz o CEO da Pague Menos. Segundo Marques, a paternidade potencializou sua vocação para cuidar, educar e também cobrar.

Priorização, propósito e escuta também foram algumas das habilidades desenvolvidas pelos executivos. “Você basicamente encaixa uma outra vida nas mesmas 24 horas”, diz Coelho.

“Aprendi a valorizar mais o tempo, a presença, o tempo de qualidade e a escuta. Profissionalmente, desenvolvi uma visão mais empática e humana da liderança”, diz Oliveira. “Ser pai me ensinou que formar pessoas, seja em casa ou no trabalho, exige tempo, paciência, coerência e amor.”

Entre erros, acertos e aprendizados, o principal conselho deixado pelos executivos para outros líderes e pais é estar presente para os filhos. “Não deixe que o privilégio de estar com eles seja invisível. Diga que ama, dê conselhos, broncas, abrace, beije”, diz Marques.

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Rodrigo Vianna: “Não deixe de viver todas as etapas da vida do seu filho. Eles são criados para ir para o mundo”

“Muitos pais perderam os filhos sem eles necessariamente terem um atestado de óbito, não se falam há anos. Acordem! Liguem para eles hoje!”
Jonas Marques, CEO da Pague Menos

Thiago Oliveira: “Seu maior legado não será o que você construiu, mas quem você formou. Liderar começa dentro de casa, pelo exemplo”

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