Saúde
Apps de ciclo menstrual são seguros?

Entre os aplicativos relacionados à saúde, os apps de ciclos menstrual estão entre os mais populares e com maior número de downloads. Se destacam o “Calendário Menstrual”, “Clue”, “Flo”, Maia e muitos outros.
Muito além de calcular o período fértil e os dias de menstruação da mulher, esses apps são capazes de trazerem gráficos sobre informações cotidianas e até identificar se o humor está em sintonia o ciclo de cada usuária. No entanto, para levantar tais resultados, esses apps precisam ser alimentados com dados. Tais informações, por sua vez, podem ser um prato cheio para criminosos na internet. Entenda agora o porquê disso e como se precaver para evitar tais riscos.
Leia mais
- Aplicativos que controlam menstruação e gravidez têm péssima proteção de privacidade
- Como monitorar o ciclo menstrual pelo iPhone
- Cinco apps de controle de ciclo menstrual compartilham dados íntimos com Google, Facebook e Amazon
A segurança nos apps de ciclo menstrual

Sobretudo, esses aplicativos têm como objetivo fornecer previsões para as mulheres sobre o seu ciclo menstrual. Por exemplo, quando a menstruação começará e quais são os dias mais férteis. Essas previsões são feitas depois que a mulher insere as datas de início e fim de alguns de seus ciclos menstruais.
No entanto, segundo especialistas, desenvolvedores pedem mais informações do que o necessário para prestar o serviço oferecido. Afinal, muitos aplicativos estão solicitando informações com o objetivo de gerar essa previsibilidade, mas que não são realmente essenciais, como quais os dias que a pessoa fez sexo, qual o seu humor, se tomou ou não a pílula anticoncepcional e outros.
Sem contar que existe a coleta indireta de informações, como o histórico de busca no navegador do usuário, alertou um advogado ouvido em uma matéria ao portal G1.
Isso levanta a possibilidade de uso indevido dessas informações para empresas de marketing. Em 2019, por exemplo, o The Wall Street Journal relatou que o aplicativo Flo Health compartilhava os dados de seus usuários com empresas de marketing, infringindo a política de privacidade da plataforma que garantia que os dados seriam usados somente para fazer melhorias do app.
O caso, que teve grande repercussão, levou o desenvolvedor do Flo Health a enfrentar um processo movido pelo Federal Trade Commission (FTC) nos Estados Unidos. Por fim, ficou definido que a empresa modificasse suas práticas e obtivesse consentimento dos usuários antes de compartilhar suas informações.
Apps de ciclo menstrual: compartilhamento desses dados sem transparência

Existem também os apps que não coletam somente os dados fornecidos durante o uso do app, mas também de padrões de uso do celular e demais informações do próprio aparelho, como a localização, por exemplo.
Dessa forma, há o compartilhamento desses dados sem transparência sobre como serão utilizados, além do desconhecimento de quem desenvolve o aplicativo. Portanto, há sim um risco para as mulheres que necessitam usar esse tipo de app.
Como se prevenir para evitar riscos em apps de ciclo menstrual?
Antes de mais nada, é preciso ficar atenta ao responder às questões. A dica número um é: se pergunte se tal questão é mesmo relevante para os objetivos do app.
Será que tal informação pode ser apenas uma coleta de dados para vendas? Ou é mais uma especificação de saúde a ser usada para personalizar anúncios? Vale lembrar que tais perguntas vêm disfarçadas como quando perguntam se você possui plano de saúde para posteriormente enviar essa informação para empresas que vão te fazer a oferta de planos de saúde e outros tipos de serviços.
O post Apps de ciclo menstrual são seguros? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Saúde
O que é febre reumática? Veja sintomas e tratamento

Muitas vezes, ignoramos uma dor de garganta nas crianças, achando que é apenas um incômodo passageiro. No entanto, quando causada por uma bactéria específica e não tratada corretamente, essa infecção simples pode desencadear uma reação em cadeia no sistema imunológico, levando a uma condição séria conhecida como febre reumática.
Embora o nome sugira apenas “febre”, a doença é complexa e pode deixar marcas permanentes, especialmente no coração. Entender os sinais e a importância do tratamento precoce é a melhor forma de proteger quem amamos.
Tudo o que você precisa saber sobre febre reumática
Para compreender a febre reumática, precisamos primeiro entender que ela não é uma infecção direta, mas sim uma resposta exagerada do próprio corpo. Ela é uma doença inflamatória que ocorre como uma sequela tardia de uma infecção na garganta (faringoamigdalite) causada pela bactéria Streptococcus pyogenes (estreptococo do grupo A).
Basicamente, o sistema de defesa tenta combater a bactéria, mas acaba atacando tecidos saudáveis do próprio organismo, como articulações, pele, cérebro e coração. Segundo o Ministério da Saúde, a febre reumática é uma reação autoimune a essa infecção estreptocócica anterior.

Quem é o alvo e como acontece?
A doença tem um público-alvo muito bem definido. Embora possa ocorrer em outras faixas etárias, ela é rara antes dos 3 anos e após os 21 anos. Estatisticamente, a febre reumática atinge principalmente crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos de idade.
A ocorrência não depende apenas da bactéria, mas também de uma predisposição genética do indivíduo e de fatores ambientais, como aglomerações e condições de habitação que facilitam a propagação do estreptococo.
Um ponto curioso e importante é sua relação com outras doenças: a mesma bactéria que causa a febre reumática também é responsável pela escarlatina. Portanto, crianças que desenvolvem escarlatina ou amigdalites de repetição não tratadas estão na rota de risco.
Principais sintomas da Febre Reumática
Os sintomas costumam aparecer cerca de duas a três semanas após a infecção de garganta. O quadro clínico é variado, mas os sinais clássicos incluem:
- Artrite (dor nas juntas): Geralmente migratória (passa de um joelho para o outro, ou para os cotovelos e tornozelos), com inchaço, calor e vermelhidão.
- Cardite (inflamação no coração): O sintoma mais preocupante, podendo causar sopro cardíaco, cansaço e dor no peito.
- Coreia de Sydenham: Movimentos involuntários e bruscos dos braços e pernas, além de fraqueza muscular e instabilidade emocional.
- Problemas de pele: Nódulos subcutâneos (caroços indolores sob a pele) e eritema marginado (manchas vermelhas com bordas nítidas, sem coceira).

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico não é feito por um único exame de sangue “mágico”. Ele é clínico, baseado nos Critérios de Jones, que avaliam a combinação dos sintomas citados acima junto com a comprovação de uma infecção prévia por estreptococo (através de exames como o ASLO ou cultura de orofaringe). O médico (geralmente um pediatra, reumatologista ou cardiologista) é quem fecha esse diagnóstico.
O tratamento tem três pilares:
- Erradicar a bactéria: Uso de antibióticos (geralmente penicilina benzatina) para eliminar qualquer resquício do estreptococo.
- Controlar a inflamação: Uso de anti-inflamatórios (como aspirina) ou corticosteroides em casos mais graves.
- Profilaxia (Prevenção Secundária): O paciente precisará tomar injeções de antibiótico periodicamente (geralmente a cada 21 dias) por anos, para evitar novas infecções que reativem a doença.
É possível evitar a Febre Reumática? Tem cura? Pode matar?
A boa notícia é que a febre reumática é totalmente evitável. A prevenção primária consiste, simplesmente, em tratar corretamente as dores de garganta estreptocócicas com antibióticos prescritos pelo médico. Não interromper o tratamento antes da hora é crucial.
Leia mais:
- Por que temos febre? Entenda as causas, sintomas e como o corpo reage
- É verdade que chocolate piora febre e dores de cabeça?
- Hipertermia: o que acontece quando o corpo aquece demais?
Sobre a cura: a fase aguda da inflamação é curada. No entanto, se o coração foi afetado, as sequelas nas válvulas cardíacas podem ser permanentes.
E, infelizmente, a febre reumática pode matar. A principal causa de óbito é a insuficiência cardíaca decorrente da cardite grave. Diretrizes médicas apontam que a doença reumática cardíaca continua sendo uma causa significativa de morbidade e mortalidade cardiovascular no Brasil, especialmente quando o diagnóstico é tardio ou a profilaxia não é seguida corretamente.
Portanto, ao menor sinal de dor de garganta intensa e febre em crianças, a consulta médica não deve ser adiada.
Sim. Embora a maioria dos sintomas seja tratável, a doença pode ser fatal se causar danos severos ao coração (cardite). A inflamação nas válvulas cardíacas, se não tratada ou se for muito agressiva, pode levar à insuficiência cardíaca grave e ao óbito.
O alvo principal são crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos. A doença se manifesta em pessoas que já possuem uma predisposição genética e que não trataram adequadamente uma infecção de garganta causada pela bactéria estreptococo.
O post O que é febre reumática? Veja sintomas e tratamento apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Novo estudo sobre transtornos mentais pode ajudar a combater estigma

Um novo artigo acadêmico propõe uma mudança profunda na forma como a sociedade e a própria psicologia clínica enxergam os transtornos mentais.
Em vez de focar exclusivamente nos danos e limitações, pesquisadores sugerem incluir também atributos positivos frequentemente presentes nessas condições — uma abordagem que, segundo eles, pode reduzir o estigma, melhorar o cuidado e oferecer esperança a pacientes e famílias.
Leia mais
- Metade das dicas de saúde mental no TikTok têm desinformação
- Devaneio em excesso pode ser um transtorno? Saiba os riscos para a saúde
- Afastamentos por saúde mental dobraram nos últimos 10 anos

Criatividade, empatia e redes sociais mais fortes
- No estudo “Aspectos Positivos nos Transtornos Psicológicos: Uma Agenda para Pesquisa e Mudança Social”, June Gruber, professora da Universidade do Colorado em Boulder, e colegas da Universidade Cornell reúnem décadas de evidências que relacionam doenças mentais a características como criatividade, empatia, sensibilidade emocional e resiliência.
- Pesquisas citadas no artigo mostram que pessoas com esquizofrenia leve, hipomania ou transtorno bipolar tendem a apresentar níveis mais altos de criatividade e a buscar carreiras criativas.
- Indivíduos com histórico de depressão, por sua vez, demonstram maior disposição para cooperar.
Em um estudo com quase 2.000 universitários, jovens no espectro bipolar relataram redes sociais mais amplas e maior sensação de apoio, apesar dos conflitos decorrentes da condição.
Outro trabalho revelou que pessoas com risco elevado de mania são mais capazes de detectar mudanças sutis nas emoções alheias.
O estudo foi publicado na revista Current Directions in Psychological Science.

Uma visão mais ampla e esperançosa da saúde mental
O artigo também destaca relatos de pacientes que enxergam momentos difíceis como gatilhos para construção de autoconhecimento e resiliência.
Em um estudo conduzido por Jonathan Rottenberg, da Universidade Cornell, 10% dos participantes diagnosticados com depressão clínica estavam “prosperando” uma década depois — com níveis de bem-estar superiores aos de adultos sem histórico depressivo.
Os autores ressaltam, contudo, que reconhecer aspectos positivos não significa minimizar o sofrimento ou abandonar tratamentos como medicamentos e psicoterapia. A proposta é ampliar o olhar, preservando pontos fortes individuais enquanto se controla os sintomas prejudiciais.
“Compreender a pessoa de forma holística permite apoiá-la melhor”, afirma Gruber.

O post Novo estudo sobre transtornos mentais pode ajudar a combater estigma apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
O que é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático? Veja sintomas e tratamento

Muitas vezes, usamos a palavra “trauma” de forma casual para descrever uma situação muito constrangedora ou um forte susto. No entanto, quando a medicina e a psicologia olham para esse termo, a conversa é muito mais profunda. O trauma real é uma marca deixada por eventos que ameaçam a vida ou a integridade física, e, para algumas pessoas, o cérebro não consegue “virar a página”.
É aqui que entra o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Não se trata de fraqueza ou incapacidade de superar o passado, mas sim de uma condição clínica onde o sistema de alarme do corpo permanece ligado muito tempo depois que o perigo já passou. Vamos entender como isso funciona dentro da nossa mente.
TEPT: veja tudo o que você precisa saber sobre o transtorno psiquiátrico
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático é definido como um distúrbio que se desenvolve após a exposição a um ou mais eventos traumáticos. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), para ser considerado TEPT, a pessoa deve ter sido exposta à morte real ou ameaça de morte, ferimento grave ou violência sexual.

Como e por que o TEPT se manifesta?
O TEPT é o resultado de uma colisão entre um fator ambiental (o evento traumático) e um desequilíbrio neurobiológico.
Durante o trauma, o cérebro é inundado por hormônios de estresse (cortisol e adrenalina). Em um funcionamento típico, esses níveis baixam após o perigo. No TEPT, ocorre uma falha nesse processamento.
Estudos de neuroimagem mostram que a amígdala (o centro do medo no cérebro) torna-se hiperativa, enquanto o hipocampo (responsável pela memória) e o córtex pré-frontal (responsável pelo raciocínio lógico e regulação emocional) têm sua função prejudicada.
Isso explica por que a pessoa reage a um barulho alto (como um escapamento de moto) como se fosse um tiro de guerra. Assim, o cérebro emocional reage antes que o cérebro lógico possa dizer “está tudo bem”.
Sintomas e diagnóstico

O diagnóstico é clínico, feito exclusivamente por psiquiatras ou psicólogos, baseando-se nos critérios rigorosos do DSM-5. Os sintomas geralmente começam dentro de três meses após o evento, mas podem surgir anos depois, e devem durar mais de um mês para configurar o transtorno. Eles são divididos em quatro grupos principais:
- Sintomas intrusivos: Memórias recorrentes, involuntárias e angustiantes; pesadelos e flashbacks (sentir como se o evento estivesse acontecendo novamente agora).
- Evitação: Esforço para evitar pensar no trauma ou fugir de lugares, pessoas e objetos que lembrem o evento.
- Alterações negativas na cognição e no humor: Crenças negativas persistentes (“o mundo é perigoso”, “eu sou culpado”), incapacidade de sentir emoções positivas e distanciamento de entes queridos.
- Excitabilidade e reatividade alteradas: Irritabilidade, surtos de raiva, hipervigilância (estar sempre em alerta), dificuldade de concentração e problemas para dormir.
Embora qualquer pessoa possa desenvolver TEPT, certos grupos estão em maior risco devido à maior exposição a eventos traumáticos. Isso inclui militares em combate, policiais, bombeiros e profissionais de emergência.
Leia mais:
- Quais são os tipos de depressão? Entenda as diferenças e sintomas
- Por que a depressão vai e volta?
- 10 sinais de que o estresse está afetando a sua saúde
No entanto, estatísticas apontam que mulheres têm duas a três vezes mais chances de desenvolver TEPT do que homens. Isso ocorre, infelizmente, devido à maior prevalência de traumas de alto impacto interpessoal, como violência sexual e doméstica, que tendem a ser mais “tóxicos” para a psique do que desastres naturais.
Tratamento e perspectivas
A boa notícia é que há luz no fim do túnel. O tratamento padrão envolve uma combinação de psicoterapia e medicação.
- Psicoterapia: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) focada no trauma e a terapia de Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR) são as mais eficazes, ajudando o cérebro a “descongelar” e processar a memória traumática.
- Medicamentos: Antidepressivos (como inibidores seletivos de recaptação de serotonina) ajudam a equilibrar a química cerebral, reduzindo a ansiedade e a depressão associadas.
Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes experimenta uma redução significativa dos sintomas, recuperando sua qualidade de vida.
Na psiquiatria, se fala mais em remissão do que em “cura” definitiva. Contudo, com tratamento adequado, os sintomas podem desaparecer totalmente ou tornar-se residuais, permitindo que a pessoa leve uma vida normal e produtiva.
Sim. O DSM-5 possui critérios específicos para crianças menores de 6 anos, onde os sintomas podem se manifestar através de recriação do trauma em brincadeiras, pesadelos sem conteúdo reconhecível e comportamento socialmente retraído.
O post O que é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático? Veja sintomas e tratamento apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico

Tecnologia1 semana atrásComo poemas conseguem contornar sistemas de segurança em IA

Saúde1 semana atrásQuais exames médicos você não precisa fazer todos os anos, segundo a ciência?

Tecnologia7 dias atrás7 usos criativos do Google Gemini que você deveria testar

Saúde7 dias atrásO que é o Dezembro Vermelho e qual sua relação com a Aids?

Saúde1 semana atrásÉ perigoso aplicar adrenalina na veia? Entenda quando o uso é seguro

Tecnologia6 dias atrásRaio verde: o raro fenômeno óptico que aparece no nascer ou no pôr do sol

Tecnologia1 semana atrásQuais as estreias do cinema mais aguardadas de 2026?
Negócios1 semana atrás3 Sinais de Que Você Está Enfrentando um Burnout de Alta Funcionalidade



























