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CEO da Espaçolaser: “Sou uma pessoa improvável nessa posição”

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magali leite, ceo da espaçolaser

Magali Leite, nova CEO da Espaçolaser, fala da importância de construir relações e demonstrar resultados para chegar aonde se quer na carreira

“Sou uma pessoa improvável nessa posição”, diz Magali Leite, que acaba de assumir como CEO da rede de depilação Espaçolaser, ao falar da sua carreira. Improvável porque a carioca, de origem humilde e que fez curso técnico em secretariado, não teve grandes referências corporativas. “O mais bem-sucedido era meu tio, que era caixa de banco”, lembra. Mas foi incentivada a estudar e galgou posições até conquistar um espaço como uma das cinco mulheres que lideram empresas listadas na B3.

Desde junho de 2023 como diretora financeira e de relações com investidores da Espaçolaser, foi eleita CEO pelo conselho da companhia após a renúncia de Paulo Camargo, que também liderou o McDonald ‘s no Brasil. Essa escolha não teve nada de improvável. A executiva chamou a atenção ao liderar o processo de reestruturação das dívidas da empresa. “Foi natural. Já cheguei com muita experiência e sempre mostrei que estava pronta.”

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Leite construiu sua carreira no mercado financeiro, muitas vezes sendo a única mulher da sala, e hoje é presidente do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), com mais de 1000 associados, sendo cerca de 400 mulheres. “O Instituto ajuda a impulsionar as carreiras das mulheres e hoje eu tenho isso como um valor e um propósito de vida“, afirma. Antes de assumir a presidência, liderava o Conecta, braço voltado para grupos minorizados.

Passou por diferentes empresas de segmentos diversos e, desde 2015, atua também como conselheira. É presidente do conselho fiscal da Casas Bahia e foi vice-presidente do conselho fiscal da Embraer, posição que deixou quando assumiu a Espaçolaser.

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A executiva é a primeira mulher à frente da empresa, que tem cerca de 6 mil funcionários, sendo 96% mulheres, que também representam 80% do C-Level. “Estamos conseguindo conquistar um espaço que a gente brigou bastante para ter.”

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Aqui, ela conta o que aprendeu em mais de 30 anos de carreira e as estratégias que a levaram à cadeira de CEO.

Forbes: Como foi o início da sua carreira?

Magali Leite: Eu venho de uma família de uma origem muito simples do Rio e ninguém me direcionou em termos de carreira. Quando eu estava terminando o ensino médio, surgiu a oportunidade de fazer estágio na Casa Moeda, e aí eu entrei no mundo corporativo. Fiz faculdade de economia, não gostei, fiz letras e depois voltei para a economia. Fui trabalhar na mesa de operações da holding das organizações Globo e fui crescendo. Passei por multinacionais e virei CFO em uma empresa anglo-holandesa, que estava fazendo muitas aquisições e eu fui chamada para consolidar todos os investimentos da América Latina. Eu fiz curso técnico em secretariado e estudei inglês, porque era a única coisa que minha família podia pagar. E foi o inglês que me possibilitou essa oportunidade. Minha família tinha a visão, mas eles não tinham o alcance de onde eu poderia chegar.

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F: Quando você entrou no ano passado como CFO, já existia a possibilidade de suceder o então CEO? Como foi esse processo?

ML: Foi algo natural. Eu já cheguei com muita experiência e sempre me coloquei no papel de “estou pronta”, não necessariamente para ser CEO. Óbvio que eu aproveitei o momento. Eu vi que existia uma oportunidade e fiz o que eu podia de uma forma profissional, elegante e eficiente para mostrar que estava pronta. A mulher muitas vezes não tem essa habilidade de mostrar que está pronta. A gente não verbaliza, tem dificuldade de pedir aumento, de brigar pelas posições, mas é possível fazer isso de uma forma sutil, até porque eu respeito muito quem estava na cadeira.

F: Qual a importância de ter sido CFO para assumir a cadeira de CEO?

ML: Acho que existem coisas que você faz para fora e coisas que você constrói para dentro. Primeiro, você trabalha para os seus pares reconhecerem que, se existir essa possibilidade, você está pronto. Tem gente que não necessariamente vai ser seu apoiador, mas também não vai ser detrator. As pessoas reconhecem quando você está pronto porque você prova com ações e elementos concretos de que você está procurando fazer o que é melhor para a instituição. Quando isso vem de uma forma genuína, as pessoas percebem. No caso da Espaçolaser, falou muito alto o processo de reestruturação da dívida que eu liderei, e a forma como o time, porque ninguém faz nada sozinho, conseguiu executar. O fato de eu ser mulher também foi muito bem recebido, especialmente pelo tipo de produto da Espaçolaser.

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Forbes: O que foi essencial na construção da sua carreira e que te destacou para assumir essa posição?

ML: Eu criei um relacionamento muito bom. A gente precisa ajudar as mulheres a construir pontes e relações que vão ajudar a chegar nos seus objetivos. Eu aprendi na marra a desenvolver isso, com o tempo e a experiência. Assumi uma área extremamente relevante para o negócio e estava preparada. Isso foi uma construção de vida e de carreira, não é hoje que eu estava pronta para ser CEO. Já participei de momentos muito complexos de transformação de vários negócios, quando aceitei assumir determinadas posições bastante complexas e desafiadoras. Então o que eu estou colhendo hoje diz muito respeito a ter aceitado desafios no passado que a maioria das pessoas talvez não teriam encarado.

F: Quais foram alguns desses desafios que você assumiu ao longo da carreira?

ML: Participei da reestruturação, tanto societária quanto estruturante, do Grupo Bandeirantes num momento importante de rediscussão do negócio e das responsabilidades da família perante o negócio. Quando eu entrei na Contax, um spin-off da Oi, a empresa tinha uma estrutura de governança bastante heterogênea, com sócios de perfis completamente diferentes e eu assumi uma área financeira no momento em que o negócio estava em um processo de bastante sofrimento por falta de resultado e por transformações que foram sendo implementadas. Posso dar vários exemplos de momentos na minha carreira em que eu tomei um risco e algumas vezes, eu tomei tombos também, mas na grande maioria eu aprendi muito. Não é todo mundo que está disposto a encarar determinados desafios que te tiram da zona de conforto, mas sobretudo te colocam uma grande responsabilidade de recuperar o negócio, salvar emprego de pessoas, de te colocar como parte importante ou essencial naquela estrutura que vai fazer um turnaround.

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F: Qual a importância desses momentos na sua trajetória?

ML: Isso fez muita diferença na minha carreira, e de certa forma se tornou uma marca pessoal. E esse é um outro aprendizado: você se tornar conhecido pelo seu diferencial. Me ajudou bastante e, de certa forma, me colocou na condição de estar pronta nesse momento. Porque eu já vi de tudo, já vi coisas muito difíceis de encarar na realidade das empresas. Já passei por muitos momentos difíceis, inclusive sendo a única mulher, sem pelo menos um ponto de apoio. Já estive em ambientes extremamente machistas e tive que encarar decisões e colocar pontos de vista às vezes diametralmente opostos ao resto da turma. No começo, eu era mais dura, mais inflexível, mas com o tempo você percebe que por mais que você esteja certa, não é esse caminho. Tudo é aprendizado, autoconhecimento, desenvolvimento. Não é simples, e hoje eu ajudo muitas mulheres a encurtar esse caminho no IBEF.

F: Quais foram as principais estratégias que você usou na sua carreira e que indicaria para outros executivos?

ML: Primeiro, o processo de aprendizagem contínua. Sempre estou estudando alguma coisa que tenha aderência com o que estou construindo em termos de carreira. Além disso, definitivamente a qualidade do seu técnico, o seu hard, tem que ser o melhor possível, porque você está concorrendo num nível em que esse é o mínimo que você pode acrescentar de qualidade e de preparação. Além disso, networking, relacionamento, mas para mim também foi muito importante ter o apoio de muitos homens, uma série de mentores que acompanharam a minha carreira. Tem uma preparação individual que foi fundamental para mim, que envolve investir num bom coaching, em terapia, porque lidar com isso tudo é estressante em alguns momentos da sua vida. Também precisamos de pessoas de referência, e o IBEF foi um celeiro maravilhoso, muitas mulheres me inspiraram a ser conselheira. É importante ter uma preparação física para dar conta de tudo e estar bem no dia seguinte. Se você não tiver o preparo adequado, o corpo não aguenta e a cabeça não acompanha. É um componente de coisas para te ajudar a chegar lá e um trabalho mental, de autoconhecimento, de preparação para viver situações de muita intensidade, ser a voz da razão, trazer todo mundo junto e dar o conforto de que a gente conhece o caminho.

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F: Você é uma das quatro mulheres que lideram empresas listadas na B3. O número ainda é pequeno, mas você observa um avanço da liderança feminina desde que iniciou sua carreira?

ML: A gente está conseguindo conquistar um espaço que a gente brigou bastante para ter. Vemos uma gama de mulheres executivas hoje com um super currículo, talvez só tenha faltado a parte do relacionamento, da construção do networking. Mas dar conta de tudo, especialmente para quem tem filhos, por exemplo, é praticamente impossível. Em determinados momentos a gente vai estar com mais ou menos intensidade para cuidar de algo. De vez em quando você para de treinar, tem uma época que dá menos atenção para os filhos, não dá para ter tudo. O que eu vejo hoje é que a gente é mais estrategista na construção da carreira, a gente tem mais referências femininas. Nunca vimos tantas mulheres CEOs e CFOs de empresas listadas em bolsa.

Aqui no IBEF, a quantidade de novas associadas tem sido muito grande, não só porque temos uma mulher na presidência, mas porque elas têm mais vontade de fazer networking, de evoluir na carreira, ganhar espaço e aumentar o protagonismo. Hoje, dos quase 1.400 associados, 400 são mulheres. Somos um exemplo de que quando você tem uma agenda positiva e promove de verdade a inclusão, as coisas acontecem.

F: Qual a importância de ter mulheres na liderança?

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ML: Nosso olhar diferenciado em determinados aspectos, no processo de construção de liderança e de gestão de pessoas. Mas eu acredito piamente que a gente precisa ter uma uma complementação de visões. É claro que em um negócio essencialmente feminino, é natural ter mais mulheres. Hoje, 15% dos nossos clientes são homens – em um negócio de depilação, eu não acho pouco, mas a gente gostaria que fosse mais. E isso não é por falta de visão ou de atuação da companhia, é porque a nossa sociedade ainda tem vieses, mas eu vejo que isso está mudando muito rápido, a gente está aumentando de uma forma bem intensa o volume de clientes do sexo masculino.

F: Qual deve ser a marca da sua gestão?

ML: A Espaçolaser já é referência no mercado, só que o produto ainda está subpenetrado no mercado. Então o objetivo é crescer mais ainda, aumentar a rede, principalmente apoiando os nossos franqueados, continuar ajudando a parte social do negócio que é super importante para a construção do futuro da companhia. Isso diz muito respeito ao trabalho que a gente desenvolve junto ao RH da companhia, servindo de ponto de apoio às mulheres que trabalham aqui ou que estão no entorno do nosso negócio. No IBEF, a gente está fazendo um trabalho muito importante de construção do ecossistema de finanças, participando de decisões públicas que influenciam o mercado financeiro. Queremos ser um ponto importante de opinião qualificada sobre assuntos importantes de mercado, de governo, de políticas públicas, de decisões relevantes para o futuro das organizações e do país.

Por quais empresas passou

Grupo Globo, Claro, Grupo Bandeirantes de Comunicação e Espaçolaser

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Formação

Graduada em Ciências Contábeis pela Fipecafi, pós-graduação em Análise Econômica pela UFRJ, MBA em Gestão Empresarial pelo IBMEC, Executive Program Strategy&Organization pela Stanford e M&A Executive Program pela Universidade de Chicago.

Primeiro emprego

Estagiária na Casa da Moeda

Primeiro cargo de liderança

Business Partner de finanças na Infoglobo

Tempo de carreira

Mais de 30 anos

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Na China, Influenciadores Precisam de Diploma para Abordar Temas Sensíveis

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A China aprovou uma nova regulamentação que exige que influenciadores comprovem formação ou certificação técnica antes de publicar conteúdo sobre temas como medicina, direito, finanças e educação.

A medida, em vigor desde 25 de outubro, foi emitida pela SART (Administração Estatal de Rádio e Televisão) em conjunto com o MCT (Ministério da Cultura e Turismo).

Voltada especialmente para transmissões ao vivo e criadores que tratam de assuntos de “alto nível técnico”, a lei tem como objetivo conter a desinformação nas plataformas digitais. Redes como Douyin (versão do TikTok usada na China), Weibo e Bilibili agora serão responsáveis por verificar as credenciais dos criadores e garantir que seus conteúdos apresentem fontes e avisos de transparência.

A norma também proíbe a publicidade velada de produtos médicos e suplementos, além de exigir a sinalização de materiais produzidos com inteligência artificial.

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Fadiga de Decisão: Como Grandes Líderes Evitam o Esgotamento Mental

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Um adulto toma, em média, entre 33 mil e 35 mil decisões por dia, segundo um estudo conduzido por pesquisadores de universidades americanas. Muitas dessas escolhas acontecem no modo automático, com base em informações já armazenadas sobre como agir. No entanto, chega um ponto em que esse processo deixa de ser eficiente: o cérebro, sobrecarregado e incapaz de lidar com tantas decisões individuais, entra em pane, interrompendo a tomada de decisão.

Após dias consecutivos de trabalho e centenas de milhares de decisões tomadas, o cérebro tende a fazer escolhas diferentes daquelas que faria se estivesse descansado. Esse fenômeno é chamado de “fadiga de decisão”: quando o cérebro está esgotado e privado de energia mental.

Para concentrá-la nas decisões mais relevantes, muitos líderes optam por usar praticamente a mesma roupa todos os dias. Mark Zuckerberg se inspirou em Steve Jobs, conhecido por sempre usar uma camiseta preta e jeans. Em diversas entrevistas, o fundador do Facebook explicou que prefere reservar sua capacidade mental para as decisões mais relevantes de sua empresa, em vez de gastá-la com escolhas triviais, como o que vestir.

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O que é a fadiga de decisão?

O que vou almoçar? Devo aceitar aquela proposta de emprego? Está na hora de trocar o ar-condicionado, ou devo continuar consertando? No fim das contas, 35 mil decisões por dia significam uma decisão a cada 2,46 segundos. Não é à toa que estamos exaustos.

A fadiga decisória compromete a clareza mental e explica por que muitos profissionais têm pouca energia restante para atividades fora do escritório após um longo dia de trabalho. Depois de horas de trabalho ininterrupto, o cérebro pode sofrer sobrecarga cognitiva. Quanto mais tempo você trabalha e mais decisões toma nesse período prolongado, mais difícil se torna para sua mente sobrecarregada tomar decisões acertadas.

Escolhas simples, como decidir o prato que vai pedir no restaurante, não exigem tanto esforço cognitivo quanto decisões mais impactantes, como manter ou demitir um funcionário. Quanto mais escolhas fazem parte do seu dia, mais difícil fica decidir até mesmo sobre coisas simples, como o que vestir, onde comer, quanto gastar ou como priorizar projetos no trabalho. O cansaço mental pode levar a atalhos perigosos, como não revisar um e-mail importante, evitar participar de decisões em equipe, ser ríspido com colegas, optar por fast food em vez de refeições saudáveis ou abandonar a prática de exercícios físicos.

Sinais da fadiga de decisão

A fadiga decisória geralmente aparece de forma sutil e fácil de ignorar. Veja como reconhecê-la antes que afete seu desempenho e sua saúde mental:

Como identificar em você

  • Você adia decisões simples ou delega tudo, sem distinguir o que é importante do que não é;
  • Sente-se mentalmente exausto antes do meio-dia, mesmo sem esforço físico;
  • Evita conversas difíceis ou responde apenas “sim” ou “não” para se livrar rapidamente da decisão.

Como identificar na sua equipe

  • Membros do time pedem opinião sobre decisões que normalmente tomariam sozinhos;
  • Projetos travam, não pela complexidade, mas porque ninguém quer tomar a decisão final;
  • Aumento de erros, esquecimento de detalhes e maior resistência a mudanças.

Estratégias para evitar a fadiga de decisão

Victoria Grinman, psicoterapeuta e fundadora da Growing Kind Minds LLC, empresa de soluções de gestão emocional para organizações, destaca a importância de criar e manter rotinas intencionais.

Decida apenas uma vez

Empresários como Steve Jobs, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos usavam roupas iguais todos os dias para preservar energia mental. “Líderes frequentemente desperdiçam energia refazendo as mesmas decisões”, afirma Grinman. “Crie microestruturas para tarefas recorrentes, como o que vestir, quando checar e-mails ou como começar reuniões. Decidir uma vez e manter o padrão conserva energia mental para o que realmente precisa de atenção.”

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Proteja os primeiros 90 minutos do dia

“Esse período concentra o maior potencial cognitivo”, explica. “Use-o para planejar e tomar decisões estratégicas. Evite tarefas reativas logo cedo para definir o tom do restante do dia.”

Delegue decisões

Quanto menos escolhas você precisar fazer, mais energia cognitiva conseguirá preservar ao longo do dia. Encontre alguém de confiança, reduza o controle e delegue parte das suas decisões a essa pessoa.

Tome as decisões mais difíceis primeiro

Se o dia promete decisões complexas, encare-as nas primeiras horas, quando estiver mais descansado. Classifique as decisões do dia da mais à menos importante e deixe as menos relevantes para o final.

Aproveite o fim de semana

Você não estará biologicamente preparado para manter o equilíbrio em seu processo de tomada de decisões sem descanso e estímulo adequados fora do seu ambiente de trabalho.

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*As informações foram retiradas de textos dos colaboradores da Forbes USA Bryan Robinson e Cheryl Robinson.

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Baixo Engajamento no Trabalho Custa R$ 77 Bilhões a Empresas no Brasil

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A falta de motivação no trabalho deixou de ser um problema individual e passou a ser um desafio real para as empresas e para a economia, no Brasil e no mundo. De acordo com o estudo Engaja S/A, conduzido pela plataforma de RH e benefícios Flash em parceria com a FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas), o desengajamento profissional custa cerca de R$ 77 bilhões por ano às companhias brasileiras, o equivalente a 0,66% do PIB.

Na sua terceira edição anual, o levantamento, divulgado nesta quinta-feira (23), aponta que o índice de engajamento no país caiu para 39%, o menor nível da pesquisa. Ou seja, mais de seis em cada dez profissionais estão desmotivados ou ativamente desengajados. A queda é puxada principalmente por profissionais em cargos de liderança, e a Geração Z é a menos engajada. “Esse estado se manifesta de forma sutil: menos colaboração, apatia, procrastinação e ausência de iniciativa”, explica Renato Souza, professor de recursos humanos da FGV EAESP e coautor do estudo. “O profissional está presente, mas não está inteiro.”

O cálculo do prejuízo gerado pelo desengajamento no trabalho foi feito com base em duas dimensões principais: intenção de demissão e presenteísmo — quando o profissional está fisicamente presente, mas improdutivo. “Desengajados podem perder até cinco horas de trabalho por dia, gerando um custo muitas vezes invisível para as empresas.”

Mais de 40% dos profissionais brasileiros admitem perder de uma a duas horas de produtividade por dia por falta de motivação. Segundo o estudo, melhorar o engajamento poderia gerar uma economia de R$ 6,2 bilhões em perdas de produtividade.

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Líderes cansados, equipes desmotivadas

Mesmo entre os cargos mais altos, o engajamento vem desmoronando. A pesquisa revela que, embora 65% dos executivos ainda se declarem engajados, esse grupo foi o que apresentou a maior queda no último ano — sete pontos percentuais. “Em geral, executivos são mais engajados do que colaboradores, mas observamos um declínio acentuado nesse último ano.”

Além disso, o estudo indica que 78% dos executivos e líderes intermediários sofrem com algum nível de ansiedade, o que acende um sinal de alerta para departamentos de recursos humanos e para a alta liderança. “Fadiga, insônia e ansiedade estão mais presentes entre líderes, o que pode gerar um efeito cascata de desengajamento sobre suas equipes.”

Segundo o professor, o quadro de saúde mental entre executivos não deve melhorar nos próximos anos. “As lideranças enfrentam cada vez mais pressões do mercado, da economia e de conselhos. As empresas precisam pensar em como engajar quem é responsável por engajar os outros.

Geração Z lidera em desengajamento

Entre os diferentes grupos etários, a Geração Z aparece como a menos engajada: apenas 37% dos jovens profissionais afirmam se sentir motivados em suas funções. Enquanto isso, os Baby Boomers são a geração mais engajada, atingindo 45% de envolvimento no trabalho. “Desde o pós-pandemia, houve uma ressignificação do trabalho, e isso teve um grande impacto na Geração Z”, explica Souza. “Mais do que benefícios financeiros isolados, os jovens valorizam autonomia, saúde mental e reconhecimento, que nem sempre encontram nas empresas.”

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Causas e soluções para a crise de engajamento

Entre as principais causas da queda no engajamento, o estudo aponta uma piora na percepção positiva do ambiente de trabalho. “Fatores como remuneração e benefícios continuam importantes, mas engajam menos do que o clima organizacional e a qualidade da gestão”, diz Souza. “Falta de autonomia, escassez de tempo para atividades além do emprego e ausência de conexões humanas explicam a maior parte da queda registrada.” Por outro lado, relações de confiança, oportunidades de desenvolvimento profissional e ambiente saudável estão entre os fatores mais determinantes para o engajamento.

Para reverter o cenário de baixo engajamento, algumas práticas podem impactar diretamente o envolvimento de profissionais no trabalho. Entre as mais eficazes, segundo o estudo, estão os benefícios de flexibilidade, como trabalho híbrido, horários livres, day off de aniversário, benefícios personalizados e redução de jornada às sextas-feiras. “São práticas relativamente simples, mas com grande potencial de engajar colaboradores.”

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