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Ano-novo, posição nova: não vamos colocar o carro na frente dos bois

Redação Informe 360

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Na liderança, devemos respeitar a ordem com a qual implementamos mudanças

Quando se inicia um novo ano, muitas pessoas decidem fazer uma profunda reflexão sobre suas próximas metas e estratégias. Essa reflexão é especialmente significativa para aqueles que assumem novos cargos de liderança, enfrentando desafios e oportunidades únicas. Espere! A primeira coisa que recomendo é não ir com muita sede ao pote. Não vamos colocar o carro na frente dos bois.

Em minha trajetória profissional, vivenciei diversas transições, desde liderar grupos com poucas pessoas até assumir a liderança de uma organização de um país inteiro. Durante essa jornada, aprendi valiosas lições sobre como implementar mudanças efetivas em um novo cargo de liderança, e a principal delas é respeitar a ordem com a qual implementamos mudanças.

Lembro-me de uma situação que aconteceu comigo e me marcou muito. Depois de uma semana como diretor de uma nova área, num novo país, avisaram-me que os distribuidores queriam se reunir num hotel e que seria uma choradeira só, cheia de reclamações. Todos me aconselharam a não ir pois estaria “dando corda”. Fiz exatamente o oposto. Não só fui como incentivei a me falarem tudo o que estava errado. E não falei nada do que iria fazer. Não era hora de falar. Era hora de escutar.

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Ao ingressar numa nova posição, é natural avaliar as práticas anteriores e considerar mudanças. Vejo, contudo, que um dos maiores riscos ao assumir um novo cargo é comunicar imediatamente suas intenções de mudança. Na minha perspectiva, essa deve ser a última ação a ser executada.

A primeira ação a ser tomada é a conexão. Se você não se conectar com seu novo time, nunca terá uma verdadeira equipe, apenas funcionários. É fundamental estabelecer relações genuínas com as pessoas ao seu redor. Quais suas expectativas de carreira? Qual é a história de cada uma? O que as aflige? Demonstre empatia! Demonstre que está disposto a ajudá-los em suas necessidades urgentes ou preocupações.

Eu me lembro de uma época em que estava muito ansioso por uma promoção. Meu chefe, percebendo como isso estava me perturbando, procurou-me e conversou sobre minha performance, o quanto a companhia me valorizava, que boas coisas iriam acontecer, mas que teria de esperar uma posição se abrir. Deixou claro que não existiam dúvidas a meu respeito. Claro que adoraria que ele tivesse me comunicado a data da promoção, mas o simples fato de demonstrar a preocupação assim como a clareza e a honestidade da conversa já me trouxeram a paz de espírito para eu me focar no meu trabalho.

Para construir confiança, priorize sempre a franqueza, incentivando feedbacks sinceros e diálogos abertos sobre as percepções das pessoas em relação ao negócio que você lidera. Mostre-se como uma pessoa, além da posição de líder. Compartilhe aspectos sobre si mesmo, seus interesses e o estilo de liderança que adota. Destaque seus valores e como pretende superar as expectativas.

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Quando inicio em uma nova função, costumo usar seis letras para falar de seis coisas em que acredito. A letra A, por exemplo, é atitude. Prefiro colaboradores com desempenho mediano e atitude excepcional do que o contrário pois a performance pode ser aprimorada, as habilidades podem ser treinadas, mas uma atitude ruim contamina a todos. A letra C fala de competência e caráter, e já falamos sobre isso em outro artigo. Aos poucos, revelo as outras letrinhas.

A segunda ação é aprender. Iniciar em uma nova posição exige humildade e escuta atenta. Ouça sua nova equipe, seus clientes e todos com quem você irá interagir. Ouvir o seu chefe ou aqueles que tomaram a decisão de colocá-lo no cargo também é importante, mas não pare aí. Seu novo time possui muitas histórias para contar. Há pessoas com grande experiência, críticos e até mesmo os mais céticos, que demorarão a se abrir. Escutando um pouco de cada um deles, você começará a montar o quebra-cabeça.

Não se esqueça de ouvir os clientes, sejam eles internos ou externos. Quais histórias eles têm para contar? Estão satisfeitos com os resultados atuais? Com a forma como estão sendo entregues? Não hesite em perguntar e anote suas primeiras impressões. Registre suas observações nos primeiros 90 dias, período em que a experiência é mais intensa. Essas anotações serão guias valiosos para suas decisões futuras, lembrando o aprendizado inicial.

A terceira ação gradual é a busca por pequenas vitórias que mostrem suas habilidades naturais e atendam às expectativas ao seu redor. Seja ousado ao corrigir processos deficientes, conquistar clientes inativos ou restabelecer relacionamentos com fornecedores. Essas conquistas iniciais não apenas fortalecem sua credibilidade, mas também geram um impulso positivo, preparando o terreno para mudanças mais significativas.

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A última ação é comunicar seu plano. O plano é o tal carro que não pode ir na frente dos bois. Após ter trabalhado na conexão, nos aprendizados e nas pequenas vitórias, e tendo construído confiança, chega o momento que acredito ser ideal para comunicar seu plano. Esse plano não veio pronto; ele foi sendo aprimorado com cada conexão estabelecida e aprendizado adquirido. Não é um plano apenas seu, mas de todos. Na minha experiência e para o meu estilo de liderança, é a melhor forma de desenvolver o planejamento e, ao mesmo tempo, motivar a minha equipe, mostrando que, de fato, ela faz parte de tudo.

Enfrentar um novo desafio profissional demanda não apenas habilidades técnicas, mas sobretudo inteligência emocional e uma mentalidade resiliente. Situações inesperadas surgirão, mas é a forma como reagimos que determina o impacto. Por isso, um dos exercícios mais importantes que realizo é sempre me lembrar de que, embora nem tudo esteja sob meu controle, uma atitude positiva e ações planejadas delineiam o caminho para o sucesso contínuo. Para mim, tem funcionado.

Ao compartilhar um pouco de como penso, o que apliquei e aprendi, espero que não apenas facilite sua transição, mas também inspire uma trajetória profissional duradoura e bem-sucedida.

Feliz 2024!

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*André Felicíssimo, presidente da P&G Brasil

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Informe360 e de seus editores.

Por: Forbes Brasil.

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ACG Nomeia Novo CEO Global de Engenharia

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

A ACG, multinacional especializada em soluções para a indústria farmacêutica e nutracêutica, anunciou a nomeação de Nikhil Kulkarni como CEO do grupo ACG Engineering. Baseado na Índia, o executivo assume as operações da divisão de engenharia — com impacto direto em todas as unidades da empresa, incluindo o Brasil. “Com sua posição de liderança no mercado latino-americano, o Brasil é estratégico para nossos planos de expansão e inovação”, afirma Kulkarni. “Estou entusiasmado com o potencial de crescimento da região e com as oportunidades de colaborar com nossos clientes locais.”

Com mais de duas décadas de experiência global no setor automotivo, o novo CEO atuou em empresas como Tata Autocomp Hendrickson Suspension, Minda Corporation, Faurecia Clean Mobility (FORVIA) e Stoneridge Inc., passando pelos Estados Unidos, Europa e China.

Formado em engenharia de produção pela Universidade Shivaji (Índia) e com mestrado em engenharia industrial pela Universidade de Cincinnati (EUA), Nikhil já liderou projetos em áreas como eletrônica de potência, sistemas de emissão e soluções para economia de combustível. “Minha carreira sempre esteve ligada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas com impacto direto na vida das pessoas, seja no setor automotivo ou agora, com a missão de melhorar o acesso global à saúde por meio da engenharia farmacêutica”, diz o executivo.

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CEO do X Renuncia: Linda Yaccarino Caiu do “Penhasco de Vidro”?

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Linda Yaccarino deixou o cargo de CEO do X (antigo Twitter), dois anos após assumir o cargo. “Depois de dois anos incríveis, decidi deixar o cargo de CEO do X. Quando Elon Musk e eu conversamos pela primeira vez sobre sua visão para o X, soube que seria a oportunidade de uma vida inteira realizar a missão extraordinária desta empresa”, escreveu a executiva na plataforma. Yaccarino não explicou o motivo de sua saída.

Quando foi nomeada CEO, muitos classificaram a escolha como um exemplo do chamado “penhasco de vidro” (em inglês, “glass cliff”) – expressão usada para descrever a tendência de nomear mulheres para cargos de liderança em empresas que enfrentam dificuldades financeiras. E esse era o caso do X.

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Musk havia comprado a companhia seis meses antes da chegada de Yaccarino, em meio a uma fuga de usuários e anunciantes. Embora ela tenha assumido uma empresa problemática, isso não significa necessariamente que se encaixe nessa teoria.

O que é o “penhasco de vidro”?

O termo foi criado por pesquisadores que identificaram que empresas britânicas em crise tinham maior propensão a nomear mulheres para o conselho.

Para investigar melhor o fenômeno, eles realizaram um estudo com 122 participantes, apresentando a eles o cenário fictício de uma rede de supermercados. Metade dos participantes foi informada de que a empresa ia bem; a outra metade, de que enfrentava dificuldades.

Depois, deveriam escolher um novo CEO entre dois candidatos de perfis semelhantes — um homem e uma mulher. Quando acreditavam que a empresa estava em crise, 63% escolheram a mulher. Quando a empresa estava em boa fase, 67% optaram pelo homem.

Mas por que as mulheres eram escolhidas para liderar em tempos difíceis? Em momentos de crise, habilidades como comunicação e empatia são altamente valorizadas, e, de forma geral, são características frequentemente associadas às mulheres.

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Além disso, contratar uma mulher pode ser visto como um símbolo de mudança, algo que empresas que enfrentam dificuldades costumam querer transmitir.

A princípio, pode parecer positivo que mulheres assumam o comando, especialmente diante da escassez de líderes femininas. No entanto, muitos desses cargos vêm acompanhados de expectativas irreais, o que pode preparar o terreno para o fracasso.

Nos últimos anos, alguns estudiosos passaram a questionar a validade dessa teoria. Embora mulheres de fato sejam contratadas para liderar empresas em crise, também são nomeadas para organizações bem-sucedidas. A verdadeira dúvida é: será que elas têm mais chances de serem chamadas justamente quando a situação já é ruim?

Para responder a isso, pesquisadores analisaram mais de 10 mil nomeações de CEOs em empresas de capital aberto nos Estados Unidos, entre 1998 e 2022. O resultado? Mulheres não tinham mais chances de serem contratadas por empresas em dificuldades. Na verdade, o estudo apontou o oposto: quanto melhores as finanças da empresa, maiores eram as chances de uma mulher ser nomeada CEO.

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Linda Yaccarino e o desafio das mulheres na liderança

Independentemente da teoria, é inegável que Yaccarino assumiu o X em um momento desafiador, e, mesmo diante do caos, promoveu avanços. Em entrevista ao Financial Times no mês passado, afirmou que 96% dos grandes anunciantes haviam retornado à plataforma durante sua gestão. O site eMarketer.com prevê que, em 2025, a plataforma terá crescimento de receita pela primeira vez em quatro anos.

Ainda assim, a empresa segue envolvida em controvérsias. Um dia antes da renúncia de Yaccarino, o chatbot de inteligência artificial do X, o Grok, fez um post elogiando Adolf Hitler. A publicação foi rapidamente apagada, mas alguns acreditam que o episódio pode ter influenciado sua decisão de sair.

Há também a possibilidade de que Musk tenha forçado sua saída. Pesquisas mostram que mulheres CEOs são demitidas com mais frequência do que seus colegas homens. De acordo com o índice de rotatividade da consultoria Russell Reynolds, mulheres são muito mais propensas a perder o cargo nos primeiros três anos de gestão.

Outro estudo indica que elas têm 45% mais chances de serem demitidas do que os homens. Enquanto CEOs homens só costumam ser afastados quando a empresa vai mal, lideranças femininas podem ser demitidas mesmo com bons resultados.

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Além disso, mesmo quando não são desligadas, as mulheres também tendem a passar menos tempo no cargo. Uma análise feita em 2023 mostrou que os homens à frente de empresas da Fortune 500 permanecem, em média, cinco anos no cargo. Para as mulheres, esse número cai para 3,8 anos.

No fim das contas, o maior desafio para as mulheres que querem chegar ao topo continua sendo a falta de representatividade. Segundo a Women’s Business Collaborative, aliança de organizações que visam alcançar a paridade de gênero, apenas 9% dos CEOs das maiores empresas dos EUA são mulheres. A partir de agora, esse número é ainda menor.

*Kim Elsesser é colaboradora sênior da Forbes USA. Ela é especialista em vieses inconscientes de gênero e professora de gênero na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles).

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Apple Nomeia Sabih Khan Como Diretor de Operações

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A Apple nomeou nesta terça-feira Sabih Khan como seu diretor de operações, substituindo Jeff Williams, como parte de uma sucessão há muito tempo planejada.

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Khan, que está na companhia há 30 anos e atualmente é vice-presidente sênior de operações, assumirá a nova função ainda este mês, informou a fabricante do iPhone em um comunicado.

Antes de entrar para a área de compras da Apple em 1995, ele trabalhou como engenheiro de desenvolvimento de aplicativos e líder técnico de contas estratégicas na GE Plastics.

Williams continuará a se reportar ao presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e a supervisionar a equipe de design da empresa e do Apple Watch. A equipe de design se reportará diretamente a Cook após a aposentadoria de Williams no final do ano.

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