Saúde
Vacina da dengue: tudo o que você precisa saber sobre imunizante

O Governo Federal anunciou nesta quinta-feira, 01 de fevereiro, a distribuição da vacina contra dengue para 521 municípios selecionados já na próxima semana. A informação foi divulgada pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em reunião realizada em Brasília (DF).
A vacina que fará parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) e será aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) será a Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda. Inclusive, o Brasil saiu da frente porque é o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde.
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Em janeiro, o Ministério da Saúde já havia informado sobre a estratégia de vacinação contra a dengue. No início, os imunizantes serão destinados a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, em razão da quantidade limitada de doses fornecidas pelo laboratório.
Quem pode tomar a vacina contra a dengue no SUS?
A Qdenga vai priorizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. Pessoas com mais de 60 anos não têm indicação para receber a dose em razão da ausência de estudos clínicos.
É importante destacar que a vacina Qdenga, embora focada no grupo de crianças e adolescentes neste primeiro momento, é indicada para pessoas dos 4 aos 60 anos, desde aqueles que já tiveram dengue até aqueles que nunca foram infectados.
A previsão do ministério é que as doses adquiridas possam imunizar cerca de 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.
A vacina Qdenga foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março de 2023. O esquema vacinal é composto por duas doses, com um intervalo de três meses entre as duas.
A primeira remessa da vacina, que conta com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro, e faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela Takeda que foram adquiridas pelo Governo Federal.
A vacina Qdenga é composta por vírus vivos atenuados da dengue, ou seja, do micro-organismo infectado, mas enfraquecido. Essa condição pode melhorar a resposta do sistema imunológico, porque funciona de forma semelhante à defesa do corpo humano nos casos de infecção pela dengue.
Esse imunizante promete induzir respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Mas segundo as estatísticas preliminares, é eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Não foi possível avaliar a eficácia da vacina da dengue para o DENV-4 pois haviam poucos casos de dengue causados por esse sorotipo.
Quem já teve dengue pode tomar a vacina?
Quem já teve dengue e pertence ao grupo que será imunizado também deve se vacinar para evitar novas infecções ou, em caso de contágio, sintomas mais leves. Além disso, nessas pessoas, é esperada uma resposta melhor ao imunizante.
A recomendação para quem teve dengue recentemente é aguardar seis meses para tomar a vacina. Quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.
Quem não pode tomar a vacina da dengue?
A Qdenga não é recomendada para os seguintes grupos:
- Pessoas com mais de 60 anos
- Possui alergia a algum dos componentes da vacina
- Possui o sistema imunológico comprometido
- Possui alguma condição imunossupressora
- Gestantes e lactantes
Efeitos colaterais
No caso da vacina Qdenga, as reações comuns (que ocorrem em mais de 10% dos pacientes) incluem:
- Dor no local da injeção
- Dor muscular
- Vermelhidão no local da injeção
- Fraqueza
- Infecções do nariz ou garganta
- Febre
- Irritabilidade
- Sonolência

Já a outra vacina disponível no Brasil, a Dengvaxia, é feita a partir de vírus vivo atenuado e aplicada em três doses que devem ser ministradas com seis meses entre elas, levando 12 meses para completar a imunização. Ela é recomendada apenas para pessoas que já foram infectadas com o vírus da dengue.
A vacina Dengvaxia foi lançada em 2015 pelo laboratório francês Sanofi Aventis Farmacêutica. Desde então, cerca de 350 mil pessoas foram vacinadas e 128 reações adversas graves foram registradas. Foi a primeira vacina contra a dengue vendida no Brasil. A Dengvaxia é vendida na rede privada e lembramos novamente: não é recomendada para quem nunca teve contato com o vírus da dengue — ou seja, é necessário ter tido a doença antes de se vacinar.
A Dengvaxia custa, em média, de R$ 400 a R$ 500 em clínicas particulares. Já a Qdenga, após a aprovação da Anvisa, também passou a ser disponibilizada por laboratórios particulares.
A vacina contra a dengue é esperança, mas não solução

Segundo a própria ministra da Saúde, Nísia Trindade, a vacina contra a dengue significa esperança diante da explosão de casos da doença no país, mas não é a solução para o atual cenário epidemiológico. Portanto, o controle dos focos é ainda a melhor forma de prevenção.
Para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, deve-se:
- Eliminar água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos.
Confira os estados que receberão a vacina Qdenga
Em 2024, 521 cidades em 15 estados e o Distrito Federal vão receber o imunizante. São municípios que possuem mais de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão da doença nos últimos dez anos. Os estados são:
- Goiânia
- Bahia
- Acre
- Paraíba
- Rio Grande do Norte
- Mato Grosso do Sul
- Amazonas
- São Paulo
- Tocantins
- Roraima
- Espírito Santo
- Rio de Janeiro
- Paraná
- Minas Gerais
- Santa Catarina
- Distrito Federal
Fontes: Agencia Gov, Agência Brasil e dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).
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Saúde
É possível estar desidratado e não sentir sede?

A sede é o principal sinal de que o corpo precisa de água, mas nem sempre ela aparece quando o organismo está desidratado. Em algumas situações, especialmente durante episódios depressivos ou em condições que afetam o controle da hidratação, é possível que a desidratação ocorra sem que a pessoa perceba.
Neste artigo, vamos entender esse fenômeno e explicar como a falta de hidratação pode afetar tanto a saúde física quanto a mental.
A importância da sede no equilíbrio do corpo

A sede é uma sensação interna provocada por estímulos fisiológicos que indicam a necessidade de repor água e sais minerais. Esse mecanismo é regulado por áreas específicas do cérebro, principalmente o hipotálamo, que detectam mudanças na concentração de sais no sangue e na quantidade de líquidos corporais.
Quando há uma perda de cerca de 0,5% do peso corporal em água, o corpo aciona o “limiar da sede”, levando à vontade de beber líquidos. Essa necessidade pode ser:
- Sede verdadeira: persiste até que o corpo seja reidratado.
- Sede falsa: desaparece apenas com o ato de umedecer a boca, sem que haja real necessidade fisiológica.
Entretanto, em alguns casos, o organismo não emite sinais claros, e a pessoa pode não sentir sede mesmo diante de um quadro de desidratação leve ou moderada.
Como o cérebro controla a sede

Diversas regiões cerebrais trabalham juntas para regular o impulso de beber água. O hipotálamo, o órgão subfornical e o núcleo pré-óptico mediano são os principais responsáveis por monitorar o equilíbrio hídrico.
Quando há redução do volume sanguíneo ou aumento da concentração de sais, essas áreas enviam sinais para liberar vasopressina, um hormônio que ajuda a conservar água nos rins.
Esse sistema é altamente eficiente, mas pode ser alterado por distúrbios neurológicos, metabólicos ou psicológicos, como ocorre em pessoas com depressão ou apatia.
Desidratação e depressão: uma relação silenciosa

Sim, é possível estar desidratado e não sentir sede. Pessoas que atravessam episódios depressivos frequentemente apresentam baixa motivação para atividades básicas, como comer e beber água.
Com o tempo, isso pode levar à desidratação e subnutrição, mesmo sem a percepção de sede. O corpo deixa de enviar sinais claros, e a falta de ingestão hídrica agrava o quadro emocional.
Estudos mostram que a desidratação interfere diretamente na produção de neurotransmissores como a serotonina, essencial para o controle do humor. Assim, o problema pode se tornar um ciclo: a depressão causa desidratação, e a desidratação intensifica sintomas depressivos como fadiga, irritabilidade e lentidão cognitiva.
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A conexão entre hidratação e saúde mental

A água é vital para o funcionamento do corpo e do cérebro. Além de regular a temperatura e transportar nutrientes, ela influencia diretamente a função cognitiva e emocional. A hidratação também está relacionada a condições como ansiedade, déficit de atenção, memória e depressão.
Um estudo com mais de 3.000 adultos iranianos observou que pessoas que bebiam menos de dois copos de água por dia tinham risco significativamente maior de desenvolver sintomas depressivos do que aquelas que consumiam cinco copos ou mais.
Até mesmo pequenos níveis de desidratação podem causar queda de energia, dificuldade de foco e alterações de humor, sintomas frequentemente confundidos com cansaço ou estresse.
Benefícios da hidratação adequada para o cérebro

A hidratação correta promove equilíbrio eletrolítico, melhora a circulação cerebral e auxilia na transmissão de impulsos nervosos. Quando o corpo está bem hidratado, há melhor oxigenação do cérebro, o que se reflete em:
- Maior clareza mental e atenção.
- Melhora no humor e redução da ansiedade.
- Aumento da memória de curto prazo e do tempo de reação.
- Redução da sensação de fadiga e apatia.
Em contrapartida, a falta de água pode levar a confusão mental, cefaleias (dores de cabeça) e até sintomas físicos como tontura e palpitações.
Dicas para manter-se hidratado

Mesmo que a sede não seja perceptível, é importante criar hábitos que garantam uma ingestão constante de líquidos. Segundo nutricionistas, o ideal é beber pequenas quantidades de água ao longo do dia, sem esperar sentir sede.
Algumas estratégias simples de hidratação incluem:
- Combine as refeições com água em vez de refrigerantes ou sucos industrializados.
- Tenha sempre uma garrafa de água por perto e reabasteça com frequência.
- Consuma frutas e vegetais ricos em água, como melancia, pepino, laranja, abobrinha e alface.
Vale lembrar que metade da água ingerida diariamente pode vir dos alimentos, especialmente dos in natura ou minimamente processados. Pratos tradicionais como feijão com arroz têm cerca de dois terços de seu peso em água, contribuindo para a hidratação.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
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Saúde
Quais os riscos de um transplante de órgão?

O transplante de órgão é um procedimento cirúrgico extremamente importante e, muitas vezes, necessário para salvar vidas. Ele consiste na reposição de um órgão (como pulmão, coração, pâncreas, rim ou fígado) ou de tecidos, como ossos, medula óssea e córneas, de um doador vivo ou falecido para um paciente doente.
Neste conteúdo, você verá que, assim como todo procedimento cirúrgico, o transplante de órgão tem alguns riscos. Entretanto, saiba que o texto a seguir não deve ser interpretado para desmotivar pacientes que precisam de transplantes ou sugerir que os procedimentos são ruins. Transplantes são importantes e salvam vidas.
Além disso, todos os riscos são minimizados por conta de diversos cuidados que são tomados pelos profissionais de saúde. O Brasil é referência mundial na área de transplantes e tem o maior sistema público de transplantes do mundo. A rede pública oferece aos pacientes assistência integral e gratuita, com exames preparatórios, acompanhamento, cirurgia e medicamentos pós-transplante.
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5 riscos de um transplante de órgão
A seguir, você confere 5 coisas que podem acontecer em um transplante de órgão. Inclusive, existem alguns casos raros ocorridos com pacientes no Brasil.
1. Rejeição do órgão transplantado

Logo após o transplante, é possível que o paciente comece a sentir sintomas de rejeição do órgão. Isso também pode ocorrer semanas, meses ou até anos depois.
O paciente pode sofrer com uma rejeição aguda assim que recebe o novo órgão, tendo calafrios, febre, fadiga, náusea e alterações bruscas na pressão arterial. Há também a possibilidade de a pessoa desenvolver uma rejeição crônica, que ocorre mais tarde e causa problemas contínuos de baixo nível ao órgão doado.
2. Infecção

Toda pessoa que passa por uma cirurgia corre o risco de sofrer com uma infecção. Pacientes transplantados não são diferentes. Eles podem sofrer infecções em decorrência da própria cirurgia, do uso de imunossupressores, do mau funcionamento do órgão transplantado ou de distúrbios que afetam o sistema imunológico.
As infecções que podem afetar pacientes transplantados são as mesmas que qualquer outra pessoa se recuperando de uma cirurgia pode ter, como infecções do local, no órgão recebido, trato urinário ou pneumonia. Há também riscos de parasitas, vírus, fungos e bactérias. Para evitar que isso aconteça, a maioria das pessoas transplantadas toma remédios antimicrobianos.
3. Câncer

Recentemente um caso raro de câncer acometeu um homem transplantado em São Paulo. Trata-se de Geraldo Vaz Junior, de 58 anos. Ele passou por um transplante de fígado e após meses do procedimento, foi diagnosticado com um câncer no órgão. Ao realizar exame de DNA, descobriu que as células cancerígenas não lhe pertenciam.
Conforme o Manual dos Transplantes (2022), do Ministério da Saúde, todo doador apto deve passar por uma triagem clínica, de imagem e laboratorial para descartar infecções e neoplasias transmissíveis (tipos de câncer). Se houver suspeita de tumor, o órgão é descartado de forma imediata.
Todavia, não existe um método que tenha a capacidade de eliminar o risco da doença por completo, pois células malignas microscópicas não são possíveis de ser detectadas.
No caso do Geraldo, ele recebeu o transplante no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao ser questionado pelo G1 sobre o caso, o hospital afirmou que “participa do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) como centro transplantador, recebe os órgãos já analisados tecnicamente pela Central Estadual de Transplantes e realiza exclusivamente o procedimento cirúrgico, seguindo os protocolos estabelecidos pelo SNT. A organização atua em conformidade com a legislação brasileira e segue as melhores práticas internacionais em todos os seus processos assistenciais”.
4. HIV

Outro caso raro foi o de infecção por HIV em seis pacientes no Rio de Janeiro em 2024. Acontece que dois doadores realizaram exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados foram falsos negativos.
Isso pode acontecer devido a um erro laboratorial ou à “janela imunológica” de duas a três semanas entre a exposição a um agente infeccioso e a produção de anticorpos necessários para a detecção nos testes. Apesar do risco, é muito raro que pessoas que receberam órgãos contraiam a doença.
5. Doença do enxerto contra o hospedeiro

Imagem: shutterstock_Chay_Tee
Essa doença pode acontecer quando os glóbulos brancos (o enxerto) do doador atacam os tecidos do receptor (o hospedeiro). Quando ocorre, é em pessoas que recebem transplante de células-tronco, mas também há casos em pacientes que recebem transplantes de intestino delgado e fígado.
Entre os sintomas estão erupção cutânea, icterícia, febre, dores abdominais, diarreia, vômitos, perda de peso e elevação do risco de infecção. Apesar do risco de morte, é possível tratar essa doença.
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Saúde
Vacinas de mRNA contra Covid-19 potencializam tratamento de câncer

Vacinas de mRNA, como as utilizadas contra a Covid-19, podem auxiliar no tratamento do câncer. Essa descoberta foi apresentada hoje no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) de 2025. O estudo foi liderado por Steven Lin, M.D., Ph.D., professor de Oncologia Radioterápica, e Adam Grippin, M.D., Ph.D., residente sênior na mesma área.
Esses imunizantes podem funcionar como ‘ativadores imunológicos’. Isso significa que eles podem treinar o sistema de defesa do corpo para eliminar células cancerígenas, mesmo que o mRNA não seja direcionado diretamente aos tumores.
Essa constatação surgiu de pesquisas conduzidas por Grippin durante seu doutorado na Universidade da Flórida, no laboratório de Elias Sayour, M.D., Ph.D.
Um estudo que incluiu mais de 1.000 pacientes tratados entre agosto de 2019 e agosto de 2023 mostrou que indivíduos com câncer que receberam vacinas contra a Covid baseadas em mRNA em até 100 dias após o início da terapia com inibidores de checkpoint imunológico tiveram o dobro de chance de estarem vivos três anos após o começo do tratamento.
Os checkpoints imunológicos são mecanismos regulatórios cruciais do sistema imunológico. Eles atuam como “freios” ou “interruptores” para controlar a ativação e inibição das células de defesa.

“Este estudo demonstra que vacinas comerciais de mRNA contra a Covid podem treinar o sistema imunológico dos pacientes para combater o câncer”, disse Grippin. “Quando combinadas com inibidores de checkpoint imunológico, essas vacinas produzem respostas antitumorais poderosas, associadas a melhorias significativas na sobrevida de pacientes oncológicos.”
Essa descoberta levou à hipótese de que outros tipos de vacinas de mRNA poderiam ter o mesmo efeito. A aprovação e o uso das vacinas contra a Covid-19 baseadas em mRNA criaram uma oportunidade para testar essa hipótese.
Como o estudo foi conduzido
- Os pesquisadores analisaram o histórico de pacientes do Centro de Câncer MD Anderson.
- Eles buscaram identificar se os pacientes que receberam os imunizantes de mRNA contra a Covid viveram mais do que aqueles que não foram vacinados.
- Após a análise de modelos pré-clínicos, descobriram que as vacinas de mRNA funcionam como um alarme, colocando o sistema imunológico em estado de alerta para reconhecer e atacar células cancerígenas.
Em resposta, as células cancerígenas passam a produzir a proteína de checkpoint imunológico PD-L1, que atua como um mecanismo de defesa contra as células de defesa. Felizmente, diversos inibidores de checkpoint imunológico são desenvolvidos para bloquear o PD-L1, criando um ambiente ideal para que esses tratamentos liberem o sistema imunológico contra a doença.

Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, este estudo sugere que as vacinas de mRNA contra a Covid são ferramentas poderosas para reprogramar respostas imunológicas antitumorais.
“A parte realmente empolgante do nosso trabalho é que ele aponta para a possibilidade de que vacinas amplamente disponíveis e de baixo custo tenham o potencial de melhorar drasticamente a eficácia de certas terapias imunológicas”, afirmou Grippin. “Estamos esperançosos de que as vacinas de mRNA possam não apenas melhorar os resultados de pacientes tratados com imunoterapias, mas também levar os benefícios desses tratamentos a indivíduos com doenças resistentes à abordagem.”
Os cientistas planejam, agora, um novo estudo mais rigoroso (ensaio clínico de Fase III) para confirmar esses achados e verificar se a vacina de mRNA contra a Covid-19 deve ser incluída como parte do tratamento padrão para pacientes oncológicos.
Resultados do estudo
O estudo inicial incluiu diferentes tipos de câncer, comparando pacientes que foram vacinados em até 100 dias após iniciar a imunoterapia com aqueles que não receberam o imunizante. Os resultados mostraram uma diferença significativa: no grupo de pacientes com câncer de pulmão avançado, por exemplo, os 180 vacinados tiveram uma sobrevida média de 37,3 meses, contra 20,6 meses observados nos 704 pacientes não vacinados.

Em uma análise com pacientes com melanoma metastático, a sobrevida média ainda não foi atingida nos 43 vacinados, sugerindo uma melhora importante quando comparada à média de 26,7 meses dos 167 pacientes que não receberam a vacina.
É fundamental destacar que os benefícios na sobrevida foram mais acentuados em pacientes com tumores que tendem a não responder bem à imunoterapia. Esses pacientes, que apresentam baixíssima expressão da proteína PD-L1 em seus tumores, tiveram um aumento na sobrevida geral de três anos quase cinco vezes maior ao receberem a vacina contra a Covid-19. Os pesquisadores reforçam que esses resultados se mantiveram consistentes, mesmo após a análise de fatores como o fabricante do imunizante, o número de doses aplicadas e o centro médico onde o paciente foi tratado.
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