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Saúde

Sífilis já existia no Brasil quando os portugueses chegaram, revela estudo

Redação Informe 360

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A descoberta das Américas também significou a morte de milhões de indígenas. Há mais de 500 anos os europeus chegaram à região e espalharam diversas doenças entre os povos nativos. Mas uma delas não foi a sífilis. É o que aponta um novo estudo genético que teve a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

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Bactéria foi encontrada em ossos antigos

  • Os primeiros registros históricos de sífilis na Europa datam do fim do século XV, logo após o retorno de Cristóvão Colombo à Espanha.
  • Por isso, pesquisadores consideravam a hipótese de que a doença emergiu no Novo Mundo e só depois chegou ao continente europeu.
  • O problema é que não havia até agora uma evidência concreta de que a bactéria Treponema pallidus realmente estivesse nas Américas antes desse período.
  • Isso mudou após cientistas conseguirem encontrar DNA da bactéria causadora da doença em ossos de mais de dois mil anos achados num sítio arqueológico em Santa Catarina.
  • O estudo foi publicado na revista Nature.
Ossos de dois mil anos continham presença da bactéria causadora da doença (Imagem: Dr. Jose Filippini)

Sífilis já era endêmica nas Américas

Durante a pesquisa, cientistas realizaram escavações às margens da Lagoa do Camacho, em Santa Catarina. O local, batizado como Jabuticabeira II, é um sambaqui, uma construção criada a partir da deposição humana de materiais orgânicos e calcários, principalmente conchas e ossos, ao longo de séculos.

Algumas populações faziam seus sepultamentos exatamente naqueles locais. Por isso, Jabuticabeira é um grande cemitério antigo.

Desde os anos 1990, pesquisadores encontraram vários fragmentos de ossos humanos dessa população, batizada de sambaquianos. Alguns geraram curiosidade específica porque tinham marcas e alterações que sugeriam a presença de doenças.

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Com a colaboração de colegas europeus, começaram os trabalhos de análises do DNA antigo para saber que tipo de parasitas poderiam ter contaminado os sambaquianos. E depois de anos de estudo finalmente foi identificada a presença do Treponema em quatro fragmentos de ossos. Isso confirma que há dois mil anos a sífilis já era endêmica no Brasil.

Usando uma técnica de análise chamada relógio molecular, que mede a taxa de mutações genéticas ao longo do tempo, os cientistas compararam o DNA da bactéria achada ali com amostras mais recentes. A partir daí puderam concluir que a doença pode ter até 12 mil anos, sendo anterior à chegada do homem nas Américas.

Esqueleto encontrado no sítio Jabuticabeira II (Imagem: Dr. Jose Filippini)

Algumas dúvidas permanecem

A descoberta, no entanto, não resolve todas as dúvidas sobre a doença. A variante da bactéria que foi encontrada por aqui não era aquela que causa a sífilis comum venérea, sexualmente transmissível.

A subespécie do micróbio do sambaqui foi aquela causadora da bejel, uma versão não-venérea da sífilis que está mais presente em países do Oriente Médio e outras regiões áridas, e que é transmitida por contato da pele. Por isso, não é possível afirmar, ainda, que a sífilis venérea já estava nas Américas naquela época.

Cientistas acreditam que as duas formas da doença já estavam bem diferenciadas no século XV, mas não é possível dizer se toda essa família de doenças emergiu antes ou depois da chegada do primeiro humano às Américas. Há hoje uma terceira treponematose não-venérea que afeta humanos, a bouba, presente sobretudo na África subsaariana.

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Há registros antigos de Treponema também no México, mas por enquanto eles não ajudam a resolver a questão. Isso porque elas são do século XVII, portanto muito mais novas.

Os estudos irão continuar para tentar desvendar esse mistério. Eles também são importantes na tentativa de criar novas formas para tratar ou prevenir a sífilis. A bactéria responsável está adquirindo maior resistência contra antibióticos, dificultando o combate à doença, que pode evoluir para formas graves afetando o sistema nervoso e diversos órgãos.

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Saúde

O que acontece no cérebro quando você se apaixona?

Redação Informe 360

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Muitas pessoas acreditam que a vida fica mais bonita quando a gente se apaixona. É normal sentir uma certa euforia, melhorar o humor e até ter mais disposição. Mas o que acontece no cérebro quando nos interessamos por alguém?

Entre outros sintomas presentes, estão a aceleração dos batimentos cardíacos, o frio na barriga, ou a sensação de borboletas no estômago. Falta de sono e apetite, e outras mudanças fisiológicas como sudorese nas mãos e pensamentos obsessivos em relação ao parceiro, agora objeto de desejo, também marcam território. 

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O que acontece no cérebro quando você se apaixona?

casal em close com as testas juntas em clima romantico
Altas doses de dopamina são responsáveis pela vontade de constante de estar junto. (Imagem: Mehaniq – Shutterstock. Edição: Kelvin Leão – via Gemini)

Esse tema também intrigou por muito tempo a antropóloga americana Helen Fischer, que virou uma referência neste assunto. Ela e sua equipe realizaram um estudo na State University of New York a fim de determinar o que acontecia no cérebro dos apaixonados.

Entre os requisitos, além de estar morrendo de amor, era importante que os participantes não estivessem deprimidos. A metodologia focou em mostrar aos voluntários duas imagens, uma contendo a foto da pessoa amada, e a outra era a de um conhecido qualquer. 

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Enquanto isso, eles eram submetidos a um exame de ressonância magnética que mostrava um aumento no fluxo sanguíneo em determinadas regiões cerebrais a depender do estímulo. 

Três substâncias foram consideradas as principais causadoras pelas sensações experimentadas durante um amor romântico, são elas: dopamina, norepinefrina e serotonina. A dopamina é o principal hormônio responsável pela paixão, causando falta de sono, aceleração dos batimentos cardíacos, sensação de êxtase, bem como a obsessão em relação ao outro.

“Elevados níveis de dopamina produzem uma atenção concentrada num objeto, bem como uma motivação e comportamento direcionado a um fim. Essa é exatamente uma característica dos apaixonados: sua atenção é focada no objeto amoroso, com a exclusão de todos à sua volta”, afirma Maria Borges, professora da UFSC, que também estuda o tema.

Imagem mostra casal sorridno dentro do carro, o homem dirigindo e a mulher no banco do passageiro
Aumento da energia para atividades cotidianas e melhora do humor também são sintomas presentes nos apaixonados. (Imagem: fast-stock/Shutterstock)

Além do hiperfoco, o hormônio é responsável por outra mudança. Que o amor é cego, todos sabemos, mas tem um fundo científico por trás disso. Altos níveis de dopamina também diminuem a atividade do córtex pré-frontal, parte do cérebro responsável pelo raciocínio lógico e tomada de decisões. 

Do ponto de vista científico, enxergar as falhas do outro é uma raridade nessa fase, portanto, não se culpe.

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A liberação de norepinefrina, por sua vez, é a responsável pelo aumento da energia e vitalidade. Mesmo trabalhando em um lugar que você não gosta, por exemplo, é capaz que você comece a se arrumar pela manhã como se estivesse indo para o melhor emprego do mundo se estiver apaixonado.

A serotonina também faz parte do circuito fisiológico do amor, mas ao contrário dos outros hormônios, sofre uma queda e essa diminuição também traz mudanças importantes no comportamento do apaixonado, como a dificuldade de levar um fora ou mesmo de aceitar o término de uma relação. 

“A diminuição da serotonina faz com que a paixão se assemelhe aos transtornos obsessivos compulsivos. Na ausência do objeto ou na suspeita da rejeição, o apaixonado fica obsessivo ao invés de aceitar a perda”, aponta a pesquisadora.

Ou seja, se apaixonar pode ser um deleite, principalmente se correspondido, mas não dá para negar que gera uma bagunça fisiológica que gera mudanças de comportamentos físicos e mentais. E há até quem diga que se sinta tal qual um drogado nessa fase – e isto também tem uma fundamentação científica. É o que aponta um artigo divulgado na Frontiers in Psycology.

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A paixão também causa euforia e sensação de vício na pessoa amada. (Imagem: Shutterstock/Prostock-studio)

“Indivíduos no estágio inicial de um amor romântico intenso apresentam muitos sintomas de vícios em substâncias e outros tipos de dependência, incluindo euforia, fissura, tolerância, dependência emocional e física, abstinência e recaída”, afirma o estudo.

Apesar de os sintomas serem muitos semelhantes ao de um dependente químico, o amor romântico é considerado pelos pesquisadores como um vício natural e frequentemente positivo. Além disso, também é tido pela história da humanidade como uma estratégia de sobrevivência.

O amor romântico evoluiu ao longo de 4 milhões de anos a partir de diversas espécies de ancestrais como um mecanismo de perpetuar a espécie, incentivando a formação de pares e por conseguinte a reprodução. Comportamento observado em diversas culturas até hoje, chegando a nós, Homo sapiens.

Mesmo quem goste de estar no controle e manter a racionalidade, pode não estar livre das garras do amor, já que é um acontecimento que não se escolhe. Talvez a medida importante a tomar é investir no autoconhecimento e inteligência emocional para que, quando a paixão chegar, seja possível manter pelo menos um dos pés no chão. 

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Mapas cerebrais podem transformar a compreensão do autismo

Redação Informe 360

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O desenvolvimento do cérebro pode se estender muito além do nascimento, segundo um conjunto inédito de estudos liderados pelo Instituto Allen e pela rede internacional BRAIN Initiative Cell Atlas Network (BICAN). A descoberta, publicada em 12 artigos científicos na Nature, apresenta os mapas mais detalhados já criados sobre como as células cerebrais se formam, amadurecem e se organizam desde o período embrionário até a vida adulta.

Cérebro continua a se desenvolver até a juventude

Os novos mapas indicam que o cérebro humano passa por transformações muito mais prolongadas do que se imaginava. A pesquisa analisou mais de 1,2 milhão de células cerebrais de várias espécies — incluindo humanos e camundongos — e revelou que novos tipos de neurônios continuam surgindo após o nascimento, especialmente em fases críticas como o início da visão e o processamento de informações sensoriais.

Estudo mapeia células cerebrais e promete impulsionar terapias para Parkinson
Estudo revela que o cérebro humano passa por transformações muito mais prolongadas do que se imaginava (Imagem: Gorodenkoff / Shutterstock)

Essas descobertas desafiam a ideia anterior de que o desenvolvimento cerebral terminava ainda na gestação. De acordo com os cientistas, há evidências de que neurônios em áreas relacionadas à aprendizagem, emoções e tomada de decisão continuam a amadurecer por anos, abrindo novas possibilidades para tratamentos de distúrbios neurológicos.

Entre os principais pontos destacados pelos pesquisadores estão:

  • Novos tipos celulares continuam se formando após o nascimento;
  • Regiões ligadas à emoção e ao aprendizado permanecem em desenvolvimento por mais tempo;
  • Há períodos críticos em que o cérebro é mais sensível a estímulos e intervenções;
  • Fatores ambientais e experiências sensoriais moldam a estrutura cerebral.

Implicações para autismo e TDAH

Os cientistas afirmam que as descobertas podem transformar a compreensão e o tratamento de transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e TDAH, que afetam cerca de 15% de crianças e adolescentes em todo o mundo. O estudo identificou subtipos de neurônios inibitórios GABAérgicos — células responsáveis por equilibrar a atividade cerebral — e mapeou como essas células se formam e se movem ao longo do desenvolvimento.

Descobertas podem transformar a compreensão e o tratamento de transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e TDAH (Imagem: vejaa / Istockphoto)

De acordo com os pesquisadores, esses mapas detalhados podem ajudar a identificar janelas de tempo em que intervenções terapêuticas são mais eficazes. Além disso, a pesquisa reforça que experiências sensoriais e sociais, como a visão, a audição e a interação humana, influenciam profundamente o desenvolvimento cerebral.

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As conclusões indicam que o cérebro humano é mais plástico e adaptável do que se acreditava, o que pode oferecer novas oportunidades de tratamento mesmo após o nascimento.

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Saúde

Macaé: divulgado edital de processo seletivo 2026 para Residência Médica

Redação Informe 360

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A Secretaria Municipal de Saúde, através da Comissão de Residência Médica (COREME) e a Secretaria Municipal Adjunta de Ensino Superior divulgaram, nesta sexta-feira (7), o edital (1/2025) para o Processo Seletivo Simplificado de Residência Médica 2026. As inscrições poderão ser feitas de 10 a 21 de novembro de 2025, exclusivamente pelo portal.

Ao todo, estão sendo oferecidas 29 vagas em sete especialidades: Clínica Médica (8), Pediatria (5), Cirurgia Geral (4), Ginecologia e Obstetrícia (3), Medicina de Família e Comunidade (4), Ortopedia e Traumatologia (2) e Anestesiologia (3).

O valor da inscrição é de R$ 400,00, com prazo para pagamento até o dia 24 de novembro. Candidatos inscritos no CadÚnico e de baixa renda poderão solicitar isenção da taxa no dia 11 de novembro, das 8h às 12h, na Secretaria Executiva de Ensino Superior, na Cidade Universitária (Avenida Aloísio da Silva Gomes, 50 – Granja dos Cavaleiros).

A prova objetiva será aplicada no dia 7 de dezembro, das 8h às 12h, na Cidade Universitária. O resultado final está previsto para 22 de dezembro, e as matrículas para os dias 2 e 3 de fevereiro de 2026.

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As atividades terão início em 1º de março de 2026, com duração que varia de acordo com a especialidade, entre 24 a 36 meses. A atuação dos profissionais será direcionada aos hospitais HPM e São João Batista, também conforme a especialidade.

O edital completo, com todos os critérios de participação e cronograma, está disponível no portal da Prefeitura de Macaé.

Fonte: Secom-PMC  Jornalista: Juliana Carvalho

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