Saúde
Sífilis já existia no Brasil quando os portugueses chegaram, revela estudo

A descoberta das Américas também significou a morte de milhões de indígenas. Há mais de 500 anos os europeus chegaram à região e espalharam diversas doenças entre os povos nativos. Mas uma delas não foi a sífilis. É o que aponta um novo estudo genético que teve a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
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Bactéria foi encontrada em ossos antigos
- Os primeiros registros históricos de sífilis na Europa datam do fim do século XV, logo após o retorno de Cristóvão Colombo à Espanha.
- Por isso, pesquisadores consideravam a hipótese de que a doença emergiu no Novo Mundo e só depois chegou ao continente europeu.
- O problema é que não havia até agora uma evidência concreta de que a bactéria Treponema pallidus realmente estivesse nas Américas antes desse período.
- Isso mudou após cientistas conseguirem encontrar DNA da bactéria causadora da doença em ossos de mais de dois mil anos achados num sítio arqueológico em Santa Catarina.
- O estudo foi publicado na revista Nature.

Sífilis já era endêmica nas Américas
Durante a pesquisa, cientistas realizaram escavações às margens da Lagoa do Camacho, em Santa Catarina. O local, batizado como Jabuticabeira II, é um sambaqui, uma construção criada a partir da deposição humana de materiais orgânicos e calcários, principalmente conchas e ossos, ao longo de séculos.
Algumas populações faziam seus sepultamentos exatamente naqueles locais. Por isso, Jabuticabeira é um grande cemitério antigo.
Desde os anos 1990, pesquisadores encontraram vários fragmentos de ossos humanos dessa população, batizada de sambaquianos. Alguns geraram curiosidade específica porque tinham marcas e alterações que sugeriam a presença de doenças.
Com a colaboração de colegas europeus, começaram os trabalhos de análises do DNA antigo para saber que tipo de parasitas poderiam ter contaminado os sambaquianos. E depois de anos de estudo finalmente foi identificada a presença do Treponema em quatro fragmentos de ossos. Isso confirma que há dois mil anos a sífilis já era endêmica no Brasil.
Usando uma técnica de análise chamada relógio molecular, que mede a taxa de mutações genéticas ao longo do tempo, os cientistas compararam o DNA da bactéria achada ali com amostras mais recentes. A partir daí puderam concluir que a doença pode ter até 12 mil anos, sendo anterior à chegada do homem nas Américas.
Algumas dúvidas permanecem
A descoberta, no entanto, não resolve todas as dúvidas sobre a doença. A variante da bactéria que foi encontrada por aqui não era aquela que causa a sífilis comum venérea, sexualmente transmissível.
A subespécie do micróbio do sambaqui foi aquela causadora da bejel, uma versão não-venérea da sífilis que está mais presente em países do Oriente Médio e outras regiões áridas, e que é transmitida por contato da pele. Por isso, não é possível afirmar, ainda, que a sífilis venérea já estava nas Américas naquela época.
Cientistas acreditam que as duas formas da doença já estavam bem diferenciadas no século XV, mas não é possível dizer se toda essa família de doenças emergiu antes ou depois da chegada do primeiro humano às Américas. Há hoje uma terceira treponematose não-venérea que afeta humanos, a bouba, presente sobretudo na África subsaariana.
Há registros antigos de Treponema também no México, mas por enquanto eles não ajudam a resolver a questão. Isso porque elas são do século XVII, portanto muito mais novas.
Os estudos irão continuar para tentar desvendar esse mistério. Eles também são importantes na tentativa de criar novas formas para tratar ou prevenir a sífilis. A bactéria responsável está adquirindo maior resistência contra antibióticos, dificultando o combate à doença, que pode evoluir para formas graves afetando o sistema nervoso e diversos órgãos.
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Saúde
Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina

A inteligência artificial na medicina já não é uma promessa distante — ela está acontecendo agora. Para especialistas, o debate atual não gira mais em torno do “se”, mas do “como” usar essa tecnologia com segurança e responsabilidade. O tema ganhou força justamente pelo impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas.
Mesmo entre defensores da inovação, permanece a preocupação central: garantir que os algoritmos sejam confiáveis e sustentados por boas práticas. Sem essa base, a tecnologia corre o risco de comprometer diagnósticos e condutas, como destaca reportagem do G1.

IA na saúde exige responsabilidade
Os debates mais recentes deixam evidente que a IA já está no cotidiano da medicina. Mas, como alertou o médico Charles Souleyman, diretor-executivo da Rede Total Care, usar tecnologia apenas para acelerar atendimentos pode gerar efeitos indesejados.
Ele critica modelos de telemedicina baseados em consultas rápidas e pouco aprofundadas. “O resultado é uma consulta de péssima qualidade, com um agravante: provavelmente, será solicitado um número excessivo de exames”.
O desafio, portanto, é incorporar essas ferramentas sem transformar o atendimento em algo automático ou sem critério. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas precisa ser usada de maneira cuidadosa.

Algoritmos bem treinados fazem toda a diferença
Para que a inteligência artificial realmente contribua com decisões clínicas, ela precisa se apoiar em bases de dados sólidas. Isso torna a qualidade e a validação dos algoritmos fatores essenciais.
Os dados precisam de robustez e é fundamental saber se o algoritmo foi bem treinado, se a validação é consistente.
Carlos Sacomani, urologista e especialista em projetos de telemedicina, durante o FISweek 2025, evento dedicado a inovação e tendências em saúde.
Ele também chama atenção para um ponto importante: alguns produtos do mercado prometem resolver qualquer demanda, mas nem sempre entregam o que anunciam. Sem validação adequada, a IA pode gerar uma falsa sensação de precisão — algo perigoso em ambientes médicos.
O que torna um algoritmo confiável?
- Uso de bases de dados amplas e representativas.
- Validações consistentes antes da aplicação clínica.
- Transparência sobre limitações e cenários de uso.
- Atualizações frequentes conforme surgem novos estudos.
- Revisão constante por profissionais especializados.

Profissionais precisam ser treinados para usar IA
Souleyman também destaca um problema que ainda está longe de ser resolvido: a formação dos profissionais de saúde para trabalhar com IA. Segundo ele, a capacitação ainda não faz parte das grades das faculdades de medicina, criando uma lacuna importante.
Esse preparo é indispensável. Afinal, a tecnologia exige médicos capazes de fazer as perguntas certas e interpretar sugestões com senso crítico.
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Além disso, consultas assistidas por IA podem melhorar a experiência do paciente. A ferramenta pode ajudar o médico a organizar dúvidas comuns, sugerir falas mais acolhedoras e até indicar exames complementares — sempre com supervisão humana. No dia a dia, a IA também pode agilizar fluxos internos, otimizar o tempo do especialista e tornar o atendimento mais eficiente.
As discussões do FISweek 2025 mostram que a inteligência artificial tem potencial para transformar tanto o cuidado ao paciente quanto a gestão hospitalar. Mas isso só será viável com validação rigorosa, critérios bem definidos e profissionais preparados para usá-la de maneira ética e consciente.
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Saúde
Suplementos pré-natais podem reduzir risco de autismo em até 30%

Uma revisão abrangente conduzida por pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, em parceria com instituições da Etiópia, indica que a suplementação pré-natal com ácido fólico e multivitamínicos está associada a um risco até 30% menor de desenvolvimento de transtorno do espectro autista (TEA) em crianças.
A análise reuniu evidências de revisões sistemáticas e meta-análises que, juntas, incluem mais de três milhões de participantes.
O TEA, que atinge cerca de 1% das crianças globalmente, afeta habilidades sociais, comunicação e comportamento, podendo coexistir com condições como ansiedade, TDAH, distúrbios do sono e epilepsia.
A nutrição materna pré-natal é considerada um dos fatores ambientais modificáveis mais importantes para o neurodesenvolvimento.

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Evidências reunidas e queda consistente no risco
- A revisão, publicada na PLOS One, avaliou oito revisões sistemáticas que investigaram o uso materno de ácido fólico e multivitamínicos.
- A maioria apontou associação entre o uso desses suplementos e menor risco de TEA, embora algumas análises anteriores tenham apresentado resultados contraditórios.
- No conjunto, a nova avaliação encontrou uma redução média de 30% no risco entre mães que utilizaram ácido fólico ou multivitamínicos durante o período pré-natal.
- Em subanálises, multivitamínicos mostraram redução de 34% no risco e o ácido fólico isolado, de 30%.
- Os resultados mantiveram consistência mesmo quando cada revisão foi retirada individualmente da análise.

Efeito protetor reforçado
Os autores classificam as evidências como “altamente sugestivas” de um efeito protetor dos suplementos no desenvolvimento cerebral fetal.
O ácido fólico desempenha papel central na formação do tubo neural e na regulação epigenética, enquanto os multivitamínicos contribuem para equilíbrio imunológico e metabolismo de neurotransmissores.
Segundo os pesquisadores, a força do padrão observado sustenta recomendações para que mulheres utilizem ácido fólico e multivitamínicos antes da concepção e nas primeiras fases da gravidez.

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Saúde
Saúde anuncia modernização do SUS com 14 UTIs interligadas e hospital inteligente

O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (18), uma nova estratégia para modernizar o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da criação de uma rede nacional de hospitais e serviços inteligentes. A iniciativa reúne alta tecnologia, especialização médica e cooperação internacional para aprimorar diagnósticos, reduzir filas e aumentar a precisão no atendimento. As informações são da Agência Brasil.
Rede integrada deve transformar a infraestrutura do SUS
Segundo o ministério, o projeto prevê a implantação de 14 UTIs totalmente automatizadas e interligadas nas cinco regiões do país. Essas unidades serão instaladas em hospitais selecionados de 13 estados, incluindo cidades como Manaus, Belém, Fortaleza, Salvador, São Paulo, Curitiba e Brasília.
Além disso, oito hospitais serão modernizados com apoio de universidades e secretarias de saúde, ampliando a capacidade de atendimento especializado.

A proposta também inclui a construção do Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, apontado como o primeiro hospital inteligente do Brasil. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o país entra em “uma nova era de inovação para o SUS”, destacando que o foco vai além de novas obras, envolvendo transferência de tecnologia e digitalização de serviços.
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Tecnologia deve reduzir tempo de espera e ampliar precisão
Dentro do programa “Agora Tem Especialistas”, o governo aposta no uso de inteligência artificial, big data e integração digital para acelerar atendimentos. Segundo dados oficiais, essas tecnologias podem reduzir em até cinco vezes o tempo de espera em emergências.

Entre os principais recursos previstos no projeto:
- Monitoramento contínuo e digitalizado dos pacientes;
- Integração entre sistemas e equipamentos médicos;
- Suporte tecnológico para decisões clínicas;
- Previsão de agravos e otimização de avaliações;
- Conexão com uma central de pesquisa e inovação.
O objetivo é permitir que especialistas de diferentes regiões atuem de forma conjunta, ampliando a precisão dos diagnósticos e aprimorando a assistência.
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