Saúde
Por que estresse e tristeza podem alterar o apetite?

O apetite humano é regulado por uma complexa interação entre fatores hormonais, emocionais e neurológicos. Quando sentimentos como estresse e tristeza entram em cena, essa engrenagem pode se desestabilizar, provocando alterações alimentares significativas. Mas por que essas variações acontecem? Descubra agora.
O impacto do estresse no apetite
O estresse é uma reação natural do organismo diante de situações desafiadoras. Em momentos assim, o corpo ativa o chamado mecanismo de luta ou fuga, liberando hormônios como CRH (hormônio liberador de corticotrofina) e cortisol, ambos com impactos diretos sobre o apetite.

De forma geral, o estresse agudo, que surge de forma súbita e intensa, tende a reduzir o apetite. Isso ocorre porque o CRH interfere no sistema digestivo, suprimindo o desejo de comer.

Além disso, o aumento do suco gástrico promovido pelo cortisol pode causar sintomas como náuseas, indigestão e diarreia, tornando a alimentação menos atraente.
Por outro lado, em situações de estresse crônico, a resposta é inversa: os níveis prolongadamente elevados de cortisol estimulam o consumo de alimentos calóricos, principalmente ricos em gordura e açúcar.
Isso ocorre porque o hormônio aumenta os níveis de grelina (conhecido como “hormônio da fome”) e reduz os de leptina (o “hormônio da saciedade”), incentivando a ingestão excessiva de alimentos.
A repetição desse padrão pode levar ao chamado comportamento de comer emocionalmente, marcado por episódios de compulsão alimentar.
A tristeza como fator inibidor ou estimulador do apetite
Assim como o estresse, a tristeza também afeta o apetite, mas de maneira um pouco diferente.

Emoções como melancolia, desânimo e luto geralmente levam à inibição do apetite. A explicação está nas regiões cerebrais envolvidas no processamento emocional, como o hipotálamo e a amígdala cerebral, que também atuam no controle da fome.
Quando dominadas por sentimentos negativos, essas áreas podem reduzir o estímulo à alimentação.
No entanto, nem todas as pessoas reagem da mesma forma. Para alguns, a comida funciona como um refúgio emocional diante da dor ou da perda. Nesse caso, ocorre o fenômeno da fome emocional, caracterizado pela busca por alimentos para aliviar emoções desconfortáveis, que geralmente são de baixa qualidade nutricional, como doces e ultraprocessados.
Segundo especialistas, essa prática ativa o sistema de recompensa cerebral, promovendo uma liberação de dopamina e serotonina, neurotransmissores associados ao prazer e ao bem-estar, criando um alívio momentâneo, mas com possíveis consequências negativas a longo prazo, como ganho de peso, culpa e problemas de saúde.
Fome emocional e saúde mental
A fome emocional é um dos principais indicadores de que há um desequilíbrio na forma como uma pessoa lida com suas emoções.

Diferente da fome física, que se instala gradualmente, a fome emocional surge de forma repentina, não é saciada facilmente e, muitas vezes, vem acompanhada de sentimentos de culpa após a ingestão.
Ela está comumente associada a transtornos como ansiedade, depressão, burnout e transtorno bipolar.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com mais de 18 milhões de pessoas afetadas. Esse cenário torna ainda mais relevante o reconhecimento e o tratamento desses comportamentos, uma vez que podem evoluir para distúrbios alimentares mais graves.
Diferenças individuais e fatores de risco
A maneira como o estresse e a tristeza afetam o apetite varia de pessoa para pessoa. Fatores genéticos, hormonais e comportamentais influenciam fortemente essa resposta.

Pesquisas apontam que mulheres, por exemplo, têm maior tendência a aumentar o consumo alimentar em situações de estresse, o que pode estar relacionado a questões hormonais e padrões socioculturais.
Pessoas com histórico de restrição alimentar também são mais vulneráveis a episódios de compulsão sob estresse. Um estudo da George Mason University mostrou que essas pessoas tendem a romper o autocontrole quando estão emocionalmente abaladas, recorrendo a alimentos como forma de consolo.
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Estratégias para lidar com as alterações no apetite
Felizmente, existem formas saudáveis de lidar com o estresse e a tristeza sem recorrer à alimentação como válvula de escape.

A prática regular de exercícios físicos estimula a produção de endorfina, hormônio que gera sensação de prazer e bem-estar. Atividades como yoga, meditação, caminhadas e escrita terapêutica também são recomendadas para aliviar a carga emocional.
Além disso, é importante identificar os gatilhos emocionais que levam à mudança no apetite.
Reconhecer padrões e procurar ajuda psicológica ou psiquiátrica quando necessário pode ser fundamental. Pequenas ações, como manter alimentos saudáveis em casa e evitar o consumo impulsivo, também ajudam na construção de uma relação mais equilibrada com a comida.
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Saúde
Medicamento comum para o coração pode não funcionar

Um estudo internacional revelou que os betabloqueadores, usados há mais de 40 anos como tratamento padrão após um ataque cardíaco, podem não trazer benefícios para a maioria dos pacientes — e até representar riscos adicionais para algumas mulheres.
De acordo com os pesquisadores, mulheres com função cardíaca preservada (fração de ejeção acima de 50%) tiveram risco significativamente maior de sofrer novo ataque cardíaco, serem hospitalizadas por insuficiência cardíaca ou até morrer quando tratadas com o medicamento.

O risco foi quase três vezes maior em comparação às que não usaram betabloqueadores. O estudo está publicado no European Heart Journal.
“Essas descobertas reformularão todas as diretrizes clínicas internacionais e devem desencadear uma abordagem específica para cada sexo no tratamento das doenças cardiovasculares”, afirmou o Dr. Valentin Fuster, do Hospital Mount Sinai, em Nova York.
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O efeito adverso foi mais evidente em mulheres que receberam altas doses, destacou o Dr. Borja Ibáñez, do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular de Madri.
Diferenças de gênero e novas abordagens
- Especialistas explicam que homens e mulheres respondem de forma distinta a medicamentos cardiovasculares.
- Fatores como tamanho do coração, sensibilidade a drogas para pressão arterial e características próprias da doença cardíaca feminina podem explicar essa discrepância.
- “O gênero tem muito a ver com a forma como as pessoas respondem à medicação”, disse o Dr. Andrew Freeman, do National Jewish Health, em Denver.
Ensaio clínico reforça tese de pesquisadores
O ensaio clínico REBOOT, que acompanhou mais de 8.500 pacientes na Espanha e Itália, reforçou que não há benefício no uso de betabloqueadores em homens ou mulheres com função cardíaca preservada.
Segundo os autores, avanços como o uso de stents e anticoagulantes logo após o infarto já reduzem a necessidade desse tipo de medicamento.
Ainda assim, diretrizes médicas em vários países mantêm o uso rotineiro, aplicado hoje em cerca de 80% dos pacientes.
Um dado adicional: outra análise publicada no The Lancet mostrou que pessoas com fração de ejeção entre 40% e 50% ainda se beneficiam, com redução de 25% nos riscos de novos eventos.

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Saúde
Estalar os dedos faz mal à saúde? Veja o que diz a medicina

Estalar os dedos é um hábito bastante comum para várias pessoas. Embora para alguns o som seja irritante, para muitas outras esse hábito pode ser uma forma de amenizar o tédio, ou mesmo uma maneira de buscar alívio e relaxamento. Mas será que estalar os dedos pode fazer mal à saúde?
Há um senso comum, geralmente passado em família, que diz que fazer estalar os dedos repetidamente pode fazer mal, sendo uma das causas da artrite e pode até mesmo engrossar as articulações.

É importante esclarecer que em todas as articulações do corpo humano existe a presença do líquido sinovial – que é responsável por lubrificar as partes do corpo que fazem conexões umas com as outras, evitar o atrito entre ossos e preservar as cartilagens.
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O barulho que surge ao estalar os dedos acontece porque há a formação de bolhas de ar ou vácuo dentro do líquido sinovial que estouram ao serem pressionadas.
A razão pela qual você não pode estalar o mesmo dedo duas vezes seguidas é porque leva algum tempo para que as bolhas se acumulem novamente na articulação.
Estalar os dedos faz mal à saúde?

O estalar de dedos vem sendo estudado na medicina há anos. Um estudo curioso sobre o tema foi realizado pelo médico americano Donald Unger com um único paciente: ele mesmo.
Na infância, o menino ouvia muito de sua mãe que, se continuasse a estalar os dedos, num futuro próximo teria artrite. Como não tinha idade para realizar um estudo científico formal, nem um laboratório, muito menos um grupo de participantes para o seu experimento, usou as próprias mãos.
O menino, que mais tarde tornou-se médico alergista, passou 50 anos estralando duas vezes ao dia os dedos da mão esquerda, enquanto a direita permaneceu intacta para servir como grupo de controle.
Após exames de radiografia, a conclusão foi que, depois de meio século, ele não desenvolveu artrite em nenhuma das mãos, assim como não havia nenhuma diferença substancial entre elas. E o estudo acabou sendo divulgado em 1998 pela publicação científica Arthritis & Rheumatism (que atualmente se chama Arthritis & Rheumatology).
Outro estudo realizado por Robert L. Swezey e Stuart E. Swezey com 28 idosos e 28 crianças com idade média de 11 anos também não conseguiu demonstrar correlação entre o estalo dos dedos e alterações degenerativas nas articulações.
Em suma, não há comprovação científica de que estalar os dedos cause mal à saúde. Mesmo que seja feito repetidamente, não há nenhum risco de comprometimento ósseo, nem mesmo para as articulações.
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Saúde
Anvisa proíbe alimentos infantis, molho de pimenta e creme corporal por irregularidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU), uma nova determinação que impacta alimentos e cosméticos vendidos no Brasil, segundo informações de O Globo.
Entre os produtos suspensos estão alimentos infantis da linha “PF da Nina”, um lote de molho de pimenta da marca Ubon e o creme corporal multifuncional Adeus. A medida foi tomada após inspeções que constataram riscos à saúde e descumprimento das regras de produção e rotulagem.

Produtos suspensos pela Anvisa
A decisão da Anvisa envolve três tipos de produtos diferentes:
- Molho de pimenta extra forte Ubon (lote 4512823): suspensão da comercialização devido à presença de dióxido de enxofre não declarado no rótulo. Esse composto pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis;
- Alimentos infantis “PF da Nina”: fabricados sem licença sanitária e sem cumprir Boas Práticas de Fabricação, obrigatórias para produtos destinados a crianças. A venda está proibida e os itens devem ser retirados das prateleiras;
- Creme corporal multifuncional Adeus: suspenso porque, apesar de registrado como cosmético, o produto faz alegações farmacológicas de tratamento e cura, o que não é permitido pela legislação.
A Anvisa reforça que a comercialização, fabricação e uso desses itens estão proibidos até que as irregularidades sejam sanadas. Produtos que ainda estejam em circulação poderão ser apreendidos.

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Riscos e justificativas do órgão
Segundo a agência, a decisão tem como objetivo principal proteger os consumidores, já que cada caso representa uma ameaça diferente à saúde pública.
No caso do molho de pimenta, a ausência de informação sobre o dióxido de enxofre é grave, porque impede que pessoas alérgicas saibam do risco. Já os alimentos infantis da “PF da Nina” representam uma preocupação ainda maior, porque atingem um público extremamente sensível: bebês e crianças de primeira infância.
Outro ponto é o creme Adeus, que promete efeitos terapêuticos incompatíveis com sua classificação de cosmético. De acordo com a Anvisa, esse tipo de prática pode induzir o consumidor ao erro e levá-lo a acreditar em propriedades medicinais que não foram testadas ou autorizadas.
Essas medidas refletem a atuação da Anvisa em fiscalizar, constantemente, o mercado, e garantir que apenas produtos seguros estejam disponíveis para a população. A agência reforça que denúncias de irregularidades podem ser feitas pelos canais oficiais para acelerar a retirada de itens que não estejam em conformidade com a legislação sanitária.

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