Saúde
IA é capaz de entender relação entre atividade cerebral e doenças; entenda

Pesquisadores do Baylor College of Medicine e da Universidade de Yale incorporaram inteligência artificial (IA) generativa para criar modelo voltado ao cérebro. O Brain Language Model (BrainLM) foi criado com o intuito de modelar o cérebro sob abordagem teórica e determinar como as atividades cerebrais se relacionam ao comportamento humano e às doenças cerebrais.
“Há muito tempo, sabemos que a atividade cerebral está relacionada ao comportamento de uma pessoa e a muitas doenças, como convulsões ou Parkinson“, disse o Dr. Chadi Abdallah, professor-associado do Departamento Menninger de Psiquiatria e Ciências do Comportamento em Baylor e co-autor correspondente da pesquisa, publicada como artigo de conferência no ICLR 2024.
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O doutor pontuou ainda que “as imagens cerebrais funcionais ou ressonâncias magnéticas funcionais nos permitem observar a atividade cerebral em todo o cérebro, mas, anteriormente, não conseguíamos capturar totalmente a dinâmica dessas atividades no tempo e no espaço usando ferramentas tradicionais de análise de dados”.
Mais recentemente, as pessoas começaram a usar o aprendizado de máquina para capturar a complexidade do cérebro e como ela se relaciona com doenças específicas, mas isso acabou exigindo o registro e o exame completo de milhares de pacientes com um determinado comportamento ou doença, um processo muito caro.
Dr. Chadi Abdallah, professor-associado do Departamento Menninger de Psiquiatria e Ciências do Comportamento em Baylor e co-autor correspondente da pesquisa

O advento da IA permitiu a criação de ferramentas generativas, capazes de criar modelos para tarefas específicas ou para certos tipos de pacientes. Como bem exemplifica o MedicalXpress, a IA generativa pode atuar como um detetive e descobrir padrões ocultos em conjunto de dados.
Quando analisam os pontos de dados e suas relações, os modelos podem aprender a dinâmica subjacente, ou seja, como e por que as coisas mudam e evoluem. Eles são ajustados para compreender diversos tópicos.
No caso deste modelo em particular, foi utilizada IA generativa para captar como funciona a atividade cerebral, seja a partir de um distúrbio, seja a partir de doença específica.
Dessa forma, pode-se aplicar isso a qualquer população, sem ser necessário conhecer o comportamento do indivíduo, tampouco informações sobre sua doença, histórico ou idade. A ferramenta precisa apenas da atividade cerebral para ensinar ao computador e ao modelo de IA utilizados como a atividade cerebral evolui no espaço e no tempo.
Como fazer a IA ler relação cérebro-doenças
- Para montar o modelo, a equipe realizou 80 mil exames em 40 mil pessoas;
- A seguir, treinaram o modelo para descobrir a relação ao longo do tempo entre essas atividades;
- Na primeira etapa, o pré-processamento, resumiu os sinais e removeu ruídos irrelevantes;
- Os resumos foram então colocados em modelo de aprendizado de máquina e mascaram uma parcela dos dados de cada pessoa;
- Uma vez que o modelo aprendeu a dinâmica, os pesquisadores o testaram em grupo de testes que não havia participado da pesquisa até então;
- Eles também o testaram em várias amostras para entender até que ponto o modelo seria capaz de generalizar o que aprendeu com dados obtidos de diferentes pessoas, tais como adultos mais velhos e jovens.
Se quisermos fazer ensaio clínico para desenvolver medicamento para a depressão, por exemplo, pode custar centenas de milhões de dólares porque é necessário inscrever grande número de pacientes e tratá-los durante longo período.
Com o poder do BrainLM, podemos, potencialmente, cortar esse custo pela metade, matriculando apenas metade dos indivíduos, usando o poder do BrainLM para selecionar os indivíduos que mais gostariam de se beneficiar de um tratamento. Assim, o BrainLM pode aplicar o conhecimento aprendido com os 80 mil exames para aplicá-lo a esses assuntos de estudo específicos.
Dr. Chadi Abdallah, professor-associado do Departamento Menninger de Psiquiatria e Ciências do Comportamento em Baylor e co-autor correspondente da pesquisa

Descobertas
Com os testes, os cientistas descobriram que o BrainLM obteve bom desempenho com várias das amostras, sem contar que ele também prevê melhor a gravidade de depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) do que ferramentas de aprendizado de máquina que não possuem IA generativa.
Descobrimos que o BrainLM está funcionando muito bem. Ele está prevendo a atividade cerebral em nova amostra oculta durante o treinamento, além de ter bom desempenho com dados de novos scanners e de nova população.
Esses resultados impressionantes foram alcançados com exames de 40 mil indivíduos. Agora, estamos trabalhando para aumentar consideravelmente o conjunto de dados de treinamento.
Quanto mais forte for o modelo que pudermos construir, mais poderemos fazer para ajudar no atendimento ao paciente, como desenvolver novos tratamentos para doenças mentais, ou orientar a neurocirurgia para convulsões ou DBS [Deep Brain Simulation, ou estimulação cerebral profunda].
Dr. Chadi Abdallah, professor-associado do Departamento Menninger de Psiquiatria e Ciências do Comportamento em Baylor e co-autor correspondente da pesquisa
Agora, os pesquisadores querem aplicar o modelo em futuras pesquisas para prever doenças relacionadas ao cérebro.
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Saúde
Especialistas defendem preparo uso seguro da IA na medicina

A inteligência artificial na medicina já não é uma promessa distante — ela está acontecendo agora. Para especialistas, o debate atual não gira mais em torno do “se”, mas do “como” usar essa tecnologia com segurança e responsabilidade. O tema ganhou força justamente pelo impacto crescente da IA na tomada de decisões clínicas.
Mesmo entre defensores da inovação, permanece a preocupação central: garantir que os algoritmos sejam confiáveis e sustentados por boas práticas. Sem essa base, a tecnologia corre o risco de comprometer diagnósticos e condutas, como destaca reportagem do G1.

IA na saúde exige responsabilidade
Os debates mais recentes deixam evidente que a IA já está no cotidiano da medicina. Mas, como alertou o médico Charles Souleyman, diretor-executivo da Rede Total Care, usar tecnologia apenas para acelerar atendimentos pode gerar efeitos indesejados.
Ele critica modelos de telemedicina baseados em consultas rápidas e pouco aprofundadas. “O resultado é uma consulta de péssima qualidade, com um agravante: provavelmente, será solicitado um número excessivo de exames”.
O desafio, portanto, é incorporar essas ferramentas sem transformar o atendimento em algo automático ou sem critério. A IA pode ser uma aliada poderosa, mas precisa ser usada de maneira cuidadosa.

Algoritmos bem treinados fazem toda a diferença
Para que a inteligência artificial realmente contribua com decisões clínicas, ela precisa se apoiar em bases de dados sólidas. Isso torna a qualidade e a validação dos algoritmos fatores essenciais.
Os dados precisam de robustez e é fundamental saber se o algoritmo foi bem treinado, se a validação é consistente.
Carlos Sacomani, urologista e especialista em projetos de telemedicina, durante o FISweek 2025, evento dedicado a inovação e tendências em saúde.
Ele também chama atenção para um ponto importante: alguns produtos do mercado prometem resolver qualquer demanda, mas nem sempre entregam o que anunciam. Sem validação adequada, a IA pode gerar uma falsa sensação de precisão — algo perigoso em ambientes médicos.
O que torna um algoritmo confiável?
- Uso de bases de dados amplas e representativas.
- Validações consistentes antes da aplicação clínica.
- Transparência sobre limitações e cenários de uso.
- Atualizações frequentes conforme surgem novos estudos.
- Revisão constante por profissionais especializados.

Profissionais precisam ser treinados para usar IA
Souleyman também destaca um problema que ainda está longe de ser resolvido: a formação dos profissionais de saúde para trabalhar com IA. Segundo ele, a capacitação ainda não faz parte das grades das faculdades de medicina, criando uma lacuna importante.
Esse preparo é indispensável. Afinal, a tecnologia exige médicos capazes de fazer as perguntas certas e interpretar sugestões com senso crítico.
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Além disso, consultas assistidas por IA podem melhorar a experiência do paciente. A ferramenta pode ajudar o médico a organizar dúvidas comuns, sugerir falas mais acolhedoras e até indicar exames complementares — sempre com supervisão humana. No dia a dia, a IA também pode agilizar fluxos internos, otimizar o tempo do especialista e tornar o atendimento mais eficiente.
As discussões do FISweek 2025 mostram que a inteligência artificial tem potencial para transformar tanto o cuidado ao paciente quanto a gestão hospitalar. Mas isso só será viável com validação rigorosa, critérios bem definidos e profissionais preparados para usá-la de maneira ética e consciente.
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Saúde
Suplementos pré-natais podem reduzir risco de autismo em até 30%

Uma revisão abrangente conduzida por pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, em parceria com instituições da Etiópia, indica que a suplementação pré-natal com ácido fólico e multivitamínicos está associada a um risco até 30% menor de desenvolvimento de transtorno do espectro autista (TEA) em crianças.
A análise reuniu evidências de revisões sistemáticas e meta-análises que, juntas, incluem mais de três milhões de participantes.
O TEA, que atinge cerca de 1% das crianças globalmente, afeta habilidades sociais, comunicação e comportamento, podendo coexistir com condições como ansiedade, TDAH, distúrbios do sono e epilepsia.
A nutrição materna pré-natal é considerada um dos fatores ambientais modificáveis mais importantes para o neurodesenvolvimento.

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Evidências reunidas e queda consistente no risco
- A revisão, publicada na PLOS One, avaliou oito revisões sistemáticas que investigaram o uso materno de ácido fólico e multivitamínicos.
- A maioria apontou associação entre o uso desses suplementos e menor risco de TEA, embora algumas análises anteriores tenham apresentado resultados contraditórios.
- No conjunto, a nova avaliação encontrou uma redução média de 30% no risco entre mães que utilizaram ácido fólico ou multivitamínicos durante o período pré-natal.
- Em subanálises, multivitamínicos mostraram redução de 34% no risco e o ácido fólico isolado, de 30%.
- Os resultados mantiveram consistência mesmo quando cada revisão foi retirada individualmente da análise.

Efeito protetor reforçado
Os autores classificam as evidências como “altamente sugestivas” de um efeito protetor dos suplementos no desenvolvimento cerebral fetal.
O ácido fólico desempenha papel central na formação do tubo neural e na regulação epigenética, enquanto os multivitamínicos contribuem para equilíbrio imunológico e metabolismo de neurotransmissores.
Segundo os pesquisadores, a força do padrão observado sustenta recomendações para que mulheres utilizem ácido fólico e multivitamínicos antes da concepção e nas primeiras fases da gravidez.

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Saúde
Saúde anuncia modernização do SUS com 14 UTIs interligadas e hospital inteligente

O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (18), uma nova estratégia para modernizar o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da criação de uma rede nacional de hospitais e serviços inteligentes. A iniciativa reúne alta tecnologia, especialização médica e cooperação internacional para aprimorar diagnósticos, reduzir filas e aumentar a precisão no atendimento. As informações são da Agência Brasil.
Rede integrada deve transformar a infraestrutura do SUS
Segundo o ministério, o projeto prevê a implantação de 14 UTIs totalmente automatizadas e interligadas nas cinco regiões do país. Essas unidades serão instaladas em hospitais selecionados de 13 estados, incluindo cidades como Manaus, Belém, Fortaleza, Salvador, São Paulo, Curitiba e Brasília.
Além disso, oito hospitais serão modernizados com apoio de universidades e secretarias de saúde, ampliando a capacidade de atendimento especializado.

A proposta também inclui a construção do Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, apontado como o primeiro hospital inteligente do Brasil. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o país entra em “uma nova era de inovação para o SUS”, destacando que o foco vai além de novas obras, envolvendo transferência de tecnologia e digitalização de serviços.
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Tecnologia deve reduzir tempo de espera e ampliar precisão
Dentro do programa “Agora Tem Especialistas”, o governo aposta no uso de inteligência artificial, big data e integração digital para acelerar atendimentos. Segundo dados oficiais, essas tecnologias podem reduzir em até cinco vezes o tempo de espera em emergências.

Entre os principais recursos previstos no projeto:
- Monitoramento contínuo e digitalizado dos pacientes;
- Integração entre sistemas e equipamentos médicos;
- Suporte tecnológico para decisões clínicas;
- Previsão de agravos e otimização de avaliações;
- Conexão com uma central de pesquisa e inovação.
O objetivo é permitir que especialistas de diferentes regiões atuem de forma conjunta, ampliando a precisão dos diagnósticos e aprimorando a assistência.
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