Saúde
É possível estar desidratado e não sentir sede?

A sede é o principal sinal de que o corpo precisa de água, mas nem sempre ela aparece quando o organismo está desidratado. Em algumas situações, especialmente durante episódios depressivos ou em condições que afetam o controle da hidratação, é possível que a desidratação ocorra sem que a pessoa perceba.
Neste artigo, vamos entender esse fenômeno e explicar como a falta de hidratação pode afetar tanto a saúde física quanto a mental.
A importância da sede no equilíbrio do corpo

A sede é uma sensação interna provocada por estímulos fisiológicos que indicam a necessidade de repor água e sais minerais. Esse mecanismo é regulado por áreas específicas do cérebro, principalmente o hipotálamo, que detectam mudanças na concentração de sais no sangue e na quantidade de líquidos corporais.
Quando há uma perda de cerca de 0,5% do peso corporal em água, o corpo aciona o “limiar da sede”, levando à vontade de beber líquidos. Essa necessidade pode ser:
- Sede verdadeira: persiste até que o corpo seja reidratado.
- Sede falsa: desaparece apenas com o ato de umedecer a boca, sem que haja real necessidade fisiológica.
Entretanto, em alguns casos, o organismo não emite sinais claros, e a pessoa pode não sentir sede mesmo diante de um quadro de desidratação leve ou moderada.
Como o cérebro controla a sede

Diversas regiões cerebrais trabalham juntas para regular o impulso de beber água. O hipotálamo, o órgão subfornical e o núcleo pré-óptico mediano são os principais responsáveis por monitorar o equilíbrio hídrico.
Quando há redução do volume sanguíneo ou aumento da concentração de sais, essas áreas enviam sinais para liberar vasopressina, um hormônio que ajuda a conservar água nos rins.
Esse sistema é altamente eficiente, mas pode ser alterado por distúrbios neurológicos, metabólicos ou psicológicos, como ocorre em pessoas com depressão ou apatia.
Desidratação e depressão: uma relação silenciosa

Sim, é possível estar desidratado e não sentir sede. Pessoas que atravessam episódios depressivos frequentemente apresentam baixa motivação para atividades básicas, como comer e beber água.
Com o tempo, isso pode levar à desidratação e subnutrição, mesmo sem a percepção de sede. O corpo deixa de enviar sinais claros, e a falta de ingestão hídrica agrava o quadro emocional.
Estudos mostram que a desidratação interfere diretamente na produção de neurotransmissores como a serotonina, essencial para o controle do humor. Assim, o problema pode se tornar um ciclo: a depressão causa desidratação, e a desidratação intensifica sintomas depressivos como fadiga, irritabilidade e lentidão cognitiva.
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A conexão entre hidratação e saúde mental

A água é vital para o funcionamento do corpo e do cérebro. Além de regular a temperatura e transportar nutrientes, ela influencia diretamente a função cognitiva e emocional. A hidratação também está relacionada a condições como ansiedade, déficit de atenção, memória e depressão.
Um estudo com mais de 3.000 adultos iranianos observou que pessoas que bebiam menos de dois copos de água por dia tinham risco significativamente maior de desenvolver sintomas depressivos do que aquelas que consumiam cinco copos ou mais.
Até mesmo pequenos níveis de desidratação podem causar queda de energia, dificuldade de foco e alterações de humor, sintomas frequentemente confundidos com cansaço ou estresse.
Benefícios da hidratação adequada para o cérebro

A hidratação correta promove equilíbrio eletrolítico, melhora a circulação cerebral e auxilia na transmissão de impulsos nervosos. Quando o corpo está bem hidratado, há melhor oxigenação do cérebro, o que se reflete em:
- Maior clareza mental e atenção.
- Melhora no humor e redução da ansiedade.
- Aumento da memória de curto prazo e do tempo de reação.
- Redução da sensação de fadiga e apatia.
Em contrapartida, a falta de água pode levar a confusão mental, cefaleias (dores de cabeça) e até sintomas físicos como tontura e palpitações.
Dicas para manter-se hidratado

Mesmo que a sede não seja perceptível, é importante criar hábitos que garantam uma ingestão constante de líquidos. Segundo nutricionistas, o ideal é beber pequenas quantidades de água ao longo do dia, sem esperar sentir sede.
Algumas estratégias simples de hidratação incluem:
- Combine as refeições com água em vez de refrigerantes ou sucos industrializados.
- Tenha sempre uma garrafa de água por perto e reabasteça com frequência.
- Consuma frutas e vegetais ricos em água, como melancia, pepino, laranja, abobrinha e alface.
Vale lembrar que metade da água ingerida diariamente pode vir dos alimentos, especialmente dos in natura ou minimamente processados. Pratos tradicionais como feijão com arroz têm cerca de dois terços de seu peso em água, contribuindo para a hidratação.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
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Saúde
O que é Transtorno Afetivo Bipolar? Conheça causas e sintomas

Todo mundo passa por dias em que o humor não está dos melhores ou momentos de euforia repentina ao receber uma boa notícia. Essas oscilações são naturais do ser humano.
No entanto, quando essas mudanças se tornam extremas, duradouras e começam a prejudicar o sono, o trabalho e os relacionamentos, acende-se o alerta para algo mais complexo. É nesse território que o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) se instala, exigindo atenção médica e compreensão livre de preconceitos.
TAB: veja o que você precisa saber sobre o Transtorno Afetivo Bipolar
O Transtorno Bipolar é uma condição clínica crônica caracterizada por alterações intensas de humor e energia. Diferente da instabilidade comum do dia a dia, o TAB é marcado pela alternância entre polos opostos: a mania (ou hipomania), que é um estado de euforia, agitação e grandiosidade, e a depressão, caracterizada por profunda tristeza e apatia.
Segundo as diretrizes médicas globais, esse quadro não tem cura definitiva, mas é totalmente tratável, permitindo que o paciente leve uma vida funcional e produtiva.

Por que acontece? Genética e química cerebral
Não existe um único culpado pelo aparecimento do transtorno, mas sim uma combinação de fatores. A ciência aponta fortemente para uma herança familiar e genética. De acordo com o capítulo sobre o espectro bipolar no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), existe um risco médio dez vezes maior de desenvolver o transtorno entre parentes adultos de indivíduos com os tipos I e II da condição.
Além do DNA, há o fator biológico: o cérebro de uma pessoa com TAB apresenta um desequilíbrio nos neurotransmissores (como serotonina e dopamina), que são os mensageiros químicos responsáveis por regular nosso humor e bem-estar.
Sintomas e diagnóstico: o que observar?
O diagnóstico é essencialmente clínico, feito por um psiquiatra através de uma entrevista detalhada com o paciente e, muitas vezes, com a família. Não existem exames de sangue ou de imagem que detectem o bipolar, mas eles podem ser pedidos para descartar outras doenças.
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Para fechar o diagnóstico, o médico se baseia nos critérios do DSM-5, que divide os sintomas em dois polos principais:
- Episódio Maníaco: Envolve humor anormalmente elevado, aumento da energia, redução da necessidade de sono (a pessoa dorme 3 horas e se sente descansada), pensamento acelerado e comportamentos de risco (gastos excessivos ou indiscrições sexuais).
- Episódio Depressivo: Inclui humor deprimido na maior parte do dia, perda de interesse em atividades, fadiga, alterações de peso e dificuldade de concentração.
É importante notar que o transtorno bipolar é uma condição para a vida toda. Os episódios podem durar semanas ou meses se não tratados.

Quem é mais afetado e quando surge?
Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, o transtorno tem uma “janela” de aparecimento mais comum, o DSM-5 aponta que a idade média de início do primeiro episódio é aproximadamente aos 18 anos para o Bipolar Tipo I e em meados dos 20 anos para o Tipo II.
Isso significa que o início da vida adulta, fase de entrada na faculdade, primeiro emprego e aumento das responsabilidades é um período crítico. O estresse dessa fase, somado a gatilhos ambientais (como traumas, luto, rupturas de relacionamento ou abuso de substâncias), pode funcionar como a “chave” que liga o transtorno em quem já tem predisposição genética.
Tratamento para TAB, Transtorno Afetivo Bipolar
A boa notícia é que a medicina evoluiu muito. O tratamento é, na maioria das vezes, um tripé:
- Medicamentos: Uso de estabilizadores de humor e, em alguns casos, antipsicóticos, prescritos pelo psiquiatra.
- Psicoterapia: Essencial para que o paciente aprenda a reconhecer os sinais de uma nova crise e a lidar com as emoções.
- Estilo de Vida: Rotina de sono rigorosa e exercícios físicos.
Se você ou alguém próximo apresenta essas oscilações, buscar ajuda especializada é o primeiro passo para retomar o controle.
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O que é febre reumática? Veja sintomas e tratamento

Muitas vezes, ignoramos uma dor de garganta nas crianças, achando que é apenas um incômodo passageiro. No entanto, quando causada por uma bactéria específica e não tratada corretamente, essa infecção simples pode desencadear uma reação em cadeia no sistema imunológico, levando a uma condição séria conhecida como febre reumática.
Embora o nome sugira apenas “febre”, a doença é complexa e pode deixar marcas permanentes, especialmente no coração. Entender os sinais e a importância do tratamento precoce é a melhor forma de proteger quem amamos.
Tudo o que você precisa saber sobre febre reumática
Para compreender a febre reumática, precisamos primeiro entender que ela não é uma infecção direta, mas sim uma resposta exagerada do próprio corpo. Ela é uma doença inflamatória que ocorre como uma sequela tardia de uma infecção na garganta (faringoamigdalite) causada pela bactéria Streptococcus pyogenes (estreptococo do grupo A).
Basicamente, o sistema de defesa tenta combater a bactéria, mas acaba atacando tecidos saudáveis do próprio organismo, como articulações, pele, cérebro e coração. Segundo o Ministério da Saúde, a febre reumática é uma reação autoimune a essa infecção estreptocócica anterior.

Quem é o alvo e como acontece?
A doença tem um público-alvo muito bem definido. Embora possa ocorrer em outras faixas etárias, ela é rara antes dos 3 anos e após os 21 anos. Estatisticamente, a febre reumática atinge principalmente crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos de idade.
A ocorrência não depende apenas da bactéria, mas também de uma predisposição genética do indivíduo e de fatores ambientais, como aglomerações e condições de habitação que facilitam a propagação do estreptococo.
Um ponto curioso e importante é sua relação com outras doenças: a mesma bactéria que causa a febre reumática também é responsável pela escarlatina. Portanto, crianças que desenvolvem escarlatina ou amigdalites de repetição não tratadas estão na rota de risco.
Principais sintomas da Febre Reumática
Os sintomas costumam aparecer cerca de duas a três semanas após a infecção de garganta. O quadro clínico é variado, mas os sinais clássicos incluem:
- Artrite (dor nas juntas): Geralmente migratória (passa de um joelho para o outro, ou para os cotovelos e tornozelos), com inchaço, calor e vermelhidão.
- Cardite (inflamação no coração): O sintoma mais preocupante, podendo causar sopro cardíaco, cansaço e dor no peito.
- Coreia de Sydenham: Movimentos involuntários e bruscos dos braços e pernas, além de fraqueza muscular e instabilidade emocional.
- Problemas de pele: Nódulos subcutâneos (caroços indolores sob a pele) e eritema marginado (manchas vermelhas com bordas nítidas, sem coceira).

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico não é feito por um único exame de sangue “mágico”. Ele é clínico, baseado nos Critérios de Jones, que avaliam a combinação dos sintomas citados acima junto com a comprovação de uma infecção prévia por estreptococo (através de exames como o ASLO ou cultura de orofaringe). O médico (geralmente um pediatra, reumatologista ou cardiologista) é quem fecha esse diagnóstico.
O tratamento tem três pilares:
- Erradicar a bactéria: Uso de antibióticos (geralmente penicilina benzatina) para eliminar qualquer resquício do estreptococo.
- Controlar a inflamação: Uso de anti-inflamatórios (como aspirina) ou corticosteroides em casos mais graves.
- Profilaxia (Prevenção Secundária): O paciente precisará tomar injeções de antibiótico periodicamente (geralmente a cada 21 dias) por anos, para evitar novas infecções que reativem a doença.
É possível evitar a Febre Reumática? Tem cura? Pode matar?
A boa notícia é que a febre reumática é totalmente evitável. A prevenção primária consiste, simplesmente, em tratar corretamente as dores de garganta estreptocócicas com antibióticos prescritos pelo médico. Não interromper o tratamento antes da hora é crucial.
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Sobre a cura: a fase aguda da inflamação é curada. No entanto, se o coração foi afetado, as sequelas nas válvulas cardíacas podem ser permanentes.
E, infelizmente, a febre reumática pode matar. A principal causa de óbito é a insuficiência cardíaca decorrente da cardite grave. Diretrizes médicas apontam que a doença reumática cardíaca continua sendo uma causa significativa de morbidade e mortalidade cardiovascular no Brasil, especialmente quando o diagnóstico é tardio ou a profilaxia não é seguida corretamente.
Portanto, ao menor sinal de dor de garganta intensa e febre em crianças, a consulta médica não deve ser adiada.
Sim. Embora a maioria dos sintomas seja tratável, a doença pode ser fatal se causar danos severos ao coração (cardite). A inflamação nas válvulas cardíacas, se não tratada ou se for muito agressiva, pode levar à insuficiência cardíaca grave e ao óbito.
O alvo principal são crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos. A doença se manifesta em pessoas que já possuem uma predisposição genética e que não trataram adequadamente uma infecção de garganta causada pela bactéria estreptococo.
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Saúde
Novo estudo sobre transtornos mentais pode ajudar a combater estigma

Um novo artigo acadêmico propõe uma mudança profunda na forma como a sociedade e a própria psicologia clínica enxergam os transtornos mentais.
Em vez de focar exclusivamente nos danos e limitações, pesquisadores sugerem incluir também atributos positivos frequentemente presentes nessas condições — uma abordagem que, segundo eles, pode reduzir o estigma, melhorar o cuidado e oferecer esperança a pacientes e famílias.
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Criatividade, empatia e redes sociais mais fortes
- No estudo “Aspectos Positivos nos Transtornos Psicológicos: Uma Agenda para Pesquisa e Mudança Social”, June Gruber, professora da Universidade do Colorado em Boulder, e colegas da Universidade Cornell reúnem décadas de evidências que relacionam doenças mentais a características como criatividade, empatia, sensibilidade emocional e resiliência.
- Pesquisas citadas no artigo mostram que pessoas com esquizofrenia leve, hipomania ou transtorno bipolar tendem a apresentar níveis mais altos de criatividade e a buscar carreiras criativas.
- Indivíduos com histórico de depressão, por sua vez, demonstram maior disposição para cooperar.
Em um estudo com quase 2.000 universitários, jovens no espectro bipolar relataram redes sociais mais amplas e maior sensação de apoio, apesar dos conflitos decorrentes da condição.
Outro trabalho revelou que pessoas com risco elevado de mania são mais capazes de detectar mudanças sutis nas emoções alheias.
O estudo foi publicado na revista Current Directions in Psychological Science.

Uma visão mais ampla e esperançosa da saúde mental
O artigo também destaca relatos de pacientes que enxergam momentos difíceis como gatilhos para construção de autoconhecimento e resiliência.
Em um estudo conduzido por Jonathan Rottenberg, da Universidade Cornell, 10% dos participantes diagnosticados com depressão clínica estavam “prosperando” uma década depois — com níveis de bem-estar superiores aos de adultos sem histórico depressivo.
Os autores ressaltam, contudo, que reconhecer aspectos positivos não significa minimizar o sofrimento ou abandonar tratamentos como medicamentos e psicoterapia. A proposta é ampliar o olhar, preservando pontos fortes individuais enquanto se controla os sintomas prejudiciais.
“Compreender a pessoa de forma holística permite apoiá-la melhor”, afirma Gruber.

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