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Negócios

Sinais de que é hora de passar o bastão para novos líderes

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Joe Biden fez seu primeiro discurso na quarta-feira (24) desde que anunciou sua desistência da corrida presidencial nos Estados Unidos. Ao endossar Kamala Harris, atual vice-presidente, ele explicou a decisão de desistir da candidatura: “A melhor maneira de seguir em frente é passar a tocha para uma nova geração.”

Surge então um questionamento: existe momento certo para deixar alguém mais jovem assumir a liderança? Essa decisão não diz respeito apenas à preparação pessoal; também envolve reconhecer o impacto na força de trabalho e na próxima geração de aspirantes a líderes.

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Joe Biden anunciou sua renúncia à candidatura para a reeleição nos EUA no domingo (21) e abriu espaço para nova liderança

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Antes da saída de Biden, havia argumentos de ambos os lados: aqueles que achavam que ele fez um ótimo trabalho nos últimos quatro anos e que a idade não deveria determinar suas capacidades, e outros que queriam que ele se afastasse e deixasse um líder mais jovem ter a chance de guiar o partido democrático.

Profissionais das gerações Z e Y que estão ansiosos para avançar na carreira podem ver os caminhos bloqueados pelos Baby Boomers (de 60 a 78 anos) que relutam em se aposentar.

Existe um momento em que é preciso se despedir com a cabeça erguida e inspirar as gerações mais jovens a assumir posições de liderança. Confira alguns sinais de que chegou a hora de se afastar do cargo e entenda como lidar com essa transição.

5 sinais de que é hora de passar o bastão da liderança

Resistência à mudança

O mundo dos negócios está em constante evolução. Se você percebe que está resistindo a novas tecnologias, metodologias ou estratégias, isso pode indicar que sua abordagem está se tornando desatualizada. Novas perspectivas são cruciais para manter uma empresa competitiva e inovadora.

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Diminuição do entusiasmo

Com o tempo, a faísca inicial que alimentou sua carreira diminui. Se você se sente menos animado com suas tarefas diárias e com os objetivos gerais da sua companhia, pode ser um sinal de que é hora de seguir em frente.

Fadiga física e mental

As demandas de um trabalho de alto nível podem prejudicar sua saúde. Estresse crônico, exaustão e outros problemas de saúde são indicadores de que pode ser hora de considerar a aposentadoria ou novas oportunidades.

Maior desejo de tempo pessoal

Se você deseja passar mais tempo com a família, seguir hobbies, viajar ou simplesmente relaxar, esses são motivos legítimos para considerar se afastar. A vida fora do trabalho é igualmente importante.

Mentoria tem mais impacto do que a gestão

Quando você tem mais alegria em orientar e apoiar colegas mais jovens do que em gerenciar as operações diárias, pode ser a hora de fazer a transição para um papel mais consultivo.

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Ficar além da conta tem suas desvantagens

Também existem possíveis desvantagens em “ficar além da conta” na mesma posição de liderança. Confira algumas:

Caminhos bloqueados

Manter sua posição por muito tempo limita as oportunidades para profissionais mais jovens. Novos graduados e líderes emergentes precisam de espaço para crescer, ganhar experiência e ascender na carreira. Quando cargos seniores são ocupados por aqueles que relutam em se aposentar, isso pode impedir o fluxo natural de progressão de carreira.

Implicações econômicas

Profissionais jovens estão em uma fase da vida em que buscam estabilidade financeira. Eles estão comprando casas, formando famílias e pagando empréstimos estudantis. Ao não desocupar cargos seniores, os Boomers dificultam o crescimento econômico e a estabilidade da próxima geração.

Menos inovação

As gerações mais jovens trazem novas ideias, perspectivas e uma disposição para abraçar mudanças. As organizações prosperam com a inovação e a adaptabilidade, e isso frequentemente vem com novos talentos.

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Saúde

Fazer hora extra em uma posição ou empresa que já não te brilham o olho como um dia fizeram também pode trazer impactos para sua saúde, física e mental. Está tudo bem em não ter mais o mesmo ritmo e disposição que as funções exigem.

Por que alguns não largam o osso?

Se você é um millennial ou parte da geração Z, é importante ter compreensão e empatia pela perspectiva dos Boomers. Veja algumas razões pelas quais eles podem estar relutantes em deixar suas posições de líderes.

Sentido de propósito

Para muitos Boomers, o trabalho proporciona um senso de propósito e identidade. A aposentadoria pode parecer que estão perdendo uma parte de si mesmos. Não se trata apenas de dinheiro; é sobre permanecer relevante, contribuir e manter conexões sociais.

Medo da irrelevância

Deixar uma carreira de longo prazo pode trazer medos de se tornar irrelevante ou perder sua influência. Isso pode ser uma perspectiva assustadora, especialmente para aqueles que dedicaram décadas à sua profissão. Compreender esse aspecto emocional é crucial.

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Como sair com a cabeça erguida

Aqui estão algumas maneiras para fazer a transição, se chegar à conclusão de que é hora de passar o bastão.

Vá devagar

Em vez de uma saída abrupta, considere uma transição gradual. Participe de programas de mentoria para transmitir seu conhecimento e experiência a colegas mais jovens. Isso pode criar uma transferência suave e garantir o sucesso contínuo da organização.

Adote papéis consultivos

Muitas empresas valorizam a experiência de seus funcionários seniores. A transição para um papel consultivo permite que você se mantenha conectado e contribua significativamente sem estar no dia a dia. Isso pode proporcionar um senso de propósito enquanto abre espaço para talentos mais jovens se tornarem líderes.

Explore novos ramos

A aposentadoria não precisa significar o fim da produtividade. Muitos profissionais encontram realização em trabalhos voluntários, iniciando novos negócios ou perseguindo paixões que foram deixadas de lado durante suas carreiras. Explorar esses ramos pode ajudar a mitigar a perda de propósito associada à aposentadoria.

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Mais um passo na jornada

Saber quando é a hora de fechar um ciclo na carreira é uma parte desafiadora, mas necessária, da vida profissional. Requer autoconsciência, empatia e disposição para abraçar a mudança. Reconhecendo os sinais de que é hora de seguir em frente, você pode garantir que sua saída seja digna e benéfica para todas as partes envolvidas.

Para a geração mais jovem, é uma chance de assumir, trazer novas ideias e continuar o legado. Para aqueles que estão se afastando, é uma oportunidade de explorar novos caminhos, orientar a próxima geração e deixar um impacto duradouro.

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*Elizabeth Pearson é colaboradora da Forbes US. Ela é consultora de carreira, autora, podcaster e palestrante com foco em mulheres.

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Funcionários da Nvidia se tornam multimilionários

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

A ascensão meteórica da Nvidia no mercado de chips para inteligência artificial criou uma onda de milionários entre seus funcionários. Essa geração de riqueza sem precedentes decorre do desempenho extraordinário das ações da empresa, que disparou 3.776% desde o início de 2019.

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O programa de compra de ações da Nvidia, que permite aos funcionários adquirir papéis com um desconto de 15%, transformou a vida de muitos colaboradores. Isso porque o preço das ações subiu de US$ 14 (R$ 78,46) em outubro de 2022 para quase US$ 107 (R$ 599,66) no momento da publicação desta matéria.

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Jensen Huang, CEO da Nvidia

Uma pesquisa realizada em junho com mais de 3.000 funcionários da Nvidia (de um total de cerca de 30.000) viralizou nas redes sociais por afirmar que 76% deles diziam ser milionários. Também indicou que um em cada três funcionários tinha um patrimônio líquido superior a US$ 20 milhões (R$ 112 milhões).

No entanto, apesar de estarem enriquecendo, os funcionários da Nvidia relatam um ambiente de “pressão constante” com longas horas de trabalho, brigas e gritos em reuniões, demandas rigorosas e práticas de microgerenciamento.

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Um ex-funcionário do suporte técnico afirmou que trabalhava todos os dias, incluindo os finais de semana, até 1h ou 2h da manhã, e que seus colegas engenheiros trabalhavam ainda mais horas.

“Algemas de ouro”

Atuais funcionários e profissionais que já trabalharam na Nvidia descrevem seus lucrativos pacotes de remuneração como “algemas de ouro”. Ou seja, embora desfrutem de recompensas financeiras importantes, esses benefícios também os aprisionam em um ambiente de trabalho completo.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, adotou um estilo de liderança controverso que enfatiza pressionar os funcionários ao máximo, em vez de recorrer a demissões. Durante uma conversa com o cofundador da empresa de tecnologia para pagamentos Stripe, Patrick Collison, em abril, Huang brincou dizendo que prefere “torturar os funcionários até a excelência”.

Modo “semi-aposentadoria”

A gigante dos chips, que se tornou uma das empresas mais valiosas do mundo, agora tem um grande desafio: motivar funcionários de longo prazo que se tornaram multimilionários por meio da valorização das ações.

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Profissionais com muitos anos de casa se encontram em um estado de “semi-aposentadoria” devido à sua fortuna considerável proveniente das opções de ações. Esse fenômeno levou a tensões internas, já que o nível de engajamento desses funcionários teria diminuído, relatou o Business Insider.

Esse problema chegou ao auge em uma reunião geral da empresa em dezembro, quando Huang abordou as preocupações sobre os profissionais “semi-aposentados”. Em resposta, ele incentivou todos os funcionários a assumir a responsabilidade pelo seu trabalho, encorajando-os a agir como “CEOs do seu tempo”.

Microgerenciamento

Quando os gestores observam uma queda no desempenho ou no engajamento da sua equipe, muitas vezes se sentem obrigados a aumentar a supervisão e o controle como uma forma de tentar melhorar os resultados. Isso pode se manifestar como comportamentos de microgerenciamento.

A baixa produtividade pode fazer com que os líderes percam a confiança nas habilidades dos funcionários para trabalhar de forma independente, levando-os a monitorar o trabalho mais de perto e fornecer orientações excessivas. Além disso, profissionais desengajados e que não se comunicam proativamente podem fazer com que os gestores solicitem reuniões e atualizações constantes.

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Apesar dos relatos de excesso de trabalho e um ambiente estressante na Nvidia, a empresa tem uma taxa de rotatividade notavelmente baixa de 2,7%, comparada à média da indústria de semicondutores – de 17,7%. Além disso, ficou em 2º lugar na lista anual “Melhores Lugares para Trabalhar” do Glassdoor em 2024, marcando seu quarto ano consecutivo entre as cinco principais empresas.

A Nvidia não respondeu ao pedido de comentário até o momento da publicação.

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*Jack Kelly é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é CEO, fundador e recrutador executivo da WeCruitr, uma startup de recrutamento e consultoria de carreira.

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Negócios

Nova CEO da Montblanc conta o que é preciso para chegar à liderança

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Montblanc/Igor Kalinouski
Montblanc/Igor Kalinouski

Juliana Pereira, líder da Montblanc no Brasil, se formou em letras e buscou diferentes competências a depender do momento da carreira

Juliana Pereira estudou letras para seguir o sonho de ser escritora, enquanto equilibrava funções corporativas em uma companhia de importação de vinhos. “Nunca iria pensar que um dia seria a líder de uma empresa conhecida pelo instrumento de escrita mais famoso do mundo”, diz a executiva, que acaba de assumir como country manager da Montblanc no Brasil, reportando para o presidente das Américas.

Há 13 anos na empresa, Juliana é a primeira mulher e brasileira na posição. “Passei por três chefias, todos estrangeiros e homens, e precisei explicar o Brasil para eles”, conta a executiva. O processo de sucessão já estava em curso, mas foi acelerado com a saída do então líder da empresa no Brasil, Michel Cheval. “As coisas se encaixaram muito rápido. Foram duas reuniões e uma decisão.”

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A executiva começou no marketing, há mais de 10 anos, e chegou à cadeira número um da empresa, que faz parte do grupo Richemont, dono da Cartier e de outras marcas de luxo. “A exposição veio por buscar outros desafios, não ficar só no marketing”, diz. Em 2016, Juliana convenceu seu então chefe e o CEO global da marca de que a Montblanc precisava ter um e-commerce no Brasil. “Quando chegou a pandemia, o site já estava funcionando há três anos. Não ficamos um dia sem vender.”

Liderar essa frente foi peça-chave para se mostrar uma profissional completa e elegível para estar à frente da marca no país. “Se você tem ambição de chegar na liderança, precisa ir além e fazer a diferença no resultado do negócio.”

Aqui, Juliana Pereira conta as habilidades que precisou desenvolver ao longo da trajetória, da faculdade de letras ao mundo corporativo, e os desafios de liderar uma empresa centenária que está em transformação, da cultura da escrita para uma marca de estilo de vida.

Forbes: Como foi a transição para assumir a nova posição?

Juliana Pereira: Foi uma transição tranquila, principalmente porque estar na empresa por mais de 10 anos ajuda muito. Eu já estava de uma certa forma muito próxima das decisões e projetos e do Michel Cheval, que estava aqui na posição antes de mim. Passei por três chefias na empresa, os três estrangeiros e homens, e precisei explicar o Brasil e a empresa aqui no Brasil para eles. Então eu me senti pronta e a transição foi natural. Ouvi isso do próprio presidente das Américas, que é meu report direto, o que é um grande elogio.

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Como foi o processo para se tornar CEO?

Não foi exatamente um processo seletivo, foi mais como um projeto de sucessão. A gente já vinha trabalhando nisso e obviamente depende do momento da empresa, da movimentação dos executivos e da vontade do internacional. Não tinha nada garantido, mas existia esse desejo da minha parte e esse trabalho que a gente vinha fazendo. As coisas se encaixaram muito rápido. Foram duas reuniões e uma decisão. Mas também foi um misto de sentimentos porque eu não esperava que ele saísse tão cedo e a gente trabalhava muito bem juntos.

Você chegou a verbalizar que tinha a ambição de sentar nessa cadeira?

Sim, e os processos de desenvolvimento de carreira estão muito mais formalizados hoje. Quando eu entrei, sentia que isso ainda era algo menos organizado. Nos últimos 6 anos, o processo de recursos humanos do grupo foi enriquecido com muitas sessões de feedback, processos que muitas vezes a gente acha que não são importantes, mas eu sou a prova de que funcionam. Foi a chance de ter algo como um teste vocacional de novo e poder pilotar o avião da minha carreira. Porque quando era mais nova, fui deixando as coisas acontecerem e as oportunidades chegarem.

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Com os processos internos de feedback e desempenho, isso me deu visibilidade e deixou mais claro aonde eu queria chegar. Na pandemia, tive mais calma, fiz cursos e pensei se era isso que eu queria. Porque quando você assume uma operação, você não pode fazer só o que você gosta. A parte dos números, que eu considerava mais chata, acabou tendo um propósito maior para ajudar a ver o 360 do negócio.

Como o marketing te ajudou a chegar à posição número um da empresa no Brasil?

Na minha trajetória, a exposição veio por buscar outros desafios, não ficar só no marketing. Eu estava na comunicação, mas quis entrar um pouco mais no negócio e fui atrás de começar o e-commerce da Montblanc no Brasil.

Foi importante ter passado pela comunicação porque é uma área em que você consegue interagir com todos os canais de venda. Mas se você tem a ambição de chegar na liderança, precisa mostrar que o profissional de comunicação pode ir além da peça de publicidade ou do evento para realmente fazer a diferença no resultado do negócio.

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Como foi o processo para lançar e liderar o e-commerce da Montblanc no Brasil?

Foi uma insistência da minha parte e um convencimento do meu chefe de que valia a pena. Coincidiu com a primeira vez que um CEO da Montblanc veio para o Brasil e eu e o meu antigo chefe, Alain dos Santos, apresentamos o projeto de fazer um e-commerce no Brasil. Na época, o CEO, Jérôme Lambert, que hoje é CEO global do Grupo Richemont, assinou e confiou no projeto. Foi o primeiro e-commerce feito fora do grupo e com o apoio de um parceiro externo porque a gente não tinha estrutura logística própria do grupo no Brasil. Eu achava que a gente estava perdendo uma oportunidade muito grande porque por volta de 2016 o e-commerce estava crescendo muito. Eu já tinha feito um projeto com vinhos que fez o negócio ir para outro patamar.

Qual foi a importância de ter um e-commerce rodando quando chegou a pandemia?

Nós lançamos o e-commerce da Montblanc em 2017 e fomos a única marca do grupo no Brasil com o site funcionando já há três anos quando começou a pandemia. A gente não ficou um dia sem vender. Já estávamos com uma facilidade que era a venda assistida, então todo mundo ficou ativo de casa.

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Esse lançamento te deu visibilidade internamente e te destacou para assumir essa nova posição?

Com certeza ajudou. O fato de já ser responsável por um canal de vendas foi determinante porque acho que ter apenas a responsabilidade da comunicação e marketing, sem uma base comercial, seria um impeditivo. Além disso, eu já era uma liderança por influência, as pessoas já respeitavam as minhas opiniões mesmo sem ter o cargo.

Como funciona a estrutura da Montblanc no Brasil? Quais os desafios e oportunidades de liderar uma marca centenária?

É uma grande responsabilidade porque é uma marca muito querida pelo público brasileiro e globalmente muito reconhecida. É uma marca em transformação: a Montblanc que eu conheci quando eu entrei, há mais de 10 anos, não é a mesma de hoje. A gente migrou de uma marca da cultura da escrita para uma marca de estilo de vida. Quando você entra na loja, você tem todos os acessórios que você pode imaginar, desde um headphone até abotoadura para um casamento. A categoria onde a gente tem mais oportunidade de surpreender são os acessórios em couro porque nos últimos anos a Montblanc também tem se aproximado do calendário da moda. Isso atrai um novo público, mais jovem e feminino, e traz uma mudança de negócio. O público jovem que acessa o e-commerce da Montblanc hoje, acessa primeiro os acessórios de couro, então essa é uma confirmação de que esse é o caminho.

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Quando começou a sua formação em letras, o que você projetava para a sua carreira?

Eu estudei letras e o plano A era me tornar escritora. Para ganhar dinheiro, eu seria tradutora e intérprete. No meio do caminho, comecei a trabalhar com uma importadora de vinhos, a Expand, então parei a faculdade de tradução e continuei a parte do sonho, que era letras. Eu entrei na área de compras justamente por ter habilidade com a língua inglesa, já dava aulas. Me apaixonei pelo mundo do vinho e fui vendo que gostava do mundo corporativo.

Hoje, trabalhando numa multinacional, em que todos os nossos produtos são importados, essa experiência me ajuda muito porque eu conheço todos os processos.

Como foi parar no marketing?

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Lá dentro mesmo migrei para comunicação e marketing, onde me encontrei. Fiquei mais de 10 anos trabalhando no vinho, e no meio do caminho teve a Itália. A Expand tinha um escritório no norte da Itália e eu fui ser o link entre as vinícolas da Europa e o mercado brasileiro. Foi uma experiência sensacional tanto de vida quanto profissional. Tive a minha primeira líder mulher e aprendi muito com ela, que é uma referência para mim até hoje. Ela dizia que os desafios existem, quer você esteja preparada ou não, então é melhor que você encare logo o problema e tome as decisões sem ficar olhando para trás.

Por que decidiu sair?

Já estava há 10 anos no segmento e comecei a dar uma estagnada. Era nova demais para ser head e ainda queria ter uma visão de outro segmento. Eu saí sem ter para onde ir, tive o privilégio de tirar um sabático de seis meses para viajar e pensar na vida, mas nesse período também trabalhei em algumas vinícolas como guia.

A formação em letras te ajudou de alguma forma a construir sua carreira corporativa?

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Fiz bacharelado em letras, mas também fiz vários outros cursos técnicos de trade marketing, gestão de pessoas. Estudar letras na USP me ensinou a formar um pensamento crítico. A gente é muito jovem para saber o que quer fazer da vida, mas o tipo de ensino que eu tive foi muito rico. Fiz muitas optativas na Faculdade de Economia, de Filosofia, de Arquitetura, e conheci mentes brilhantes. Estudei grego, latim, tupi-guarani, era maravilhoso. Me ensinou a saber que eu posso acessar várias coisas e não preciso me limitar e me colocar em uma caixinha.

Quais habilidades você precisou desenvolver ao longo da sua carreira?

Eu tive que desenvolver muita coisa porque estava indo para um lado e a vida me levou para outro. O que eu acho que foi mais desafiador, e continua sendo, é a gestão de pessoas. Obviamente eu tive que desenvolver várias habilidades técnicas, estudei francês, experiência do cliente, estudei SEO e mídias digitais quando estava no projeto de e-commerce, até um pouco de arquitetura porque também fiz projetos para novas boutiques. Dependendo do desafio e do momento, eu ia atrás da habilidade técnica, mas se tivesse que escolher uma coisa que me ajudou a unir tudo é a gestão de pessoas. Você nunca vai ser tecnicamente excelente em tudo, e se você tem como objetivo ser líder de um negócio, você vai precisar fazer boas escolhas de pessoas que têm habilidades que você não tem para formar times diversos, que se complementam e saber lidar com essa diversidade, que eu acho que é o maior desafio.

O que você considera quando vai contratar alguém?

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Eu sempre começo qualquer entrevista pedindo para a pessoa se apresentar e falar da trajetória dela com as próprias palavras. Porque o currículo é uma coisa fria. Assim eu consigo entender como a pessoa se vê, porque autoconhecimento para mim é uma das coisas mais importantes num profissional. Essa é uma soft skill que você não consegue ensinar, o resto a gente ensina.

Tirando o crachá, quem é a Juliana?

Eu nasci em São Paulo, mas fui criada em Cotia, onde meu pai trabalhava. Tive uma infância e adolescência bem simples e tranquilas, agradeço muito meus pais por terem saído de São Paulo. Eu sou simples, mas também sou exigente. Gosto muito de comer e de beber bem. A experiência com vinhos mudou a minha vida e meu paladar. Gosto de arte, teatro, cinema, música, tudo que é belo. Estudei fotografia e adoro fotografar a natureza.

Como busca o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho?

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Tenho o privilégio de morar muito próximo do escritório. Vou e volto andando, então não perco mais tanto tempo no trânsito. Eu tento me organizar para fazer exercício físico quase todos os dias. Faço pilates e musculação e uns 20 minutinhos de yoga todo dia porque é algo essencial para o corpo e para a mente. E terapia. O autoconhecimento é importante para mim e para o meu time. Quero que eles se conheçam e saibam onde melhorar e como colaborar com os outros. Tento mostrar que errar e ser imperfeito é aceitável. Mas ignorar o fato é inaceitável.

Com o tempo aprendi a priorizar. Reconhecer o que é essencial e o que pode esperar até amanhã. Às vezes a gente entra numa pilha de que tudo é urgente, mas não é. Essa é uma coisa que já me incomodou em alguns dos meus líderes e hoje eu tento me policiar para saber o que faz a diferença.

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Formação

Bacharel Letras e Literatura – FFLCH/ USP – 1999-2004 |
BI International – MBA Trade Marketing/ Commercial – 2013-2015
USP – MBA Management and Global Marketing – 2021 -2022

Primeiro emprego

Professora de Inglês na Escolas Fisk

Primeiro cargo de liderança

Gerente de Marketing e Produtos na Expand Group do Brasil

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Tempo de carreira

Mais de 20 anos

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Alemanha aprova reforma previdenciária para incentivar aposentadoria mais tardia

Redação Informe 360

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O gabinete da Alemanha aprovou nesta quarta-feira (4) uma reforma previdenciária que inclui incentivos para manter os trabalhadores no mercado de trabalho por mais tempo, como parte de medidas para promover o crescimento na maior economia da zona do euro.

A medida ocorre em um momento em que os governos de toda a Europa tentam lidar com a escassez de trabalhadores e aliviar a carga sobre seus sistemas de aposentadoria à medida que a população envelhece.

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A idade de aposentadoria na Alemanha vai passar de 65,8 para 67 anos em 2031

Em 2030, a população ativa da Alemanha provavelmente terá diminuído em 6,3 milhões de pessoas em relação a 2010, de acordo com um relatório demográfico do Ministério do Interior. Isso reduzirá o PIB por pessoa, pois haverá menos trabalhadores para cada aposentado.

A idade da aposentadoria, a provisão de creches e as políticas de imigração são todas decisões políticas que podem influenciar o grau em que a baixa taxa de natalidade afeta a economia, disse Holger Schmieding, economista-chefe da Berenberg, à Reuters.

Na Alemanha, a idade legal de aposentadoria está programada para aumentar de 65,8 para 67 anos em 2031.

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Um novo aumento na idade de aposentadoria foi altamente controverso entre os parceiros de coalizão governista da Alemanha, então a única opção foi torná-la voluntária, oferecendo incentivos para que as pessoas trabalhem por mais tempo se sentirem-se saudáveis e capazes.

De acordo com a reforma, qualquer pessoa que adiar o início de sua aposentadoria e estiver empregada por pelo menos doze meses receberá um pagamento único equivalente aos pagamentos de pensão perdidos.

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Além disso, as contribuições do empregador para a pensão e o seguro-desemprego serão pagas diretamente aos funcionários que decidirem continuar trabalhando, além de seus salários. Isso corresponderia a um aumento salarial bruto de 10,6%.

O pesquisador do mercado de trabalho, Enzo Weber, disse à Reuters que, se a participação no mercado de trabalho de pessoas com mais de 60 anos de idade fosse aumentada para a mesma taxa das pessoas cinco anos mais jovens, a Alemanha poderia ter 2,5 milhões de trabalhadores adicionais.

“Esse é claramente um grande potencial”, disse Weber.

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