Negócios
Mulheres são maioria entre os influencers, mas dinheiro desse mercado está na mão dos homens


Nicolle Merhy, CEO da BlackDragons e Forbes Under 30, tem parcerias com grandes macas, mas observa a disparidade de gênero entre influencers de games
No mercado de influência, as mulheres são maioria: representam mais de 70% dos cerca de 20 milhões de influencers no Brasil, segundo estudo da Squid, plataforma de marketing, e YouPix, consultoria de negócios para a creator economy. Também são as que mais engajam com os criadores de conteúdo e o principal mercado consumidor. Mas ficam para trás quando o assunto é dinheiro e valorização das marcas. “Na influência, vemos um reflexo do que é a sociedade, em que os homens ainda ganham mais nas mesmas funções”, diz Rafaela Lotto, head da YouPix.
Eles recebem, em média, 20% a mais que as influenciadoras – e, em alguns nichos, o dobro, de acordo com o levantamento “Machismo, Sexismo e Equidade no Marketing de Influência”. “O dinheiro desse mercado é masculino: as empresas contratantes são dirigidas por homens e eles são os produtores de conteúdo mais bem pagos”, afirma Maria Eduarda Amaral, especialista em direito do entretenimento digital.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
O estudo, de 2020, é o mais atualizado com recortes de gênero nessa indústria. Segundo especialistas, de lá para cá, pouco mudou. “Quem toma as decisões pelas marcas e nas agências ainda são, em sua maioria, os homens”, diz a advogada, acrescentando que não há legislação que regulamente essa profissão. “A mudança precisa acontecer de dentro para fora”, explica Lotto.
Mercado em expansão
De acordo com um levantamento da FGV (Fundação Getulio Vargas) de 2023, que analisou o desempenho da Hotmart, multinacional de negócios digitais na Creator Economy, o mercado de influência gera mais de 300 mil empregos e movimenta, desde 2011, mais de R$ 30 bilhões no país. Globalmente, são US$ 250 bilhões, podendo atingir US$ 480 bilhões em 2027, segundo pesquisa da Goldman Sachs Research.
Estudos reforçam que a economia criativa digital, em ampla expansão, não está ilesa da desigualdade de gênero. Na verdade, os homens chegam a ganhar mais até mesmo em nichos associados ao universo feminino e nos quais há um maior número de influencers mulheres, como moda (3,1%) e beleza (0,6%). “Como são mais raros no mercado, podem negociar melhor o cachê”, diz a head do YouPix.
Machismo e racismo na influência
Mesmo com seus 20 milhões de seguidores no Instagram, a influencer e empreendedora Bianca Andrade, a Boca Rosa, vive essas diferenças de tratamento e pagamento. “Não quando é uma publicidade para uma marca de moda, mas quando é uma masterclass, mentoria ou um evento de empreendedorismo. A diferença é muito grande nesses casos.”
Como no mundo corporativo, mulheres – e especialmente mulheres negras – sentem que precisam entregar mais para serem vistas. “Por ser uma mulher preta baiana, estou sempre tendo que mostrar mais habilidades”, diz Lili Almeida, chef, apresentadora e influenciadora acompanhada por 1 milhão de seguidores no Instagram. “Por outro lado, é também por eu ser uma mulher preta baiana e me comunicar de uma forma considerada expansiva e sofisticada que as portas se abrem.”
“Existe um olhar utilitarista das marcas”, afirma Lotto, head da YouPix, explicando que no mês de novembro, da Consciência Negra, os influencers negros são buscados de forma desproporcional em relação ao resto do ano. “Sempre tem mais trabalho para quem é branco porque existe uma indústria pensando nesse público.”
Mais recentemente, mulheres pretas têm sido incluídas nas pautas de marcas de beleza, mas os desafios vão além da publicidade. “Como ela vai ser chamada para fazer uma publi se não existe um produto pensado para a pele dela e para a audiência dela?”, questiona Lotto.
Leia também:
Gap financeiro
Ainda segundo o estudo, a gastronomia, principal área de atuação de Lili Almeida dentro e fora das redes, é um dos nichos com maior disparidade financeira entre homens e mulheres. “Posso negociar o preço, mas meus valores são inegociáveis.”
Antes de produzir conteúdo para as redes sociais, Almeida trabalhou em diversas cozinhas pelo Brasil. “A maioria do ambiente de produção era composta por mulheres, mas os donos dessas casas eram homens. Na internet, não teria como ser diferente”, diz. E mesmo hoje, consolidada na sua área e com parcerias com marcas como Leroy Merlin, Arno e Uber, percebe a assimetria desse mercado. “Antes de tudo, cuide da sua cabeça. Quem cuida da cabeça faz um bom destino”, diz ela, que defende focar na saúde mental e física para se manter ativa na internet.
Além da gastronomia, categorias voltadas para a tecnologia, como temáticas geek e nerd, decoração e automobilismo, também têm os maiores gaps de gênero.
As mulheres só superam os ganhos dos homens em conteúdos de saúde e medicina, ganhando 120% a mais que eles. “Elas se impõem em alguns segmentos e conseguem conquistar protagonismo em nichos de ciência, por exemplo, que exigem alto capital intelectual”, analisa Amaral, especialista em direito digital.
Mulheres nos e-sports e games
A diversidade tem sido uma preocupação e estratégia de comunicação e marketing de grandes marcas, mas nem sempre a longo prazo. “Em campeonatos femininos de e-sports, por exemplo, as marcas entram no projeto, mas depois não renovam o investimento ou diminuem até o ponto de acabar”, diz Nicolle Merhy. CEO do Black Dragons e-Sports e Forbes Under 30, a influencer tem quase 250 mil seguidores no Instagram.
Nicolle é embaixadora de games da Intel, é parceira da Nike e faz publicidade para grandes marcas, mesmo fora do universo gamer, como a Bauducco. “Sou um ponto fora da curva porque tenho parcerias de longa data, mas vejo muitas meninas diminuindo o preço para fechar uma ação, e às vezes entregam tanto quanto ou até mais.”
As parcerias com influenciadoras menores ou que ainda não tem engajamento expressivo não podem ser construídas a curto prazo. “É um trabalho de médio a longo prazo para ter valor, não só de retorno sobre o investimento, mas também de posicionamento de marca.”
Isso porque contratar microinfluenciadores ou influencers gigantes são estratégias totalmente diferentes. “Influenciadores menores têm, em média, 10% de engajamento, ou seja, eficácia real na interação com o total de seguidores, enquanto influencers com mais de um milhão de seguidores alcançam, efetivamente, apenas 1%”, explica a advogada especialista nesse mercado.
Mas a disparidade de ganhos entre influencers homens e mulheres está presente em toda a indústria e em diferentes faixas etárias de produtores de conteúdo, com o maior gap na faixa entre 35 a 50 anos, quando chega, em média, a 30%. “40% das produtoras de conteúdo são mães, conforme aponta o levantamento da Squid e YouPix. Portanto, elas têm maior necessidade de geração de renda, o que pode colocá-las em uma situação mais vulnerável na negociação de cachê”, afirma a advogada. “Como o trabalho do influenciador não é tabelado, cada um escolhe o valor que quer cobrar, o que torna ainda mais difícil identificar essa diferenciação do ponto de vista científico.”
Apesar do cenário ainda desigual no mercado de influência, a head da YouPix enxerga avanços em relação à representatividade da comunicação. “Hoje, tem muito mais gente se identificando com os influencers. Antes, a gente só tinha um comercial na TV que usava estereótipos de não brasileiros. Mas ainda temos um longo caminho que passa pela transformação da indústria.”
O post Mulheres são maioria entre os influencers, mas dinheiro desse mercado está na mão dos homens apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Hapvida Anuncia Novo CEO Em Meio a Pressão da Dívida de R$ 4,25 Bilhões

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Hapvida anunciou, nesta segunda-feira (22), que o atual vice-presidente financeiro, Luccas Augusto Adib, assumirá a presidência da companhia no lugar de Jorge Pinheiro. A transição no comando será realizada de forma gradual ao longo de 2026, conforme fato relevante divulgado ao mercado.
Com a mudança, Jorge Pinheiro deixará a posição de CEO e passará a atuar exclusivamente como chairman executivo do grupo, substituindo Candido Pinheiro, também dentro do cronograma previsto para 2026.
Segundo a empresa, a escolha de Adib está alinhada ao plano de acelerar as transformações estratégicas da Hapvida. Entre as prioridades do novo presidente estão a revisão do portfólio de produtos, o aumento da eficiência operacional e o reforço da disciplina na alocação de capital, com foco na geração de valor e na sustentabilidade dos resultados.
A companhia destacou ainda que o processo de sucessão foi planejado e conduzido pelo conselho de administração, garantindo continuidade estratégica e estabilidade na gestão.
Quem é o novo presidente
Adib está na Hapvida há seis anos e construiu uma trajetória de crescimento marcada por entregas consistentes em áreas e projetos estratégicos, segundo a Hapvida. Ele assumiu o cargo de diretor financeiro em dezembro de 2023 e passou a acumular também a função de diretor de tecnologia a partir de abril de 2025, liderando reestruturações profundas com foco em pessoas, processos e tecnologia.
Segundo o fato relevante, na presidência, Adib terá como missão acelerar as transformações que a companhia vem conduzindo nos últimos anos, com ênfase na construção de uma cultura organizacional de alta performance.
“Dentre as prioridades de seu mandato, estão a centralidade na experiência do usuário, a revisão de produtos, o posicionamento estratégico e a transformação digital, bem como o extremo rigor e a disciplina na alocação de capital”, diz o texto.
Pressão da dívida
Apesar de registrar lucro líquido de R$ 337,7 milhões no terceiro trimestre de 2025, a operadora segue pressionada por um passivo bilionário que continua a crescer. A dívida líquida da companhia alcançou R$ 4,25 bilhões, avanço de 3,7% na comparação anual.
O elevado nível de endividamento pesou fortemente sobre a percepção do mercado, levando as ações da empresa a recuarem quase 40% logo após a divulgação dos resultados.
A pressão financeira é reforçada pela queda de 2,1% no Ebitda ajustado, que totalizou R$ 746,4 milhões no trimestre. O desempenho operacional foi impactado pelo aumento da sinistralidade, que chegou a 75,2%, refletindo custos mais elevados com a utilização dos serviços e a expansão da rede própria.
Embora a Hapvida tenha apresentado crescimento de receita e do tíquete médio, a manutenção da alavancagem em 1 vez a relação dívida/Ebitda indica que o equilíbrio entre a expansão da operação e o peso da dívida segue como um ponto crítico para a gestão.
O post Hapvida Anuncia Novo CEO Em Meio a Pressão da Dívida de R$ 4,25 Bilhões apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Como Líderes Usam Dezembro Como Reset Estratégico para 2026

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Para a maioria das pessoas, o pé já está no freio. Outros reduziram a marcha inconscientemente. E alguns poucos ainda estão com o pé cravado no acelerador. Na reta final do ano, dezembro vira um mês sonolento: metas são abandonadas, rotinas de saúde ficam pelo caminho no meio de infinitas confraternizações, e a promessa de “começo com tudo em janeiro” se torna o roteiro padrão.
Mas, para líderes de alta performance – e para qualquer pessoa que queira entrar em 2026 como uma versão diferente de si mesma – dezembro tem um papel importante. Essas últimas semanas estão longe de ser um período de espera passiva.
É verdade que as agendas ficam mais leves, as confraternizações e viagens aumentam e o ritmo geral dos negócios desacelera. Mas é exatamente isso que torna dezembro tão valioso. É uma oportunidade de recalibrar seu “sistema operacional” interno e ganhar vantagem competitiva.
À medida que 2026 se aproxima, os líderes que saem na frente são aqueles que encaram dezembro como um reset estratégico, e não como uma pausa total. Isso começa com quatro mudanças fundamentais:
Troque o foco em metas pelo foco em você
Dezembro é um mês precioso para dar um passo atrás, avaliar o ano que passou e deixar claro quem você pretende ser em 2026. Sua identidade manda nos padrões que você sustenta, na energia que protege, na qualidade das suas decisões e, no fim das contas, no resultado dos seus objetivos.
A identidade que uma pessoa assume — como “estou sobrecarregado”, “dou conta” ou “sou resiliente” — influencia como ela dorme, como se recupera e como lida com os desafios do dia a dia. Uma identidade desalinhada cria, com o tempo, um descasamento biológico e reduz a sua capacidade como líder.
Essa mudança pode começar com duas perguntas simples:
- Que versão de mim gerou os melhores resultados neste ano?
- Como preciso me desenvolver para alcançar os resultados que desejo no próximo ano?
Troque intensidade por alinhamento
Líderes de alta performance não evitam trabalhar duro. Mas existe uma armadilha comum: confundir progresso com mais esforço e mais horas trabalhadas. Intensidade máxima sem alinhamento raramente gera resultados sustentáveis — e frequentemente aumenta o risco de esgotamento.
Dezembro oferece uma pausa estratégica para refletir se os comportamentos, compromissos e rotinas atuais realmente correspondem ao que você quer levar para 2026. O alinhamento funciona como um multiplicador de força: quando padrões, agenda e fisiologia apontam na mesma direção, a execução flui com muito mais facilidade.
A falta de congruência, por outro lado, costuma aparecer primeiro na saúde e no desempenho. O desalinhamento frequentemente se manifesta no corpo e na mente: sono irregular, reatividade emocional elevada, pensamentos dispersos, dificuldade para perder peso ou exames que trazem resultados indesejados.
Para caminhar em direção a mais alinhamento, comece se perguntando:
- O que realmente precisa permanecer?
- O que preciso deixar?
- O que precisa ser redesenhado para alinhar meus hábitos à identidade que estou assumindo?
Troque a obsessão por resultados pela construção de capacidade
Resultados importam, mas a capacidade é o fator limitante do quanto um líder consegue sustentar esses resultados ao longo do tempo. Não importa o quão disciplinado alguém seja: ninguém pensa com clareza, toma boas decisões, se conecta de forma profunda, convence ou atua de forma estratégica quando suas reservas biológicas estão esgotadas.
Dezembro é um momento ideal para reconstruir essa capacidade. O ritmo dos negócios desacelera naturalmente, mas isso não significa inatividade. Significa restaurar os sistemas que determinam seu desempenho cognitivo e físico: regularidade do sono, ritmos circadianos adequados, práticas de recuperação e renovação, além de cuidados preventivos com a saúde.
Encare dezembro como um reset fisiológico. Rotinas que se perderam são ajustadas, fontes ocultas de estresse e compromissos excessivos são eliminadas, e assim você reconstrói a base que o sustentará no primeiro trimestre do próximo ano.
Troque a presença constante pela presença onde importa
A liderança moderna recompensa a visibilidade, mas sem intenção, isso pode ter um custo. Quando um líder tenta estar em todos os lugares, acaba diluindo seu impacto e sua energia. Dezembro é uma oportunidade para se recalibrar e entender onde sua presença realmente é necessária, e onde não é.
A presença de um líder carrega peso: influencia a cultura, molda expectativas, atrai talentos e direciona o ritmo da organização. Mas presença é compromisso. Cada reunião, conversa e decisão consome da mesma reserva de energia. Quando essa reserva se espalha demais, o desempenho cai.
Algumas perguntas podem ajudar:
- Onde meu envolvimento realmente fez diferença?
- Onde eu estava apenas ocupando espaço?
- Quais relações, equipes ou iniciativas merecem mais da minha atenção em 2026 — e quais exigem limites mais firmes?
Líderes colocam intencionalidade
Se este ano não saiu como o esperado — seja na saúde ou nos negócios —, ainda há tempo de sobra. Embora fatores externos sejam importantes, o primeiro passo para se destacar é decidir quais condições internas você está disposto a levar para 2026.
Muitos vão aliviar o ritmo agora. Você pode fazer diferente e usar essas últimas semanas para focar em sua saúde física e mental e assumir um compromisso firme com a identidade que levará para o novo ano.
Intencionalidade é o hábito que faz a diferença. Quem entende isso não fica esperando um novo dia, mês ou ano para começar.
*Julian Hayes II é colaborador da Forbes USA. Fundador da consultoria Executive Health, especializada em saúde de líderes, ele escreve sobre bem-estar, negócios e liderança.
O post Como Líderes Usam Dezembro Como Reset Estratégico para 2026 apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Tempo É Luxo: 6 em Cada 10 Brasileiros Têm no Máximo 3 Horas Livres no Dia

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Ter tempo livre suficiente para descansar, praticar um hobby ou simplesmente não fazer nada tem se tornado um privilégio para poucos brasileiros. Um levantamento da Futuros Possíveis, empresa de pesquisa e consultoria em comunicação estratégica, revela que 66% da população afirma ter no máximo três horas de tempo livre por dia.
Dentro desse grupo, 26% dizem ter menos de uma hora — ou nenhuma — de tempo livre diário. A pesquisa ouviu 1.037 pessoas com mais de 18 anos, de todas as classes sociais e regiões do país. “Vivemos uma crise de tempo livre no Brasil, o que torna esse recurso um artigo de luxo reservado a uma parcela privilegiada da população”, afirma Marcelo Gripa, cofundador e CEO da Futuros Possíveis.
O peso do trabalho invisível
Além do trabalho, um dos principais fatores que comprimem o tempo dos profissionais é o volume de tarefas não remuneradas dentro de casa. Segundo o estudo, 59% dos brasileiros dedicam pelo menos duas horas por dia a esse tipo de atividade, e, para 25%, esse tempo ultrapassa quatro horas diárias.
Esse peso recai desproporcionalmente sobre as mulheres, que são responsáveis por 75% do trabalho de cuidado não remunerado (com a casa, filhos, idosos e outros familiares e pessoas doentes), segundo a organização global contra as desigualdades Oxfam (Comitê de Oxford para o Alívio da Fome).
Ainda segundo o relatório da Futuros Possíveis, 28% das mulheres passam mais de quatro horas por dia realizando tarefas domésticas, contra 21% dos homens. “Na prática, o tempo que sobra para algumas mulheres só existe porque outra mulher assume o trabalho do cuidado”, diz a cofundadora Andreza Maia. “Essa conta quase sempre recai sobre mulheres negras, que vivem múltiplas jornadas de trabalho.”
Tecnologia vai liberar mais tempo?
Mesmo quando há algum tempo disponível, ele nem sempre se traduz em descanso, lazer ou requalificação profissional. “Notificações, mensagens e atualizações nos colocam em modo permanente de checagem”, explica Angelica Mari, especialista em comportamento digital e também cofundadora da empresa. “Essa dinâmica fragmenta o descanso e mantém a mente em estado de atenção contínua.”
Embora estudos indiquem que os avanços da tecnologia e da inteligência artificial poderiam liberar mais tempo livre para os profissionais — argumento reforçado por empresários como Bill Gates, que prevê uma semana de trabalho de apenas três dias —, na prática isso ainda não se concretizou. “Historicamente, a tecnologia não liberou o trabalhador para se divertir”, afirma Maíra Blasi, especialista em futuro do trabalho, indicando que esses ganhos de produtividade nem sempre se convertem em mais tempo para atividades fora do trabalho.
Os dados mostram que o tempo se tornou um artigo de luxo. No Brasil, 44% afirmam ter controle frequente sobre o uso do próprio tempo; menos de um terço (31%) dizem ter controle apenas ocasional, e 10% raramente ou nunca conseguem decidir sobre a própria rotina.
Como aproveitar melhor o tempo livre
Um estudo publicado pela Harvard Business Review sugere que a solução para aproveitar melhor o tempo livre tem menos relação com a quantidade de horas disponíveis e mais com a forma como elas são usadas. Pesquisadores de universidades americanas e europeias defendem uma abordagem mais ativa e intencional do lazer, conceito chamado de “leisure crafting” — ou planejamento intencional do tempo livre.
A proposta é substituir o uso passivo do tempo, como assistir à TV sem critério ou rolar o feed infinitamente, por atividades que gerem prazer, propósito e crescimento pessoal.
Essa transformação não exige mais horas no dia — apenas uma mudança de postura. “Um fã de cinema, por exemplo, pode trocar a rolagem aleatória no streaming por um plano de assistir aos 100 melhores filmes do Instituto Britânico de Cinema, escrevendo resenhas para exercitar o pensamento crítico”, explicam os autores. “Já quem gosta de se exercitar pode entrar em um grupo de corrida e estabelecer metas de desempenho.”
Alguns podem argumentar que isso significaria levar a lógica da produtividade — que já domina a rotina profissional — também para os momentos de folga. No entanto, para os autores, o segredo está em enxergar o tempo livre não apenas como uma pausa, mas como uma oportunidade de crescimento, capaz de gerar impactos positivos também na vida profissional.
O post Tempo É Luxo: 6 em Cada 10 Brasileiros Têm no Máximo 3 Horas Livres no Dia apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico

Esporte1 semana atrásVasco se classifica e enfrentará o Corinthians na final da Copa do Brasil

Tecnologia6 dias atrás8 itens para presentear um gamer no Natal de 2025

Saúde1 semana atrásO que é o bicho geográfico? Entenda a condição de saúde, causas e tratamento

Política1 semana atrásBrasileiro está falando menos de política no WhatsApp, mostra estudo

Cidades6 dias atrásSJB divulga os principais shows do Verão 2026 – Vem ser feliz!

Tecnologia1 semana atrás16 filmes aos quais o anime Chainsawman fez referência

Tecnologia7 dias atrásNintendo Switch 1 e 2: veja 10 jogos para presentear neste Natal

Esporte1 semana atrásFlamengo perde para PSG e vê sonho do bi mundial ser adiado































