Tecnologia
Quase uma impressão digital: como bactérias do nosso corpo ajudam a desvendar crimes
Impressões digitais, fios de cabelo e fluidos biológicos já são usados para identificar indivíduos e ajudar a resolver crimes. No entanto, algo ainda mais peculiar pode ser imprescindível nas investigações: o conjunto de bactérias do nosso corpo.
Estudos recentes já estão investigando como os microorganismos são únicos e podem ser fundamentais não só na identificação de pessoas, mas também para descobrir a hora, local e razão da morte.
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Bactérias podem ajudar a desvendar crimes
O cerne do processo de qualquer investigação criminal está no “princípio da troca”. Formulado pelo criminologista francês Edmond Locard, no início dos anos 90, ele prevê que “cada contato deixa um rastro”.
Alguns desses rastros já são conhecidos, como as impressões digitais. Outros fluidos e evidências também ajudam a reconstruir acontecimentos – e descobrir os envolvidos.
No começo, as investigações se baseavam em rastros visíveis, como fios de cabelo e grãos de areia, mas evoluíram para analisar também aquilo que não é visível, como o DNA.
Aí que entram as bactérias: esse conjunto de microorganismos presentes na pele deixa rastros nas roupas, pessoas e ambientes com que interage e, assim como o material genético, serve como uma impressão digital.
Estudos recentes estão investigando esses vestígios microbianos
Um estudo deste ano publicado na revista Genes investigou justamente como a população de bactérias da pele pode ser usada para identificar uma pessoa.
Alguns dos fatores que ajudam isso são que os microorganismos são diferentes para cada parte do corpo, persistem por longos períodos e podem ser transferidos para outros indivíduos e ambientes.
Como lembrou o Phys.org, o campo de estudo foi chamado de “microbiologia forense” e começou nos anos 2000, como forma de defesa contra o bioterrorismo. Agora, ele pode ajudar nas investigações forenses.
Porém, ainda há questões pendentes, como a forma de transmissão das bactérias, exatamente quanto tempo elas persistem e como elas podem ser contaminadas pelo ambiente e prejudicar uma investigação.
Uma pesquisa de 2021 começou o estudo nesse sentido e descreveu o microbioma tátil (a população bacteriana única da pele de um indivíduo), como ligá-lo a uma pessoa e como usar essas informações para determinar a causa de morte ou o estado de decomposição do corpo (o que permite descobrir a hora da morte, por exemplo).
A pesquisa deste ano, então, se aprofundou no estudo das bactérias como impressão digital nas roupas, itens frequentemente coletados em cenas do crime.
Nova investigação tirou conclusões importantes
- O estudo deste ano analisou camisetas de algodão usadas por dois indivíduos durante 24 horas na Austrália;
- As peças ficaram em um ambiente controlado até seis meses, misturadas com outros itens não usados como controle. As amostras (tanto as usadas quanto as não usadas) foram congeladas e descongeladas várias vezes;
- Então, as roupas foram enviadas congeladas para a Itália para a extração de DNA microbiano e, depois, para o Reino Unido para sequenciamento genético;
- O que os pesquisadores descobriram é que os dois voluntários transferiram conjuntos de bactérias diferentes para as peças, que puderam ser reconhecidas e diferenciadas entre si;
- Além disso, foi possível diferenciar entre as peças usadas e não usadas, mesmo depois de algum tempo;
- As bactérias permaneceram estáveis nas roupas usadas por até 180 dias e transferiram material para outros itens próximos.
Como as bactérias podem ajudar na resolução de crimes
As conclusões mostram como as bactérias podem ser usadas para ajudar na investigação de crimes e como elas podem, por exemplo, contaminar outras evidências.
Elas também podem ajudar a identificar indivíduos, fornecer pistas sobre a hora, local e motivo da morte.
Ainda, mostra que as roupas são peças importantes em uma investigação e devem ser preservadas durante o avanço de um processo.
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Já pensou em falar com seu “eu do futuro”? É o que promete essa IA
Pergunta hipotética: se fosse possível, o que você perguntaria ao seu eu do futuro? Sim, se você pudesse acessar sua versão 30 anos mais velha, como seria essa conversa?
É claro que isso não existe — até por que máquinas do tempo nunca devem sair do campo da ficção. A inteligência artificial (IA), no entanto, já fornece experiência similar — e bastante interessante.
O Future You é nova plataforma interativa de IA que permite aos usuários criar um eu virtual mais velho. Segundo o The Wall Street Journal, a iniciativa partiu de psicólogos, pesquisadores e tecnólogos e vem fazendo bastante sucesso nos Estados Unidos (e não só lá).
A ferramenta foi testada originalmente com algumas centenas de estadunidenses de 18 a 30 anos, mas, atualmente, está sendo usada por cerca de 60 mil pessoas de 190 países diferentes.
Ah, o serviço é de graça. Em contrapartida, os desenvolvedores poderão utilizar seus dados para treinar a IA deles, aprimorando cada vez mais a experiência.
Como funciona a “IA do futuro”
- Ao acessar a plataforma, a primeira coisa que deve fazer é tirar uma selfie;
- O algoritmo, então, te entregará uma projeção de você velhinho;
- Depois disso, o usuário deve responder a um extenso questionário;
- Primeiro, com questões básicas, como nome, idade, profissão e orientação sexual;
- Depois, com questões sobre sua personalidade, como sua animação e ansiedade;
- Por fim, o Future You pergunta coisas, como quais são as pessoas mais importantes da sua vida, ou, ainda, um grande projeto que você gostaria de concluir;
- A ideia é alimentar um grande modelo de linguagem (LLM, na sigla em inglês);
- A partir das suas respostas, a IA funcionará como um chatbot e conversará com o usuário;
- Vale destacar que ela não dará nenhuma resposta factual, como a causa da sua morte ou quanto você terá na sua conta bancária;
- A IA, entretanto, poderá te dar dicas sobre certos comportamentos no presente que podem ser modificados para resultado melhor no futuro.
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Experiência psicológica
A mente por trás do projeto, o pós-doutorado do MIT Media Lab Pat Pataranutaporn, deixou claro que a sua IA não pratica futurologia. Segundo ele, os usuários devem pensar na ferramenta “como uma possibilidade, não uma profecia“.
A IA não é adivinha, nem dará conselhos ou resultados financeiros, ou médicos. Ela, no entanto, servirá para que a pessoa faça uma reflexão. Uma espécie de exercício de psicologia.
No estudo inicial dos desenvolvedores, 344 participantes que interagiram com a IA por não mais que 30 minutos relataram que se sentiram 16% mais motivados em comparação com aqueles do grupo de controle.
Eles também mostraram uma conexão 15% mais forte com seu eu futuro quando comparados com aqueles que não falaram com o chatbot.
Os pesquisadores afirmam que precisam de mais dados para tornar a experiência cada vez mais realista. Você pode ajudá-los — basta acessar a página oficial e dar início ao chat. O único porém é que ele opera apenas em língua inglesa.
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DeepSeek pode mudar rumo da corrida global por IA, dizem especialistas
Nos últimos anos, os Estados Unidos lideraram a corrida global pelo desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA). Entre 2018 e 2023, vultosos investimentos públicos e privados permitiram que o país ocupasse o topo do ranking criado por especialistas da Universidade Stanford para medir os esforços de um grupo de nações para criar ou aprimorar soluções que permitam às máquinas realizar tarefas cada vez mais sofisticadas – seja na forma de um assistente digital capaz de interagir com o usuário, respondendo a comandos de voz e texto, seja na forma de ferramentas de busca mais precisas.
Conforme o mais recente relatório da Universidade Stanford, publicado no ano passado, de todos os “modelos notáveis” de IA lançados ao longo de 2023, 61 resultaram dos esforços de instituições e desenvolvedores sediados nos EUA, superando os 21 modelos apresentados pela União Europeia e os 15 da China. Dos 36 países avaliados na ocasião, o Brasil terminou na 34ª posição, à frente da Nova Zelândia e da África do Sul.
Seguindo o exemplo estadunidense, outros países decidiram investir grandes somas em dinheiro na pesquisa em IA. Principalmente a China e algumas outras nações asiáticas (Japão, Índia, Malásia e Coreia do Sul), que, rapidamente, transformaram-se em uma força motriz que ajudou a impulsionar o crescente número de novas patentes registradas em todo o mundo. E consolidando a crença em que, para ter sucesso nesse setor, seria preciso cada vez mais dinheiro para custear estruturas computacionais cada vez mais sofisticadas.
De acordo com o relatório da Universidade Stanford, em 2023, “os custos de treinamento de modelos de IA de última geração atingiram níveis sem precedentes”, com os 36 países analisados investindo em torno de US$ 25,2 bilhões no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial. Só a Google gastou cerca de US$ 191 milhões para alimentar ao seu Gemini Ultra com as informações computacionais necessárias para habilitá-lo a aprender a identificar padrões e criar conexões por si só. Já a OpenAI gastou cerca de US$ 78 milhões para “treinar” o GPT-4.
“Ao longo dos últimos anos, na medida em que os algoritmos e as soluções de inteligência artificial foram avançando, o mercado se preparou para funcionar com uma determinada estrutura de custos de processamento [de dados] e de equipamentos”, explicou o coordenador do MBA de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, à Agência Brasil.
Toda esta “estrutura” sofreu um abalo em 20 de janeiro deste ano, quando a startup chinesa DeepSeek apresentou ao mundo seu assistente virtual (chatbot) DeepSeek R1. Modelo que, segundo a própria empresa e especialistas, combina custos de produção significativamente menores que os dos concorrentes e soluções computacionais eficientes, capazes de entregar, gratuitamente, resultados parecidos e, em alguns aspectos, superiores aos de outros assistentes de ponta, pagos.
De acordo com a própria DeepSeek, seus desenvolvedores obtiveram resultados semelhantes aos dos concorrentes gastando em torno de US$ 6 milhões, ou o equivalente a aproximadamente R$ 35 milhões. Além disso, ao contrário das grandes empresas de tecnologia (bigtechs), a DeepSeek decidiu disponibilizar o acesso ao chamado código-fonte do R1, permitindo a qualquer interessado conhecer o conjunto de instruções usado para criar o programa.
“O aspecto mais importante dessa nova tecnologia é mostrar que o volume de recursos necessários para competir em IA não é inalcançável para países como o nosso”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em entrevista à CNN, no último dia 30.
Agencia Brasil
Tecnologia
AMD levanta dúvidas em investidores sobre potencial com chips de IA
Os investidores da AMD estarão atentos à estratégia de inteligência artificial (IA) da empresa, enquanto ela se prepara para divulgar os resultados do quarto trimestre nesta semana. A mudança da big tech para chips personalizados levanta dúvidas sobre a posição da gigante dos chips na corrida de infraestrutura de IA, informa a Reuters.
Espera-se que a receita do quarto trimestre da empresa cresça mais de 22%, atingindo US$ 7,53 bilhões (R$ 44,18 bilhões, na conversão direta), mas a concorrência com a Nvidia e o movimento das gigantes de tecnologia, como Microsoft e Amazon, que estão desenvolvendo seus próprios chips, ofuscam as perspectivas de crescimento.
Analistas destacam que, embora a AMD tenha potencial no mercado de chips de IA, a Nvidia lidera com sua participação dominante e o software CUDA, amplamente adotado por desenvolvedores.
A tendência de empresas, como Microsoft, Amazon e Meta, criarem chips personalizados para processar IA tem impulsionado as vendas de empresas, como Broadcom e Marvell Technology, que fornecem chips para essas big techs. Em contraste, as ações da AMD caíram 18% em 2024.
Leia mais:
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- DLSS ou FSR: qual recurso das placas da Nvidia e AMD é melhor?
- O que é e como funciona o AMD FSR 3.0?
AMD: previsão de receita bilionária em 2025
- Analistas da TD Cowen preveem que a AMD possa arrecadar até US$ 10 bilhões (R$ 58,68 bilhões) com chips de IA em 2025, o dobro de sua própria previsão de US$ 5 bilhões (R$ 29,34 bilhões) no ano passado;
- O segmento de data center da empresa, que inclui chips de IA, deve ver crescimento de 82%, representando mais da metade das vendas totais da empresa;
- A demanda por chips de IA ainda supera a oferta, mas a TSMC, que fabrica para a AMD, está trabalhando para aumentar a capacidade de produção.
Além disso, o mercado de PCs continua a ser área de crescimento para a AMD, com aumento de 33% na receita do quarto trimestre, impulsionada pela conquista de participação de mercado da Intel. No geral, espera-se que o lucro líquido da AMD no quarto trimestre aumente mais de 61%, atingindo US$ 1,08 bilhão (R$ 10,56 bilhões).
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