Saúde
Cientistas descobrem proteína que nos faz sentir frio

Você já deve ter ouvido alguém falar que o frio é psicológico. Bom, não é. Pelo contrário, ele é bastante físico e real. Mas como explicar que algumas pessoas sentem mais frio que as outras? Tem a ver com a gordura corporal? Sim, mas não só isso.
A ciência descobriu que o nosso corpo possui alguns sensores. Os de calor, morno e frio já haviam sido descobertos há alguns anos. Pesquisadores da Universidade de Michigan identificaram agora uma proteína que permite aos mamíferos sentir um frio mais intenso, preenchendo a lacuna que faltava nesse desenho.
Leia mais
- Proteína indica presença de câncer gástrico com 89% de precisão
- Frio e fome: entenda por que o apetite aumenta em temperaturas mais baixas
- Cientistas identificam mutações que causam doenças renais
Chamada de GluK2, essa proteína é encontrada em nossos neurônios, mas também no sistema nervoso periférico, ou seja, fora do cérebro.
O primeiro termossensor foi descoberto há mais de 20 anos, quando uma equipe de cientistas encontrou uma proteína sensível ao calor chamada TRPV1.
De lá para cá, os estudiosos já haviam identificado proteínas para o morno e o frio moderado. Mas nunca para o frio abaixo dos 15ºC.
A recém-descoberta é assinada pelo neurocientista Shawn Xu, professor do Instituto de Ciências da Vida da Universidade de Michigan e autor do primeiro estudo que identificou a proteína TRPV1.
Como foram feitos os testes
- Os cientistas fizeram testes em ratos de laboratório.

- Alguns deles não conseguiam produzir essa proteína GluK2.
- Por meio de uma série de experiências envolvendo temperaturas diferentes, os pesquisadores perceberam que esse grupo de camundongos respondia normalmente ao calor, ao frio leve e à sensação de morno, mas não apresentava resposta ao frio extremo.
- Daí a descoberta dessa função da proteína.
- Vale destacar que os cientistas já sabiam da sua existência, mas pensavam que ela tinha outros papéis apenas no nosso corpo, como nos processos de aprendizagem e memória.
- A novidade é a sensação do frio intenso.
- A equipe do neurocientista Shawn Xu explica que o gene GluK2 tem parentes em toda a árvore evolutiva, remontando às bactérias unicelulares.
- Segundo ele, isso já indicava um papel diferente para essas proteínas:
“Uma bactéria não tem cérebro, então por que desenvolveria uma forma de receber sinais químicos de outros neurônios? Mas teria grande necessidade de sentir o ambiente. Portanto, penso que a detecção de temperatura pode ser uma função antiga, pelo menos para alguns destes receptores de glutamato”, afirmou o cientista.
Importância da pesquisa
Além de preencher uma lacuna no quebra-cabeça da detecção de temperatura, Xu acredita que a nova descoberta pode ter implicações para a saúde e o bem-estar das pessoas.
Pacientes com câncer que recebem quimioterapia, por exemplo, frequentemente apresentam reações dolorosas ao frio.
“Esta descoberta do GluK2 como um sensor de frio em mamíferos abre novos caminhos para entender melhor por que os humanos experimentam reações dolorosas ao frio, e talvez até ofereça um alvo terapêutico potencial para tratar essa dor em pacientes cuja sensação de frio é superestimulada”, disse Xu.
Ah, e antes que alguém faça confusão, essa descoberta diz respeito à sensação de frio extremo. Não a ele propriamente dito. Ninguém é invulnerável a baixas temperaturas. Algumas pessoas, porém, sentem menos frio que as outras.
Agora, se formos expostos a esse frio extremo por muito tempo, morreremos. Mesmo fazendo a homeostase, nosso corpo não resistiria a uma temperatura baixa, levando a um resfriamento interno e falência dos órgãos. Lembrando que o corpo humano fica normalmente na casa dos 36ºC.
As informações são do Medical Xpress.
O post Cientistas descobrem proteína que nos faz sentir frio apareceu primeiro em Olhar Digital.
Saúde
EUA: agência reguladora limita acesso a vacinas da covid-19

O diretor médico e científico da FDA, Dr. Vinay Prasad, vetou a aplicação generalizada das vacinas contra a Covid-19 da Novavax e da Moderna, contrariando as recomendações unânimes de especialistas da própria agência. As informações dão do New York Times.
Ele alegou que a ameaça do vírus diminuiu e que os riscos conhecidos e desconhecidos das vacinas podem superar os benefícios para pessoas jovens e saudáveis.
A decisão faz parte de uma reviravolta na política da FDA, que agora limita a vacinação a pessoas com 65 anos ou mais, ou a menores de 65 com condições médicas de alto risco.
A FDA, sigla para Food and Drug Administration, é uma agência reguladora dos EUA, com atuação equivalente ao que temos no Brasil com a Anvisa.

Vacinas com eficácia alta estão sendo vetadas
- A equipe da FDA havia aprovado ambas as vacinas com base em ensaios envolvendo dezenas de milhares de pessoas e dados que mostraram segurança e eficácia.
- A Novavax, por exemplo, demonstrou 90% de eficácia.
- Já a vacina atualizada da Moderna, a mNexspike, foi considerada segura e ligeiramente mais eficaz que a versão anterior.
- No entanto, Prasad afirmou que até eventos adversos raros devem ser levados em conta na nova fase da pandemia.
A medida foi criticada por especialistas que apontam o esquecimento dos efeitos da própria Covid-19, como a Covid longa, miocardite e complicações cardiovasculares.
Também foram levantadas preocupações éticas, especialmente porque as restrições podem limitar o acesso às vacinas — exigindo prescrição off-label, o que pode não ser coberto por seguros.

Leia Mais:
- Vacina brasileira contra covid-19 mostra alta eficácia em testes pré-clínicos
- EUA promovem teoria de vazamento de laboratório como origem da Covid-19
- Ciência brasileira publicou mais de 17 mil artigos relacionados à pandemia
Políticas conservadoras na FDA geram descontentamento
As decisões de Prasad se inserem em um movimento maior de reformulação da FDA, com mudanças na liderança e uma política mais conservadora quanto a aprovações. Críticos alertam que esse novo enfoque pode comprometer a saúde pública ao dificultar a imunização de amplas faixas da população.
A FDA informou que novos estudos serão conduzidos para avaliar a segurança das vacinas em pessoas de 50 a 64 anos.

O post EUA: agência reguladora limita acesso a vacinas da covid-19 apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Gripe aviária: testes em humanos de vacina brasileira são aprovados pela Anvisa

Nesta terça-feira (1), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou os testes em humanos da primeira vacina brasileira contra gripe aviária.
Com isso, o Instituto Butantan, de São Paulo, fará os ensaios clínicos do imunizante, que está em desenvolvimento desde janeiro de 2023, utilizando a mesma tecnologia da vacina contra a influenza sazonal. Os testes pré-clínicos, realizados em animais, contaram com cepas vacinais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Importância da primeira vacina brasileira contra a gripe aviária
- Apesar de a gripe aviária ser esporádica nos humanos, o Instituto Butantan visa preparar o país para enfrentar potenciais pandemias, tendo, como base, o que aprendemos com a Covid-19;
- Especialistas do instituto e demais organizações de saúde brasileiras apontam que a gripe aviária tem potencial de causar outra pandemia; em especial, o subtipo H5N1, cuja taxa de letalidade é de 50% em humanos;
- O Butantan quer ter estoque de vacinas feitas com três cepas vacinais:
- Influenza aviária A/Anhui/1/2005 (H5N1);
- Influenza aviária A/Astrakhan/3212/2020 (H5N8);
- Influenza aviária A/duck/Vietnam/NCVD-1584/2012 (H5N1).
Essas cepas foram enviadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e pelo Instituto Nacional de Controle e Padrões Biológicos (NIBSC), do Reino Unido, após acerto com a OMS.
Segundo o g1, os estudos pré-clínicos tiveram resultados favoráveis de segurança e imunogenicidade — capacidade de provocar resposta imune —, que indicam que a possível vacina é promissora.
Agora, o imunizante influenza monovalente A (H5N8) (inativada, fragmentada e adjuvada) será aplicada em duas doses em intervalo de 21 dias, em duas etapas. A princípio, participarão dos testes adultos de 18 a 59 anos e 11 meses e, a seguir, pessoas com 60 anos ou mais.
O Instituto Butantan pretende chamar 700 adultos e idosos voluntários para participar das fases 1 e 2, a serem realizadas em cinco centros de pesquisa nacionais, com objetivo de encerrar o acompanhamento dessas pessoas em 2026 para, então, enviar à Anvisa pacote regulatório que abranja ampla faixa etária.
O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, deu detalhes da quantidade de imunizantes que o instituto consegue produzir, além de afirmar que o Ministério da Saúde se mostrou “sensível” ao tema.
“Estamos em conversas com o Ministério da Saúde, que se mostrou sensível ao avanço dessa discussão. Com a plataforma aprovada, o Instituto pode produzir um contingente de 30 milhões de doses após os resultados iniciais. Este contingente estratégico pode ser utilizado caso o vírus comece a se disseminar entre humanos e tenha antígenos semelhantes aos representados pela vacina candidata do Instituto Butantan”, explicou.

Nessas etapas, os pesquisadores avaliarão segurança e capacidade de geração de resposta imune contra a gripe aviária de duas formulações do imunizante quando comparada ao placebo. O estudo permitirá a escolha da dose da vacina.
Quanto à segurança da pesquisa, essa será realizada por um comitê independente de monitoramento de dados e segurança. Entre algumas ações, eles avaliarão, preliminarmente, dados de segurança dos 70 primeiros voluntários adultos após a aplicação da primeira dose. Se a análise se mostrar positiva, haverá nova etapa de recrutamento, na qual serão incluídos mais 280 adultos.
Quando essa fase terminar, caso o perfil de segurança se mostrar favorável, começará a segunda fase do estudo, onde 70 voluntários com idades a partir de 60 anos serão convocadas. Caso eles mostrem às análises resultados positivos, mais pessoas da mesma faixa etária serão selecionadas. Isso se repetirá até que um contingente total de 350 voluntários seja atingido.
“Ter uma vacina pronta, com uma plataforma já testada, que mostra que produz anticorpos contra o vírus, é o objetivo do Butantan. Não é para já comercializar, mas para propor um estoque estratégico”, finalizou Kallás.
Leia mais:
- Como acessar sua carteira de vacinação no Conecte SUS
- Certificado de vacina: o que é, importância, como emitir e mais
- Gripe aviária pode afetar humanos?

Livres da doença
Em 18 de junho, após 28 dias sem registrar casos em granjas, o Brasil se declarou livre da gripe aviária, conforme informações do Ministério da Agricultura. A contagem começou em 22 de maio após a desinfecção completa de uma granja de Montenegro (RS), onde houve o primeiro e único foco da doença em aves.
O Brasil é o maior exportador de carne do mundo e, com a notificação do primeiro caso da doença no Rio Grande de Sul, 16 países impuseram restrições ao importar carne de frango brasileira, com alguns até suspendendo a compra.
Contudo, com a situação sob controle, essas medidas já foram revistas pela maioria dos países; a única nação que ainda está restringindo a exportação do produto é o Japão, que não está importando carne dos municípios de Montenegro (RS), Campinápolis (MT) e Santo Antônio da Barra (GO).
O post Gripe aviária: testes em humanos de vacina brasileira são aprovados pela Anvisa apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
Saúde
Vício em doces é real — e agora a Ciência consegue medi-lo

Por que é tão difícil parar no primeiro biscoito ou chocolate? Para muitas pessoas, doces não são apenas prazerosos — despertam desejo, culpa e sofrimento emocional.
Um novo estudo da Fundação FitMIND propõe a primeira escala validada voltada especificamente para identificar comportamentos semelhantes ao vício em açúcar: a FFSAS (Escala de Dependência de Doces da FitMIND).
Publicada na Nutrients, a pesquisa envolveu 344 adultos na Polônia e revelou que mais de 60% dos participantes se identificaram como “viciados em doces”, com muitos relatando consumo diário, tentativas frustradas de redução e sentimentos de culpa.

Como a escala deve funcionar
- Diferente das escalas alimentares tradicionais, a FFSAS se concentra apenas em doces e avalia não só a frequência do consumo, mas também o impacto emocional e cognitivo do comportamento.
- A escala foi inspirada na YFAS 2.0, usada para dependência alimentar em geral, e adaptada para mapear sintomas com base nos critérios de vício do DSM-5.
- Os pesquisadores encontraram forte consistência interna e destacaram que emoções negativas, como remorso e vergonha, foram indicadores mais relevantes do que a quantidade consumida.
Leia mais:
- Qual é o melhor para sua saúde: açúcar ou adoçante? Veja o que diz a ciência
- Dois ingredientes comuns são inimigos do seu estômago!
- Vontade de um docinho depois do almoço? A explicação está no seu cérebro

Encontrando respostas sobre a dependência do açúcar
Embora o estudo seja piloto, ele destaca a necessidade de compreender a dimensão emocional do consumo de açúcar, muitas vezes ignorada em avaliações nutricionais. A equipe agora trabalha em validações mais amplas e em versões resumidas da ferramenta para uso clínico e educacional.
A mensagem é clara: o vício em doces vai além da falta de disciplina — envolve padrões psicológicos reais. Reconhecê-los pode ser o primeiro passo para estratégias de alimentação mais saudáveis e sustentáveis, com apoio emocional adequado.

O post Vício em doces é real — e agora a Ciência consegue medi-lo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Powered by WPeMatico
- Tecnologia1 semana atrás
Mundial de Clubes: veja quais tecnologias são usadas pela FIFA no torneio
- Saúde1 semana atrás
ANS permite reajuste de até 6,06% a planos de saúde
- Tecnologia1 semana atrás
Qual melhor modo gráfico para jogar Death Stranding 2 no PS5 e PS5 Pro?
- Saúde1 semana atrás
Vacina do Butantan contra dengue pode estar disponível em 2026
- Tecnologia7 dias atrás
O que é candidíase? Veja os sintomas, causas e quando tratar
- Saúde6 dias atrás
Colgate descontinua linha de creme dental com reações adversas
- Negócios6 dias atrás
Cecília Preto Alexandre É a Nova CMO da C&A
- Saúde5 dias atrás
Dieta vegana pode prevenir diabetes, sugere estudo