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Saúde

Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

Redação Informe 360

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Em uma entrevista recente, a influenciadora Maya Massafera revelou o desejo de se tornar mãe, mencionando a possibilidade de implantar um útero. Com isso, Maya, que já fez inúmeras cirurgias desde sua transição, acabou abordando um ponto desafiador para a medicina. Afinal, uma mulher trans pode realizar o transplante de útero?

Neste artigo, você vai entender o que é exatamente o transplante de útero, o que ele faz no corpo da receptora e o que se sabe sobre esse procedimento até agora em pessoas que não são mulheres cis, incluindo as complexidades médicas e sociais envolvidas nessa inovação. Confira!

Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

Imagem de um médico de jaleco branco e modelo do sistema reprodutivo das mulheres acima de suas mãos. Conceito de um sistema reprodutor feminino saudável
O transplante de útero é um procedimento complexo e altamente especializado, realizado em várias etapas/Shutterstock_SvetaZi

Antes de responder essa questão, abordaremos algumas respostas importantes sobre o que a ciência já descobriu em relação ao transplante de útero em mulheres. E quais expectativas para o procedimento em mulheres trans, será que já aconteceu algum caso no mundo? Veja a seguir.

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O que é um transplante de útero?

Sobretudo o transplante de útero é uma técnica médica que permite a mulheres que nasceram sem o órgão vivenciar ciclos menstruais e engravidar. Contudo, mulheres que perderam o útero devido a cânceres ginecológicos, miomas, endometriose ou complicações pós-parto também poderão, futuramente, recorrer ao transplante como alternativa para vivenciar a gestação.

Existe transplante de útero pelo SUS?
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Não. O procedimento ainda é considerado experimental no Brasil e não está disponível pelo SUS.

Para quem é indicado o transplante de útero?

É indicado para pessoas com infertilidade uterina absoluta, como mulheres que nasceram sem útero ou o perderam por doenças ou complicações.

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Geralmente, as doadoras são mulheres já falecidas ou vivas que não desejam mais ter filhos. O procedimento que é realizado em diversas partes do mundo desde 2014, teve um marco importante no Brasil.

Em 2016, uma brasileira se destacou ser o primeiro caso de um transplante de útero bem-sucedido de uma doadora falecida na América Latina. Além disso, ela teve a primeira gestação bem-sucedida no mundo ocorrida a partir de uma doação de órgão desse tipo.

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Como o transplante é realizado?

Em primeiro lugar, é necessário encontrar uma doadora compatível. Dessa forma, deve-se considerar também critérios de idade, histórico de gestação prévia e boas condições gerais de saúde.

A partir dessas definições prévias, a técnica envolve a retirada do útero de uma doadora (viva ou falecida) e o implante na receptora, que passa a ter ciclos menstruais e pode engravidar por fertilização in vitro. Após o nascimento do bebê, o útero geralmente é removido para evitar os riscos do uso prolongado de imunossupressores.

Questões que envolvem o transplante de útero em uma mulher trans

O corpo de uma mulher vestindo uma camisa branca está sentado com as mãos sobre o útero, representando o conceito de câncer de colo do útero.
A condição em que mulheres nascem sem útero é conhecida como Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH)/Shutterstock_Phawat

Sobretudo, o transplante de útero em mulheres trans ainda é um impasse para a medicina. Desafios como distinções anatômicas e hormonais em relação às mulheres cis são os principais fatores. Por conta disso, o procedimento ainda se limita apenas as mulheres com Síndrome de Rokitansky (condição que a pessoa nasce sem útero) como mencionamos.

Dessa forma, a mulher cis com esse quadro, que recebe o útero implantado passa a menstruar, uma vez que têm os ovários íntegros, produzindo hormônios normalmente. O que não é o caso de mulheres trans.

O único caso em que o procedimento aconteceu no mundo teve um final malsucedido, tendo em vista as complexidades daqueles tempos. Afinal, quando aconteceu em 1931, não havia nem registros de procedimentos em mulheres cis, para se ter uma ideia.

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O caso aconteceu na Dinamarca, quando a artista trans Lili Elbe passou por uma série de cirurgias de afirmação de gênero, incluindo o transplante de útero, algo extremamente experimental para a época.

Infelizmente, Lili faleceu poucos meses depois devido a complicações pós-operatórias, já que a medicina ainda não tinha recursos para lidar com rejeição de órgãos e infecções graves. Sua história comoveu o mundo e foi retratada no filme “A Garota Dinamarquesa” (“The Danish Girl”, 2015), trazendo visibilidade à trajetória de uma das primeiras pessoas trans a buscar cirurgias de redesignação de gênero.

Quais as perspectivas para transplante de útero em mulheres trans?

Ilustração 3D do processo de fertilização in vitro, mostrando a fusão de espermatozoides e ovos. Inseminação artificial, espermatozoides fertilizando óvulos femininos. Etapa vital na reprodução humana. Biotecnologia FIV
Mulheres que tem transplante de útero só podem gerar uma criança por fertilização in vitro/Shotterstock_Corona Borealis Studio

Mesmo diante das complexidades que envolvem o transplante de útero em mulheres trans, felizmente a medicina não descarta a possibilidade. Dessa forma, estudos continuam sendo realizados para garantir a segurança das pacientes no futuro.

Segundo o cirurgião ginecológico Richard Smith – que participou do primeiro transplante de útero no Reino Unido – a estimativa é de que o procedimento possa se tornar viável para mulheres trans em um intervalo de 10 a 20 anos, dependendo dos avanços técnicos e científicos. Essa previsão é baseada no tempo que levou para o transplante se tornar seguro em mulheres cis.

Reflexões éticas sobre inclusão na medicina reprodutiva

A análise publicada pela Universidade da Pensilvânia, intitulada “Transplante uterino em mulheres transgênero”, oferece uma revisão ética robusta sobre o transplante de útero, especialmente em contextos que envolvem mulheres transgênero.

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O estudo não apenas revisita os primeiros casos clínicos bem-sucedidos em mulheres cis com infertilidade uterina absoluta, como também explora os critérios médicos para doadoras e receptoras, os riscos associados à rejeição do órgão, o uso prolongado de imunossupressores e os limites atuais da viabilidade gestacional.

Mais do que uma análise técnica, o artigo propõe uma ampliação do debate sobre direitos reprodutivos, argumentando que o transplante de útero pode representar um avanço significativo na autonomia corporal e na equidade de gênero.

Ao incluir pessoas trans e não binárias na discussão, mesmo reconhecendo a escassez de dados clínicos específicos para esses grupos, os autores reforçam a importância de uma abordagem ética que acompanhe os avanços biomédicos.

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Saúde

É possível estar desidratado e não sentir sede?

Redação Informe 360

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A sede é o principal sinal de que o corpo precisa de água, mas nem sempre ela aparece quando o organismo está desidratado. Em algumas situações, especialmente durante episódios depressivos ou em condições que afetam o controle da hidratação, é possível que a desidratação ocorra sem que a pessoa perceba.

Neste artigo, vamos entender esse fenômeno e explicar como a falta de hidratação pode afetar tanto a saúde física quanto a mental.

A importância da sede no equilíbrio do corpo

Mulher bebendo água
Imagem: Yaroslav Olieinikov / iStock

A sede é uma sensação interna provocada por estímulos fisiológicos que indicam a necessidade de repor água e sais minerais. Esse mecanismo é regulado por áreas específicas do cérebro, principalmente o hipotálamo, que detectam mudanças na concentração de sais no sangue e na quantidade de líquidos corporais.

Quando há uma perda de cerca de 0,5% do peso corporal em água, o corpo aciona o “limiar da sede”, levando à vontade de beber líquidos. Essa necessidade pode ser:

  • Sede verdadeira: persiste até que o corpo seja reidratado.
  • Sede falsa: desaparece apenas com o ato de umedecer a boca, sem que haja real necessidade fisiológica.

Entretanto, em alguns casos, o organismo não emite sinais claros, e a pessoa pode não sentir sede mesmo diante de um quadro de desidratação leve ou moderada.

Como o cérebro controla a sede

Mulher segurando um copo com água
Imagem: Fizkes/Shutterstock

Diversas regiões cerebrais trabalham juntas para regular o impulso de beber água. O hipotálamo, o órgão subfornical e o núcleo pré-óptico mediano são os principais responsáveis por monitorar o equilíbrio hídrico.

Quando há redução do volume sanguíneo ou aumento da concentração de sais, essas áreas enviam sinais para liberar vasopressina, um hormônio que ajuda a conservar água nos rins.

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Esse sistema é altamente eficiente, mas pode ser alterado por distúrbios neurológicos, metabólicos ou psicológicos, como ocorre em pessoas com depressão ou apatia.

Desidratação e depressão: uma relação silenciosa

tipos de depressão
Transtorno Depressivo Persistente duram pelo menos 2 anos em adultos (Reprodução: Freepik/Freepik)

Sim, é possível estar desidratado e não sentir sede. Pessoas que atravessam episódios depressivos frequentemente apresentam baixa motivação para atividades básicas, como comer e beber água.

Com o tempo, isso pode levar à desidratação e subnutrição, mesmo sem a percepção de sede. O corpo deixa de enviar sinais claros, e a falta de ingestão hídrica agrava o quadro emocional.

Estudos mostram que a desidratação interfere diretamente na produção de neurotransmissores como a serotonina, essencial para o controle do humor. Assim, o problema pode se tornar um ciclo: a depressão causa desidratação, e a desidratação intensifica sintomas depressivos como fadiga, irritabilidade e lentidão cognitiva.

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A conexão entre hidratação e saúde mental

Homem servindo água em um copo na cozinha, close-up
Homem servindo água em um copo na cozinha, close-up / Crédito: New Africa (Shutterstock)

A água é vital para o funcionamento do corpo e do cérebro. Além de regular a temperatura e transportar nutrientes, ela influencia diretamente a função cognitiva e emocional. A hidratação também está relacionada a condições como ansiedade, déficit de atenção, memória e depressão.

Um estudo com mais de 3.000 adultos iranianos observou que pessoas que bebiam menos de dois copos de água por dia tinham risco significativamente maior de desenvolver sintomas depressivos do que aquelas que consumiam cinco copos ou mais.

Até mesmo pequenos níveis de desidratação podem causar queda de energia, dificuldade de foco e alterações de humor, sintomas frequentemente confundidos com cansaço ou estresse.

Benefícios da hidratação adequada para o cérebro

Mulher jovem saudável segurando um copo de água
Mulher jovem saudável segurando um copo de água / Crédito: Alina Kruk (Shutterstock)

A hidratação correta promove equilíbrio eletrolítico, melhora a circulação cerebral e auxilia na transmissão de impulsos nervosos. Quando o corpo está bem hidratado, há melhor oxigenação do cérebro, o que se reflete em:

  • Maior clareza mental e atenção.
  • Melhora no humor e redução da ansiedade.
  • Aumento da memória de curto prazo e do tempo de reação.
  • Redução da sensação de fadiga e apatia.

Em contrapartida, a falta de água pode levar a confusão mental, cefaleias (dores de cabeça) e até sintomas físicos como tontura e palpitações.

Dicas para manter-se hidratado

Mulher abrindo a tampa de uma garrafa de água para beber — conceito de saúde e bem-estar
Mulher abrindo a tampa de uma garrafa de água para beber — conceito de saúde e bem-estar / Crédito: Oporty786 (Shutterstock)

Mesmo que a sede não seja perceptível, é importante criar hábitos que garantam uma ingestão constante de líquidos. Segundo nutricionistas, o ideal é beber pequenas quantidades de água ao longo do dia, sem esperar sentir sede.

Algumas estratégias simples de hidratação incluem:

  • Combine as refeições com água em vez de refrigerantes ou sucos industrializados.
  • Tenha sempre uma garrafa de água por perto e reabasteça com frequência.
  • Consuma frutas e vegetais ricos em água, como melancia, pepino, laranja, abobrinha e alface.

Vale lembrar que metade da água ingerida diariamente pode vir dos alimentos, especialmente dos in natura ou minimamente processados. Pratos tradicionais como feijão com arroz têm cerca de dois terços de seu peso em água, contribuindo para a hidratação.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Saúde

Quais os riscos de um transplante de órgão?

Redação Informe 360

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transplante de órgão é um procedimento cirúrgico extremamente importante e, muitas vezes, necessário para salvar vidas. Ele consiste na reposição de um órgão (como pulmão, coração, pâncreas, rim ou fígado) ou de tecidos, como ossos, medula óssea e córneas, de um doador vivo ou falecido para um paciente doente.

Neste conteúdo, você verá que, assim como todo procedimento cirúrgico, o transplante de órgão tem alguns riscos. Entretanto, saiba que o texto a seguir não deve ser interpretado para desmotivar pacientes que precisam de transplantes ou sugerir que os procedimentos são ruins. Transplantes são importantes e salvam vidas. 

Além disso, todos os riscos são minimizados por conta de diversos cuidados que são tomados pelos profissionais de saúde. O Brasil é referência mundial na área de transplantes e tem o maior sistema público de transplantes do mundo. A rede pública oferece aos pacientes assistência integral e gratuita, com exames preparatórios, acompanhamento, cirurgia e medicamentos pós-transplante.

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5 riscos de um transplante de órgão 

A seguir, você confere 5 coisas que podem acontecer em um transplante de órgão. Inclusive, existem alguns casos raros ocorridos com pacientes no Brasil.

1. Rejeição do órgão transplantado

Médicos cirurgiões durante uma cirurgia passando instrumentos com uma luz vinda de cima
Médicos em um procedimento cirurgico (Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)

Logo após o transplante, é possível que o paciente comece a sentir sintomas de rejeição do órgão. Isso também pode ocorrer semanas, meses ou até anos depois.

O paciente pode sofrer com uma rejeição aguda assim que recebe o novo órgão, tendo calafrios, febre, fadiga, náusea e alterações bruscas na pressão arterial. Há também a possibilidade de a pessoa desenvolver uma rejeição crônica, que ocorre mais tarde e causa problemas contínuos de baixo nível ao órgão doado.

2. Infecção

Dor pélvica dor de estômago conceito de saúde médica. Mãos de mulher jovem no estômago como sofrem de menstruação cãibra, indigestão, gastrointestinal, diarreia ou doenças femininas problema.
Pessoa sentindo dor por conta de uma infecção – Imagem: BlurryMe/Shutterstock

Toda pessoa que passa por uma cirurgia corre o risco de sofrer com uma infecção. Pacientes transplantados não são diferentes. Eles podem sofrer infecções em decorrência da própria cirurgia, do uso de imunossupressores, do mau funcionamento do órgão transplantado ou de distúrbios que afetam o sistema imunológico.

As infecções que podem afetar pacientes transplantados são as mesmas que qualquer outra pessoa se recuperando de uma cirurgia pode ter, como infecções do local, no órgão recebido, trato urinário ou pneumonia. Há também riscos de parasitas, vírus, fungos e bactérias. Para evitar que isso aconteça, a maioria das pessoas transplantadas toma remédios antimicrobianos. 

3. Câncer 

cancer sangue
Células de um câncer – Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock

Recentemente um caso raro de câncer acometeu um homem transplantado em São Paulo. Trata-se de Geraldo Vaz Junior, de 58 anos. Ele passou por um transplante de fígado e após meses do procedimento, foi diagnosticado com um câncer no órgão. Ao realizar exame de DNA, descobriu que as células cancerígenas não lhe pertenciam.

Conforme o Manual dos Transplantes (2022), do Ministério da Saúde, todo doador apto deve passar por uma triagem clínica, de imagem e laboratorial para descartar infecções e neoplasias transmissíveis (tipos de câncer). Se houver suspeita de tumor, o órgão é descartado de forma imediata. 

Todavia, não existe um método que tenha a capacidade de eliminar o risco da doença por completo, pois células malignas microscópicas não são possíveis de ser detectadas.

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No caso do Geraldo, ele recebeu o transplante no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao ser questionado pelo G1 sobre o caso, o hospital afirmou que “participa do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) como centro transplantador, recebe os órgãos já analisados tecnicamente pela Central Estadual de Transplantes e realiza exclusivamente o procedimento cirúrgico, seguindo os protocolos estabelecidos pelo SNT. A organização atua em conformidade com a legislação brasileira e segue as melhores práticas internacionais em todos os seus processos assistenciais”.

4. HIV 

hiv
Teste de HIV – Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock

Outro caso raro foi o de infecção por HIV em seis pacientes no Rio de Janeiro em 2024. Acontece que dois doadores realizaram exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados foram falsos negativos. 

Isso pode acontecer devido a um erro laboratorial ou à “janela imunológica” de duas a três semanas entre a exposição a um agente infeccioso e a produção de anticorpos necessários para a detecção nos testes. Apesar do risco, é muito raro que pessoas que receberam órgãos contraiam a doença.

5. Doença do enxerto contra o hospedeiro

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Médico passando o diagnóstico de uma doença
Imagem: shutterstock_Chay_Tee

Essa doença pode acontecer quando os glóbulos brancos (o enxerto) do doador atacam os tecidos do receptor (o hospedeiro). Quando ocorre, é em pessoas que recebem transplante de células-tronco, mas também há casos em pacientes que recebem transplantes de intestino delgado e fígado.

Entre os sintomas estão erupção cutânea, icterícia, febre, dores abdominais, diarreia, vômitos, perda de peso e elevação do risco de infecção. Apesar do risco de morte, é possível tratar essa doença.

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Saúde

Vacinas de mRNA contra Covid-19 potencializam tratamento de câncer

Redação Informe 360

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Vacinas de mRNA, como as utilizadas contra a Covid-19, podem auxiliar no tratamento do câncer. Essa descoberta foi apresentada hoje no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) de 2025. O estudo foi liderado por Steven Lin, M.D., Ph.D., professor de Oncologia Radioterápica, e Adam Grippin, M.D., Ph.D., residente sênior na mesma área. 

Esses imunizantes podem funcionar como ‘ativadores imunológicos’. Isso significa que eles podem treinar o sistema de defesa do corpo para eliminar células cancerígenas, mesmo que o mRNA não seja direcionado diretamente aos tumores. 

Essa constatação surgiu de pesquisas conduzidas por Grippin durante seu doutorado na Universidade da Flórida, no laboratório de Elias Sayour, M.D., Ph.D.

Um estudo que incluiu mais de 1.000 pacientes tratados entre agosto de 2019 e agosto de 2023 mostrou que indivíduos com câncer que receberam vacinas contra a Covid baseadas em mRNA em até 100 dias após o início da terapia com inibidores de checkpoint imunológico tiveram o dobro de chance de estarem vivos três anos após o começo do tratamento.

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Os checkpoints imunológicos são mecanismos regulatórios cruciais do sistema imunológico. Eles atuam como “freios” ou “interruptores” para controlar a ativação e inibição das células de defesa.

vacina
Vacinas de mRNA, como as da Covid-19, podem treinar o sistema imunológico para eliminar células cancerígenas Imagem: pedro7merino/Shutterstock

“Este estudo demonstra que vacinas comerciais de mRNA contra a Covid podem treinar o sistema imunológico dos pacientes para combater o câncer”, disse Grippin. “Quando combinadas com inibidores de checkpoint imunológico, essas vacinas produzem respostas antitumorais poderosas, associadas a melhorias significativas na sobrevida de pacientes oncológicos.” 

Essa descoberta levou à hipótese de que outros tipos de vacinas de mRNA poderiam ter o mesmo efeito. A aprovação e o uso das vacinas contra a Covid-19 baseadas em mRNA criaram uma oportunidade para testar essa hipótese. 

Como o estudo foi conduzido 

  • Os pesquisadores analisaram o histórico de pacientes do Centro de Câncer MD Anderson.
  • Eles buscaram identificar se os pacientes que receberam os imunizantes de mRNA contra a Covid viveram mais do que aqueles que não foram vacinados. 
  • Após a análise de modelos pré-clínicos, descobriram que as vacinas de mRNA funcionam como um alarme, colocando o sistema imunológico em estado de alerta para reconhecer e atacar células cancerígenas. 

Em resposta, as células cancerígenas passam a produzir a proteína de checkpoint imunológico PD-L1, que atua como um mecanismo de defesa contra as células de defesa. Felizmente, diversos inibidores de checkpoint imunológico são desenvolvidos para bloquear o PD-L1, criando um ambiente ideal para que esses tratamentos liberem o sistema imunológico contra a doença. 

O uso da vacina de mRNA em até 100 dias após a imunoterapia dobrou a chance de sobrevida em pacientes com câncer (Crédito: Volha_R/Shutterstock)

Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, este estudo sugere que as vacinas de mRNA contra a Covid são ferramentas poderosas para reprogramar respostas imunológicas antitumorais. 

“A parte realmente empolgante do nosso trabalho é que ele aponta para a possibilidade de que vacinas amplamente disponíveis e de baixo custo tenham o potencial de melhorar drasticamente a eficácia de certas terapias imunológicas”, afirmou Grippin. “Estamos esperançosos de que as vacinas de mRNA possam não apenas melhorar os resultados de pacientes tratados com imunoterapias, mas também levar os benefícios desses tratamentos a indivíduos com doenças resistentes à abordagem.” 

Os cientistas planejam, agora, um novo estudo mais rigoroso (ensaio clínico de Fase III) para confirmar esses achados e verificar se a vacina de mRNA contra a Covid-19 deve ser incluída como parte do tratamento padrão para pacientes oncológicos. 

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Resultados do estudo 

O estudo inicial incluiu diferentes tipos de câncer, comparando pacientes que foram vacinados em até 100 dias após iniciar a imunoterapia com aqueles que não receberam o imunizante. Os resultados mostraram uma diferença significativa: no grupo de pacientes com câncer de pulmão avançado, por exemplo, os 180 vacinados tiveram uma sobrevida média de 37,3 meses, contra 20,6 meses observados nos 704 pacientes não vacinados. 

Cientistas planejam ensaio de Fase III para confirmar se a vacina de mRNA deve ser incluída no tratamento padrão do câncer (Imagem: ORION PRODUCTION/Shutterstock)

Em uma análise com pacientes com melanoma metastático, a sobrevida média ainda não foi atingida nos 43 vacinados, sugerindo uma melhora importante quando comparada à média de 26,7 meses dos 167 pacientes que não receberam a vacina. 

É fundamental destacar que os benefícios na sobrevida foram mais acentuados em pacientes com tumores que tendem a não responder bem à imunoterapia. Esses pacientes, que apresentam baixíssima expressão da proteína PD-L1 em seus tumores, tiveram um aumento na sobrevida geral de três anos quase cinco vezes maior ao receberem a vacina contra a Covid-19. Os pesquisadores reforçam que esses resultados se mantiveram consistentes, mesmo após a análise de fatores como o fabricante do imunizante, o número de doses aplicadas e o centro médico onde o paciente foi tratado. 

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