Saúde
Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

Em uma entrevista recente, a influenciadora Maya Massafera revelou o desejo de se tornar mãe, mencionando a possibilidade de implantar um útero. Com isso, Maya, que já fez inúmeras cirurgias desde sua transição, acabou abordando um ponto desafiador para a medicina. Afinal, uma mulher trans pode realizar o transplante de útero?
Neste artigo, você vai entender o que é exatamente o transplante de útero, o que ele faz no corpo da receptora e o que se sabe sobre esse procedimento até agora em pessoas que não são mulheres cis, incluindo as complexidades médicas e sociais envolvidas nessa inovação. Confira!
Uma mulher trans pode engravidar após um transplante de útero?

Antes de responder essa questão, abordaremos algumas respostas importantes sobre o que a ciência já descobriu em relação ao transplante de útero em mulheres. E quais expectativas para o procedimento em mulheres trans, será que já aconteceu algum caso no mundo? Veja a seguir.
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O que é um transplante de útero?
Sobretudo o transplante de útero é uma técnica médica que permite a mulheres que nasceram sem o órgão vivenciar ciclos menstruais e engravidar. Contudo, mulheres que perderam o útero devido a cânceres ginecológicos, miomas, endometriose ou complicações pós-parto também poderão, futuramente, recorrer ao transplante como alternativa para vivenciar a gestação.
Não. O procedimento ainda é considerado experimental no Brasil e não está disponível pelo SUS.
É indicado para pessoas com infertilidade uterina absoluta, como mulheres que nasceram sem útero ou o perderam por doenças ou complicações.
Geralmente, as doadoras são mulheres já falecidas ou vivas que não desejam mais ter filhos. O procedimento que é realizado em diversas partes do mundo desde 2014, teve um marco importante no Brasil.
Em 2016, uma brasileira se destacou ser o primeiro caso de um transplante de útero bem-sucedido de uma doadora falecida na América Latina. Além disso, ela teve a primeira gestação bem-sucedida no mundo ocorrida a partir de uma doação de órgão desse tipo.
Como o transplante é realizado?
Em primeiro lugar, é necessário encontrar uma doadora compatível. Dessa forma, deve-se considerar também critérios de idade, histórico de gestação prévia e boas condições gerais de saúde.
A partir dessas definições prévias, a técnica envolve a retirada do útero de uma doadora (viva ou falecida) e o implante na receptora, que passa a ter ciclos menstruais e pode engravidar por fertilização in vitro. Após o nascimento do bebê, o útero geralmente é removido para evitar os riscos do uso prolongado de imunossupressores.
Questões que envolvem o transplante de útero em uma mulher trans

Sobretudo, o transplante de útero em mulheres trans ainda é um impasse para a medicina. Desafios como distinções anatômicas e hormonais em relação às mulheres cis são os principais fatores. Por conta disso, o procedimento ainda se limita apenas as mulheres com Síndrome de Rokitansky (condição que a pessoa nasce sem útero) como mencionamos.
Dessa forma, a mulher cis com esse quadro, que recebe o útero implantado passa a menstruar, uma vez que têm os ovários íntegros, produzindo hormônios normalmente. O que não é o caso de mulheres trans.
O único caso em que o procedimento aconteceu no mundo teve um final malsucedido, tendo em vista as complexidades daqueles tempos. Afinal, quando aconteceu em 1931, não havia nem registros de procedimentos em mulheres cis, para se ter uma ideia.
O caso aconteceu na Dinamarca, quando a artista trans Lili Elbe passou por uma série de cirurgias de afirmação de gênero, incluindo o transplante de útero, algo extremamente experimental para a época.
Infelizmente, Lili faleceu poucos meses depois devido a complicações pós-operatórias, já que a medicina ainda não tinha recursos para lidar com rejeição de órgãos e infecções graves. Sua história comoveu o mundo e foi retratada no filme “A Garota Dinamarquesa” (“The Danish Girl”, 2015), trazendo visibilidade à trajetória de uma das primeiras pessoas trans a buscar cirurgias de redesignação de gênero.
Quais as perspectivas para transplante de útero em mulheres trans?

Mesmo diante das complexidades que envolvem o transplante de útero em mulheres trans, felizmente a medicina não descarta a possibilidade. Dessa forma, estudos continuam sendo realizados para garantir a segurança das pacientes no futuro.
Segundo o cirurgião ginecológico Richard Smith – que participou do primeiro transplante de útero no Reino Unido – a estimativa é de que o procedimento possa se tornar viável para mulheres trans em um intervalo de 10 a 20 anos, dependendo dos avanços técnicos e científicos. Essa previsão é baseada no tempo que levou para o transplante se tornar seguro em mulheres cis.
Reflexões éticas sobre inclusão na medicina reprodutiva
A análise publicada pela Universidade da Pensilvânia, intitulada “Transplante uterino em mulheres transgênero”, oferece uma revisão ética robusta sobre o transplante de útero, especialmente em contextos que envolvem mulheres transgênero.
O estudo não apenas revisita os primeiros casos clínicos bem-sucedidos em mulheres cis com infertilidade uterina absoluta, como também explora os critérios médicos para doadoras e receptoras, os riscos associados à rejeição do órgão, o uso prolongado de imunossupressores e os limites atuais da viabilidade gestacional.
Mais do que uma análise técnica, o artigo propõe uma ampliação do debate sobre direitos reprodutivos, argumentando que o transplante de útero pode representar um avanço significativo na autonomia corporal e na equidade de gênero.
Ao incluir pessoas trans e não binárias na discussão, mesmo reconhecendo a escassez de dados clínicos específicos para esses grupos, os autores reforçam a importância de uma abordagem ética que acompanhe os avanços biomédicos.
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Saúde
O que é o bicho geográfico? Entenda a condição de saúde, causas e tratamento

Quando chega o verão, também chega a temporada de férias na praia. A sensação da areia nos pés é revigorante, mas, às vezes, um parasita indesejado pode voltar para casa com você. Estamos falando da Larva migrans cutânea, popularmente conhecida no Brasil como “bicho geográfico”.
Embora o nome possa soar quase inofensivo ou curioso, quem já teve a infecção sabe que o desconforto é real. A condição, muito comum em países tropicais, não escolhe idade e está diretamente ligada aos locais onde nossos animais de estimação circulam. Mas o que exatamente acontece sob a pele e como se livrar desse hóspede indesejado?
O que causa o bicho geográfico e como tratar?
Para entender a doença, primeiro precisamos apresentar o culpado. O bicho geográfico é causado, na maioria das vezes, por larvas de parasitas intestinais de cães e gatos, sendo o Ancylostoma braziliense o mais comum.
O ciclo de vida desses parasitas começa no intestino dos animais. Os ovos do verme são eliminados nas fezes de cães e gatos infectados. Quando essas fezes entram em contato com solos quentes, úmidos e arenosos (como praias ou tanques de areia em parquinhos), os ovos eclodem e liberam as larvas.

É aqui que entra o ser humano, funcionando como um hospedeiro acidental. Ao pisarmos descalços ou sentarmos nessa areia contaminada, a larva penetra diretamente na pele humana, iniciando a infecção.
Por que “bicho geográfico”?
O nome popular é uma descrição visual perfeita do sintoma. Como o ser humano não é o hospedeiro natural do parasita, a larva não consegue perfurar as camadas mais profundas da pele para atingir a corrente sanguínea (como faria no cão).
O resultado? Ela fica presa na epiderme, vagando sem rumo. Enquanto se desloca, ela escava túneis visíveis, criando lesões lineares e sinuosas que se assemelham ao desenho de um mapa, daí o nome “geográfico”.

Sintomas e diagnóstico
O principal sintoma, além da marca visual avermelhada que cresce dia após dia (a larva pode avançar alguns milímetros ou centímetros diariamente), é uma coceira intensa. O prurido costuma piorar durante a noite.
O diagnóstico é essencialmente clínico. Ou seja, não são necessários exames de sangue ou biópsias complexas. Um clínico geral ou dermatologista identifica a infecção apenas observando o aspecto característico das lesões na pele e ouvindo o relato do paciente sobre onde ele esteve recentemente.
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Do que a larva se alimenta?
Uma dúvida comum e um tanto agoniante, é sobre a alimentação do parasita dentro do corpo humano. Diferente do que ocorre no intestino do animal, onde o verme adulto se alimenta de sangue, na pele humana a larva se nutre basicamente de fluidos teciduais e detritos celulares da epiderme enquanto tenta sobreviver. Sem tratamento, ela acaba morrendo após algumas semanas ou meses, pois não consegue completar seu ciclo evolutivo em humanos.
Tratamento
Apesar de a infecção ser autolimitada (o parasita morre eventualmente), ninguém quer (ou deve) aguentar a coceira e a inflamação por tanto tempo. O tratamento visa matar a larva rapidamente e aliviar os sintomas.
Conforme a lembrança correta mencionada anteriormente, a abordagem médica geralmente envolve o uso de anti-helmínticos (vermífugos):
- Via tópica: Para casos leves, pomadas contendo tiabendazol podem ser aplicadas diretamente na lesão.
- Via oral: Em casos mais extensos ou com múltiplas lesões, médicos prescrevem antiparasitários orais, como albendazol ou ivermectina.
É importante ressaltar que métodos caseiros, como aplicar gelo ou tentar furar a pele para retirar a larva, não são recomendados e podem causar infecções bacterianas secundárias. Ao notar qualquer linha vermelha que “anda” pela pele, a melhor rota é sempre o consultório médico.
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Saúde
Obesidade abdominal e perda muscular aumentam risco de morte após os 50

Um estudo brasileiro, em parceria com o Reino Unido, revela que a combinação de obesidade abdominal e perda de massa muscular aumenta o risco de morte em 83% após os 50 anos. Pesquisadores da UFSCar e da University College London alertam para a importância do diagnóstico precoce da obesidade sarcopênica, condição que compromete a autonomia e a qualidade de vida.
A pesquisa mostra que métodos simples, como medir a circunferência abdominal e estimar a massa muscular, podem identificar indivíduos em risco, evitando exames complexos e dispendiosos. Intervenções precoces, incluindo acompanhamento nutricional e exercícios, podem melhorar a saúde e prolongar a vida, afirma o MedicalXpress.

Entenda por que a obesidade sarcopênica é preocupante
A obesidade sarcopênica, também chamada de síndrome da fragilidade, combina perda de massa muscular com aumento da gordura corporal. Essa condição está associada a quedas, comorbidades e à redução da capacidade funcional dos idosos.
Além de avaliar o risco de morte associado à obesidade abdominal e à baixa massa muscular, conseguimos comprovar que métodos simples podem ser utilizados para detectar a obesidade sarcopênica.
Tiago da Silva Alexandre, professor da UFSCar e um dos autores do estudo, em nota.
A detecção precoce permite intervenções mais eficazes e melhora a qualidade de vida de pessoas com 50 anos ou mais.

Métodos acessíveis tornam o diagnóstico mais simples
Tradicionalmente, a obesidade sarcopênica é identificada por exames complexos, como ressonância magnética, tomografia, bioimpedância ou densitometria. Apesar da precisão, esses métodos são caros e pouco acessíveis.
O estudo demonstrou que métodos simples podem ser eficazes na detecção precoce:
- Medição da circunferência abdominal
- Estimativa da massa magra com equações clínicas que consideram idade, sexo, peso, altura e raça
- Avaliação periódica para rastrear alterações ao longo do tempo
“Pela primeira vez, mostramos que é possível rastrear esses indivíduos precocemente usando ferramentas simples”, reforça Alexandre.

Impacto da gordura e da perda muscular no metabolismo
O estudo acompanhou 5.440 participantes do Estudo Longitudinal Inglês sobre Envelhecimento (ELSA) por 12 anos. A combinação de obesidade abdominal e baixa massa muscular elevou o risco de morte em 83%, enquanto a baixa massa muscular isolada reduziu o risco em 40%.
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Valdete Regina Guandalini, professora da UFES e pesquisadora do estudo, explica: “O excesso de gordura intensifica processos inflamatórios que comprometem diretamente o tecido muscular, prejudicando suas funções metabólicas, endócrinas, imunológicas e funcionais.”
Curiosamente, indivíduos com obesidade abdominal, mas massa muscular adequada, não apresentaram risco maior de morte, reforçando que a combinação das condições é o maior problema.
Critérios usados no estudo
Para padronizar a definição de obesidade sarcopênica, os pesquisadores utilizaram os seguintes critérios:
- Obesidade abdominal: circunferência >102 cm para homens e >88 cm para mulheres
- Baixa massa muscular: índice de massa muscular esquelética <9,36 kg/m² para homens e <6,73 kg/m² para mulheres
Essas medidas simples podem ajudar médicos e idosos a identificar riscos e agir antes que complicações graves ocorram.
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Saúde
FDA aprova implante auditivo para bebês a partir de 7 meses nos Estados Unidos

A FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou o uso do implante coclear da MED-EL para crianças a partir de 7 meses com perda auditiva sensorioneural bilateral. A decisão amplia significativamente o acesso à tecnologia, permitindo que bebês tenham contato mais cedo com estímulos sonoros essenciais para o desenvolvimento da fala. As informações são da Medical Express.
Implante coclear chega a mais crianças
Com a aprovação, o sistema da MED-EL se torna o único implante coclear autorizado nos EUA para crianças tão jovens. A medida também expande os critérios audiológicos e de fala para crianças a partir de 12 meses, ampliando o grupo elegível para receber o dispositivo.

Segundo a empresa, oferecer acesso ao som o mais cedo possível pode gerar impactos positivos para toda a vida da criança, especialmente na fase crítica de desenvolvimento da linguagem.
Estudos indicam alta taxa de sucesso
A decisão da FDA se baseou em um estudo com 123 crianças, entre 7 e 71 meses. Os resultados mostraram taxas de sucesso clínico entre 81% e 88% no primeiro ano de uso do implante coclear, com baixa incidência de complicações — todas já conhecidas e esperadas para esse tipo de procedimento.
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Lista dos principais destaques do estudo:
- 81% a 88% de sucesso clínico no primeiro ano;
- Baixa taxa de complicações, semelhante entre bebês e crianças mais velhas;
- Todos os eventos adversos dentro do escopo conhecido para implante coclear.

A FDA também prevê um estudo pós-aprovação para acompanhar crianças que se enquadram nos novos critérios, garantindo monitoramento contínuo da segurança e eficácia.
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