Saúde
Peste bubônica alterou o sistema imunológico humano, diz estudo
Recentemente, um homem contraiu a peste bubônica do seu gato de estimação nos Estados Unidos. Atualmente, casos assim são extremamente raros e dificilmente levam à morte. Mas a doença, que literalmente dizimou parte da população mundial no passado, deixou sua marca na espécie humana e pode ser encontrada no genoma das pessoas que vivem nos dias de hoje.
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Marcas deixadas pela doença
Acredita-se que a bactéria Yersinia pestis tenha infectado a espécie humana por milhares de anos. Evidências dela foram encontradas no DNA de esqueletos datados de 4 mil anos atrás.
Após anos de teorias, pesquisadores analisaram os restos mortais presentes um túmulo coletivo de vítimas da peste do século XVI na cidade alemã de Ellwangen. Eles sequenciaram genomas de 36 esqueletos.
Ao compará-los com o DNA de pessoas que moram em Ellwangen hoje em dia, descobriram que os habitantes do século XXI apresentam diferenças sutis em vários genes HLA (responsáveis por codificar proteínas encontradas sobre a superfície das nossas células e que desempenham um papel importante na coordenação da nossa reação imunológica. Isso significa que provavelmente a infecção tornou a população daquela região mais capaz de combater a Yersinia pestis.
Dois anos atrás, um grupo internacional de pesquisadores tentou examinar quais podem ter sido os impactos da Peste Negra sobre a imunidade humana. Eles reuniram amostras genéticas de esqueletos de cerca de 500 pessoas em cemitérios de Londres e da Dinamarca que morreram antes, durante e depois da pandemia do século XIV.
Eles observaram particularmente padrões relativos a um gene chamado ERAP2, que codifica uma proteína conhecida por ajudar as células imunológicas humanas a combater a Yersinia pestis e outros patógenos.
O estudo demonstrou que os londrinos e dinamarqueses da era medieval que carregavam esta última variante de ERAP2 tinham duas vezes mais probabilidade de sobreviver à peste. Os pesquisadores descobriram que, no final do século XIV, 50% dos londrinos e 70% dos dinamarqueses pesquisados possuíam essa variante. As informações são do G1.
A peste bubônica
- A peste bubônica, também conhecida como Peste Negra, é a forma mais comum da doença que ainda tem mais dois tipos: a peste Septicêmica Primária e a Pneumônica.
- Seu surgimento causou a pandemia mais devastadora registrada na história da humanidade, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas na Eurásia, atingindo o pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351.
- Acredita-se que a bactéria Yersinia pestis tenha sido a causa.
- O microrganismo é geralmente encontrado em ratos e pulgas (a picada transmite a doença).
- Entre os sintomas da peste bubônica estão inchaço dos gânglios linfáticos, que formam bolhas na virilha, axila e pescoço, febre, calafrios, dor de cabeça, fadiga e dores musculares.
- Os pacientes ainda podem sentir confusão mental, náuseas e significativa alteração na pressão arterial.
- De 2010 a 2015 foram identificados 3.248 casos em todo o mundo, com 584 mortes.
- O Brasil não registra casos de peste em seres humanos desde 2005.
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Saúde
Gripe aviária está sendo transmitida entre mamíferos, alerta estudo
Um novo alerta aumenta as preocupações sobre o avanço da gripe aviária no mundo. De acordo com pesquisadores, o vírus responsável pela doença já pode ser transmitido entre mamíferos. Isso significa que o patógeno está se adaptando e pode conseguir infectar humanos com maior facilidade.
Vacas teriam transmitido a doença para gatos e guaxinim
Cientistas da Universidade Cornell, em Nova York, encontraram evidências de que o vírus circulou entre vacas, e que elas teriam transmitido a doença para gatos e até para um guaxinim. Os animais provavelmente teria sido infectados após beberem o leite cru de vacas infectadas.
Segundo os pesquisadores, este é um dos primeiro registros de transmissão eficiente e sustentada de mamífero para mamífero da gripe aviária. Até o momento, no entanto, não há indícios de que o H5N1 sofreu mutações que desencadeiem o aumento da transmissibilidade do vírus em humanos.
Apesar disso, não está descartado que isso possa acontecer no futuro. Em outras palavras, o vírus da gripe aviária está sofrendo mutações que aumentam a sua capacidade de adaptação aos hospedeiros e às defesas do sistema imunológico. O estudo foi publicado na revista Nature.
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Risco de uma nova pandemia?
- Nos últimos meses, cientistas detectaram a gripe aviária em aves de Nova York, amostras de leite cru e em vacas leiteiras pela primeira vez na história.
- A doença também já causou a morte de diversos animais que não costumavam ser infectados.
- É o caso do urso polar, gatos e até pinguins da Antártica.
- Segundo especialistas, isso comprova que o vírus está se espalhando até em áreas remotas do planeta.
- Desde abril de 2022, 11 casos da doença foram registrados em seres humanos apenas nos Estados Unidos.
- Quatro deles tinham relação com fazendas de gado e sete ocorreram em granjas.
- Todos os pacientes tiveram sintomas leves da doença e já se recuperaram.
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Saúde
Terror das bactérias! Cientistas criam Homelander dos antibióticos
Pesquisadores da Universidade de Illinois Chicago (UIC), nos EUA, criaram o que parece ser o Homelander (Capitão Pátria, “super” poderosíssimo de The Boys) dos antibióticos. Isso porque a medicação é tão poderosa que desenvolver resistência a ela é quase impossível para bactérias.
“A beleza deste antibiótico é que ele mata ao acertar dois alvos diferentes nas bactérias”, diz Alexander Mankin, professor de ciências farmacêuticas na UIC e coautor do estudo – publicado na revista Nature Chemical Biology – em entrevista ao site da universidade.
Pesquisadores fundem antibióticos para criar superantibióticos
Os pesquisadores combinaram as ações bactericidas de duas classes de antibióticos – macrolídeo e fluoroquinolona – para criar o superantibiótico.
A classe macrolídeos tem sido usada há décadas para tratar várias infecções bacterianas. Eles interrompem o crescimento bacteriano ao se ligar ao ribossomo da bactéria e cortar a produção de proteínas.
Já fluoroquinolonas são uma classe de antibióticos de amplo espectro, o que significa que são eficazes contra uma ampla variedade de bactérias. Elas são derivadas do ácido nalidíxico e atuam inibindo a enzima DNA girase, essencial para a replicação do DNA bacteriano.
A ideia dos pesquisadores foi sintetizar um novo “macrolona” – termo científico para “superantibiótico” – que desempenha a função de inibição da síntese de proteínas de um macrolídeo ou a função de interrupção da síntese de DNA de uma fluoroquinolona, dependendo da dose.
Com base em seus resultados, os pesquisadores estimaram que seu antibiótico macrolona “tornaria 100 milhões de vezes mais difícil para as bactérias desenvolverem resistência”.
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Caminho para chegar ao superantibiótico mais poderoso
A princípio, os pesquisadores notaram que os macrolonas desenvolvidos por eles eram melhores em inibir uma função ou outra.
No entanto, um deles, chamado de MCX-128, atingiu o “ponto ideal” – interferiu em ambas funções em sua dose eficaz mais baixa, se destacando como o candidato mais promissor para um superantibiótico.
“Basicamente, ao atingir dois alvos na mesma concentração, a vantagem é que você torna quase impossível para as bactérias criar facilmente uma defesa genética simples”, disse Yury Polikanov, professor associado de ciências biológicas e coautor do estudo. As bactérias que se cuidem.
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Saúde
HIV: medicamento revolucionário deve custar pouco; saiba quanto
Na última quarta-feira (17), o Olhar Digital publicou reportagem sobre o lenacapavir, novo medicamento contra o HIV que pode ser revolucionário. Agora, temos uma noção de quanto ele deve custar.
Atualmente, ele custa, no primeiro ano, US$ 42,25 mil (R$ 236,06 mil, na conversão direta). Contudo, o preço anual pode ser mil vezes menor do que esse no mundo todo: somente US$ 40 (R$ 223,49), segundo pesquisa.
Novo remédio contra HIV pode custar muito mais em conta do que atualmente
- O estudo foi apresentado nesta terça-feira (23) na 25ª Conferência Internacional sobre Aids, em Munique (Alemanha);
- O valor sugerido é mínimo para que a Gilead, gigante farmacêutica estadunidense responsável pelo medicamento (que tem o nome comercial de Sunlenca), tenha lucro de 30% por venda e se baseia nos custos dos ingredientes e fabricação da medicação;
- Os pesquisadores apontam que, a longo prazo, 60 milhões de pessoas, provavelmente, precisarão tomar o lenacapavir de forma preventiva, reduzindo, assim, os níveis de HIV de forma significativa, trouxe o The Guardian.
O Dr. Andrew Hill, da Liverpool University (Inglaterra) e líder do estudo, comemorou a novidade. “Você tem uma injeção que alguém poderia tomar a cada seis meses e não pegar HIV. É o mais perto que já chegamos de uma vacina contra o HIV.”
Ativistas pedem que a Gilead libere o licenciamento do medicamento de forma genérica a partir do Medicines Patent Pool, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em países de baixa e média renda, que correspondem a 95% da infecção por HIV no mundo todo.
Até então, a farmacêutica considerava ser “muito cedo” precificar o lenacapavir para prevenção (hoje, ele é licenciado para tratamento) por estar aguardando dados de ensaios clínicos e registros regulatórios, mas havia prometido “estratégia para permitir acesso amplo e sustentável globalmente”.
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Inclusive, incluindo o “fornecimento da Gilead nos países onde a necessidade é maior, até que os parceiros de licenciamento voluntário sejam capazes de fornecer versões do lenacapavir de alta qualidade e baixo custo”, bem como um programa de licenciamento voluntário para “países de alta incidência e recursos limitados”. A farmacêutica informou que a escolha dos países está em andamento.
Contudo, os ativistas reiteram ser vital que todos os países de alta renda, incluindo os de renda média alta (como o Brasil), tenham acesso ao modelo genérico de baixo custo da nova medicação.
Eles afirmam, ainda, que seleções semelhantes de países, realizadas no passado, não consideraram países nos quais a epidemia de HIV crescia mais rapidamente.
Por sua vez, Hill disse que os ensaios realizados nos países de baixa e média renda fortaleceram o argumento em favor do acesso à medicação em todo o globo, e citou a Declaração de Helsinque sobre ética médica. Entre outras coisas, ela diz que os ensaios precisam ser realizados somente em populações que pudessem efetivamente se beneficiar de seus resultados.
Não é exagero dizer que atingir a meta de 2030 de acabar com novas transmissões de HIV depende de a Gilead garantir que as pessoas no sul global tenham acesso justo ao lenacapavir.
Joyce Ouma, diretora sênior de programas da Y+ Global, em entrevista ao The Guardian
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