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Células-tronco: o que são, tipos e para que servem?

Redação Informe 360

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No mundo da biologia e da medicina, um dos campos mais fascinantes e promissores é o estudo das células-tronco. Essas pequenas unidades fundamentais têm despertado grande interesse devido ao seu potencial de transformação e aplicação em diversas áreas, desde a regeneração de tecidos até a cura de doenças graves. Vamos explorar em profundidade o universo das células-tronco: o que são, os diferentes tipos existentes e suas aplicações na prática médica e científica.

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O que são células-tronco?

As células-tronco são células especializadas com a capacidade única de se transformar em diferentes tipos de células do corpo humano. Elas possuem a capacidade de se autorrenovar, ou seja, de se multiplicar e gerar cópias de si mesmas, e também têm o potencial de se diferenciar em células especializadas, como neurônios, células cardíacas, células musculares, entre outras.

Essas características únicas fazem das células-tronco uma ferramenta poderosa tanto na pesquisa básica quanto na aplicação clínica, oferecendo possibilidades de tratamento para uma ampla variedade de condições médicas.

Quais os tipos de células-tronco?

Existem diferentes tipos de células-tronco, cada uma com suas características e potenciais de aplicação. Os principais tipos são:

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  • Células-tronco embrionárias:
    As células-tronco embrionárias são extraídas de embriões humanos com poucos dias de desenvolvimento. Elas são pluripotentes, o que significa que têm o potencial de se diferenciar em praticamente todos os tipos de células do corpo humano. Devido ao seu potencial terapêutico, as células-tronco embrionárias têm sido amplamente estudadas para o tratamento de doenças degenerativas, lesões traumáticas e outros distúrbios médicos.
  • Células-tronco adultas (ou células-tronco somáticas):
    As células-tronco adultas são encontradas em tecidos adultos, como a medula óssea, o sangue periférico, a pele e o tecido adiposo. Embora sejam multipotentes (capazes de se diferenciar em um número limitado de tipos celulares), seu potencial de diferenciação é mais restrito em comparação com as células-tronco embrionárias. As células-tronco adultas desempenham um papel importante na regeneração e reparo de tecidos no organismo.
  • Células-tronco induzidas (iPS):
    As células-tronco induzidas são células adultas que foram reprogramadas geneticamente para adquirir características semelhantes às células-tronco embrionárias. Esse processo de reprogramação é realizado através da introdução de determinados genes nas células adultas, fazendo com que estas voltem a um estado de pluripotência. As células-tronco induzidas têm sido amplamente estudadas como uma alternativa ética e terapeuticamente viável às células-tronco embrionárias.
  • Células-tronco do cordão umbilical:
    As células-tronco do cordão umbilical são obtidas a partir do sangue do cordão umbilical e da placenta após o nascimento de um bebê. Elas são multipotentes e têm sido utilizadas com sucesso em transplantes de células-tronco para tratar uma variedade de doenças, incluindo certos tipos de câncer, distúrbios do sangue e doenças genéticas.
Ilustração digital de células-tronco
Células-tronco do sangue usam método inusitado para se livrar de suas proteínas mal dobradas (Imagem: LifeCell)

Para que servem as células-tronco?

As células-tronco têm uma vasta gama de aplicações potenciais, tanto na pesquisa científica quanto na prática clínica. Algumas das áreas em que elas estão sendo investigadas incluem medicina regenerativa, terapia celular, desenvolvimento de medicamentos e pesquisa básica.

Na medicina regenerativa, as células-tronco têm o potencial de regenerar tecidos danificados ou disfuncionais, como osso, cartilagem, músculo, pele e neurônios. Isso oferece esperança para o tratamento de lesões traumáticas, doenças degenerativas e condições congênitas.

Na terapia celular, as células-tronco são transplantadas para o corpo para substituir células danificadas ou disfuncionais. Isso é particularmente eficaz em condições como leucemias e linfomas, onde o transplante de células-tronco hematopoéticas pode substituir o sistema imunológico do paciente.

Elas também desempenham um papel importante no desenvolvimento e teste de novos medicamentos. Elas podem ser usadas para modelar doenças em laboratório, permitindo que os pesquisadores estudem sua progressão e testem a eficácia de diferentes tratamentos. Isso acelera o processo de desenvolvimento de novas terapias e reduz a necessidade de testes em animais ou humanos.

Cientista conduzindo experimento com células-tronco
(Imagem: MedlinePlus)

Além das aplicações clínicas, as células-tronco são fundamentais na pesquisa básica em biologia e desenvolvimento humano. Elas fornecem insights sobre os processos de diferenciação celular, crescimento e desenvolvimento embrionário, ajudando os cientistas a entender melhor como o corpo humano funciona e como as doenças se desenvolvem.

Desafios e considerações éticas

Apesar do grande potencial das células-tronco, há também uma série de desafios e considerações éticas a serem abordados. Um dos principais debates éticos gira em torno do uso de células-tronco embrionárias, já que sua obtenção envolve a destruição de embriões humanos. Isso levanta questões sobre o início da vida e os direitos dos embriões, dividindo opiniões em questões políticas e religiosas.

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Além disso, há desafios técnicos a serem superados, como a segurança e eficácia das terapias com células-tronco, o risco de formação de tumores e a possibilidade de rejeição pelo sistema imunológico do receptor. Esses desafios destacam a importância contínua da pesquisa e do desenvolvimento de novas abordagens para a utilização segura e eficaz dessas células na prática clínica.

Outra questão importante é a regulamentação do seu uso, tanto ao nível nacional quanto internacional. Muitos países têm suas próprias leis e diretrizes em relação à pesquisa e terapia com elas, o que pode afetar a disponibilidade e o progresso dessas tecnologias. É crucial encontrar um equilíbrio entre a promoção da inovação científica e a proteção dos direitos e interesses dos pacientes e da sociedade como um todo.

Transplante de células-tronco
Imagem: Terelyuk / Shutterstock

Perspectivas futuras

Apesar dos desafios, o futuro das células-tronco é incrivelmente promissor. Os avanços contínuos na tecnologia e na compreensão científica estão ampliando constantemente nosso conhecimento sobre essas células versáteis e seu potencial terapêutico. Algumas das perspectivas futuras mais emocionantes incluem:

  • Terapias personalizadas: Com a capacidade de reprogramar células-tronco para adquirir características específicas, existe o potencial para o desenvolvimento de terapias personalizadas para uma ampla gama de condições médicas. Isso poderia revolucionar a forma como tratamos doenças, adaptando os tratamentos às necessidades individuais de cada paciente.
  • Engenharia de tecidos: A capacidade de cultivar e manipular células-tronco em laboratório abre a possibilidade de criar tecidos e órgãos artificiais para transplante. Isso poderia resolver o problema da escassez de órgãos doadores e melhorar significativamente as taxas de sucesso dos transplantes.
  • Tratamento de doenças atualmente incuráveis: Muitas doenças atualmente consideradas incuráveis, como o Parkinson, Alzheimer, lesões da medula espinhal e diabetes tipo 1, poderiam um dia ser tratadas com sucesso usando terapias com células-tronco. Essa pesquisa oferece esperança para milhões de pessoas em todo o mundo que atualmente enfrentam condições debilitantes e progressivas.
  • Melhoria na compreensão de doenças complexas: Estudar essas células pode fornecer insights valiosos sobre a natureza e a progressão de doenças complexas, como câncer e distúrbios genéticos. Isso pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de prevenção para essas condições.

Em resumo, as células-tronco representam uma área emocionante e em rápida evolução da biologia e da medicina. Seu potencial para transformar a maneira como tratamos doenças e lesões é verdadeiramente impressionante, e os avanços nesta área têm o poder de melhorar significativamente a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, é essencial abordar cuidadosamente os desafios éticos, regulatórios e técnicos para garantir que o uso das células-tronco seja seguro, eficaz e ético.

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Saúde

Gripe aviária está sendo transmitida entre mamíferos, alerta estudo

Redação Informe 360

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Um novo alerta aumenta as preocupações sobre o avanço da gripe aviária no mundo. De acordo com pesquisadores, o vírus responsável pela doença já pode ser transmitido entre mamíferos. Isso significa que o patógeno está se adaptando e pode conseguir infectar humanos com maior facilidade.

Vacas teriam transmitido a doença para gatos e guaxinim

Cientistas da Universidade Cornell, em Nova York, encontraram evidências de que o vírus circulou entre vacas, e que elas teriam transmitido a doença para gatos e até para um guaxinim. Os animais provavelmente teria sido infectados após beberem o leite cru de vacas infectadas.

Segundo os pesquisadores, este é um dos primeiro registros de transmissão eficiente e sustentada de mamífero para mamífero da gripe aviária. Até o momento, no entanto, não há indícios de que o H5N1 sofreu mutações que desencadeiem o aumento da transmissibilidade do vírus em humanos.

Gripe Aviária
Vírus da gripe aviária sofreu mutação (Imagem: shutterstock/StanislavSukhin)

Apesar disso, não está descartado que isso possa acontecer no futuro. Em outras palavras, o vírus da gripe aviária está sofrendo mutações que aumentam a sua capacidade de adaptação aos hospedeiros e às defesas do sistema imunológico. O estudo foi publicado na revista Nature.

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gripe aviária
Transmissão da doença era mais comum em aves (Imagem: Pordee_Aomboon/Shutterstock)

Risco de uma nova pandemia?

  • Nos últimos meses, cientistas detectaram a gripe aviária em aves de Nova York, amostras de leite cru e em vacas leiteiras pela primeira vez na história.
  • A doença também já causou a morte de diversos animais que não costumavam ser infectados.
  • É o caso do urso polar, gatos e até pinguins da Antártica.
  • Segundo especialistas, isso comprova que o vírus está se espalhando até em áreas remotas do planeta.
  • Desde abril de 2022, 11 casos da doença foram registrados em seres humanos apenas nos Estados Unidos.
  • Quatro deles tinham relação com fazendas de gado e sete ocorreram em granjas.
  • Todos os pacientes tiveram sintomas leves da doença e já se recuperaram.

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Saúde

Terror das bactérias! Cientistas criam Homelander dos antibióticos

Redação Informe 360

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Pesquisadores da Universidade de Illinois Chicago (UIC), nos EUA, criaram o que parece ser o Homelander (Capitão Pátria, “super” poderosíssimo de The Boys) dos antibióticos. Isso porque a medicação é tão poderosa que desenvolver resistência a ela é quase impossível para bactérias.

“A beleza deste antibiótico é que ele mata ao acertar dois alvos diferentes nas bactérias”, diz Alexander Mankin, professor de ciências farmacêuticas na UIC e coautor do estudo – publicado na revista Nature Chemical Biology – em entrevista ao site da universidade.

Pesquisadores fundem antibióticos para criar superantibióticos

Os pesquisadores combinaram as ações bactericidas de duas classes de antibióticos – macrolídeo e fluoroquinolona – para criar o superantibiótico.

A classe macrolídeos tem sido usada há décadas para tratar várias infecções bacterianas. Eles interrompem o crescimento bacteriano ao se ligar ao ribossomo da bactéria e cortar a produção de proteínas.

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antibiótico
Pesquisadores juntaram ações bactericidas das classes macrolídeo e fluoroquinolona num superantibiótico (Imagem: Adul10/Shutterstock)

Já fluoroquinolonas são uma classe de antibióticos de amplo espectro, o que significa que são eficazes contra uma ampla variedade de bactérias. Elas são derivadas do ácido nalidíxico e atuam inibindo a enzima DNA girase, essencial para a replicação do DNA bacteriano.

A ideia dos pesquisadores foi sintetizar um novo “macrolona” – termo científico para “superantibiótico” – que desempenha a função de inibição da síntese de proteínas de um macrolídeo ou a função de interrupção da síntese de DNA de uma fluoroquinolona, dependendo da dose.

Com base em seus resultados, os pesquisadores estimaram que seu antibiótico macrolona “tornaria 100 milhões de vezes mais difícil para as bactérias desenvolverem resistência”.

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Caminho para chegar ao superantibiótico mais poderoso

Ilustração digital de superbactérias na corrente sanguínea
Entre os “super” desenvolvidos, o superantibiótico MCX-128 se mostrou o mais eficaz – leia-se: poderoso (Imagem: Pixabay)

A princípio, os pesquisadores notaram que os macrolonas desenvolvidos por eles eram melhores em inibir uma função ou outra.

No entanto, um deles, chamado de MCX-128, atingiu o “ponto ideal” – interferiu em ambas funções em sua dose eficaz mais baixa, se destacando como o candidato mais promissor para um superantibiótico.

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“Basicamente, ao atingir dois alvos na mesma concentração, a vantagem é que você torna quase impossível para as bactérias criar facilmente uma defesa genética simples”, disse Yury Polikanov, professor associado de ciências biológicas e coautor do estudo. As bactérias que se cuidem.

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HIV: medicamento revolucionário deve custar pouco; saiba quanto

Redação Informe 360

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Na última quarta-feira (17), o Olhar Digital publicou reportagem sobre o lenacapavir, novo medicamento contra o HIV que pode ser revolucionário. Agora, temos uma noção de quanto ele deve custar.

Atualmente, ele custa, no primeiro ano, US$ 42,25 mil (R$ 236,06 mil, na conversão direta). Contudo, o preço anual pode ser mil vezes menor do que esse no mundo todo: somente US$ 40 (R$ 223,49), segundo pesquisa.

Novo remédio contra HIV pode custar muito mais em conta do que atualmente

  • O estudo foi apresentado nesta terça-feira (23) na 25ª Conferência Internacional sobre Aids, em Munique (Alemanha);
  • O valor sugerido é mínimo para que a Gilead, gigante farmacêutica estadunidense responsável pelo medicamento (que tem o nome comercial de Sunlenca), tenha lucro de 30% por venda e se baseia nos custos dos ingredientes e fabricação da medicação;
  • Os pesquisadores apontam que, a longo prazo, 60 milhões de pessoas, provavelmente, precisarão tomar o lenacapavir de forma preventiva, reduzindo, assim, os níveis de HIV de forma significativa, trouxe o The Guardian.
Fachada da Gilead no Vale do Silício
Gilead dizia ser “muito cedo” para definir valores para medicamento para tratamento (Imagem: Sundry Photography/Shutterstock)

O Dr. Andrew Hill, da Liverpool University (Inglaterra) e líder do estudo, comemorou a novidade. “Você tem uma injeção que alguém poderia tomar a cada seis meses e não pegar HIV. É o mais perto que já chegamos de uma vacina contra o HIV.”

Ativistas pedem que a Gilead libere o licenciamento do medicamento de forma genérica a partir do Medicines Patent Pool, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em países de baixa e média renda, que correspondem a 95% da infecção por HIV no mundo todo.

Até então, a farmacêutica considerava ser “muito cedo” precificar o lenacapavir para prevenção (hoje, ele é licenciado para tratamento) por estar aguardando dados de ensaios clínicos e registros regulatórios, mas havia prometido “estratégia para permitir acesso amplo e sustentável globalmente”.

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Inclusive, incluindo o “fornecimento da Gilead nos países onde a necessidade é maior, até que os parceiros de licenciamento voluntário sejam capazes de fornecer versões do lenacapavir de alta qualidade e baixo custo”, bem como um programa de licenciamento voluntário para “países de alta incidência e recursos limitados”. A farmacêutica informou que a escolha dos países está em andamento.

Contudo, os ativistas reiteram ser vital que todos os países de alta renda, incluindo os de renda média alta (como o Brasil), tenham acesso ao modelo genérico de baixo custo da nova medicação.

Eles afirmam, ainda, que seleções semelhantes de países, realizadas no passado, não consideraram países nos quais a epidemia de HIV crescia mais rapidamente.

Por sua vez, Hill disse que os ensaios realizados nos países de baixa e média renda fortaleceram o argumento em favor do acesso à medicação em todo o globo, e citou a Declaração de Helsinque sobre ética médica. Entre outras coisas, ela diz que os ensaios precisam ser realizados somente em populações que pudessem efetivamente se beneficiar de seus resultados.

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Vários medicamentos ao fundo, com uma seringa injetada em um medicamento à frente, no qual se lê "HIV"
Ativistas defendem que lenacapavir deve ser esoalhado, de forma genérica, para o mundo todo (Imagem: Kitsawet Saethao/Shutterstock)

Não é exagero dizer que atingir a meta de 2030 de acabar com novas transmissões de HIV depende de a Gilead garantir que as pessoas no sul global tenham acesso justo ao lenacapavir.

Joyce Ouma, diretora sênior de programas da Y+ Global, em entrevista ao The Guardian

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