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Toda inovação vale a pena?

Redação Informe 360

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Pense só: quantas vezes já vimos aquela história incrível de um negócio pequeno que se transforma em gigante? Como aquele quiosque de café da esquina que se transforma em um império. Começa só com um cafezinho saboroso e, de repente, expande a oferta. Conquista todo o mundo com o excelente atendimento, passa a ter cadeiras confortáveis, bolos que acabaram de sair do forno, Wi-Fi para reuniões remotas. Aí abre várias franquias e vira ponto de encontro, seja para bater papo, fazer negócios ou só relaxar. Esse é um exemplo claro de como é possível desenvolver uma categoria inteira e criar valor além do produto.

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“Eu não compro seus produtos. Compro o que eles fazem por mim.” Essa frase estava no primeiro capítulo do manual de treinamento de vendas que recebi no meu primeiro dia de trabalho. Lembro como se fosse hoje minha surpresa e curiosidade. O que isso quer dizer? Como assim não compro seus produtos? Quando eu era representante de vendas, muitas vezes caía na armadilha de tentar vender apenas os benefícios específicos dos produtos da minha empresa. Várias vezes, reforcei como fortaleza o market share das minhas marcas e falava sobre nossos planos de continuar crescendo. E o cliente? Bocejando! Para o cliente, faz pouca diferença se uma marca está roubando market share do concorrente. Os clientes querem mais do que isso. Eles não querem apenas melhorar as vendas de uma marca individual, mas impulsionar a categoria toda. Mudar o jogo de verdade. E essa mudança de perspectiva foi crucial.

“Compro o que eles fazem por mim”! O que um produto pode então fazer pelo cliente? O principal é fazer o cliente vender mais, mas não daquele produto apenas e sim de toda a categoria. E tudo começa pelo consumidor: entender suas dores, o que ele precisa, e daí criar as soluções certas. Foi assim que começamos a explorar novas ideias, estabelecendo e seguindo uma tríade de crescimento de categoria: mais usos, mais usuários e mais valor agregado. Por exemplo: vocês sabiam que 80% dos jovens começam a depilar alguma parte do corpo antes de fazerem a barba? Esse é um novo uso para a categoria de lâminas de barbear (que, aliás, tem de mudar de nome) e devemos desenvolver produtos que cumpram bem essa expectativa. Outro caso é que muitos pais e mães estão esticando o tempo de desfralde de bebês, para um processo menos abrupto e mais respeitoso. Porém os bebês maiores não cabiam nas fraldas disponíveis no mercado e, por isso, desenvolvemos as fraldas tamanho XXXG. Além de atender a essas novas necessidades, trouxemos mais valor aos produtos e fizemos a categoria crescer. Esses são exemplos de mais usos, mas podemos também expandir o número de usuários de uma categoria como amaciantes concentrados ou expandir o valor de uma categoria quando migramos consumidores para escovas elétricas. Para qualquer categoria é possível pensar numa estratégia de mais usos, mais usuários e mais valor.

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O varejo está acompanhando essa evolução. Já notou as prateleiras do supermercado? Eu me lembro que, quando comecei, a categoria de fraldas estava no mesmo corredor que papel higiênico e absorvente. Os corredores eram separados por fornecedores – se a maioria da indústria produz absorventes e fraldas juntos, vamos colocá-los próximos. Agora, as gôndolas são organizadas com base nos insights dos consumidores e nas estratégias de desenvolvimento de categorias. Fraldas estão agrupadas com outros produtos para bebês, como papinhas ou leites especiais. Isso facilita a vida do shopper e aumenta a chance de comprar mais.

“Minha gôndola não é elástica”. Quantas vezes não ouvi isso de clientes quando levava um lançamento? Minha resposta? “Verdade, não é elástica, mas também não é estática.” Há alguns anos, você dificilmente encontraria comida congelada ou cápsulas de café em supermercados. Hoje, há seções inteiras dedicadas a congelados e as cápsulas ocupam quase um terço do corredor de café. E onde foram parar os CDs ou DVDs? Será que deram espaço para smartphones? A gôndola é viva, é uma ferramenta para ditar as tendências do mercado. Ela mostra aos shoppers o que tem de novo, para onde o mercado está se movendo. A arte está em separar o joio do trigo. Separar o lançamento que veio trocar seis por meia dúzia daquele que veio contribuir para desenvolver o mercado, fazer o bolo crescer.

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Como saber se uma inovação vai realmente desenvolver uma categoria? Para alavancar uma categoria, não vale inovação pela inovação. Quantas vezes nos apaixonamos por uma tecnologia, uma solução que não resolve nenhum problema? Não podemos nos apaixonar por aquilo que conseguimos fazer, mas pelo que temos de fazer. É uma armadilha grande pensar que, só porque é inovador, vai trazer disrupção ao mercado. O pulo do gato vem em começar pela estratégia de desenvolvimento de categorias inspirada por entendimento profundo do consumidor, e aí colocar o time para encontrar soluções para essas estratégias.

A grande lição disso tudo é: não brigue para conquistar uma fatia maior do bolo. Faça ele crescer e será considerado um grande parceiro de negócio, além de alavancar seu próprio crescimento. Dessa forma, você não só desenvolve a categoria, mas também gera valor real para as pessoas, impulsionando o crescimento do negócio de forma sustentável. Nesse jogo, todos saem ganhando.

*André Felicíssimo, presidente da P&G Brasil

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Empresas latino-americanas e as prioridades em sustentabilidade

Redação Informe 360

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O Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado neste ano no início de junho, lança luz sobre o impacto das mudanças climáticas em nosso planeta. A reflexão, fundamental para a preservação ambiental, também se depara diante do compromisso das empresas latino-americanas com o meio ambiente e com a sustentabilidade. Um estudo recente promovido por nós da Dell Technologies mostrou que as empresas da região estão priorizando uma série de objetivos-chave para promover práticas mais sustentáveis.

Os resultados identificados no estudo (intitulado “Catalisador da Inovação”) revelam as tendências e as preocupações mais urgentes em inovação e sustentabilidade entre os líderes de tecnologia e negócios na nossa região. Aproveito este espaço para destacar as principais descobertas da pesquisa.

Artem Peretiatko_Guettyimages
Artem Peretiatko_Guettyimages

Como pode ser observado, há um reconhecimento crescente da sustentabilidade no pensamento da liderança latino-americana.

O primeiro destaque diz respeito à utilização de materiais reciclados. Destacando-se como a máxima prioridade entre todos os países ouvidos, as empresas latino-americanas estão focadas em integrar materiais reciclados em suas operações e produtos como uma medida-chave para reduzir seu impacto ambiental.

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O segundo ponto se refere à melhoria da eficiência energética. A otimização do consumo de energia é uma prioridade fundamental. Isso inclui a busca por soluções tecnológicas inovadoras para reduzir o consumo de energia e melhorar a eficiência operacional.

O terceiro aspecto relevante é a minimização de resíduos e o foco na economia circular. A redução de resíduos e a transição para uma economia circular são compromissos significativos para as empresas latino-americanas. Isso reflete um comprometimento com a gestão responsável de recursos e a redução de impactos ambientais negativos.

Estes achados demonstram um claro reconhecimento por parte das empresas latino-americanas sobre a importância da sustentabilidade ambiental em suas operações e em suas estratégias comerciais. No entanto, o estudo também revela desafios significativos que essas organizações enfrentam em seu caminho para a sustentabilidade.

Apesar da compreensão generalizada das regulamentações ambientais e da expectativa de transparência e responsabilidade por parte dos fornecedores tecnológicos, mais de 60% das empresas pesquisadas admitem que terão dificuldade para cumprir essas regulamentações e padrões mais amplos de ESG (Ambiental, Social e de Governança).

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O estudo nos mostrou também que, embora muitas empresas afirmem ter uma estratégia clara de sustentabilidade e estejam priorizando o uso de produtos sustentáveis, ainda há muito a ser feito. Apenas 38% das empresas estão utilizando dados para entender e reduzir seu impacto ambiental, sugerindo uma área significativa para melhorias em termos de integração de tecnologia para tomada de decisões sustentáveis.

Enquanto isso, o estudo destaca os cenários nos quais os líderes empresariais de nossa região trabalham para alcançar melhores resultados em suas políticas de proteção ambiental. Neste sentido, os dados fornecidos mostram uma tendência positiva em relação à melhoria da eficiência energética no setor tecnológico:

  1. Experimentação com soluções como serviço: 79% dos profissionais consultados reconhecem estar explorando soluções como serviço para gerenciar seu ambiente de TI de forma mais eficiente. Isso sugere um compromisso ativo para reduzir os custos energéticos e a pegada de carbono, ao mesmo tempo em que busca otimizar o desempenho das operações de TI.
  2. Uso de soluções de resfriamento alternativas: 74% dos líderes de TI relatam estar implementando soluções de resfriamento alternativas, como resfriamento a ar ou líquido, para reduzir o consumo de energia nos data centers. Essa medida demonstra uma conscientização sobre a eficiência energética na infraestrutura de TI e um esforço para adotar práticas mais sustentáveis.
  3. Transferência de inferência de IA para a borda: 73% estão realizando inferência de inteligência artificial na borda para melhorar a eficiência energética, por exemplo, em edifícios inteligentes. Este enfoque descentralizado para a IA tem o potencial de reduzir a carga nos principais data centers e otimizar o consumo de energia em tempo real.
  4. Foco na sustentabilidade em ambientes multicloud: 41% dos líderes de TI expressam o desejo de melhorar a sustentabilidade ambiental em ambientes multicloud. Isso indica um reconhecimento da importância de reduzir a pegada de carbono e os custos energéticos na gestão de múltiplas nuvens.

Não podemos deixar de destacar também o impacto da Inteligência Artificial (IA) generativa, e as preocupações que a cercam nas ambições de sustentabilidade. Sobretudo quando pensamos em:

Primeiro, a IA e a pressão por metas de sustentabilidade. Quase 60% dos entrevistados acreditam que o uso da IA comprometerá os esforços de sustentabilidade ambiental. Isso indica uma preocupação generalizada sobre os possíveis impactos negativos da IA em termos de consumo de energia e emissões de gases de efeito estufa. E depois, as limitações ambientais da IA.

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Quase 30% dos entrevistados sentem que preocupações ambientais, como o aumento do consumo de energia necessário para treinar modelos de IA, estão prejudicando a adoção da tecnologia. Isso destaca a necessidade de abordar ativamente esses problemas para garantir que a IA seja utilizada de forma responsável e sustentável.

Como pode ser observado nos dados do nosso estudo, há um reconhecimento crescente da sustentabilidade no pensamento da liderança empresarial latino-americana. Embora as empresas da região estejam tomando medidas para integrar práticas mais sustentáveis, ainda enfrentam desafios significativos em termos de conformidade, conscientização e adoção de tecnologias que realmente impulsionem a sustentabilidade ambiental em suas operações.

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Luis Gonçalves é presidente da Dell Technologies para a América Latina.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Ex-McDonald’s vai liderar dona do Burger King no Brasil

Redação Informe 360

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O executivo Paulo Camargo, escolhido pela Zamp, master-franqueada de Burger King, Popeyes e, recentemente, Starbucks no Brasil, conforme comunicado, tem uma longa trajetória na área de foodservice. Camargo vai suceder Ariel Grunkraut, que era CEO da Zamp desde janeiro de 2023.

Paulo Camargo

Durante pouco mais de seis anos, Paulo liderou, no Brasil, a operação da Arcos Dourados, master-franqueada de McDonald’s na região. Desde 2022, Paulo era CEO da Espaçolaser e também foi membro do conselho da International Meal Company, dona de marcas como Pizza Hut e KFC.

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O executivo presidiu, de 2021 a 2022, o Instituto Foodservice Brasil. Em entrevista para a Forbes Brasil, em 2021, Paulo destacou a importância para a digitalização nos negócios. “Recursos como a capacidade de processamento de dados, aliada a uma capacidade de comunicação [que será ampliada] com o 5G e a inteligência artificial, é possível potencializar, e muito, a nossa habilidade de entender nossos clientes”, disse Camargo.

Zamp assume Starbucks no Brasil

A Zamp anunciou, na semana passada,  a compra da operação brasileira de lojas da rede de cafeterias norte-americana Starbucuks por R$ 120 milhões, segundo ata do conselho de administração da empresa divulgada ao mercado.

A SouthRock, que operava a rede de cafeterias no Brasil, pediu recuperação judicial no final do ano passado. A empresa lista cerca de 140 lojas da marca norte-americana no Brasil. “O preço base acordado para a aquisição dos ativos…está sujeito a ajustes para refletir, dentre outros, a quantidade de lojas efetivamente adquiridas, bem como o nível de estoque na data do fechamento”, afirmou a Zamp em fato relevante.

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Mas a Zamp afirmou, dada a situação de recuperação judicial da operadora da marca no país, que vai comprar os ativos em processo competitivo de propostas fechadas, podendo igualar eventuais ofertas por eles apresentadas por terceiros.

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Desigualdade: mulheres ganham 17% menos do que homens

Redação Informe 360

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De acordo com um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quinta-feira (20), as mulheres ainda enfrentam uma significativa desigualdade salarial. Em 2022, a remuneração média mensal das mulheres foi de R$ 3.241,18, aproximadamente 17% menor do que a dos homens, estimada em R$ 3.791,58.

Getty Images
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Mulheres representam 45,3% da força de trabalho assalariada no Brasil

Baseado no CEMPRE (Cadastro Central de Empresas), o instituto analisou 357 áreas de atuação e concluiu que as mulheres receberam salários inferiores aos dos homens em 82% dos setores. A maior disparidade foi registrada no campo de fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas: enquanto os homens obtiveram em média R$ 7.509,33, as mulheres ficaram com apenas R$ 1.834,09, uma diferença de 309,4%.

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Em apenas 63 segmentos, 18% do total, as mulheres ganharam salários iguais ou superiores aos dos homens. O setor de organismos internacionais e instituições extraterritoriais foi o ramo em que as profissionais obtiveram os maiores pagamentos em relação aos homens: R$ 9.018,70 para elas e R$ 4.717,09 para eles, uma diferença de 47,7%.

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O estudo também registrou que a força de trabalho assalariada no Brasil era composta por 54,7% de homens e 45,3% de mulheres em 2022. Na época, o país tinha 9,4 milhões de empresas e organizações formais ativas, além de 63 milhões de pessoas empregadas, sendo 80% assalariadas e 20% como sócias e proprietárias.

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