Negócios
“Sempre fui determinada na minha carreira”, diz CEO da Pierre Fabre
Ana Paula Magri é intencional nos seus movimentos de carreira. Traçou metas e seguiu planos para chegar a cada um dos cargos que conquistou, inclusive o atual. “Literalmente chamei meu antigo chefe e falei: ‘eu quero a sua posição’”, lembra. Desde agosto de 2022, é CEO da Pierre Fabre, grupo francês que comercializa as marcas Avène, Darrow e Ducray no Brasil. É a primeira mulher e também a primeira pessoa brasileira no cargo. “O que eu sempre fiz foi determinar não uma linha reta, mas uma linha de chegada.”
Para chegar ao topo de uma empresa com faturamento global de 2,7 bilhões de euros, vice-líder em volume de vendas no Brasil, Ana Paula deixou uma carreira de quase duas décadas no maior grupo de beleza do mundo, a L’Oréal. “Fiz uma análise fria e entendi que podia ter mais oportunidades numa empresa menor, mas ainda uma multinacional, com potencial de crescimento.”
A carioca se formou em administração e sempre soube que queria ser uma alta executiva. “Achei que ficaria no mercado financeiro porque tinha uma amiga em banco e não conhecia outra realidade”, diz. Sua mãe era secretária e o pai a deixou quando era pequena. Boa aluna, estudou com bolsas e começou a trabalhar aos 13 anos para ajudar em casa, vendendo sanduíches e animando festas. Equilibrava estudos, trabalho e o cuidado com a irmã mais nova enquanto sua mãe se curava de um câncer. “Uma vida dura, como a de tantas outras mulheres, mas fui galgando.”
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Mercado a ser conquistado
Entrou na Pierre Fabre há seis anos, como a número dois da empresa, à frente da área comercial. Nesse período, ajudou a companhia a quadruplicar de tamanho e dobrar a participação no mercado. Hoje, o Brasil é um dos 10 maiores mercados do grupo e está no top 5 entre as maiores evoluções em termos de vendas ao consumidor.
Em 2024, deve lançar 20 novos produtos no país, onde espera crescer a uma taxa de 20% ao ano. “Temos a ambição de chegar a R$ 1 bilhão em vendas ao consumidor, o que será um grande marco na minha carreira.”
O país de fato tem um grande potencial: é o 4º no mundo em higiene e beleza, e vem crescendo a quase 30% ao ano da 7ª posição em dermocosméticos, com a 2ª maior população de dermatologistas no mundo. Fica em Areal, no Rio de Janeiro, a única fábrica de dermocosméticos do grupo fora da França, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento focado no consumidor brasileiro. “A empresa pertence a uma fundação que destina 50% dos lucros para pesquisa e a outra metade financia programas culturais, sustentáveis e relacionados à saúde.”
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Mulheres no topo
A executiva faz parte de uma onda de liderança feminina no grupo Pierre Fabre nas Américas. Quando chegou à empresa, quase todas as filiais da região eram lideradas por homens. Hoje, 90% têm líderes mulheres. “Temos muitas mulheres dentro da organização, fazemos treinamento e capacitação e isso acontece de forma natural”, explica a CEO. No Brasil, 60% dos funcionários são mulheres, que ocupam 54% dos cargos de liderança.
A representatividade foi importante na sua trajetória. Como trainee da L’Oréal, passou por diferentes áreas da empresa, convivendo com muitas mulheres. “Ali, eu entendi que eu podia brilhar”, lembra. Até que passou para o comercial, onde era a única nas reuniões e salas de espera. “Muitas vezes, atuei de uma forma mais masculina para me encaixar. Luto contra isso até hoje.”
Mãe de gêmeas, a executiva viveu diferentes inseguranças ao longo da carreira – relacionadas à maternidade ou não – e hoje defende a construção de um ambiente diferente. “Depois de ser mãe, achei que minha carreira ia dar uma travada, mas isso não aconteceu”, diz. Pelo contrário, acabara de ser promovida antes da gravidez e recebeu outra promoção durante a licença-maternidade.
A igualdade de gênero e a diversidade como um todo também são parte da receita do sucesso da sua gestão. Em primeiro lugar, ajudam no engajamento – a filial brasileira ocupa o 3º lugar no ranking das mais engajadas do grupo, na casa dos 90% – e finalmente, nos negócios. “Traz uma pitada a mais de energia que nos coloca no topo dos resultados.”
A trajetória de Ana Paula Magri, CEO da Pierre Fabre
Primeiro cargo de liderança
“Foi como controller financeiro.”
Quem me ajudou
“Meu primeiro chefe na antiga empresa, um italiano que tinha uma visão muito interessante de que independente da área que você trabalhasse, você tinha que entender do business e para isso você tinha que entrar na área comercial. Foi ali que começou essa minha trajetória.”
Turning point
“Foram dois. Primeiro, a mudança para a área comercial. O que eu imaginava que iria durar um ano, foi uma grande mudança e muito acertada. Teve um encontro do meu perfil com o meu estilo de liderança e subiu muito a minha capacidade de entrega. E o segundo foi tomar uma decisão de sair do maior grupo de beleza no mundo e vir para uma empresa menor, mas onde eu tinha uma porta para ir para onde queria.”
O que ainda quero fazer
“Na minha carreira, eu quero terminar esse ciclo, tenho uma meta mais a longo prazo de em breve chegar a R$ 1 bilhão sell out no Brasil. Vai ser um marco na minha carreira. Quero fazer algo diferente, tenho um papel de gerar empregos e deixar um legado não só interno, mas também para a sociedade. E eu acho que numa etapa que mistura um pouco profissional e pessoal, queria poder doar um pouco dessa minha história e transformar vidas não só aqui dentro, mas também mostrar que não é fácil, mas é possível. Tenho muita vontade de ajudar outras pessoas no planejamento de carreira.”
Causas que abraço
“A causa da mulher, da diversidade e inclusão, porque todos temos o dever de trazer mais igualdade, e abraço bastante a causa da sustentabilidade. Realmente acho que é uma realidade, nós precisamos mudar hoje, não amanhã.”
Veja outras executivas do Minha Jornada
Quinzenalmente, a Forbes publica a coluna Minha Jornada, retratando histórias de mulheres que trilharam vidas e carreiras de sucesso.
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Negócios
Salários Anuais em Private Equity e Venture Capital Chegam a R$ 4,8 Milhões
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O mercado financeiro é uma área bastante atraente para quem busca altos salários e bônus generosos. Especificamente nos setores de private equity e venture capital, a remuneração anual pode chegar a R$ 4,8 milhões, segundo o Guia Salarial da consultoria Fox Human Capital, que avalia o setor e apresenta expectativas para 2025.
“O mercado de venture capital no Brasil enfrentou um período desafiador em 2023, marcado por uma queda acentuada nos investimentos em startups. Porém, 2024 trouxe sinais de recuperação”, analisa Nicole Ladeira, headhunter da Fox Human Capital. Para 2025, a perspectiva é mais favorável, embora o retorno dos investimentos seja gradual.
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Entre os maiores salários anuais no Brasil, destaca-se o de managing director, com remunerações que podem passar de R$ 1 milhão fixo por ano – sem contar o bônus ou carry – incentivo de longo prazo, que varia conforme o desempenho.
Essas posições, no entanto, são escassas e exigem bastante experiência. “Os cargos têm baixa rotatividade, pois são ocupados por profissionais altamente experientes e estratégicos dentro das gestoras”, afirma Filippe Apolo, sócio-fundador da Fox Human Capital e responsável pelo estudo.
Em contrapartida, analistas e associates estão em alta no mercado. “Esses profissionais continuam altamente demandados, pois são responsáveis pela execução e pela análise de investimentos, funções essenciais para o funcionamento das operações.” Os rendimentos anuais fixos para essas posições variam de R$ 60 mil a R$ 500 mil, a depender da senioridade.
Confira, a seguir, os maiores salários do setor:
O que é preciso para chegar lá
Tempo de experiência
O principal requisito para conquistar os cargos com os maiores salários do setor é o tempo de experiência. O caminho até as posições mais altas em private equity e em venture capital pode levar cerca de 15 anos, dependendo da gestora e das oportunidades internas. “O tempo para cada promoção varia conforme a performance individual e as demandas do mercado.”
De acordo com o especialista, a progressão de carreira costuma seguir o seguinte ritmo:
- Analista júnior a associate: 4 anos
- Associate a VP: 5 anos
- VP a diretor geral: 6 anos
Conjunto de habilidades
As habilidades também são essenciais para se destacar nesse mercado. De acordo com o relatório, é exigida uma combinação de competências técnicas e socioemocionais, como análise financeira, resolução de problemas complexos, liderança em situações adversas, pensamento estratégico e construção de relacionamentos de longo prazo.
Também é recomendado obter certificados como o CFA (Chartered Financial Analyst), além de adquirir experiência prévia em casas de private equity, butiques financeiras ou áreas de M&A para subir os degraus da escada corporativa. “O nível de exigência técnica é elevado desde o início da carreira”, afirma Filippe Apolo.
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Ex-CMO da Avon Assume Liderança da Pierre Fabre no Brasil
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Danielle Bibas é a nova CEO dos Laboratórios Pierre Fabre no Brasil. A executiva sucede a Ana Paula Magri, que se tornou a primeira brasileira à frente da companhia francesa, em julho de 2022, e deixou a posição em outubro de 2024.
Bibas tem mais de 20 anos de experiência em posições de liderança em grandes empresas e 15 no mercado de beleza e saúde. “Acredito que a minha bagagem vai contribuir para o momento de mercado e para a expansão da Pierre Fabre no país.”
A executiva foi CMO do Grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava e Crystal, e trabalhou na Avon por mais de 12 anos. Na empresa de beleza, foi VP de Marketing Global e CMO no Brasil. Em 2021, integrou a lista Forbes dos 10 melhores CMOs do Brasil. “Quero colaborar para o crescimento das marcas e o desenvolvimento dos times. Aprender e ensinar também vai fazer parte dessa nova etapa da minha carreira”, diz a executiva, que tem a missão de ampliar o mercado das três marcas de dermocosméticos da Pierre Fabre no país, Avène, Darrow e Ducray.
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Formada em administração pela FGV, Bibas também passou 16 anos na P&G, onde começou como estagiária em São Paulo e saiu como presidente de Health and Beauty Care no Canadá. Ao longo de trajetória, passou por diferentes países e trabalhou em Bruxelas, Genebra e Londres.
Na Avon, venceu o prêmio Effie, um dos maiores reconhecimentos da área de publicidade e marketing, na categoria Branded Content pelo documentário “Repense o Elogio”, dirigido pela cineasta Estela Renner e desenvolvido em parceria com a J. Walter Thompson. Em 2019, também em colaboração com a JWT, conquistou o primeiro Leão no Festival de Cannes com a campanha “Você Não Está Sozinha”. Em 2020, recebeu o Effie Grand Prix Brasil – Melhor Case do Ano – pelo sucesso da campanha “Veio pra Ficar” da linha Powerstay também pela marca de cosméticos.
Atualmente, Bibas leciona na escola técnica Miami Ad School e é professora convidada na FGV. A executiva também é mentorada na Women Corporate Directors e se prepara para atuar como conselheira independente.
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Negócios
Brasil fecha mais vagas de emprego do que esperado em dezembro
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O Brasil fechou mais vagas formais de trabalho do que o esperado por analistas em dezembro, mas encerrou 2024 com um saldo positivo líquido de 1.693.673 postos, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
No mês passado, foram eliminadas 535.547 vagas, fruto de 1.524.251 admissões e 2.059.798 desligamentos, dado que ficou bem acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de fechamento líquido de 402.500 vagas.
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O dado fechado do ano refletiu 25.567.248 admissões e 23.873.575 desligamentos. O saldo de empregos em dezembro historicamente apresenta retração.
O saldo de empregos formais em 2024 foi o melhor resultado anual desde 2022, que teve abertura de 2.014.424 vagas. Em 2023, foram criados 1.454.124 postos formais de trabalho, segundo dados com ajustes.
Em dezembro, os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos negativos de vagas. O setor de serviços liderou a redução de vagas, com o fechamento 257.703 postos, seguido pela indústria, com 116.422 vagas a menos. Em último lugar, depois de construção e agropecuária, ficou o setor de comércio, com 25.084 vagas fechadas.
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