Negócios
Futuro do trabalho: evento usa tradução simultânea feita por IA


Rapidamente, a ferramente de Inteligência Artificial baseada em nuvem traduz palestras e reuniões em diversos idiomas
O Aivia, um tradutor simultâneo que usa a Inteligência Artificial para fazer o trabalho de intérpretes, está chegando ao Brasil nesse ano. Nesse final de semana, a ferramenta de IA criada pela startup Interprefy, é uma das atrações do evento Know How Experience, que acontece em Florianópolis (SC), voltado para pequenos e médios empreendedores.
Siga o canal da Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
O uso do tradutor de “fala para fala” no país é fruto de uma parceria entre a suíça Interprefy e o Know How, que vai usar a plataforma baseada na nuvem para oferecer tradução em tempo real aos participantes. Carol Pfaiffer e o empresário Paulo Morais, fundador da Espaço Laser, são alguns dos palestrantes que terão suas ideias convertidas em tempo real em diversos idiomas.
Leia também:
- O futuro do trabalho chegou: 16 tendências para 2024
- Futuro do trabalho: 23% das profissões devem se modificar até 2027
O Aivia converte rapidamente as palestras em áudios e foi criado para auxiliar reuniões e eventos com pessoas de várias nacionalidades — um mercado em crescimento por conta da globalização. “É a primeira ferramenta desenvolvida para isso no mundo e nós estamos trazendo para o Brasil”, diz Filipe Trindade, criador do evento e parceiro local do bilionário Tim Draper, um dos investidores da Tesla, de Elon Musk.
O post Futuro do trabalho: evento usa tradução simultânea feita por IA apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Negócios
Lições de Mãe Que Moldaram Executivos, Artistas e Empresários

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Fernanda Torres cresceu cercada pela paixão de Fernanda Montenegro pela atuação. De acompanhar as produções teatrais à rotina intensa nos bastidores, não foi difícil se apaixonar pela profissão também. “Desde que nasci, vi ela produzindo suas próprias peças. Ganhei isso por osmose”, conta. Mas a influência da mãe foi além da escolha da carreira e veio acompanhada de aprendizados importantes. “Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte. Você tem que ser capaz de apontar caminhos para si mesmo.”
Assim como Fernanda Torres, Neca Setubal, socióloga e herdeira de uma das famílias controladoras do Itaú, também encontrou dentro de casa a força que moldaria seu caminho. Sua mãe, Tide Setubal, que inspirou a criação da fundação homônima presidida por Neca, mostrou a ela o poder de ser protagonista da própria história. “Ela me ensinou o valor de escolher o meu próprio caminho e que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”
Além da influência na carreira, algumas mães compartilham a jornada profissional lado a lado com as filhas. Fundadora da Boca Rosa Company, Bianca Andrade trabalha com sua mãe, Mônica Andrade, e leva consigo um conselho que recebeu nos primeiros momentos de dúvida: “Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho.” “Quando tudo pesa, lembro desse conselho”, diz a empresária. “Ele me dá liberdade e me faz querer continuar.”
Ainda que as mães não estejam presentes fisicamente, o legado que deixaram segue vivo em seus filhos. O ator e empresário Lázaro Ramos perdeu a mãe, Célia Maria Ramos, quando tinha 19 anos, mas guarda cada ensinamento como um norte. “Uma mãe deixa lições para a vida toda. Mesmo depois da minha ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”
A seguir, confira os melhores conselhos que artistas, empresários e executivos já receberam de suas mães:
Juliana Souza
“O impossível é provisório, mainha”
Sasha Meneghel
“É um conselho que a minha avó, Alda, passou para a minha mãe, e a minha mãe passou para mim: lembre-se que você não é melhor do que ninguém e ninguém é melhor do que você.”
Rachel Maia
“Minha mãe sempre me ensinou que a educação é a chave para transformar a vida. Ela me dizia que estudar não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de crescer e mudar o mundo ao meu redor. Levei esses conselhos para a vida e, agora, como mãe, faço questão de passar a mesma mensagem para os meus filhos. Acredito que a educação é um presente que pode mudar o curso da história de uma pessoa e de uma família. É um legado que pretendo continuar a cultivar e compartilhar.”
Enzo Celulari
“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi manter os pés no chão e sempre observar o outro, principalmente quando o outro sabe mais do que você. Ao entrar em um novo ofício, explorar um novo ambiente ou conhecer uma nova cidade, aprendi a sempre ser pé no chão, porque só assim a gente conquista. Também aprendi a olhar ao redor e seguir aqueles que são exemplo, que já fizeram aquilo outras vezes e que, de fato, têm um conhecimento mais aguçado dentro daquele universo do que a gente.”
Carol Bassi
“Herdei da minha mãe esse lado empreendedor, o gosto por fazer aquilo que a gente ama e nos preenche. Por muitos anos da minha vida, acompanhei minha mãe em seu trabalho, na fábrica da Guaraná Brasil, então tive a honra de observá-la ainda jovem e entender todo o seu amor por sua profissão. Além disso, ela me ensinou valores e grandes ensinamentos: acreditar no seu poder e na sua luz, nunca desanimar e desistir, e ter força e coragem na vida, todos os dias.”
Neca Setubal
“Tive o privilégio de ter uma mãe muito à frente do seu tempo. Uma mulher com voz própria, protagonista da sua história, e que me ensinou, desde cedo, o valor de escolher o meu próprio caminho. Ela não apenas falava sobre a importância das escolhas – ela viveu isso. Quando achava necessário, enfrentava o meu pai com firmeza e era sempre fiel às suas convicções. Essa foi, sem dúvida, uma das maiores lições que ela me deixou.
Mas não foi só isso. A minha mãe também me ensinou o poder da escuta. Era uma pessoa que ouvia com atenção, que acolhia, que fazia com que cada pessoa ao seu redor se sentisse única e especial. Tinha uma imensa alegria de viver, era impossível não sentir a sua presença e intensidade.
Como herança afetiva, ela me deixou um caderno com reflexões e conversas. Nele, escreveu que o maior sentido da vida é o amor – amar o outro e deixar no mundo uma marca de afeto. Que a vida vale a pena quando conseguimos olhar para trás e ver que fizemos a diferença.”
Lázaro Ramos
“O maior ensinamento que minha mãe deixou foi olhar para ela num lugar menos idealizado, tanto pelos desafios que ela teve na vida, quanto por tudo que ela me ofereceu. Lancei o livro ‘Na Minha Pele’ em 2017 e, neste ano, o ‘Na Nossa Pele’, que fala muito da nossa relação, mesmo depois de muitos anos. O que significa que mãe deixa ensinamento para a vida toda. Mesmo em uma situação como a minha, depois de ela ter falecido há tanto tempo, a história de vida dela continua me ensinando, até hoje.”
Fernanda Torres
“Aprendi que o convite é algo que acontece por sorte, mas você tem que ser capaz de apontar caminhos para você mesmo.”
Helena Bordon
“Nunca vou deixar de dizer que ela é a minha maior referência para tudo, aprendo todos os dias com ela e transformei a minha paixão por moda em carreira graças a ela, que desde sempre me incentivou, ao longo da vida, a pensar grande. Além dos valores ensinados e da sua alegria contagiante, o maior deles é: ‘Sempre acredite em você e no seu potencial’.”
Bianca Andrade
“O melhor conselho que já recebi da minha mãe foi em um momento em que queria desistir, bem no começo de tudo. Vim de um tempo em que tudo era mato, e lidar com o público, principalmente com as críticas, era difícil.
Minha mãe disse: ‘Bianca, a gente saiu da favela e chegou até aqui porque você faz as coisas com propósito e com o coração. Se não estiver se divertindo, a gente muda o caminho. E vai ter sucesso no que decidir fazer.’
Com uma mãe assim, tudo fica mais leve. O apoio dela e esse conselho me deram coragem para dizer: ‘Quero continuar com isso. Amo o que faço. Mas amo porque não dependo. Amo porque enxergo outras possibilidades, se eu quiser.’
Não precisei me moldar. Só segui. Disse para mim mesma: ‘Enquanto me divertir, enquanto fizer sentido, sigo aqui.’ Ela me encorajou de verdade e isso foi essencial.
Esse conselho me acompanha até hoje. Quando tudo pesa, eu penso: ‘Você está aqui porque ama. E, se mudar, também vai ser bem-sucedida.’ Isso me dá liberdade. E me faz querer permanecer.”
Isis Valverde
“O melhor conselho que recebi da minha mãe foi que o tempo cura tudo.”
Pedro Novaes
“Minha mãe sempre me falou para seguir a intuição, e que parte do sucesso é estar feliz com as nossas escolhas e com o chamado do nosso coração.”
O post Lições de Mãe Que Moldaram Executivos, Artistas e Empresários apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Conheça as Mães por Trás do Sucesso desses Bilionários

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Por trás do sucesso de alguns dos maiores bilionários do mundo, estão mulheres que, longe dos holofotes, desempenharam um papel decisivo na formação de seus filhos.
Jacklyn Bezos, Mary Gates, Maye Musk e Charlotte Bloomberg, mães dos empresários conhecidos pelos famosos sobrenomes, apostaram alto nos herdeiros quando ninguém mais acreditava. Sem elas, talvez algumas das maiores empresas do mundo nunca tivessem saído do papel.
Mais do que incentivo, essas mães ofereceram visão, rede de contatos, recursos e, principalmente, exemplo. A mãe de Jeff Bezos criou o filho sozinha e, anos depois, colocou suas economias no projeto ainda incerto que se tornaria a Amazon. Já Bill Gates contou desde cedo com a inspiração da mãe, que ocupava cargos de liderança em grandes empresas. A executiva foi responsável por abrir portas cruciais para a Microsoft, muito antes de a empresa conquistar reconhecimento global.
Conheça, a seguir, as mães de alguns dos maiores bilionários do mundo e entenda como elas influenciaram o caminho de sucesso dos filhos:
Como as mães dos bilionários influenciaram suas trajetórias
Jeff e Jacklyn Bezos
Em 1995, Jeff Bezos, hoje a segunda pessoa mais rica do mundo, abordou sua mãe, Jacklyn, e seu padrasto, Mike, e pediu que investissem no negócio que acabara de lançar. Eles colocaram US$ 245 mil na recém-fundada Amazon, apesar de o agora bilionário ter avisado que havia 70% de chance de eles nunca mais verem aquele dinheiro.
Mas a história foi outra. A Bloomberg estimou em 2018 que Jackie e Mike Bezos, um imigrante cubano de quem o empresário herdou o sobrenome, teriam 16,6 milhões de ações da Amazon e um patrimônio que poderia chegar a US$ 30 bilhões.
Mesmo se esses números não forem os mais exatos, fato é que a trajetória dos Bezos seguiu um rumo diferente do esperado para uma família com uma mãe solo adolescente que mais tarde se casou com um imigrante.
Quando Bezos nasceu, em Albuquerque, no estado americano do Novo México, sua mãe tinha apenas 17 anos e estava no 3º ano do ensino médio. A diretoria da escola onde ela estudava proibiu Jacklyn de retomar os estudos depois da gravidez, e acabou cedendo depois de ela insistir bastante – mas com condições. “Um: eu tinha que chegar e sair da escola dentro de cinco minutos depois do sinal. Dois: não podia falar com outros alunos. Três: não podia almoçar no refeitório. Quatro: disseram que eu não poderia atravessar o palco com meus colegas para pegar meu diploma”, disse ela.
Divorciada do pai biológico de Bezos, Ted Jorgensen, quando o hoje empresário tinha 17 meses, Jacklyn trabalhava à tarde, ganhando US$ 190 por mês, e estudava à noite. Ainda um bebê, Bezos acompanhava sua mãe durante as aulas e, quando ele tinha quatro anos, sua mãe se casou novamente com Mike Bezos. Mais tarde, o trabalho de Mike levou os três a se mudarem para o Texas, e Jacklyn precisou abandonar os estudos, mas voltou a estudar e se formou na faculdade aos 40 anos.
“Mãe, não tenho ideia de como você fez o que fez. Você nos manteve seguros dentro do seu coração. Obrigado por compartilhar sua força e por todos os sacrifícios que você fez. Eu te amo”, compartilhou Bezos no Dia das Mães de 2022 em suas redes sociais.
Bill e Mary Gates
Mary Gates, mãe do bilionário e fundador da Microsoft, Bill Gates, teve um papel importante na trajetória da empresa do filho – que em 2022 tinha um valor de marca de US$ 611,46 bilhões.
Ainda na década de 1980, Mary ocupava papéis reservados apenas para os homens. Membro do conselho de administração da United Way, ela conheceu John Open, então diretor-executivo da IBM, e falou sobre a Microsoft, fundada havia apenas cinco anos.
O papo rendeu e a IBM contratou a Microsoft, à época uma pequena empresa de software, para desenvolver um sistema operacional para seu primeiro computador pessoal. Esse contrato colocou a Microsoft no mapa e alavancou o seu sucesso, graças à mãe do seu fundador, hoje a 13ª pessoa mais rica do mundo.
Depois disso, Mary também insistiu para que o filho fosse a uma viagem para conhecer o megainvestidor Warren Buffett. Gates resistiu, mas acabou indo e se tornou amigo íntimo de Buffett.
Apesar de ter tido conflitos com Mary na infância, o que é contado no documentário “O Código Gates”, da Netflix, ela foi “o braço direito de Bill nos primeiros anos da Microsoft”, segundo sua irmã Kristi disse no documentário.
Ela também incentivou o filho a fazer trabalhos de caridade, e em 2000 ele fundou, ao lado da sua então esposa, Melinda, a Fundação Bill e Melinda Gates. “Minha mãe foi uma das pessoas mais generosas que eu conheci. Ela costumava me perguntar na mesa de jantar quanto da minha mesada eu planejava doar ao Exército da Salvação no Natal. Melinda teve uma educação semelhante e, mesmo antes de nos casarmos, conversávamos sobre como contribuiríamos para a sociedade”, publicou Bill Gates nas suas redes sociais.
Vítima de um câncer, Mary morreu em 10 de junho de 1994 – segundo Bill Gates, o dia mais triste de sua vida.
Elon e Maye Musk
Aos 77 anos, Maye Musk é supermodelo e nutricionista, além de mãe do bilionário dono do X e fundador da Tesla e da SpaceX e de outros dois empresários de sucesso. Elon Musk, o mais velho, é hoje a pessoa mais rica do mundo; Kimbal, o do meio, é dono de um grupo de restaurantes e investidor na área de alimentação; e Tosca, a mais nova, é diretora de cinema e cofundadora de um streaming de conteúdo adulto.
Depois de se divorciar do pai de seus filhos, Maye criou os três sozinha e chegou a ter diversos trabalhos para sustentá-los. “Meus filhos se beneficiaram porque me viram trabalhar duro para colocar um teto sobre nossas cabeças, comida no estômago e comprar roupas de segunda mão”, disse ela em entrevista à Forbes.
Para Maye, o segredo para criar filhos bem-sucedidos é dar liberdade – mas apoiando e incentivando. “Não os tratei como bebês nem os repreendi. Eu nunca disse a eles o que estudar. Nunca verifiquei o dever de casa, essa era a responsabilidade deles e certamente não prejudicou suas carreiras.”
Hoje, Maye observa o sucesso de seus filhos e vê que seus negócios têm muita ligação com as paixões deles como crianças.
Ela diz que percebeu que Elon era um gênio quando ele tinha três anos. Em 1983, quando ele ganhou seu primeiro computador, aos 12 anos, criou um programa de computador, o jogo BLASTAR. Maye insistiu para ele enviar sua criação para uma revista de informática. “Ele enviou o BLASTAR para a PC Magazine, e eles deram 500 rands (cerca de US$ 500 na época). Acho que não sabiam que ele tinha 12 anos. Foi publicado quando ele tinha 13.”
Michael e Charlotte Bloomberg
O bilionário Mike Bloomberg, fundador da Bloomberg e ex-prefeito da cidade de Nova York, e sua mãe, Charlotte, eram muito próximos até ela falecer, aos 102 anos, em 2011.
Bloomberg, um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de US$ 104,7 bilhões, segundo a Forbes, ainda paga a linha telefônica da sua falecida mãe para ouvir a voz dela. “Se eu quiser ouvi-la, posso simplesmente ligar”, disse ele ao Boston Globe.
Em sua autobiografia de 1997, ele escreveu que sua mãe lhe ensinou o valor do trabalho, da curiosidade e da ambição para atingir seus objetivos. “Ela me ensinou que você tem que fazer o que tem que fazer, e sem reclamar.”
“A integridade irrepreensível de nossa mãe, a independência feroz e o amor constante foram presentes que moldaram profundamente nossas vidas e as vidas de tantos que a conheceram”, escreveu ele quando sua mãe faleceu.
Bloomberg homenageou sua mãe em algumas das suas ações filantrópicas. Fez uma doação de US$ 3 bilhões para a Universidade Johns Hopkins, que inclui um hospital infantil no nome dela, além de contribuir para uma biblioteca pública em seu nome e para a sinagoga que ela presidia.
O post Conheça as Mães por Trás do Sucesso desses Bilionários apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
Negócios
Microturnos: A Tendência da Geração Z para Equilíbrio no Trabalho

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Geração Z está definindo mais uma tendência no mundo do trabalho: os microturnos. Jornadas de até seis horas ganham espaço como uma forma de oferecer flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, permitindo aos profissionais conciliar demandas como cuidados com a família, estudos ou múltiplos empregos.
Um novo relatório da Deputy, plataforma global de gestão de trabalho que usa inteligência artificial para otimizar escalas, controle de ponto e produtividade, revela que a demanda por esse tipo de flexibilidade é mais forte entre os jovens. A maioria dos adeptos aos microturnos pertence à Geração Z (51,5%), segundo o levantamento, que analisou 41 milhões de turnos e 278 milhões de horas trabalhadas por quase 430 mil profissionais por turno.
Embora os dados indiquem uma maioria jovem entre os adeptos desse modelo, a tendência vai além da Geração Z. “Estamos vendo turnos mais curtos também entre os Baby Boomers. Isso indica que os microturnos não são apenas uma moda passageira, mas uma mudança geracional”, diz Silvija Martincevic, CEO da Deputy. Para a executiva, jornadas mais curtas não significam menos trabalho. “Trabalhar com microturnos é trabalhar de forma mais inteligente.”
Entre os adeptos da tendência, as mulheres são maioria, mas continuam concentradas em empregos de menor remuneração. Jovens mulheres (68% da Geração Z e 25% de Millennials) são as que mais acumulam empregos, tentando equilibrar as contas em meio a pressões econômicas e necessidades familiares.
O relatório indica que os microturnos são mais populares nos setores de hospitalidade e serviços, onde há menos restrições regulatórias em comparação com áreas como a saúde. Os dados também indicam que as mulheres estão migrando para setores tradicionalmente masculinos, como logística.
Por que os microturnos ganham força
Três grandes fatores explicam a ascensão dos microturnos, explica a CEO. O primeiro é a pressão econômica em diferentes países ao redor do mundo, que leva mais pessoas a acumularem empregos. “Um em cada cinco profissionais da Deputy tem mais de um emprego. Isso mostra que os turnos curtos e flexíveis não são apenas convenientes, são essenciais.”
O segundo fator é a tecnologia, que finalmente começa a se alinhar com a realidade da vida moderna. “Hoje, as empresas podem oferecer jornadas personalizadas em larga escala”, afirma. A IA tem um papel central nesse processo. “Nossos dados mostram que 45% dos profissionais dizem ter mais equilíbrio entre vida pessoal e trabalho graças à automatização com IA.” No varejo e na logística, 82% das grandes empresas já usam ferramentas para otimizar operações e aumentar a satisfação dos colaboradores.
O terceiro impulsionador é a crescente demanda por serviços presenciais e de cuidado humano — como saúde (+8,9%), cuidados com idosos (+3,8%) e hospitalidade (+5,2%) — especialmente entre famílias de alta renda. Esse cenário abre espaço para funções que vão além da instabilidade dos “bicos” da Gig Economy (que contempla formas flexíveis de trabalho, como freelancers e trabalhos mediados por plataformas). “Essas mudanças criam novas possibilidades para cuidadores, pais, estudantes e qualquer pessoa que queira ter mais controle sobre seu tempo.”
Microturnos em tech
No setor de tecnologia, os microturnos já existem há algum tempo, embora com motivações diferentes. “Profissionais bem-sucedidos da área de tecnologia sempre adotaram algo semelhante”, afirma Paul Farnsworth, presidente da Dice, plataforma de carreiras em tech. “Eles envolvem mudanças intencionais e pontuais na carreira, seja aprendendo uma nova habilidade ou ajustando hábitos de trabalho.”
Farnsworth destaca que, há décadas, profissionais do setor vêm atualizando suas habilidades continuamente para acompanhar o ritmo acelerado da indústria. “Isso vale especialmente para os que estão começando na área — recém-formados ou egressos de bootcamps — que precisam lidar com pressões financeiras, aprendizado contínuo e a necessidade de experiência prática.”
O que esperar dessa tendência
Para ele, o modelo de jornada reduzidas permite que profissionais adquiram novas competências, testem diferentes áreas e ganhem experiência prática, sem abrir mão da flexibilidade necessária no início da carreira. “Com o avanço da IA, essa necessidade de aprendizado contínuo e de adaptação constante se tornou mais relevante do que nunca.”
À medida que o conceito de trabalho evolui, Martincevic, CEO da Deputy, prevê que empresas que adotarem modelos mais flexíveis estarão melhor preparadas para atrair e reter os talentos do futuro. “Além de responder à demanda crescente por flexibilidade, os microturnos podem gerar um impulso de 5% a 10% na economia americana — cerca de US$ 2,1 trilhões (ou R$ 12 trilhões) — com o aumento da participação da força de trabalho.”
A executiva acrescenta que profissionais remotos já operam com essa lógica: levantam da mesa para colocar roupas na máquina de lavar, pegam os filhos na escola e depois voltam ao computador para encerrar o expediente. “Com uma mudança nas regulamentações e no sentimento dos profissionais em relação a turnos mais previsíveis e estáveis, as empresas que adotarem esse modelo mais personalizado poderão acessar um pool de talentos até então inexplorado.”
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes US. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.
O post Microturnos: A Tendência da Geração Z para Equilíbrio no Trabalho apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Powered by WPeMatico
- Saúde1 semana atrás
Casos de mpox crescem no Norte do Brasil; veja os números
- Saúde1 semana atrás
Premiada em Harvard: startup brasileira usa IA para diagnóstico precoce de câncer
- Saúde7 dias atrás
Pesquisa histórica testa teorias sobre a consciência
- Tecnologia1 semana atrás
Trump faz corte histórico na NASA visando viagem a Marte
- Negócios1 semana atrás
México Vai Reduzir Jornada de Trabalho para 40 Horas Semanais até 2030
- Negócios2 dias atrás
Conheça as Mães por Trás do Sucesso desses Bilionários
- Saúde2 dias atrás
Sachês de nicotina: o que são e para que servem?
- Tecnologia1 semana atrás
É possível recuperar os pontos da carteira de habilitação?