Negócios
Brazil Week une networking e propósito em Nova York

Na última semana, Nova York foi palco da Brazil Week, um evento que celebra o ecossistema de negócios, a inovação e o espírito empreendedor brasileiros. O diferencial desse ano foi o crescimento do número de eventos e de público dessa semana que eu acompanho há alguns anos e vejo o quanto ela se tornou uma referência no calendário internacional dos brasileiros. Com uma programação intensa, a semana reúne empreendedores, investidores, empresários, gestores públicos, novos talentos e incumbentes para uma maratona de conferências e eventos sociais que destacam o melhor do Brasil em termos de tecnologia, negócios e educação. Destaco alguns, dos muitos, pontos desta semana.
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Um momento bacana na conferência BTG Tech Day, que trouxe Larissa Maranhão, primeira funcionária da Brex, maior fintech brasileira mundial, e Martha Leonardis, sócia do banco em uma conversa sobre como lidar com a Inteligência Artificial (IA). Larissa, como uma lifelong learner que é, destacou a importância de continuar aprendendo e se adaptando em um campo que está em constante evolução: “Ainda dá tempo, estamos todos estudando e aprendendo ao mesmo tempo”. Mas ao abrir para perguntas, a sempre direta ao ponto e certeira Luiza Helena Trajano, fundadora da Magalu, trouxe a preocupação das fake news e deep fake. Ela questionou o que está sendo feito, na esfera mundial, sobre regulamentação e mecanismos de detecção, afinal o resultado é perfeito e nós, mortais, acreditamos quando ouvimos a voz dela anunciar uma promoção imperdível… Scarlett Johansson, estrela de Hollywood e a voz do filme “Her” enfrenta o mesmo problema por ter sua voz replicada, alterada, e usada sem permissão. Outros exemplos como sites de pronografia gerada por IA e aplicativos que apagam roupa estão entre os maus-usos, perigosos e nocivos dessa tecnologia que merecem atenção e urgência na regulamentação.
A cereja do bolo das conferências foi, sem dúvida, a participação do icônico Steve Wozniak, cofundador da Apple ao lado de Steve Jobs. Wozniak é, de longe, uma das pessoas mais alinhadas consigo mesmo que já tive o prazer de ouvir. Ele compartilhou sua paixão por criar soluções em engenharia e destacou o valor do trabalho em equipe, enfatizando que os verdadeiros heróis nem sempre são aqueles que aparecem nas manchetes, mas sim os que trabalham incansavelmente nos bastidores. Ouvir ele falando foi como ver a cultura do Vale do Silício, onde moro há pouco mais de uma década, se personificar. Ele é o ethos do Vale, é puro geekiness e propósito. A ressalva que me pego pensando é saber adaptar esse ethos para o mundo pós-crise de 2021 onde a regra do crescimento desconectado de geração de lucro caiu por terra. Se antes o mandato no mundo de Venture Capital era growth (crescimento com injeção de capital), hoje austeridade, atingir breakeven, e um claro plano de receita sustentável precisa prevalecer. Para os CEOs, fica o desafio de equilibrar gênios de produto, aficcionados por cliente, e modelo de negócios alinhados.
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O ItaúBBA Tech Summit também foi um destaque, reunindo 320 empreendedores e investidores para uma troca valiosa de ideias e networking. O painel que mais me chamou a atenção foi o de HR Tech, que explorou o boom no mercado de Gestão de Pessoas e o papel crescente da IA nesse campo. Sob a moderação sagaz de Thiago Macieira, managing partner do ItaúBBA, os CEOs Felipe Azevedo, da LG; Alessandro Garcia, da Sólides; e Carlenio Branco, da Senior, compartilharam insights interessantes. As empresas representadas faturaram juntas R$1,5 bilhão em 2023 e empregam mais de 5 mil pessoas. Todos concordam que a relação entre empresas e colaboradores mudou significativamente: além do alto turnover crônico, as empresas usam a criatividade para oferecer benefícios flexíveis, salários agressivos e fazer o possível para reter os melhores talentos. Não esqueceram de mencionar sobre a complexidade de lidar com regulamentações municipais, estaduais e federal tornando essencial a implementação de boas soluções de RH. É interessante confirmar a visão de que há uma lacuna de dados centralizados, organizados e limpos – os chamados data lakes – no mercado de People. Muito se sabe sobre seus clientes mas quase nada se sabe sobre seus colaboradores.
O epicentro da semana é o jantar de gala promovido pela AmCham, a Câmara de Comércio dos EUA para o Brasil onde acontece a premiação do/a Person of the Year desde a década de 70. Esse ano, o prefeito de Nova York fez um discurso breve de boas-vindas para os mil convidados entre diplomatas, líderes governamentais, mercado financeiro e tecnologia, além de 167 fellows que se graduaram em universidades de ponta.
O brasileiro Alexandre Birman, responsável pelo maior M&A brasiileiro no mercado de moda, e o americano Wesley Edens, investidor de à frente da Fortress Investment Group, receberam o prêmio de 2024. Entre outros homenageados, Jair Ribeiro foi reconhecido pelos mais de 20 anos à frente da Parceiros de Educação. Essa organização sem fins lucrativos está presente em mais de 700 escolas públicas e cerca de 400 mil alunos impactos diretamente. Essas escolas mostram uma melhoria de aproximadamente 40% nos índices educacionais nos primeiros três anos de colaboração, o que se traduz em mais de um ano adicional de escolaridade para os alunos em comparação com outras escolas públicas. Jair, querido colega Lemann Fellow de Stanford e bem quisto por todos, representa que é possível ter uma carreira no mercado financeiro sem esquecer de colocar a mão na massa para a tão sonhada transformação social brasileira.
A celebração no jantar é uma mostra do mosaico de pessoas engajadas em fazer mais e melhor nos seus mercados e produzir impacto no nosso país. Em momentos como esse, fica claro o valor do networking e o que representa ter acesso no mundo empreendedor.
Como se a noite não pudesse terminar, a Forbes ofereceu no belíssimo Cipriani, no sul da ilha, uma festa para dar vazão à energia intensa que nós, brasileiros, carregamos onde quer que estejamos. Foi linda e leve, com exuberância e alegria de viver.
A Brazil Week e as oportunidades de negócios que surgem desses dias na Big Apple cresceram visivelmente, e com isso fico com algumas provocações: Como podemos, como nação, maximizar as oportunidades globais que surgem em eventos como a Brazil Week? Quais são as próximas fronteiras para a inovação brasileira no cenário internacional? Como nos inspirar em líderes icônicos, porém nos adaptando às novas regras do jogo de Venture Capital, trazendo lucro e crescimento, sem perder a paixão e o propósito? Como equilibrar o entusiasmo pela tecnologia com a necessidade de inclusão e equidade em um mundo cada vez mais digital?
Essas são questões que nos deixam ansiosos pelo próximo ano, na certeza de que a Brazil Week continue a florescer, inspirar e dar mais acesso a quem quer fazer a diferença.
Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, HR Tech especializada na vertical de desenvolvimento de colaboradores que usa Inteligência Artificial para promover educação corporativa personalizada e escalável.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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Negócios
CEO do iFood: “Empreender é se Ferrar 80% do Tempo por Sonhar Grande”

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Admitir vulnerabilidades tem sido apontado, em anos recentes, como um sinal de força, empatia e inspiração no mundo corporativo. “Minha grande vulnerabilidade é estar em um país de moeda depreciada. Se eu tenho uma bala para lutar, quem vem com um dólar tem seis”, admite Diego Barreto, 42, à frente do iFood desde maio de 2024 e um dos destaques da lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025.
E há gente vindo com munição pesada. Nesse caso, é melhor não olhar para o lado. “Quando você se preocupa com a concorrência, o máximo que consegue é empatar com ela.”
Mineiro de Uberaba, na infância Diego ajudava nos afazeres da fazenda do avô e acompanhava o pai, que mexia com caminhões. O lado empreendedor revelou-se logo aos 8 anos, quando começou a vender balas (mas não as mesmas citadas acima). Aos 19, mudou-se para São Paulo, formou-se em direito pela PUC-SP e fez MBA no IMD Business School.
Aprendeu por conta própria fundamentos de economia e finanças. Passou por grandes empresas, como OAS e Suzano, e entrou no Grupo Movile em 2016. Está no iFood, que faz parte do grupo, desde 2018, quando assumiu como CFO e vice-presidente de finanças e estratégia.
“A cultura do iFood é baseada em empreendedorismo e inovação. E empreendedorismo significa se ferrar 80% do tempo porque você está sonhando muito grande.”
Diego Barreto, CEO do iFood
A liderança e a notável presença do iFood no Brasil e na América Latina foram conquistadas, diz Diego, “criando soluções e ativos para um ecossistema de entregadores, comerciantes e consumidores” e com muita cultura corporativa – e essa, por sua vez, é sua principal fortaleza. Cultura e a capacidade de mobilizar pessoas, de “simplificar o que é complexo” e de conseguir mudar rapidamente de direção quando necessário. Essa é uma tradução possível do que Diego escreveu sobre si no LinkedIn, um texto no qual a palavra “liderança” predomina.
A cultura do iFood é, segundo ele, baseada em dois pilares: empreendedorismo e inovação. O primeiro significa “se ferrar 80% do tempo porque você está sonhando muito grande”. O segundo, para além de buscar ferramentas virtualmente inexistentes – como IA já em 2018 –, é instilar nos liderados a tal capacidade de mobilização. Em um processo que se energiza mutuamente, é isso que ajuda a gerar inovação, e vice-versa.
Fala-se aqui do mesmo espírito de startup da origem da empresa, quando, em 2013, com apenas 20 pessoas, ela foi comprada pela Movile, companhia do baiano Fabricio Bloisi, agora CEO global da controladora do iFood, a Prosus.
Hoje no iFood são 8 mil funcionários, 120 milhões de pedidos por mês, 460 mil estabelecimentos no cast, 450 mil entregadores e 60 milhões de clientes, números que devem crescer com a entrada do iFood em delivery de outros produtos que não refeições – segmento já responsável por 30% do movimento total.
No future wall, o mural dos sonhos grandes que já havia na Movile, Diego escreveu querer “mudar o Brasil”. A ideia permanece.
Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.
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Desemprego no Brasil Fica em 5,6% no 3º Tri com Menor Número de Desocupados da História

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A taxa de desemprego no Brasil encerrou o terceiro trimestre em 5,6%, repetindo a menor taxa da série histórica do IBGE e com o menor contingente de pessoas sem trabalho, mostrando que o mercado de trabalho segue aquecido e resiliente.
Segundo analistas, no entanto, ele pode estar começando a mostrar sinais de desaceleração.
O resultado divulgado nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra queda em relação aos 5,8% do segundo trimestre. No mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego havia sido de 6,4%.
Mas a taxa repetiu a leitura dos três meses encerrados em julho e do trimestre até agosto, e ficou um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 5,5%.
“O fato de a taxa estar em 5,6% pela terceira vez não dá para dizer que é um piso, até porque há movimentos de mercado e ainda tem sazonalidade de mais contratações para atender a demanda de fim de ano”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
No entanto, André Valério, economista sênior do Inter, ressalta que os três meses seguidos com a mesma taxa de desemprego podem indicar sim um pico.
“O cenário ainda é de um mercado de trabalho bastante robusto. (Mas) há indícios de que possamos estar próximos a um ponto de virada no mercado de trabalho. A estabilidade pelo terceiro mês consecutivo na taxa de desocupação sugere pico no indicador”, disse ele.
O mercado de trabalho brasileiro vem mostrando força, o que ajuda a amenizar a desaceleração econômica e mitigar os efeitos dos juros elevados, o que representa um desafio para o Banco Central já que ajuda a sustentar o consumo e dificulta o controle da inflação.
“Olhando à frente, com base nos dados recentes e na natureza cíclica do mercado de trabalho, esperamos que o aquecimento persista por um período prolongado, ainda que em meio a um processo gradual de desaceleração”, disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Depois de manter a taxa básica de juros em 15%, o Banco Central afirmou que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.
No terceiro trimestre, o número de desempregados caiu 3,3% em relação aos três meses anteriores, chegando a 6,045 milhões, o que representa ainda uma queda de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o menor contingente desde o início da pesquisa, em 2012.
Já o total de ocupados aumentou 0,1% na comparação trimestral e 1,4% na anual, atingindo 102,433 milhões, ainda em patamar recorde.
“O nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”, avaliou Beringuy.
“Ainda continuamos com queda nos desocupados e isso tem a ver com abertura de vagas e postos no país. A sustentabilidade da abertura de vagas é garantida por diversas atividades econômicas”, completou ela.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 0,5% no terceiro trimestre e renovaram o recorde, com 39,229 milhões, enquanto os que não tinham carteira recuaram 0,3%.
No período, a renda média real habitual dos trabalhadores foi recorde a R$3.507, aumento de 0,3% no trimestre e 4,0% no ano.
Dados do Caged mostraram na quinta-feira que o Brasil abriu 213.002 vagas formais de trabalho em setembro, maior saldo desde abril e acima do esperado.
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IBM Tem Programa Gratuito para Formar Novos Talentos em Tecnologia

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A IBM, em colaboração com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), tem um programa gratuito para estudantes e educadores desenvolverem habilidades em áreas como inteligência artificial, computação em nuvem e cibersegurança.
Por meio da plataforma IBM SkillsBuild, a iniciativa oferece mais de 1.000 cursos online e gratuitos, disponíveis em 20 idiomas, com trilhas de aprendizagem personalizadas e emissão de credenciais. Os participantes terão acesso a atividades práticas, mentoria com especialistas da IBM e caminhos que conectam o aprendizado a oportunidades de carreira.
“O objetivo é não apenas preparar jovens para carreiras no setor de tecnologia, mas também criar mais oportunidades que promovam o desenvolvimento social e econômico.”
Flávia Freitas, líder de responsabilidade social corporativa da IBM América Latina
O programa é voltado a estudantes e professores do ensino médio, universitários, educadores e profissionais em busca de qualificação.
Os cursos gratuitos podem ser acessados aqui.
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