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Saúde

O que acontece no cérebro com uma doença neurodegenerativa?

Redação Informe 360

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As doenças neurodegenerativas são um grupo de condições que resultam na perda progressiva de neurônios, levando a uma deterioração das funções cognitivas e motoras. Exemplos comuns incluem a Doença de Alzheimer, a Doença de Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Essas condições afetam milhões de pessoas em todo o mundo e, apesar dos avanços na pesquisa, ainda não existem tratamentos que possam interromper ou reverter o processo neurodegenerativo.

Vamos entender o que acontece no cérebro durante essas doenças, os mecanismos envolvidos, e como a tecnologia está revolucionando o diagnóstico e o tratamento.

O que acontece no cérebro com uma doença neurodegenerativa

As doenças neurodegenerativas compartilham algumas características comuns em seus mecanismos patológicos, embora cada uma tenha suas particularidades.

  • Acúmulo de Proteínas Anormais: Em doenças como Alzheimer e Parkinson, o acúmulo de proteínas anormais, como as placas de beta-amiloide e os emaranhados de tau, desempenha um papel crucial. Esses depósitos interferem na comunicação entre neurônios e levam à morte celular.
  • Inflamação Neural: A inflamação crônica no cérebro, muitas vezes impulsionada pela ativação de células gliais, contribui para a progressão da doença. A neuroinflamação pode exacerbar a morte neuronal e a disfunção sináptica.
  • Estresse Oxidativo: O aumento da produção de radicais livres e a diminuição da capacidade antioxidante das células podem levar a danos celulares, contribuindo para a degeneração neuronal.
  • Disfunção Mitocondrial: As mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia nas células, podem se tornar disfuncionais nas doenças neurodegenerativas, resultando em menor produção de ATP e aumento do estresse oxidativo.

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Exemplos de doenças neurodegenerativas

Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência. Ela se caracteriza pela perda de memória, confusão e alterações de personalidade. No cérebro, observa-se:

  • Placas de Beta-Amiloide: Essas placas se acumulam entre as células nervosas, interferindo na comunicação celular.
  • Emaranhados de Tau: As proteínas tau se agregam dentro das células, prejudicando o transporte de nutrientes e levando à morte celular.
Imagem comparativa de um cérebro saudável, com o de um com Alzheimer (HypeScience/Reprodução)

Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma condição que afeta o movimento, causando tremores, rigidez e dificuldades de equilíbrio. No cérebro, as principais alterações incluem:

  • Perda de Neurônios Dopaminérgicos: A morte de neurônios na substância negra do cérebro resulta em uma diminuição dos níveis de dopamina, um neurotransmissor fundamental para o controle motor.
  • Corpos de Lewy: Acúmulos anormais de proteínas que podem afetar a função neuronal e estão associados a sintomas não motores, como distúrbios do sono e alterações cognitivas.

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

A ELA é uma doença que afeta as células nervosas do cérebro e da medula espinhal, levando à fraqueza muscular e paralisia. As características incluem:

  • Degeneração de Neurônios Motores: A morte dos neurônios motores resulta em fraqueza muscular progressiva.
  • Acúmulo de Proteínas: Proteínas anormais, como a TDP-43, se acumulam nas células, prejudicando sua função.

Tecnologia no Diagnóstico de Doenças Neurodegenerativas

O diagnóstico precoce é crucial para o manejo eficaz das doenças neurodegenerativas, e a tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante nesse processo. Nos últimos anos, diversas inovações tecnológicas têm surgido, proporcionando novas maneiras de detectar e monitorar essas condições complexas.

Um exemplo fundamental são as técnicas de neuroimagem, como a ressonância magnética (MRI) e a tomografia por emissão de pósitrons (PET). Essas ferramentas são essenciais para visualizar alterações estruturais e funcionais no cérebro, permitindo a detecção precoce de biomarcadores associados a doenças neurodegenerativas, como as placas de beta-amiloide na Doença de Alzheimer, antes mesmo que os sintomas clínicos se manifestem de forma evidente.

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Mão de médico sobre monitor com imagens de tomografia de cérebro
(Imagem: Getty Images)

A identificação de tais biomarcadores é um campo em expansão, e os estudos focados em biomarcadores presentes em fluidos corporais, como sangue e líquido cefalorraquidiano, têm ganhado destaque. Através da pesquisa contínua, espera-se que a detecção de biomarcadores específicos facilite o diagnóstico precoce e o monitoramento da progressão da doença, melhorando assim o prognóstico e a gestão clínica.

Outro avanço significativo vem do uso da Inteligência Artificial (IA) no diagnóstico de doenças neurodegenerativas. A IA está transformando a forma como os diagnósticos são realizados, pois algoritmos de aprendizado de máquina têm a capacidade de analisar grandes volumes de dados de neuroimagem e identificar padrões complexos que podem não ser imediatamente evidentes para os clínicos.

Essa capacidade de processamento permite diagnósticos mais precisos e personalizados, ajudando os profissionais de saúde a desenvolverem planos de tratamento mais eficazes e adaptados às necessidades individuais dos pacientes. Além disso, o uso de dispositivos vestíveis e tecnologias de monitoramento está se tornando cada vez mais comum na gestão de doenças neurodegenerativas.

Wearables, que monitoram continuamente a atividade física e os padrões de sono, podem fornecer dados valiosos sobre a progressão da doença e a eficácia das intervenções terapêuticas. Esses dispositivos oferecem aos médicos uma visão em tempo real da condição do paciente, permitindo ajustes imediatos no tratamento e promovendo uma abordagem mais proativa na gestão de doenças complexas.

morte cérebro
(Imagem: Ana Luiza Figueiredo via DALL-E / Olhar Digital)

À medida que a tecnologia continua a avançar, a expectativa é que novas ferramentas e métodos de diagnóstico se tornem disponíveis, oferecendo ainda mais precisão e eficácia no combate às doenças neurodegenerativas. A integração dessas tecnologias emergentes na prática clínica diária não só melhora a capacidade de diagnóstico, mas também contribui significativamente para a qualidade de vida dos pacientes, permitindo intervenções mais precoces e personalizadas.

Avanços no Tratamento

Embora não existam curas definitivas para as doenças neurodegenerativas, os avanços tecnológicos estão levando a novas abordagens de tratamento.

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  • Terapias Baseadas em Células: Pesquisas estão sendo realizadas para usar células-tronco para regenerar neurônios danificados ou substituir células perdidas.
  • Tratamentos Farmacológicos: Novos medicamentos estão sendo desenvolvidos para modificar o curso da doença, como inibidores de beta-amiloide para Alzheimer e agonistas da dopamina para Parkinson.
  • Estimulação Cerebral Profunda: Esta técnica envolve a inserção de eletrodos no cérebro para tratar sintomas motores da Doença de Parkinson, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
  • Terapias Comportamentais e Cognitivas: Intervenções não farmacológicas, como terapia ocupacional e fisioterapia, têm mostrado eficácia na melhoria da função cognitiva e na manutenção da qualidade de vida.

As doenças neurodegenerativas representam um desafio significativo para a saúde pública, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. A compreensão dos mecanismos subjacentes a essas condições é crucial para o desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos eficazes. A tecnologia está desempenhando um papel vital nesse processo, oferecendo novas ferramentas para a detecção precoce e o manejo das doenças.

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Saúde

É possível estar desidratado e não sentir sede?

Redação Informe 360

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A sede é o principal sinal de que o corpo precisa de água, mas nem sempre ela aparece quando o organismo está desidratado. Em algumas situações, especialmente durante episódios depressivos ou em condições que afetam o controle da hidratação, é possível que a desidratação ocorra sem que a pessoa perceba.

Neste artigo, vamos entender esse fenômeno e explicar como a falta de hidratação pode afetar tanto a saúde física quanto a mental.

A importância da sede no equilíbrio do corpo

Mulher bebendo água
Imagem: Yaroslav Olieinikov / iStock

A sede é uma sensação interna provocada por estímulos fisiológicos que indicam a necessidade de repor água e sais minerais. Esse mecanismo é regulado por áreas específicas do cérebro, principalmente o hipotálamo, que detectam mudanças na concentração de sais no sangue e na quantidade de líquidos corporais.

Quando há uma perda de cerca de 0,5% do peso corporal em água, o corpo aciona o “limiar da sede”, levando à vontade de beber líquidos. Essa necessidade pode ser:

  • Sede verdadeira: persiste até que o corpo seja reidratado.
  • Sede falsa: desaparece apenas com o ato de umedecer a boca, sem que haja real necessidade fisiológica.

Entretanto, em alguns casos, o organismo não emite sinais claros, e a pessoa pode não sentir sede mesmo diante de um quadro de desidratação leve ou moderada.

Como o cérebro controla a sede

Mulher segurando um copo com água
Imagem: Fizkes/Shutterstock

Diversas regiões cerebrais trabalham juntas para regular o impulso de beber água. O hipotálamo, o órgão subfornical e o núcleo pré-óptico mediano são os principais responsáveis por monitorar o equilíbrio hídrico.

Quando há redução do volume sanguíneo ou aumento da concentração de sais, essas áreas enviam sinais para liberar vasopressina, um hormônio que ajuda a conservar água nos rins.

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Esse sistema é altamente eficiente, mas pode ser alterado por distúrbios neurológicos, metabólicos ou psicológicos, como ocorre em pessoas com depressão ou apatia.

Desidratação e depressão: uma relação silenciosa

tipos de depressão
Transtorno Depressivo Persistente duram pelo menos 2 anos em adultos (Reprodução: Freepik/Freepik)

Sim, é possível estar desidratado e não sentir sede. Pessoas que atravessam episódios depressivos frequentemente apresentam baixa motivação para atividades básicas, como comer e beber água.

Com o tempo, isso pode levar à desidratação e subnutrição, mesmo sem a percepção de sede. O corpo deixa de enviar sinais claros, e a falta de ingestão hídrica agrava o quadro emocional.

Estudos mostram que a desidratação interfere diretamente na produção de neurotransmissores como a serotonina, essencial para o controle do humor. Assim, o problema pode se tornar um ciclo: a depressão causa desidratação, e a desidratação intensifica sintomas depressivos como fadiga, irritabilidade e lentidão cognitiva.

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A conexão entre hidratação e saúde mental

Homem servindo água em um copo na cozinha, close-up
Homem servindo água em um copo na cozinha, close-up / Crédito: New Africa (Shutterstock)

A água é vital para o funcionamento do corpo e do cérebro. Além de regular a temperatura e transportar nutrientes, ela influencia diretamente a função cognitiva e emocional. A hidratação também está relacionada a condições como ansiedade, déficit de atenção, memória e depressão.

Um estudo com mais de 3.000 adultos iranianos observou que pessoas que bebiam menos de dois copos de água por dia tinham risco significativamente maior de desenvolver sintomas depressivos do que aquelas que consumiam cinco copos ou mais.

Até mesmo pequenos níveis de desidratação podem causar queda de energia, dificuldade de foco e alterações de humor, sintomas frequentemente confundidos com cansaço ou estresse.

Benefícios da hidratação adequada para o cérebro

Mulher jovem saudável segurando um copo de água
Mulher jovem saudável segurando um copo de água / Crédito: Alina Kruk (Shutterstock)

A hidratação correta promove equilíbrio eletrolítico, melhora a circulação cerebral e auxilia na transmissão de impulsos nervosos. Quando o corpo está bem hidratado, há melhor oxigenação do cérebro, o que se reflete em:

  • Maior clareza mental e atenção.
  • Melhora no humor e redução da ansiedade.
  • Aumento da memória de curto prazo e do tempo de reação.
  • Redução da sensação de fadiga e apatia.

Em contrapartida, a falta de água pode levar a confusão mental, cefaleias (dores de cabeça) e até sintomas físicos como tontura e palpitações.

Dicas para manter-se hidratado

Mulher abrindo a tampa de uma garrafa de água para beber — conceito de saúde e bem-estar
Mulher abrindo a tampa de uma garrafa de água para beber — conceito de saúde e bem-estar / Crédito: Oporty786 (Shutterstock)

Mesmo que a sede não seja perceptível, é importante criar hábitos que garantam uma ingestão constante de líquidos. Segundo nutricionistas, o ideal é beber pequenas quantidades de água ao longo do dia, sem esperar sentir sede.

Algumas estratégias simples de hidratação incluem:

  • Combine as refeições com água em vez de refrigerantes ou sucos industrializados.
  • Tenha sempre uma garrafa de água por perto e reabasteça com frequência.
  • Consuma frutas e vegetais ricos em água, como melancia, pepino, laranja, abobrinha e alface.

Vale lembrar que metade da água ingerida diariamente pode vir dos alimentos, especialmente dos in natura ou minimamente processados. Pratos tradicionais como feijão com arroz têm cerca de dois terços de seu peso em água, contribuindo para a hidratação.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Saúde

Quais os riscos de um transplante de órgão?

Redação Informe 360

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transplante de órgão é um procedimento cirúrgico extremamente importante e, muitas vezes, necessário para salvar vidas. Ele consiste na reposição de um órgão (como pulmão, coração, pâncreas, rim ou fígado) ou de tecidos, como ossos, medula óssea e córneas, de um doador vivo ou falecido para um paciente doente.

Neste conteúdo, você verá que, assim como todo procedimento cirúrgico, o transplante de órgão tem alguns riscos. Entretanto, saiba que o texto a seguir não deve ser interpretado para desmotivar pacientes que precisam de transplantes ou sugerir que os procedimentos são ruins. Transplantes são importantes e salvam vidas. 

Além disso, todos os riscos são minimizados por conta de diversos cuidados que são tomados pelos profissionais de saúde. O Brasil é referência mundial na área de transplantes e tem o maior sistema público de transplantes do mundo. A rede pública oferece aos pacientes assistência integral e gratuita, com exames preparatórios, acompanhamento, cirurgia e medicamentos pós-transplante.

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5 riscos de um transplante de órgão 

A seguir, você confere 5 coisas que podem acontecer em um transplante de órgão. Inclusive, existem alguns casos raros ocorridos com pacientes no Brasil.

1. Rejeição do órgão transplantado

Médicos cirurgiões durante uma cirurgia passando instrumentos com uma luz vinda de cima
Médicos em um procedimento cirurgico (Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)

Logo após o transplante, é possível que o paciente comece a sentir sintomas de rejeição do órgão. Isso também pode ocorrer semanas, meses ou até anos depois.

O paciente pode sofrer com uma rejeição aguda assim que recebe o novo órgão, tendo calafrios, febre, fadiga, náusea e alterações bruscas na pressão arterial. Há também a possibilidade de a pessoa desenvolver uma rejeição crônica, que ocorre mais tarde e causa problemas contínuos de baixo nível ao órgão doado.

2. Infecção

Dor pélvica dor de estômago conceito de saúde médica. Mãos de mulher jovem no estômago como sofrem de menstruação cãibra, indigestão, gastrointestinal, diarreia ou doenças femininas problema.
Pessoa sentindo dor por conta de uma infecção – Imagem: BlurryMe/Shutterstock

Toda pessoa que passa por uma cirurgia corre o risco de sofrer com uma infecção. Pacientes transplantados não são diferentes. Eles podem sofrer infecções em decorrência da própria cirurgia, do uso de imunossupressores, do mau funcionamento do órgão transplantado ou de distúrbios que afetam o sistema imunológico.

As infecções que podem afetar pacientes transplantados são as mesmas que qualquer outra pessoa se recuperando de uma cirurgia pode ter, como infecções do local, no órgão recebido, trato urinário ou pneumonia. Há também riscos de parasitas, vírus, fungos e bactérias. Para evitar que isso aconteça, a maioria das pessoas transplantadas toma remédios antimicrobianos. 

3. Câncer 

cancer sangue
Células de um câncer – Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock

Recentemente um caso raro de câncer acometeu um homem transplantado em São Paulo. Trata-se de Geraldo Vaz Junior, de 58 anos. Ele passou por um transplante de fígado e após meses do procedimento, foi diagnosticado com um câncer no órgão. Ao realizar exame de DNA, descobriu que as células cancerígenas não lhe pertenciam.

Conforme o Manual dos Transplantes (2022), do Ministério da Saúde, todo doador apto deve passar por uma triagem clínica, de imagem e laboratorial para descartar infecções e neoplasias transmissíveis (tipos de câncer). Se houver suspeita de tumor, o órgão é descartado de forma imediata. 

Todavia, não existe um método que tenha a capacidade de eliminar o risco da doença por completo, pois células malignas microscópicas não são possíveis de ser detectadas.

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No caso do Geraldo, ele recebeu o transplante no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao ser questionado pelo G1 sobre o caso, o hospital afirmou que “participa do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) como centro transplantador, recebe os órgãos já analisados tecnicamente pela Central Estadual de Transplantes e realiza exclusivamente o procedimento cirúrgico, seguindo os protocolos estabelecidos pelo SNT. A organização atua em conformidade com a legislação brasileira e segue as melhores práticas internacionais em todos os seus processos assistenciais”.

4. HIV 

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Teste de HIV – Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock

Outro caso raro foi o de infecção por HIV em seis pacientes no Rio de Janeiro em 2024. Acontece que dois doadores realizaram exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados foram falsos negativos. 

Isso pode acontecer devido a um erro laboratorial ou à “janela imunológica” de duas a três semanas entre a exposição a um agente infeccioso e a produção de anticorpos necessários para a detecção nos testes. Apesar do risco, é muito raro que pessoas que receberam órgãos contraiam a doença.

5. Doença do enxerto contra o hospedeiro

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Médico passando o diagnóstico de uma doença
Imagem: shutterstock_Chay_Tee

Essa doença pode acontecer quando os glóbulos brancos (o enxerto) do doador atacam os tecidos do receptor (o hospedeiro). Quando ocorre, é em pessoas que recebem transplante de células-tronco, mas também há casos em pacientes que recebem transplantes de intestino delgado e fígado.

Entre os sintomas estão erupção cutânea, icterícia, febre, dores abdominais, diarreia, vômitos, perda de peso e elevação do risco de infecção. Apesar do risco de morte, é possível tratar essa doença.

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Saúde

Vacinas de mRNA contra Covid-19 potencializam tratamento de câncer

Redação Informe 360

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Vacinas de mRNA, como as utilizadas contra a Covid-19, podem auxiliar no tratamento do câncer. Essa descoberta foi apresentada hoje no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) de 2025. O estudo foi liderado por Steven Lin, M.D., Ph.D., professor de Oncologia Radioterápica, e Adam Grippin, M.D., Ph.D., residente sênior na mesma área. 

Esses imunizantes podem funcionar como ‘ativadores imunológicos’. Isso significa que eles podem treinar o sistema de defesa do corpo para eliminar células cancerígenas, mesmo que o mRNA não seja direcionado diretamente aos tumores. 

Essa constatação surgiu de pesquisas conduzidas por Grippin durante seu doutorado na Universidade da Flórida, no laboratório de Elias Sayour, M.D., Ph.D.

Um estudo que incluiu mais de 1.000 pacientes tratados entre agosto de 2019 e agosto de 2023 mostrou que indivíduos com câncer que receberam vacinas contra a Covid baseadas em mRNA em até 100 dias após o início da terapia com inibidores de checkpoint imunológico tiveram o dobro de chance de estarem vivos três anos após o começo do tratamento.

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Os checkpoints imunológicos são mecanismos regulatórios cruciais do sistema imunológico. Eles atuam como “freios” ou “interruptores” para controlar a ativação e inibição das células de defesa.

vacina
Vacinas de mRNA, como as da Covid-19, podem treinar o sistema imunológico para eliminar células cancerígenas Imagem: pedro7merino/Shutterstock

“Este estudo demonstra que vacinas comerciais de mRNA contra a Covid podem treinar o sistema imunológico dos pacientes para combater o câncer”, disse Grippin. “Quando combinadas com inibidores de checkpoint imunológico, essas vacinas produzem respostas antitumorais poderosas, associadas a melhorias significativas na sobrevida de pacientes oncológicos.” 

Essa descoberta levou à hipótese de que outros tipos de vacinas de mRNA poderiam ter o mesmo efeito. A aprovação e o uso das vacinas contra a Covid-19 baseadas em mRNA criaram uma oportunidade para testar essa hipótese. 

Como o estudo foi conduzido 

  • Os pesquisadores analisaram o histórico de pacientes do Centro de Câncer MD Anderson.
  • Eles buscaram identificar se os pacientes que receberam os imunizantes de mRNA contra a Covid viveram mais do que aqueles que não foram vacinados. 
  • Após a análise de modelos pré-clínicos, descobriram que as vacinas de mRNA funcionam como um alarme, colocando o sistema imunológico em estado de alerta para reconhecer e atacar células cancerígenas. 

Em resposta, as células cancerígenas passam a produzir a proteína de checkpoint imunológico PD-L1, que atua como um mecanismo de defesa contra as células de defesa. Felizmente, diversos inibidores de checkpoint imunológico são desenvolvidos para bloquear o PD-L1, criando um ambiente ideal para que esses tratamentos liberem o sistema imunológico contra a doença. 

O uso da vacina de mRNA em até 100 dias após a imunoterapia dobrou a chance de sobrevida em pacientes com câncer (Crédito: Volha_R/Shutterstock)

Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, este estudo sugere que as vacinas de mRNA contra a Covid são ferramentas poderosas para reprogramar respostas imunológicas antitumorais. 

“A parte realmente empolgante do nosso trabalho é que ele aponta para a possibilidade de que vacinas amplamente disponíveis e de baixo custo tenham o potencial de melhorar drasticamente a eficácia de certas terapias imunológicas”, afirmou Grippin. “Estamos esperançosos de que as vacinas de mRNA possam não apenas melhorar os resultados de pacientes tratados com imunoterapias, mas também levar os benefícios desses tratamentos a indivíduos com doenças resistentes à abordagem.” 

Os cientistas planejam, agora, um novo estudo mais rigoroso (ensaio clínico de Fase III) para confirmar esses achados e verificar se a vacina de mRNA contra a Covid-19 deve ser incluída como parte do tratamento padrão para pacientes oncológicos. 

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Resultados do estudo 

O estudo inicial incluiu diferentes tipos de câncer, comparando pacientes que foram vacinados em até 100 dias após iniciar a imunoterapia com aqueles que não receberam o imunizante. Os resultados mostraram uma diferença significativa: no grupo de pacientes com câncer de pulmão avançado, por exemplo, os 180 vacinados tiveram uma sobrevida média de 37,3 meses, contra 20,6 meses observados nos 704 pacientes não vacinados. 

Cientistas planejam ensaio de Fase III para confirmar se a vacina de mRNA deve ser incluída no tratamento padrão do câncer (Imagem: ORION PRODUCTION/Shutterstock)

Em uma análise com pacientes com melanoma metastático, a sobrevida média ainda não foi atingida nos 43 vacinados, sugerindo uma melhora importante quando comparada à média de 26,7 meses dos 167 pacientes que não receberam a vacina. 

É fundamental destacar que os benefícios na sobrevida foram mais acentuados em pacientes com tumores que tendem a não responder bem à imunoterapia. Esses pacientes, que apresentam baixíssima expressão da proteína PD-L1 em seus tumores, tiveram um aumento na sobrevida geral de três anos quase cinco vezes maior ao receberem a vacina contra a Covid-19. Os pesquisadores reforçam que esses resultados se mantiveram consistentes, mesmo após a análise de fatores como o fabricante do imunizante, o número de doses aplicadas e o centro médico onde o paciente foi tratado. 

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