Ligue-se a nós

Saúde

Qual efeito de energéticos no corpo?

Redação Informe 360

Publicado

no

Os energéticos têm se tornado uma presença constante na vida moderna, especialmente para aqueles que buscam um aumento rápido de energia e foco. Seja para estudantes em época de provas, profissionais em jornadas de trabalho extensas ou atletas que precisam de um impulso extra, essas bebidas prometem uma solução quase mágica para o cansaço e a falta de concentração.

No entanto, é essencial entender os efeitos dos energéticos e como eles realmente afetam o corpo humano, os riscos associados ao seu consumo e se há alternativas mais seguras ou saudáveis.

O que são energéticos e como eles funcionam?

Os energéticos são bebidas projetadas para ter um efeito de aumentar temporariamente os níveis de energia e melhorar o desempenho mental e físico. A maioria contém uma combinação de ingredientes estimulantes, sendo a cafeína o componente principal, além de outros como taurina, guaraná, ginseng, vitaminas do complexo B e açúcar.

Cafeína: o principal ingrediente ativo

A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central que bloqueia a adenosina, um neurotransmissor responsável por promover o sono. Ao fazer isso, a cafeína aumenta a liberação de outros neurotransmissores, como dopamina e norepinefrina, que elevam o estado de alerta e melhoram o humor.

Anúncio

Além disso, a cafeína pode aumentar a liberação de adrenalina, preparando o corpo para a resposta de “luta ou fuga”, que resulta em um aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e do fluxo sanguíneo para os músculos.

Leia também:

Outros ingredientes comuns em enegréticos

  • Taurina: Um aminoácido que pode ajudar na regulação do volume celular e tem propriedades antioxidantes. Acredita-se que a taurina em combinação com a cafeína possa melhorar o desempenho atlético, mas mais pesquisas são necessárias para confirmar isso.
  • Guaraná: Outra fonte natural de cafeína que pode potencializar os efeitos estimulantes.
  • Ginseng: Uma erva que é frequentemente usada por suas propriedades antioxidantes e para aumentar a resistência física e mental.
  • Vitaminas do Complexo B: Essas vitaminas ajudam na conversão de alimentos em energia, mas, em energéticos, sua eficácia é debatida, pois já são abundantes em uma dieta equilibrada.
  • Açúcar: Embora forneça uma rápida fonte de energia, o açúcar em grandes quantidades pode levar a uma série de problemas de saúde, como ganho de peso, resistência à insulina e cáries dentárias.

Efeitos dos energéticos no corpo humano

O consumo de energéticos pode ter uma variedade de efeitos no corpo, tanto positivos quanto negativos. Vamos explorar esses efeitos com mais detalhes.

Benefícios Potenciais

  • Aumento de energia e alerta mental: Devido à presença de cafeína, os energéticos podem aumentar temporariamente a energia e melhorar a concentração. Isso é particularmente útil em situações onde se precisa de um desempenho mental ou físico imediato, como durante longas sessões de estudo ou em competições esportivas.
  • Melhora do desempenho físico: Alguns estudos sugerem que os energéticos podem aumentar a resistência e o desempenho físico em atividades de alta intensidade, graças à combinação de cafeína e taurina. No entanto, esse efeito pode variar de pessoa para pessoa.
  • Aumento da motivação e do humor: A liberação de neurotransmissores como a dopamina pode levar a um aumento temporário do humor e da motivação, tornando as tarefas menos agradáveis mais toleráveis por um curto período.
Homem correndo enquanto usa exoesqueleto X1 da startup chinesa Dnsys
(Imagem: Divulgação/Dnsys)

Riscos e efeitos adversos

  • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial: O consumo excessivo de cafeína pode causar um aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial, o que pode ser perigoso para pessoas com condições cardíacas preexistentes ou hipertensão.
  • Problemas de sono: Os efeitos estimulantes da cafeína podem interferir no ciclo de sono, causando insônia ou reduzindo a qualidade do sono. Isso pode levar a um ciclo vicioso de dependência de cafeína para combater a fadiga diurna resultante.
  • Ansiedade e nervosismo: Em doses elevadas, a cafeína pode causar efeitos colaterais como ansiedade, tremores e irritabilidade, devido à superestimulação do sistema nervoso central.
  • Dependência e tolerância: O uso regular de energéticos pode levar à dependência de cafeína, onde o corpo se torna adaptado aos efeitos da substância e requer doses maiores para obter o mesmo efeito, resultando em um ciclo de consumo crescente.
  • Efeitos negativos do açúcar: Muitos energéticos são carregados de açúcar, o que pode contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O consumo regular de bebidas açucaradas está associado a efeitos negativos na saúde metabólica geral.

Quem deve evitar energéticos?

Embora os energéticos possam ser seguros para consumo ocasional em adultos saudáveis, existem grupos de pessoas que devem evitá-los completamente:

  • Adolescentes e Crianças: O sistema nervoso em desenvolvimento é mais suscetível aos efeitos adversos da cafeína, tornando seu consumo em energéticos inadequado para esses grupos.
  • Gestantes e Lactantes: A cafeína pode atravessar a placenta e também ser passada para o leite materno, potencialmente afetando o feto ou o bebê.
  • Indivíduos com condições cardíacas: Pessoas com problemas cardíacos ou hipertensão devem evitar energéticos, devido ao risco de exacerbação de sintomas.
  • Pessoas com ansiedade: Aqueles que sofrem de transtornos de ansiedade podem achar que a cafeína intensifica os sintomas de nervosismo e inquietação.

Alternativas mais saudáveis: existe um energético melhor?

Diante dos riscos associados ao consumo excessivo de energéticos, muitas pessoas buscam alternativas mais saudáveis. Entre as opções disponíveis, encontramos:

Energéticos sem açúcar

Energéticos sem açúcar ou com adoçantes artificiais são frequentemente comercializados como alternativas mais saudáveis. Embora removam os efeitos negativos do açúcar, esses energéticos ainda contêm altas doses de cafeína, o que pode apresentar problemas semelhantes.

Café e chá

O café e o chá são formas naturais e amplamente consumidas de cafeína que podem oferecer um impulso de energia sem os aditivos encontrados em energéticos. O chá verde, em particular, contém L-teanina, que pode ajudar a moderar os efeitos da cafeína e proporcionar um estado de alerta mais calmo.

Anúncio
imagem descreve diferentes remédios amontoados em comprimido, cápsula e pílulas
(Reprodução: @freestocks/Unsplash)

Suplementos de cafeína em cápsulas

Para aqueles que procuram apenas os efeitos da cafeína sem outros aditivos, cápsulas de cafeína são uma alternativa prática. No entanto, é crucial seguir as recomendações de dosagem para evitar efeitos adversos.

Suplementos naturais

Ingredientes naturais como guaraná, ginseng e maca são alternativas populares, frequentemente encontradas em suplementos ou bebidas energéticas naturais. Esses ingredientes podem oferecer um aumento de energia com menos riscos associados à cafeína pura.

O consumo histórico de energéticos naturais

Embora as bebidas energéticas modernas sejam um fenômeno recente, a humanidade tem buscado formas de aumentar a energia e o estado de alerta há séculos. Três exemplos notáveis dessa busca histórica por estímulos naturais são o cacau, o café e o guaraná, que, em diferentes regiões e culturas, foram adotados por suas propriedades revigorantes e benefícios à saúde.

O cacau, originário das civilizações maias e astecas, era consumido em forma de bebida energética e reverenciado por seus efeitos estimulantes e afrodisíacos. Os antigos povos mesoamericanos acreditavam que o cacau era um presente divino e o utilizavam em cerimônias religiosas e como moeda de troca. O cacau é rico em teobromina, uma substância semelhante à cafeína, que proporciona um efeito energizante suave, além de ser uma excelente fonte de antioxidantes benéficos. Esses antioxidantes ajudam a combater os radicais livres no organismo, contribuindo para a saúde geral e o bem-estar.

Já o café, descoberto na Etiópia e popularizado no Oriente Médio, rapidamente se tornou uma das bebidas mais consumidas no mundo. Sua popularidade é atribuída não apenas ao seu sabor rico e estimulante, mas também aos seus efeitos energizantes.

Anúncio

O café é uma das principais fontes de cafeína na dieta moderna, e seu consumo está associado a um aumento do estado de alerta e concentração. Além disso, o café oferece uma série de antioxidantes que podem ter benefícios potenciais à saúde quando consumido com moderação, incluindo a redução do risco de certas doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 e doenças neurodegenerativas.

Grãos de café
Imagem: Ilja Generalov/Shutterstock

Outro exemplo importante de um energético natural é o guaraná, uma planta nativa da região amazônica que tem sido usada há muito tempo por tribos indígenas como um estimulante natural. O guaraná é particularmente conhecido por seu alto teor de cafeína, que é aproximadamente o dobro do encontrado nos grãos de café.

Devido a essa alta concentração de cafeína, o guaraná é eficaz em aumentar os níveis de energia e melhorar a atenção e o foco mental. Além disso, o guaraná contém outros compostos bioativos, como taninos e saponinas, que também oferecem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, tornando-o uma escolha popular em várias bebidas energéticas e suplementos dietéticos em todo o mundo.

O equilíbrio é a chave

Os energéticos podem ser uma solução eficaz para um aumento rápido de energia, mas é crucial consumi-los com responsabilidade e consciência dos possíveis efeitos adversos. Para a maioria das pessoas, o consumo ocasional é seguro, mas não deve se tornar um hábito diário. Alternativas naturais e um estilo de vida equilibrado, incluindo dieta saudável e sono adequado, são fundamentais para manter níveis de energia sustentáveis e promover o bem-estar geral.

Se você optar por consumir energéticos, escolha opções sem açúcar e fique atento às suas necessidades pessoais e limitações. Lembre-se, cada corpo é único, e o que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Consultar um profissional de saúde é sempre uma boa ideia para entender melhor como os energéticos podem afetar você, especialmente se você pertence a algum dos grupos que devem evitá-los.

Anúncio

O post Qual efeito de energéticos no corpo? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Continuar Lendo
Anúncio

Saúde

O que é a síndrome de Lázaro e por que ela ocorre?

Redação Informe 360

Publicado

no

A medicina está repleta de casos que parecem desafiar a lógica. Entre eles, um fenômeno raro, mas que chama a atenção de médicos e do público em geral, é a síndrome de Lázaro.

O nome faz referência à figura bíblica que, segundo o relato do Evangelho, voltou à vida após quatro dias morto. Na prática médica, a síndrome descreve situações em que pacientes que foram considerados mortos, após parada cardíaca e tentativas de ressuscitação mal-sucedidas, apresentam retorno espontâneo da circulação.

Apesar de parecer um “milagre”, o fenômeno tem explicações científicas e está documentado em dezenas de casos pelo mundo. Contudo, por sua raridade, ainda gera debates, dúvidas e até certo impacto emocional em equipes médicas e familiares.

Vamos explicar de forma clara o que é a síndrome de Lázaro, por que ela ocorre, como os médicos lidam com ela e o que a ciência já descobriu até hoje sobre essa condição intrigante.

Anúncio

O que é a síndrome de Lázaro?

A síndrome de Lázaro é um fenômeno médico extremamente raro, caracterizado pelo retorno espontâneo da circulação sanguínea (ROSC – Return of Spontaneous Circulation) em pacientes que tiveram uma parada cardíaca e não responderam às manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP).

imagem mostra uma ilustração digital que detalha o coração dentro do corpo humano e as veias e artérias
Coração dentro do corpo humano (Imagem: medipic/Reprodução)

Ou seja, mesmo depois de o paciente ser declarado clinicamente morto, o coração pode voltar a bater por conta própria, minutos após o fim das tentativas de reanimação. O fenômeno foi descrito pela primeira vez em 1982, e desde então apenas algumas dezenas de casos foram relatados em estudos científicos.

Esse retorno inesperado costuma acontecer dentro de um período de 10 minutos após a interrupção da RCP, embora existam relatos em que o coração voltou a funcionar até 30 minutos depois.

Origem do nome

O termo foi inspirado na narrativa bíblica de Lázaro de Betânia, que, segundo o Evangelho de João, foi ressuscitado por Jesus quatro dias após a morte. Embora o contexto seja religioso, a medicina adotou o nome para ilustrar esse fenômeno em que alguém aparentemente “retorna à vida”.

É importante destacar que, na medicina, não há qualquer ligação sobrenatural: a explicação está relacionada a processos fisiológicos complexos que, em situações muito específicas, podem levar ao retorno da circulação.

Anúncio

Por que a síndrome de Lázaro ocorre?

Apesar de ainda não haver consenso definitivo, existem hipóteses médicas que ajudam a explicar o fenômeno. As principais causas levantadas são:

1. Pressão intratorácica

Durante as manobras de ressuscitação, o ar insuflado pode aumentar demais a pressão dentro do tórax, comprimindo o coração e impedindo o retorno venoso adequado. Quando a ventilação é interrompida, a pressão diminui e o sangue consegue fluir novamente, permitindo que o coração volte a bater.

ataque cardiaco
Homem com dor no coração (Imagem: kung_tom/Shutterstock)

2. Efeitos retardados de medicamentos

Durante uma reanimação, medicamentos como adrenalina e atropina são administrados. Em alguns casos, pode haver um atraso na absorção ou no efeito dessas drogas, que só se manifestam minutos depois, resultando no retorno da atividade cardíaca.

3. Acidose metabólica

A parada cardíaca leva ao acúmulo de ácido láctico no organismo. Em alguns casos, essa condição pode se reverter gradualmente, permitindo que o coração recupere seu ritmo espontaneamente após alguns minutos.

Leia mais:

Anúncio

4. Hipotermia

A baixa temperatura corporal pode desacelerar os processos metabólicos, protegendo órgãos vitais. Pacientes em hipotermia grave já foram considerados mortos, mas apresentaram sinais de vida posteriormente.

5. Retardo na condução elétrica

O coração depende de estímulos elétricos para contrair. Alguns especialistas acreditam que pode haver um retardo ou bloqueio momentâneo na condução elétrica que, ao se normalizar, permite que o órgão volte a funcionar.

Casos documentados da síndrome de Lázaro

Desde a primeira descrição em 1982, a literatura médica registrou mais de 60 casos confirmados. Alguns chamaram atenção mundial:

  • 1993 – EUA: paciente voltou a apresentar batimentos cardíacos 10 minutos após a interrupção da RCP;
  • 2007 – Reino Unido: uma mulher de 23 anos foi declarada morta após parada cardíaca; 10 minutos depois, o coração voltou a bater;
  • 2014 – Polônia: um homem de 91 anos foi declarado morto, mas algumas horas depois acordou no necrotério. Esse caso, no entanto, está mais relacionado à hipotermia do que à síndrome de Lázaro em si.

Apesar de impressionantes, esses casos reforçam a importância de protocolos médicos rigorosos antes de declarar um óbito.

Como a medicina lida com a síndrome de Lázaro?

A raridade do fenômeno não diminui sua relevância. Por isso, médicos passaram a adotar algumas recomendações:

  • Monitoramento após o fim da RCP: recomenda-se observar o paciente por pelo menos 10 minutos antes de declarar a morte, para garantir que não haja retorno espontâneo da circulação;
  • Eletrocardiograma contínuo: manter o monitor ligado ajuda a registrar qualquer atividade elétrica que possa surgir no coração após a suspensão das manobras;
  • Controle da ventilação: evitar hiperinflação pulmonar durante a ressuscitação, reduzindo o risco de pressão intratorácica elevada.

Essas medidas buscam reduzir a possibilidade de diagnósticos equivocados e garantir que todos os recursos tenham sido aplicados.

Síndrome de Lázaro é o mesmo que catalepsia?

Não. A catalepsia é uma condição neurológica em que o corpo entra em um estado de rigidez e imobilidade, muitas vezes confundida com morte em relatos históricos. Já a síndrome de Lázaro está diretamente relacionada ao retorno da circulação após uma parada cardíaca.

São fenômenos distintos, ainda que ambos tenham alimentado histórias de “retornos à vida” ao longo da história.

Anúncio

O que a ciência ainda precisa descobrir

Embora algumas hipóteses sejam plausíveis, a síndrome de Lázaro ainda não tem explicação definitiva. A raridade dos casos torna difícil estabelecer padrões claros. Por isso, cada registro documentado é extremamente importante para a ciência.

Pesquisas futuras devem se concentrar em compreender os mecanismos fisiológicos que levam ao retorno espontâneo da circulação, bem como em protocolos que minimizem riscos e tragam mais segurança aos profissionais de saúde.

O post O que é a síndrome de Lázaro e por que ela ocorre? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Anúncio
Continuar Lendo

Saúde

Gene de 20 milhões de anos é revivido em laboratório e pode combater doenças atuais

Redação Informe 360

Publicado

no

Um estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports pode ajudar a combater a gota, doenças renais e do fígado que acometem pessoas atualmente. Para isso, cientistas da Universidade Estadual da Geórgia, nos Estados Unidos, reviveram um gene extinto presente nos nossos ancestrais de mais de 20 milhões de anos.

Antigamente, o gene era uma desvantagem evolutiva e desapareceu ao longo do tempo. Já atualmente, ele pode ser uma vantagem e ajudar na prevenção de doenças comuns.

imagem mostra uma senhora sentido dores no pulso
Gota causa dores e inchaços nas articulações (Imagem: Jo Panuwat D/Shutterstock)

Estudo pode ajudar a combater a gota e outras doenças

A gota é uma doença antiga, mas que persiste nos dias de hoje. Ela é causada pelo excesso de ácido úrico no sangue, que provoca a formação de cristais nas articulações e nos rins, resultando em dores intensas e inchaço. Outras doenças podem ser causadas pelo mesmo motivo, como nos rins e no fígado.

Um gene chamado uricase pode ajudar. Ele é responsável por produzir uma enzima homônima que reduz os níveis de ácido úrico no sangue.

No entanto, havia um problema: o gene estava presente em nossos ancestrais há milhões de anos e foi extinto com o tempo. Para resolver a situação, biólogos da Universidade Estadual da Geórgia tentaram revivê-lo em laboratório – e deu certo.

Anúncio
estudo que recriou gene uricase em laboratório
Gene recriou uricase com sucesso (Imagem: Scientific Reports/Reprodução)

Gene de mais de 20 milhões de anos é revivido em laboratório

A uricase estava presente em nossos ancestrais primatas, mas foi extinto devido a pressões evolutivas entre 20 e 29 milhões de anos atrás. Isso porque, naquela época, o excesso de ácido úrico não era prejudicial como é hoje. Ele era benéfico ao converter o açúcar dos alimentos em gordura, ajudando os indivíduos a sobreviverem à escassez de comida.

Ou seja, há milhões de anos, era mais vantajoso não ter a uricase e ter mais ácido úrico. Atualmente, é o contrário – afinal, não temos que nos preocupar com a escassez de alimentos por longos períodos, como nossos ancestrais.

Para reviver o gene em laboratório, a dupla de pesquisadores Lais Balico e Eric Gaucher usou a técnica de edição genética CRISPR. Eles reconstruíram a versão antiga da uricase, tomando como base genes de herança ativos em outros mamíferos e modelos computacionais de como ele poderia ter evoluído ao longo do tempo.

Em seguida, eles testaram o gene revivido em células hepáticas humanas modificadas em laboratório. O resultado foi um sucesso, com a produção da enzima uricase e a redução dos níveis de ácido úrico.

estudo que recriou gene uricase em laboratório
Uricase ‘revivida’ foi testada apenas em laboratório e ainda não chegou a humanos ou animais reais (Imagem: Scientific Reports/Reprodução)

Leia mais:

Gene ainda não foi testado em humanos

  • O resultado foi positivo, com a redução do ácido úrico sendo essencial na prevenção de doenças renais, do fígado e a gota;
  • No entanto, o estudo se limitou a testes em laboratório. O gene revivido não foi testado em animais;
  • Mesmo assim, a equipe está otimista que isso possa acontecer. Para isso, não necessárias pesquisas adicionais para garantir a segurança do gene em animais e humanos, sem que ele interfira em outras células ou no funcionamento do organismo.

O post Gene de 20 milhões de anos é revivido em laboratório e pode combater doenças atuais apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Anúncio
Continuar Lendo

Saúde

7 ISTs perigosas, mas com sintomas silenciosos

Redação Informe 360

Publicado

no

A lista de infecções sexualmente transmissíveis é extensa. No entanto, algumas apresentam consequências ainda mais graves à saúde e, o pior, é que a maioria das ISTs carregam sintomas silenciosos, o que dificulta o diagnóstico precoce e retarda a busca pelo tratamento.

No Brasil, os casos de infecções sexualmente transmissíveis têm crescido nos últimos anos. Segundo levantamento do IBGE e do Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas foram infectadas só em 2019. Causadas por vírus, bactérias e outros microrganismos, algumas ISTs evoluem de forma silenciosa, conheça sete delas.

ISTs silenciosas: conheça sete infecções que avançam sem dar muitos sinais

1-Clamídia

Amostra de sangue para teste de clamídia (ICT), doença sexualmente transmissível comum causada pela bactéria Chlamydia trachomatis
Clamídia é uma das ISTs mais comuns e muitas vezes sem sintomas/Shutterstock Babul Hosen

Entre as ISTs perigosas com sintomas silenciosos está a clamídia, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Em muitos casos, a pessoa infectada não apresenta sintomas visíveis, o que dificulta o diagnóstico e favorece a transmissão inadvertida a outros parceiros.

Além disso, quando os sinais surgem, muitas vezes são confundidos com outras condições. Afinal, os sintomas podem incluir corrimento amarelado, dor ao urinar, sangramento fora do período menstrual ou durante relações sexuais, e dor pélvica.

A partir disso, essa característica “invisível” ou sintomas que são confundidos com outros diagnósticos, podem levar a complicações graves, como doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica e, em casos extremos, risco de morte materna ou fetal. Por isso, exames regulares e o uso de preservativos são essenciais para prevenção e detecção precoce.

Anúncio

2-Gonorreia

Outra infecção sexualmente transmissível que tem a capacidade de se espalhar silenciosamente é a gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.

Embora possa provocar sintomas como dor ao urinar, corrimento amarelado ou esverdeado, dor pélvica e sangramento fora do ciclo menstrual, muitas pessoas, especialmente mulheres, não percebem sinais evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Dessa forma, a ausência de sintomas pode levar à progressão da infecção para órgãos internos, causando complicações como infertilidade, doença inflamatória pélvica e até infecções sistêmicas. Além disso, a gonorreia pode ser transmitida durante o parto, colocando recém-nascidos em risco de conjuntivite grave e até cegueira.

3-HPV (Papilomavírus Humano)

DST (doenças sexualmente transmissíveis). Homem segurando nota pegajosa com rosto triste desenhado em fundo amarelo, close-up
ISTs silenciosas em homens podem afetar a fertilidade e a saúde íntima/Shutterstock New Africa

O Papilomavírus Humano (HPV) é uma das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) mais frequentes no mundo, e uma das mais traiçoeiras. Isso porque, na maioria dos casos, ele se instala no corpo sem provocar qualquer sintoma imediato.

Com isso, a falta de sinais visíveis dificulta a detecção precoce e contribui para que o vírus continue sendo transmitido sem que a pessoa infectada sequer perceba.

Anúncio

Sobretudo, o perigo se intensifica com os chamados tipos de alto risco, especialmente os subtipos 16 e 18, que estão diretamente ligados ao desenvolvimento de cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Além disso, o HPV pode estar envolvido em tumores que afetam outras áreas como vagina, vulva, pênis, ânus, cavidade oral e garganta.

Mesmo quando não há sintomas externos, o vírus pode causar alterações microscópicas e inflamações internas que evoluem ao longo do tempo. Quando se manifestam, os sinais podem incluir verrugas na região genital, feridas ou manchas incomuns, sensação de ardência, coceira persistente e lesões na boca ou garganta.

4-HIV

Entre as infecções sexualmente transmissíveis que podem se desenvolver de forma discreta, o HIV se destaca como uma das mais preocupantes.

Anúncio

O vírus da imunodeficiência humana pode permanecer no organismo por anos sem apresentar sinais evidentes, o que favorece sua disseminação e dificulta o diagnóstico precoce.

Não é à toa que essa “epidemia invisível” tem sido motivo de alerta no Brasil, especialmente após estudos apontarem que a taxa de prevalência do HIV ultrapassou os limites considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde.

O HIV é caracterizado por comprometer o sistema imunológico ao atacar as células responsáveis pela defesa do organismo.

Com o tempo, sem o devido acompanhamento médico, o vírus pode avançar para o estágio conhecido como aids. A aids, por sua vez, é uma condição que deixa o corpo vulnerável a infecções e doenças que normalmente seriam combatidas com facilidade. Apesar disso, hoje é plenamente possível conviver com o HIV de maneira saudável e segura.

Anúncio

Leia mais:

5-Sífilis

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que pode se desenvolver de forma silenciosa por longos períodos, o que a torna extremamente perigosa. Em seus estágios iniciais, é comum o aparecimento de feridas indolores na região genital, boca ou ânus, que desaparecem espontaneamente. Como resultado, muitas pessoas acabam ignorando o problema.

Com o passar do tempo, no entanto, a doença pode evoluir para fases mais graves e atingir órgãos vitais como o coração, o cérebro e os ossos, trazendo riscos sérios à saúde.

Além disso, mesmo sem sintomas aparentes, a sífilis permanece ativa e transmissível. Portanto, é fundamental estar atento aos sinais de alerta, como manchas avermelhadas na pele, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés, ínguas espalhadas pelo corpo, febre baixa, dor de cabeça, fadiga e queda de cabelo.

6-Herpes Genital

Casal em consulta com especialista em IST na clínica
ISTs podem existir mesmo em relações estáveis/Shutterstock New Africa

A Herpes Genital é uma das ISTs com sintomas silenciosos que mais desafiam o diagnóstico precoce. Causada pelo vírus Herpes simplex tipo 2 (HSV-2), essa infecção pode permanecer latente no organismo por longos períodos, sem apresentar sinais visíveis.

Mesmo sem lesões aparentes, o vírus continua ativo e transmissível, o que torna a doença perigosa e favorece sua disseminação. Além disso, cerca de 70% das transmissões ocorrem justamente na fase assintomática.

Anúncio

Apesar de muitas pessoas não identificarem imediatamente a presença da Herpes Genital, os sinais podem se manifestar como lesões pequenas e sensíveis na área íntima, geralmente acompanhadas de ardência, coceira intensa e desconforto ao urinar.

Além desses sintomas, é possível que surjam manifestações sistêmicas como febre leve, inchaço dos gânglios na virilha e dores musculares.

7-Tricomoníase

A tricomoníase é uma infecção provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que muitas vezes se apresenta de forma discreta, dificultando seu reconhecimento imediato. Na maioria dos casos, especialmente entre os homens, o quadro é assintomático, o que contribui para a disseminação silenciosa da doença.

Já em mulheres, os sinais tendem a ser mais perceptíveis, como corrimento vaginal com odor forte, frequentemente comparado ao cheiro de peixe, além de coceira intensa, sensação de ardência e dor ao urinar. Durante o ciclo menstrual, esses sintomas podem se intensificar devido às alterações no pH vaginal.

Anúncio

Mesmo sendo uma infecção curável, a tricomoníase pode trazer sérias consequências à saúde quando não tratada de forma adequada. Entre os riscos, está a maior vulnerabilidade à contaminação por outros agentes infecciosos, como o HIV. No caso de gestantes, a doença está relacionada a complicações como parto prematuro.

O post 7 ISTs perigosas, mas com sintomas silenciosos apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Anúncio
Continuar Lendo

Em Alta