Ligue-se a nós

Saúde

Por que algumas pessoas têm a “língua presa”?

Redação Informe 360

Publicado

no

A fala é uma das principais formas de comunicação humana, e qualquer dificuldade nesse processo pode impactar a qualidade de vida de uma pessoa. Um problema comum, mas frequentemente subestimado, é a chamada “língua presa”.

Muitas pessoas já ouviram esse termo, mas poucos sabem realmente o que ele significa e como pode afetar o dia a dia. A condição pode variar de um leve incômodo até dificuldades mais sérias na articulação das palavras, além de influenciar a mastigação e a deglutição.

A língua presa pode ser diagnosticada ainda na infância e, dependendo do grau de limitação dos movimentos da língua, pode exigir acompanhamento fonoaudiológico ou até intervenção cirúrgica. Compreender por que essa condição ocorre e quais são as opções de tratamento é essencial para quem busca melhorar a fala e outras funções relacionadas à língua.

Por que algumas pessoas têm a “língua presa”?

A “língua presa” é um termo popular para uma condição chamada anquiloglossia. Trata-se de uma alteração congênita caracterizada por um frênulo lingual curto ou rígido, que limita os movimentos da língua.

Anúncio

O frênulo lingual é a membrana que conecta a parte inferior da língua ao assoalho da boca. Quando essa estrutura é muito curta ou espessa, a mobilidade da língua fica prejudicada, impactando funções como a fala, a mastigação e a deglutição.

imagem mostra uma boca normal, e outra pessoa com que possui língua presa
Comparativo entre as condições (Imagem: BebêCare/Reprodução)

O que causa a língua presa?

A anquiloglossia ocorre devido a um desenvolvimento incompleto do frênulo lingual durante a gestação. Embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que fatores genéticos possam influenciar essa condição, uma vez que ela pode ocorrer em várias pessoas da mesma família.

Essa condição pode variar em gravidade. Algumas pessoas apresentam um leve encurtamento do frênulo e não sofrem impactos significativos na fala ou alimentação. No entanto, casos mais graves podem dificultar a articulação de sons, especialmente aqueles que exigem maior mobilidade da língua, como “r”, “l” e “d”.

Leia também:

Quais os impactos da língua presa?

A anquiloglossia pode afetar diferentes aspectos da vida de uma pessoa, dependendo da gravidade da condição. Os principais impactos incluem:

  • Dificuldade na fala: algumas crianças e adultos com língua presa têm dificuldade para pronunciar certos fonemas, o que pode prejudicar a comunicação e até gerar insegurança.
  • Problemas na amamentação: em bebês, a limitação do movimento da língua pode dificultar a sucção do leite materno, tornando a amamentação menos eficiente e causando desconforto tanto para a mãe quanto para o bebê.
  • Complicações na mastigação e deglutição: como a língua auxilia na movimentação dos alimentos dentro da boca, a limitação dos seus movimentos pode tornar a mastigação e a deglutição mais difíceis.
  • Higiene bucal comprometida: a restrição dos movimentos da língua pode dificultar a remoção de resíduos de alimentos dos dentes e gengivas, aumentando o risco de cáries e doenças gengivais.
  • Impacto na qualidade de vida: dificuldades na fala podem causar frustração, baixa autoestima e até problemas sociais, especialmente em crianças que podem ser alvo de brincadeiras e bullying na escola.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da anquiloglossia pode ser feito logo nos primeiros meses de vida, por meio de uma avaliação clínica feita por pediatras, fonoaudiólogos ou dentistas. Em alguns casos, o problema só se torna evidente quando a criança começa a falar e demonstra dificuldades na pronúncia de determinadas palavras.

O profissional de saúde pode utilizar escalas de avaliação para medir a gravidade da anquiloglossia, considerando fatores como mobilidade da língua, presença de dificuldades na alimentação e impacto na fala.

Anúncio
(Imagem: Gameta/Divulgação)

Quais são os tratamentos para a língua presa?

O tratamento da anquiloglossia depende da gravidade do caso. Algumas pessoas conseguem desenvolver estratégias para contornar as limitações da língua sem necessidade de intervenção. No entanto, quando o problema interfere na fala ou na alimentação, algumas opções de tratamento podem ser consideradas:

1. Terapia fonoaudiológica

A fonoaudiologia é a primeira abordagem para muitos casos de língua presa. O profissional pode indicar exercícios para melhorar a mobilidade da língua e ajudar na articulação dos fonemas. Esse tratamento pode ser suficiente para casos mais leves ou moderados.

2. Frenotomia

A frenotomia é um procedimento simples e rápido, realizado geralmente em bebês, no qual o frênulo lingual é cortado para liberar a língua. A recuperação é rápida e o procedimento raramente apresenta complicações.

3. Frenectomia

Nos casos mais graves, especialmente em crianças mais velhas e adultos, pode ser necessária uma frenectomia. Esse procedimento cirúrgico envolve um corte mais profundo no frênulo e pode ser feito com bisturi ou laser. A recuperação exige um período de cicatrização e exercícios de reabilitação para restaurar a mobilidade da língua.

A cirurgia de língua presa dói?
Anúncio

A frenotomia, realizada em bebês, é um procedimento minimamente invasivo e quase indolor, sendo feito sem anestesia ou apenas com anestesia tópica. Já a frenectomia, realizada em crianças maiores e adultos, pode causar um leve desconforto nos primeiros dias, mas a dor geralmente é controlada com analgésicos simples e o processo de cicatrização é rápido.

É possível prevenir a língua presa?

Por ser uma condição congênita, a língua presa não pode ser evitada. No entanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para minimizar seus impactos e evitar problemas na fala e na alimentação.

Anúncio

O post Por que algumas pessoas têm a “língua presa”? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Anúncio
Continuar Lendo
Anúncio

Saúde

Por dentro do estudo do Butantan para a primeira vacina brasileira contra gripe aviária

Redação Informe 360

Publicado

no

O Instituto Butantan está prestes a iniciar testes em humanos com a primeira vacina brasileira contra a gripe aviária H5N8, após aprovação da Anvisa.

O início dos ensaios clínicos — com voluntários entre 18 e 59 anos — depende agora apenas da autorização da Conep. A vacina, que será aplicada em duas doses com intervalo de 21 dias, foi desenvolvida seguindo diretrizes da OMS e estratégias internacionais.

Médico segurando uma seringa com um frasco de vacina
Imunizante contra o H5N8 aguarda aprovação ética e poderá ser usado preventivamente caso surja risco de pandemia (Imagem: zedspider/Shutterstock)

Testes anteriores mostraram respostas positivas

  • O vírus H5N8, originário de aves aquáticas, tem se espalhado pelas Américas e já infectou mamíferos e humanos em casos pontuais, levantando o temor de que futuras mutações possam permitir a transmissão entre pessoas — o que poderia gerar uma nova pandemia, como ocorreu com a gripe espanhola de 1918.
  • Desde 2023, o Butantan realiza testes pré-clínicos que mostraram resultados positivos em segurança e resposta imune.
  • O diretor do instituto, Esper Kallás, destaca que os dados preliminares devem ser obtidos ainda este ano, e que o Ministério da Saúde apoia o projeto como uma medida estratégica, com financiamento para garantir a prontidão da vacina caso o vírus evolua.
  • As informações são do Jornal da USP.

Leia mais:

Instituto Butantan
Butantan aposta em imunizante contra o H5N8, vírus que já infectou aves, mamíferos e preocupa autoridades globais – Imagem: Leonidas Santana/Shutterstock

Vírus foi detectado em aves no Brasil

No Brasil, o H5N8 já foi detectado em aves silvestres, inclusive em áreas urbanas como o Parque Ibirapuera (SP) e em surtos controlados no Sul do país.

Embora o risco atual para humanos seja baixo, a possibilidade de o vírus se adaptar à transmissão entre pessoas torna-se uma ameaça potencial à saúde global.

“O vírus H5 já passou por várias adaptações, mas falta a capacidade de se espalhar entre humanos. Ainda assim, é um possível agente pandêmico”, alerta Kallás.

Anúncio
Enfermeiro verificando se frango está com gripe aviária
Desenvolvido pelo Instituto Butantan, imunizante mira o vírus H5N8, já detectado em aves silvestres no país – Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

O post Por dentro do estudo do Butantan para a primeira vacina brasileira contra gripe aviária apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Continuar Lendo

Saúde

Namorar uma IA faz bem à saúde? Veja o que diz a medicina

Redação Informe 360

Publicado

no

Hoje, com a popularização das inteligências artificiais por meio de chats, muitas pessoas usam esses serviços para mais do que apenas pedir informações ou ajuda para resumir textos. Temos visto diversos internautas que relatam conversar com IAs para desabafar, pedir conselhos ou até mesmo como se fosse um amigo virtual.

No entanto, alguns vão além da amizade e desenvolvem um relacionamento romântico com o sistema. Mas será que essa prática é saudável ou pode causar algum problema? Veja mais sobre isso a seguir.

Namorar uma IA faz bem à saúde?

Como funciona uma IA romântica?

(Imagem: Gumbariya/Shutterstock)

IAs românticas são sistemas projetados para simular interações afetivas com os usuários. Elas usam tecnologias como processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina, reconhecimento de voz e, em alguns casos, avatares gráficos ou robôs físicos.

Plataformas como Replika, Luna, Candy.ai e SoulGen são exemplos de bots que aprendem com cada conversa, memorizam preferências e adaptam o tom de voz e linguagem ao humor do usuário. Essas IAs podem:

  • Demonstrar empatia, carinho e até “paixão”;
  • Escrever mensagens e cartas de amor personalizadas;
  • Adaptar as interações para parecerem cada vez mais realistas;
  • “Treinar” habilidades sociais com base no diálogo;
  • Ser integradas a experiências imersivas em realidade aumentada ou virtual.
App Replika / Crédito: Replika (divulgação)

Com o tempo, o cérebro humano pode reagir a essas interações de forma semelhante ao que acontece em relações reais, ativando regiões ligadas ao afeto e ao apego.

Como é possível namorar uma IA?

Primeiro, podemos questionar se é possível uma pessoa amar uma IA. Do ponto de vista emocional e psicológico, sim. O afeto, segundo a psicologia, é resultado de comportamentos e interações que satisfazem desejos ou necessidades emocionais. Uma IA pode simular esses comportamentos com tanta perfeição que o usuário atribui sentimentos reais à relação.

Anúncio

Estudos em psicologia comportamental mostram que é possível desenvolver amor por qualquer coisa com a qual interagimos intensamente, seja um pet virtual como o Tamagotchi, seja uma IA programada para dizer “eu te amo”.

(Imagem: BOY ANTHONY/Shutterstock)

Esses “namoros” acontecem principalmente via aplicativos ou chats com avatares digitais. O usuário escolhe um parceiro virtual, define aparência, traços de personalidade e inicia um relacionamento fictício. Com interações diárias, a IA aprende a responder com base nas emoções e desejos do usuário, criando uma sensação de intimidade e compreensão.

Muitas pessoas buscam esse tipo de relação por curiosidade, solidão, ansiedade social ou traumas afetivos. Para alguns, a IA representa um espaço seguro para se expressar sem medo de julgamento.

O filme “Ela” já imaginava isso

O filme Ela (Her, 2013), dirigido por Spike Jonze, já antecipava esse cenário. Nele, Theodore (Joaquin Phoenix), um homem solitário, se apaixona por sua assistente virtual, Samantha (voz de Scarlett Johansson), que passa a desenvolver uma personalidade própria.

homem de bigode sentado em um soga com a mão no rosto e sorrindo
Her (2013) / Crédito: Annapurna Pictures (divulgação

Na época, o enredo parecia pura ficção. Hoje, com o avanço da IA e sua presença no cotidiano, relações parecidas com a do filme já acontecem na vida real e de forma cada vez mais comum.

Riscos e preocupações para a saúde

Apesar de parecer inofensivo à primeira vista, especialistas alertam para diversos riscos:

Anúncio
  • Crescimento emocional prejudicado: a dependência de uma IA pode impedir que a pessoa desenvolva resiliência emocional e habilidades sociais reais.
  • Isolamento social: o excesso de vínculo com a IA pode afastar o indivíduo de conexões humanas.
  • Expectativas irreais: como a IA está sempre disponível e é programada para agradar, pode gerar frustração nas relações humanas, que são naturalmente imperfeitas.
  • Falsa intimidade: a ilusão de estar em um relacionamento pode levar a sofrimento real quando há falhas no sistema ou por interrupção do serviço
  • Privacidade e manipulação: ao se abrir emocionalmente com um sistema digital, o usuário pode expor dados sensíveis e ficar vulnerável a manipulação emocional por algoritmos de engajamento.

Leia mais

O que diz a medicina e a psicologia?

A comunidade médica ainda debate os efeitos dos vínculos emocionais com inteligências artificiais. Embora algumas pesquisas indiquem que essas interações podem aliviar a solidão e até auxiliar em terapias, especialistas alertam que, em pessoas mais vulneráveis, os chatbots podem agravar quadros de depressão, ansiedade e isolamento social.

IA afeta habilidades cognitivas, segundo estudo (Imagem: GamePH/iStock)

A psiquiatra Juliana Belo Diniz, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, destaca que a busca por interações “perfeitas” com máquinas pode dificultar a convivência com pessoas reais. Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo ela alerta que “quem vive preso a um ideal se frustra constantemente e acaba se fechando para a realidade”.

A psicóloga Anna Paula Zanoni Steinke, mestre em psicologia da educação e do desenvolvimento humano pela USP, reforça que os riscos aumentam quando vínculos reais são substituídos por relações artificiais. Segundo ela, em entrevista para a Folha de São Paulo, esse comportamento alimenta bolhas de afinidade e reduz a tolerância à diversidade, um elemento essencial para a convivência em sociedade.

Estudos de caso e experiências reais

Coração, amor, saúde, tecnologia e namoro digital com IA — mãos masculinas digitando no teclado.
Coração, amor, saúde, tecnologia e namoro digital com IA — mãos masculinas digitando no teclado. / Crédito: Skorzewiak (Shutterstock)

A pesquisadora Linnea Laestadius, da Universidade de Wisconsin–Milwaukee, analisou quase 600 postagens no Reddit entre 2017 e 2021 sobre o uso do app Replika, um chatbot com foco em relacionamentos afetivos.

O estudo identificou que muitos usuários relataram benefícios, como alívio da solidão e sensação de apoio emocional. Alguns chegaram a afirmar que o aplicativo era “melhor que amigos reais”, por ser mais compreensivo e não julgar.

No entanto, Laestadius também apontou riscos sérios, como a dependência emocional e casos em que o chatbot respondeu de maneira inadequada a temas sensíveis. Em situações extremas, o Replika chegou a incentivar a automutilação e o suicídio em mensagens privadas.

Em resposta, a empresa afirma que, desde 2023, vem aprimorando seus modelos de linguagem para lidar melhor com essas situações, incluindo um botão de ajuda externa e ajustes de segurança para interações sobre temas delicados.

Anúncio
avc
Imagem: meeboonstudio/Shutterstock

O doutorando em Psicologia pela USP, Luiz Joaquim Nunes, estuda as relações entre humanos e inteligências artificiais e explica que é possível desenvolver afeto por qualquer coisa com a qual se interage frequentemente. No caso do ChatGPT, o fácil acesso, a disponibilidade constante e a ausência de julgamentos tornam a experiência especialmente cativante para muitos usuários.

Durante testes, o ChatGPT se mostrou acolhedor e disposto a conversar sobre diversos temas, de desabafos a piadas, e até simular interações românticas de forma respeitosa. Ele reforça que não sente emoções humanas nem pode oferecer um relacionamento real, mas se propõe a ser uma presença constante.

O post Namorar uma IA faz bem à saúde? Veja o que diz a medicina apareceu primeiro em Olhar Digital.

Powered by WPeMatico

Anúncio
Continuar Lendo

Saúde

Assistir vídeos em velocidade acelerada afeta sua memória

Redação Informe 360

Publicado

no

O hábito de assistir vídeos em velocidade aumentada, comum entre usuários de plataformas online, pode comprometer a retenção de informações e sobrecarregar o cérebro. A prática, especialmente popular entre jovens, tem sido utilizada como forma de ganhar tempo e aumentar o consumo de conteúdo, inclusive no ambiente acadêmico. No entanto, os efeitos dessa escolha sobre a memória e o aprendizado começam a ser mais bem compreendidos pela ciência.

Segundo Marcus Pearce, professor de Ciência Cognitiva na Queen Mary University of London, assistir conteúdos em alta velocidade pode ter consequências significativas para o cérebro. Em artigo publicado no The Conversation, Pearce detalha como o processamento de informações faladas envolve fases complexas, que podem ser prejudicadas quando o conteúdo é consumido rapidamente.

acelerar vídeo
Na atualidade, é muito comum assistir a vídeos acelerados, com redes sociais inclusive facilitando a prática (Imagem: Frame Stock Footage / Shutterstock.com)

Capacidade limitada da memória de trabalho

  • De acordo com Pearce, quando escutamos uma fala, o cérebro precisa de tempo para codificar, armazenar e recuperar as informações.
  • Esse processo começa com a extração das palavras e do seu significado em tempo real.
  • A fala comum ocorre a cerca de 150 palavras por minuto, mas o cérebro ainda consegue acompanhar discursos acelerados para até 450 palavras por minuto, embora com possíveis perdas de qualidade na memorização.
  • “Como nossa memória de trabalho tem capacidade limitada, se muitas informações chegarem muito rapidamente, ela pode ser sobrecarregada. Isso leva à sobrecarga cognitiva e à perda de informações”, explica o professor.
  • Esse sistema temporário permite organizar e transformar informações antes de transferi-las para a memória de longo prazo.
  • Quando os dados chegam rápido demais, o sistema é sobrecarregado, gerando o que ele chama de sobrecarga cognitiva — e, consequentemente, perda de conteúdo.

Efeitos na retenção de conteúdo

Uma meta-análise recente, citada por Pearce, analisou 24 estudos sobre aprendizado a partir de vídeos. Em geral, os testes compararam grupos que assistiram a vídeos na velocidade normal (1x) com outros que viram o mesmo material em velocidades maiores (1.25x, 1.5x, 2x e 2.5x). Todos os participantes foram avaliados com testes de múltipla escolha ou perguntas de memorização após a exibição.

Os resultados mostraram que aumentar a velocidade de reprodução impacta negativamente o desempenho nos testes. Até 1.5x, a queda foi pequena. Acima disso, os prejuízos aumentaram de forma significativa.

alzheimer
Resultados mostram que acelerar velocidade de vídeos prejudicou o desempenho nos testes (Imagem: Antonio Marca/Shutterstock.com)

“Para colocar isso em contexto, se a pontuação média de um grupo de estudantes fosse de 75%, com uma variação típica de 20 pontos percentuais para mais ou para menos, então aumentar a velocidade de reprodução para 1,5x reduziria o resultado médio em 2 pontos percentuais. E aumentar para 2,5x levaria a uma perda média de 17 pontos percentuais”, aponta o pesquisador.

Idosos sentem mais os efeitos

Um dos estudos da meta-análise também observou o impacto da velocidade em adultos mais velhos (entre 61 e 94 anos). O grupo apresentou reduções maiores no desempenho do que os jovens (18 a 36 anos), o que pode estar ligado ao declínio natural da capacidade de memória, mesmo em pessoas saudáveis. Pearce sugere que, nesse caso, seja preferível manter velocidades normais ou até mais lentas para compensar a dificuldade.

Anúncio
Idoso no celular
O impacto negativo é maior entre idosos (Imagem: Concepcion Ramallo Mena / Shutterstock.com)

Leia mais:

Questões ainda sem resposta

Apesar dos dados, muitas perguntas permanecem abertas, segundo Pearce. Ainda não está claro se a prática constante de assistir vídeos acelerados pode reduzir seus efeitos negativos, especialmente entre jovens, que talvez estejam mais acostumados a essa forma de consumo.

Também falta evidência científica sobre possíveis efeitos de longo prazo no funcionamento cerebral. “Em teoria, esses efeitos poderiam ser positivos, como uma melhor capacidade de lidar com a carga cognitiva aumentada. Ou poderiam ser negativos, como maior fadiga mental resultante dessa carga cognitiva aumentada, mas atualmente não temos evidências científicas para responder a essa questão”, afirma.

Outro ponto levantado por Pearce é o impacto na experiência subjetiva. Mesmo quando a retenção de conteúdo não é afetada, vídeos acelerados costumam ser considerados menos agradáveis, o que pode prejudicar a motivação para estudar.

“A reprodução acelerada se tornou popular, então talvez, quando as pessoas se acostumarem com isso, tudo bem — com sorte, vamos entender melhor esses processos nos próximos anos”, concluiu.

O post Assistir vídeos em velocidade acelerada afeta sua memória apareceu primeiro em Olhar Digital.

Anúncio

Powered by WPeMatico

Continuar Lendo

Em Alta