Saúde
Ciberataque gera onda de doações de sangue no Reino Unido; entenda o motivo
Imagine você ter uma consulta médica marcada há algumas semanas, chegar ao local e ter de voltar para casa. Ou ainda ser proibido de fazer um exame de sangue. Ou precisar mudar de unidade, deslocando-se por quilômetros de distância, para concluir uma transfusão.
Foi isso que aconteceu em Londres na semana passada. Alguns dos principais hospitais da capital inglesa foram afetados por um ataque hacker que derrubou os sistemas do laboratório Synnovis, que presta serviço para vários centros médicos.
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Informações preliminares indicam que esse ataque teria partido do grupo Qilin, de criminosos cibernéticos russos, mas ainda não há nada oficial.
O que sabemos é que caso foi tão impactante a ponto de o National Health Service (NHS) lançar uma campanha para que pessoas com sangue O+ e O- façam doações.
O NHS funciona como uma espécie de SUS do Reino Unido. É o principal órgão do setor no país.
Por que esse tipo sanguíneo
- Porque o sangue do tipo O pode ser doado para a maioria das pessoas.
- O O- é o doador universal – todo mundo pode receber esse sangue.
- Ele é usado, principalmente, quando uma vítima chega ao hospital precisando de uma transfusão, e os profissionais não têm a informação do tipo sanguíneo dela.
- Ou seja, para não correr nenhum risco, utilizam o O-.
- Já o O+ funciona para todos os outros tipos positivos.
- E, só por curiosidade, o receptor universal é o AB+.
- Tem muita gente que acha que o sangue O-, portanto, seria o mais importante de todos.
- A resposta na vida real, porém, é diferente.
- Em Londres, por exemplo, o principal apelo é por sangue O+.
- Isso porque a maioria das pessoas possuem sangue “positivo”.
- As autoridades estimam que 76% da população local seja assim.
- Além disso, os doadores O+ são a maioria também: 35% contra apenas 8% dos que possuem O-.
Doações salvam vidas
O NHS explica que o sangue tem vida útil de 35 dias, portanto os estoques precisam ser continuamente reabastecidos. Além disso, sem o sistema, é mais seguro ter um estoque maior dos tipos sanguíneos mais usados – e que podem ser doados para todos.
Entre os hospitais mais afetados pelo ataque cibernético estão o King’s College Hospital, o Guy’s e o St Thomas’ (incluindo o Royal Brompton e o Evelina London Children’s Hospital).
As autoridades destacam que a doação de sangue pode salvar vidas e ajudar quem mais precisa. Isso não só no Reino Unido, mas em todos os lugares.
Sobre o ataque hacker, um porta-voz da Synnovis disse o seguinte, segundo a BBC:
“Este é um duro lembrete de que este tipo de ataque pode acontecer a qualquer pessoa, a qualquer momento e que, de forma desanimadora, os indivíduos por trás dele não têm escrúpulos sobre quem as suas ações podem afetar”, declarou o porta-voz.
Os especialistas ouvidos pelo jornal britânico concordam e cobram que todas as organizações do setor público deveriam, hoje em dia, ter planos de contingência para gerir ataques cibernéticos, além de mais investimentos em TI.
As informações são da BBC.
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Saúde
Estamos mais perto do que nunca de resolver o mistério de um vírus mortal
A hepatite C afeta aproximadamente 58 milhões de pessoas em todo o mundo e causa cerca de 300.000 mortes anualmente. Apesar de diversos tratamentos existentes, nenhum conseguiu reduzir eficazmente a prevalência global da doença, o que tem impulsionado a busca por uma vacina.
Um dos maiores desafios tem sido o conhecimento limitado sobre o complexo proteico que o vírus usa para infectar as células humanas, o que dificultou o desenvolvimento de vacinas eficazes. Recentemente, uma equipe de pesquisa interdisciplinar da Universidade de Copenhague fez um avanço significativo ao identificar pela primeira vez a estrutura do complexo proteico na superfície do vírus da hepatite C.
Esta descoberta é comparável à identificação da proteína spike no coronavírus, embora o complexo proteico do vírus da hepatite C tenha uma estrutura diferente.
O professor Jannick Prento, que liderou o estudo, afirmou que a compreensão dessa estrutura é crucial para a criação de candidatos a vacinas que podem bloquear a infecção.
Mais detalhes do estudo
- O complexo proteico desempenha um papel essencial na ligação do vírus às células humanas.
- Os pesquisadores conseguiram expressar e isolar esse complexo, um feito desafiador devido à sua fragilidade e à dificuldade em manter sua integridade fora das células.
- Com essa nova compreensão, os cientistas esperam desenvolver vacinas que induzam o sistema imunológico a produzir anticorpos capazes de se ligar efetivamente ao vírus e neutralizá-lo.
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O estudo também destacou a colaboração entre dois departamentos da Universidade de Copenhague: o Departamento de Imunologia e Microbiologia e o Departamento de Ciências Biomédicas. A parceria foi fundamental para superar os desafios técnicos envolvidos na identificação e estudo da estrutura do complexo proteico.
Jannick, trabalhando inicialmente com o pós-doutorado Elias Augestad, buscou a colaboração de Pontus Gourdon e Kaituo Wang, especialistas em proteínas de membrana, para completar o projeto.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Nature e representam um avanço importante na luta contra a hepatite C. Com essa descoberta, os pesquisadores esperam abrir novas possibilidades para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos que poderão reduzir significativamente a carga global da doença e melhorar a saúde pública.
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Saúde
Slow living: o que é, benefícios e como começar a praticá-lo?
Com o aumento do uso da tecnologia, soluções mais próximas e rápidas intensificam a aceleração no cotidiano das pessoas. Além disso, a busca implacável pelo sucesso tem sido resultado de uma geração exausta, marcada pelo burnout e outros problemas de saúde. Nesse contexto, o conceito slow living aparece como uma “válvula de escape” ou um novo estilo de vida.
A verdade é que diminuir o ritmo de vida nunca esteve tão em alta. Não é à toa que a hashtag #slowliving já foi usada mais de 6,5 milhões de vezes só no Instagram. Mas o que significa esse conceito de fato, e como colocá-lo em prática no dia a dia? Confira a seguir.
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O que é slow living?
Resumidamente, slow living é um estilo de vida contemporâneo que prioriza o bem-estar no dia a dia. O termo traduzido do inglês significa “vida lenta”, ou seja, a ideia desse conceito é desacelerar. Sobretudo, buscando autoconhecimento e respeitado o seu tempo de acordo com seus princípios.
Em outras palavras, slow living defende escolhas que priorizem nosso bem-estar físico e mental, além de estabelecer maior esforço em estar no momento presente. A ideia é se afastar da pressão por produtividade e daquela máxima que “quanto mais tarefas realizar, melhor”.
Segundo pesquisadores do assunto, os maiores adeptos da prática do slow living, são pessoas da geração millennials (nascidos entre 1981 e 1995). Criados para entender que o sucesso estava essencialmente no trabalho, essa geração é a campeã em casos de burnout e adota o conceito como solução para tal problema.
Por outro lado, a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) já aderem a esse conceito naturalmente, pois é a geração que foca sua energia em setores da vida mais significativos, como família, autocuidado e lazer.
Contudo, esse novo estilo de vida segue a mesma linha de mudança de comportamento mundial com relação ao trabalho versus viver a vida. Um exemplo disso, é a diminuição na carga horária semanal, como reduzir um dia de trabalho por semana, muito comum no Reino Unido.
Quais os benefícios de slow living para a saúde?
Sobretudo, a saúde é o principal elemento do slow living, principalmente, pelo fato do conceito sintetizar a ideia de autocuidado entre mente, o corpo e o espírito.
Portanto, praticar o slow living vai muito além de desacelerar, mas também optar por escolhas mais “conscientes”, como dar prioridade a comunidade local para escolher produtos e serviços, por exemplo.
Além disso, defende a escolha “pelo faça você mesmo” algumas atividades, como produzir seus próprios legumes ou cultivar seu jardim. E isso, por si só, já gera uma vida mais saudável e ativa.
Entre outras coisas, o estilo de vida agrega um maior acolhimento emocional sobre a rotina à sua volta e proporciona benefícios a saúde mental. Afinal, escolher desacelerar significa ir na contramão, da autocobrança e do excesso de trabalho.
Sem contar, que “viver de uma forma mais lenta” também direciona maior atenção aos detalhes, fazendo com que momentos simples, sejam mais bem aproveitados e valorizados.
Portanto, adotar o slow living significa, antes de mais nada, dizer não a vida com estresse. Afinal, na maioria das vezes, esse tipo de rotina está associado a uma dieta desequilibrada, poucas horas de sono e falta de cuidados com o corpo. Além disso, condiciona a maior parte das pessoas a estarem ligadas 24 horas no piloto automático.
Como começar a praticar slow living?
Inicialmente, evite que esse seja mais um estilo de vida inatingível para você na prática. Comece aos poucos, tentando aproximá-lo da sua realidade. Uma ideia para dar o pontapé inicial, é adotar atividades e filosofias de técnicas que se aproximam da proposta, como fazer ioga e mindfulness.
Sobretudo, reserve um tempo e redefina suas prioridades, fazendo escolhas na sua rotina que façam valer sua saúde mental, física e espiritual. A partir disso, planeje melhor o seu tempo para tomar decisões conscientes sobre o que realmente importa.
Um exemplo de como colocar isso em prática, é reduzir as horas em redes sociais para fazer uma atividade física, passear com seu cachorro ou passar tempo fazendo uma refeição em família.
Outro exercício para adotar o slow living é evitar a correria nas atividades mais básicas, como o tempo das suas refeições, por exemplo. Além disso, é válido se esforçar mentalmente para fugir de fato da correria. Uma dica é evitar estar conectado com aparelhos tecnológicos e tentar criar a habilidade de observar e fazer parte do momento presente.
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Saúde
Terapia genética devolve visão a pessoas com cegueira hereditária
Um avanço histórico na área da oftalmologia baseado em uma terapia genética inédita promete revolucionar o tratamento da cegueira hereditária. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, obtiveram resultados surpreendentes em um estudo clínico com pacientes portadores da amaurose congênita de Leber (LCA1), uma doença genética rara que causa perda severa da visão desde a infância.
Segundo o estudo publicado na revista The Lancet, através da terapia genética, os cientistas conseguiram restaurar, em alguns casos, até 10.000 vezes a capacidade visual dos pacientes (os que receberam maior dose da terapia). Tudo de modo seguro e eficaz, com poucos efeitos colaterais.
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A terapia genética, desenvolvida a partir de um microorganismo (AAV5), foi injetada diretamente na retina de 15 pacientes, sendo três deles crianças. Todos com mutações no gene GUCY2D, essencial para a produção de proteínas críticas para a visão. Antes do tratamento, esses pacientes tinham uma visão muito limitada, comparável a só conseguir enxergar um objeto a 6 metros de distância quando uma pessoa com visão normal o veria claramente a cerca de 25 metros.
Novas abordagens para a terapia promissora
A melhora após a terapia genética foi perceptível já no primeiro mês após a aplicação, e a nova visão se manteve estável por pelo menos 12 meses. Em um dos casos mais significativos, um paciente relatou ter conseguido se orientar à noite com a luz de uma fogueira, algo impensável antes do tratamento.
A segurança da terapia também foi avaliada, com efeitos colaterais mínimos. Pequenas hemorragias oculares e inflamações, todas resolvidas com tratamento, foram os problemas mais comuns.
O estudo foi liderado pelos pesquisadores Artur Cideciyan e Tomas Aleman, que destacaram o grande potencial da terapia genética para reverter cegueiras causadas por degenerações hereditárias. Com base nesse avanço, os cientistas agora buscam aperfeiçoar o tratamento e aplicá-lo em outras formas de cegueira congênita, abrindo caminho para a aprovação clínica da terapia.
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