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Saúde

5 mitos e 5 verdades sobre a dengue e o mosquito Aedes aegypti

Redação Informe 360

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O Brasil, e mais recentemente o mundo, têm passado por grandes epidemias de dengue nas últimas décadas. O aumento de casos ano a ano, incluindo as fatalidades, amplifica a necessidade de informações sobre o assunto. 

Assim, esclarecer o que são mitos e verdades sobre a dengue e o Aedes aegypti se torna uma questão de saúde pública, esclarecendo as formas mais eficazes de se proteger.

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Mitos e verdades sobre a dengue e o Aedes aegypti 

Mosquito da dengue sobre a pele de alguém
Imagem: Divulgação/Fiocruz

O Olhar Digital listou abaixo os mitos e verdades mais difundidos sobre a doença e o mosquito, de acordo com dados da Faculdade de Medicina da UFMG e da Universidade Federal do Ceará. 

A dengue é pior no verão

Verdade. Períodos chuvosos, como o verão costuma ser em diversas áreas do Brasil, favorecem o crescimento do número de mosquitos – inclusive o transmissor da dengue, Aedes aegypti. Assim, como nestas épocas chuvosas o acúmulo de água costuma ser mais provável, e este é o ambiente ideal para a reprodução do mosquito, os picos de epidemia surgem principalmente no verão.

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Durante o inverno podemos reduzir os cuidados 

Mito. A dengue tem apresentado casos de contaminação o ano todo. Mesmo que, com as temperaturas mais baixas, a circulação do mosquito Aedes aegypti diminua, ela não deixa de existir. Além disso, os ovos em criadouros podem resistir por mais de um ano mesmo sem água, eclodindo com as condições climáticas favoráveis e reiniciando o ciclo de vida do mosquito.

dengue
Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock

A dengue pode ser contraída mais de uma vez

Verdade.  Existem quatro tipos de sorotipos do vírus da dengue. Assim, ao contrair um sorotipo de dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para aquele tipo – mas não para os outros, podendo contraí-los. 

A segunda vez que alguém contrair dengue será hemorrágica

Mito. A dengue hemorrágica depende da virulência, ou seja, quando o vírus adquire a capacidade de provocar uma doença mais forte. Segundo infectologistas, o risco de ter dengue hemorrágica pode aumentar a partir do segundo episódio, mas de modo geral, ela pode acontecer em qualquer uma das vezes que a pessoa for infectada.

A picada do mosquito é a única forma contrair dengue

Verdade. A fêmea do Aedes aegypti, única responsável pela transmissão da doença, é capaz de carregar um dos sorotipos do vírus e transmiti-lo por meio de sua picada. Ou seja, não há transmissão direta entre as pessoas.

O mosquito não nasce se não houver água parada

Mito. Como mencionamos, eliminar o acúmulo de água, apesar de fundamental para o combate da dengue, não é suficiente para eliminar também os ovos do mosquito. Deste modo, além de esvaziar bem os recipientes, é necessário limpá-los com atenção – esfregando com escova ou bucha. Se possível, preencha os recipientes com areia para evitar futuros acúmulos de água, ou os deixe em posições que impedem o acúmulo de modo geral.

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Pneus com água parada
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Receitas caseiras podem ajudar no tratamento da dengue

Verdade. Uma das principais recomendações para o tratamento da dengue é manter a hidratação por meio da ingestão de líquidos. Assim, chás e sucos – como o de inhame cru, ajudam no alívio do quadro. Entretanto, essas receitas caseiras funcionam apenas para a hidratação, e não curam a dengue em si. Para outros sintomas, como febre, recomenda-se o uso de medicamentos como paracetamol. 

Existem medicamentos para curar a dengue

Mito. Ainda não existe nenhum antiviral que cure a dengue. Assim, quando uma pessoa contrai a doença, sintomas como dores musculares costumam ser tratados com analgésicos, de acordo com prescrição médica. Por outro lado, no que diz respeito à prevenção, a vacina contra a dengue é oferecida e pode ser tomada por pessoas que já tiveram a doença.

O combate ao Aedes aegypti é a melhor forma de prevenção

Verdade. A maneira mais eficaz para evitar a proliferação do mosquito, prevenindo que a doença se espalhe, é eliminar o acúmulo de lixo e proteger do acúmulo de água os locais que podem virar possíveis criadouros. Como exemplo, cuidado com vasos de plantas, especialmente plantas como bromélias, piscinas sem uso e sem manutenção, pneus, caixas d’água, tampas e garrafas plásticas, entre outros.

Vale ressaltar que o mosquito Aedes aegypti não coloca os ovos em água corrente, ou seja, em rios, córregos e riachos. Ainda assim, lixo descartado às margens desses corpos de água podem acumular água limpa e se tornar criadouros – por esse motivo, descarte seu lixo em locais apropriados.

Água sanitária elimina as larvas do mosquito

Mito. Além de a água sanitária evaporar rapidamente, ela não é capaz de eliminar as larvas. Portanto, os únicos produtos indicados para a eliminação das larvas são o hipoclorito de sódio ou o cloro. Vale ressaltar que os recipientes com água parada devem ser limpos e esfregados com escova ou bucha.

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Saúde

Novo estudo sobre transtornos mentais pode ajudar a combater estigma

Redação Informe 360

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Um novo artigo acadêmico propõe uma mudança profunda na forma como a sociedade e a própria psicologia clínica enxergam os transtornos mentais.

Em vez de focar exclusivamente nos danos e limitações, pesquisadores sugerem incluir também atributos positivos frequentemente presentes nessas condições — uma abordagem que, segundo eles, pode reduzir o estigma, melhorar o cuidado e oferecer esperança a pacientes e famílias.

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Desenho simbolizando saúde mental.
Revisão acadêmica sugere que pacientes podem desenvolver habilidades únicas enquanto enfrentam seus desafios emocionais (Imagem: GrAl/Shutterstock)

Criatividade, empatia e redes sociais mais fortes

  • No estudo “Aspectos Positivos nos Transtornos Psicológicos: Uma Agenda para Pesquisa e Mudança Social”, June Gruber, professora da Universidade do Colorado em Boulder, e colegas da Universidade Cornell reúnem décadas de evidências que relacionam doenças mentais a características como criatividade, empatia, sensibilidade emocional e resiliência.
  • Pesquisas citadas no artigo mostram que pessoas com esquizofrenia leve, hipomania ou transtorno bipolar tendem a apresentar níveis mais altos de criatividade e a buscar carreiras criativas.
  • Indivíduos com histórico de depressão, por sua vez, demonstram maior disposição para cooperar.

Em um estudo com quase 2.000 universitários, jovens no espectro bipolar relataram redes sociais mais amplas e maior sensação de apoio, apesar dos conflitos decorrentes da condição.

Outro trabalho revelou que pessoas com risco elevado de mania são mais capazes de detectar mudanças sutis nas emoções alheias.

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O estudo foi publicado na revista Current Directions in Psychological Science.

Agorafobia é uma das fobias mais comuns do mundo
Cientistas propõem repensar transtornos mentais com foco em potencial humano – Evidências sugerem que criatividade, sensibilidade emocional e redes sociais mais amplas fazem parte do quadro para muitos pacientes.Imagem: Tero Vesalainen / Shutterstock

Uma visão mais ampla e esperançosa da saúde mental

O artigo também destaca relatos de pacientes que enxergam momentos difíceis como gatilhos para construção de autoconhecimento e resiliência.

Em um estudo conduzido por Jonathan Rottenberg, da Universidade Cornell, 10% dos participantes diagnosticados com depressão clínica estavam “prosperando” uma década depois — com níveis de bem-estar superiores aos de adultos sem histórico depressivo.

Os autores ressaltam, contudo, que reconhecer aspectos positivos não significa minimizar o sofrimento ou abandonar tratamentos como medicamentos e psicoterapia. A proposta é ampliar o olhar, preservando pontos fortes individuais enquanto se controla os sintomas prejudiciais.

“Compreender a pessoa de forma holística permite apoiá-la melhor”, afirma Gruber.

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Mulher olhando para cima; há um desenho representando um cérebro na região da cabeça dela
Evidências sugerem que criatividade, sensibilidade emocional e redes sociais mais amplas fazem parte do quadro para muitos pacientes (Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)

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Saúde

O que é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático? Veja sintomas e tratamento

Redação Informe 360

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Muitas vezes, usamos a palavra “trauma” de forma casual para descrever uma situação muito constrangedora ou um forte susto. No entanto, quando a medicina e a psicologia olham para esse termo, a conversa é muito mais profunda. O trauma real é uma marca deixada por eventos que ameaçam a vida ou a integridade física, e, para algumas pessoas, o cérebro não consegue “virar a página”.

É aqui que entra o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Não se trata de fraqueza ou incapacidade de superar o passado, mas sim de uma condição clínica onde o sistema de alarme do corpo permanece ligado muito tempo depois que o perigo já passou. Vamos entender como isso funciona dentro da nossa mente.

TEPT: veja tudo o que você precisa saber sobre o transtorno psiquiátrico

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático é definido como um distúrbio que se desenvolve após a exposição a um ou mais eventos traumáticos. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), para ser considerado TEPT, a pessoa deve ter sido exposta à morte real ou ameaça de morte, ferimento grave ou violência sexual.

Homem sentado com as mãos sobre a cabeça
Homem sentado com as mãos sobre a cabeça (Imagem: Nathan Cowley/Pixels)

Como e por que o TEPT se manifesta?

O TEPT é o resultado de uma colisão entre um fator ambiental (o evento traumático) e um desequilíbrio neurobiológico.

Durante o trauma, o cérebro é inundado por hormônios de estresse (cortisol e adrenalina). Em um funcionamento típico, esses níveis baixam após o perigo. No TEPT, ocorre uma falha nesse processamento.

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Estudos de neuroimagem mostram que a amígdala (o centro do medo no cérebro) torna-se hiperativa, enquanto o hipocampo (responsável pela memória) e o córtex pré-frontal (responsável pelo raciocínio lógico e regulação emocional) têm sua função prejudicada.

Isso explica por que a pessoa reage a um barulho alto (como um escapamento de moto) como se fosse um tiro de guerra. Assim, o cérebro emocional reage antes que o cérebro lógico possa dizer “está tudo bem”.

Sintomas e diagnóstico

Ilustração de silhueta de mulher pensativa
Ilustração de silhueta de mulher pensativa (Imagem: chenspec/Pixabay)

O diagnóstico é clínico, feito exclusivamente por psiquiatras ou psicólogos, baseando-se nos critérios rigorosos do DSM-5. Os sintomas geralmente começam dentro de três meses após o evento, mas podem surgir anos depois, e devem durar mais de um mês para configurar o transtorno. Eles são divididos em quatro grupos principais:

  1. Sintomas intrusivos: Memórias recorrentes, involuntárias e angustiantes; pesadelos e flashbacks (sentir como se o evento estivesse acontecendo novamente agora).
  2. Evitação: Esforço para evitar pensar no trauma ou fugir de lugares, pessoas e objetos que lembrem o evento.
  3. Alterações negativas na cognição e no humor: Crenças negativas persistentes (“o mundo é perigoso”, “eu sou culpado”), incapacidade de sentir emoções positivas e distanciamento de entes queridos.
  4. Excitabilidade e reatividade alteradas: Irritabilidade, surtos de raiva, hipervigilância (estar sempre em alerta), dificuldade de concentração e problemas para dormir.

Embora qualquer pessoa possa desenvolver TEPT, certos grupos estão em maior risco devido à maior exposição a eventos traumáticos. Isso inclui militares em combate, policiais, bombeiros e profissionais de emergência.

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No entanto, estatísticas apontam que mulheres têm duas a três vezes mais chances de desenvolver TEPT do que homens. Isso ocorre, infelizmente, devido à maior prevalência de traumas de alto impacto interpessoal, como violência sexual e doméstica, que tendem a ser mais “tóxicos” para a psique do que desastres naturais.

Tratamento e perspectivas

A boa notícia é que há luz no fim do túnel. O tratamento padrão envolve uma combinação de psicoterapia e medicação.

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  • Psicoterapia: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) focada no trauma e a terapia de Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares (EMDR) são as mais eficazes, ajudando o cérebro a “descongelar” e processar a memória traumática.
  • Medicamentos: Antidepressivos (como inibidores seletivos de recaptação de serotonina) ajudam a equilibrar a química cerebral, reduzindo a ansiedade e a depressão associadas.

Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes experimenta uma redução significativa dos sintomas, recuperando sua qualidade de vida.

TEPT tem cura?

Na psiquiatria, se fala mais em remissão do que em “cura” definitiva. Contudo, com tratamento adequado, os sintomas podem desaparecer totalmente ou tornar-se residuais, permitindo que a pessoa leve uma vida normal e produtiva.

TEPT pode afetar crianças?
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Sim. O DSM-5 possui critérios específicos para crianças menores de 6 anos, onde os sintomas podem se manifestar através de recriação do trauma em brincadeiras, pesadelos sem conteúdo reconhecível e comportamento socialmente retraído.

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O que é a bronquiolite? Veja sintomas e tratamento

Redação Informe 360

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A bronquiolite é uma infecção respiratória que costuma preocupar pais e profissionais de saúde, principalmente durante os períodos de maior circulação de vírus. A doença é mais comum em bebês e crianças pequenas, e muita gente ainda tem dúvidas sobre como ela surge, quais são os sinais de alerta e quando procurar atendimento. O tema voltou ao debate por causa do aumento de casos e da atenção reforçada do Ministério da Saúde.

A doença atinge as vias aéreas mais finas, chamadas bronquíolos, e pode causar dificuldade para respirar, chiado no peito e muito desconforto. Como os sintomas lembram outras condições respiratórias, identificar a bronquiolite logo no início pode evitar complicações e acelerar o tratamento. Por isso, entender suas causas e formas de prevenção é essencial.

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Com novas vacinas disponíveis e mais estudos voltados para o vírus sincicial respiratório (VSR), que é o principal responsável pela condição, a discussão ganhou ainda mais destaque. A seguir, você confere como a bronquiolite começa, quem corre mais risco, quais são os sintomas e como tratá-la de forma segura e eficaz.

A bronquiolite é uma infecção respiratória que costuma preocupar pais e profissionais de saúde, principalmente durante os períodos de maior circulação de vírus. (Imagem: brgfx/Freepik)

O que é a bronquiolite?

A bronquiolite é a inflamação e obstrução dos bronquíolos causada quase sempre por infecção viral. O processo típico começa com uma infecção das vias aéreas superiores, coriza e tosse, progredindo em alguns pacientes para pequena inflamação e produção de muco nas vias aéreas inferiores. Quando os bronquíolos inflamam, acumulam secreções e o diâmetro interno diminui; em lactentes, esse estreitamento tem impacto grande porque suas vias aéreas já são estreitas por natureza, causando sibilos, esforço respiratório e risco de falência ventilatória em casos graves.

O agente mais frequentemente implicado é o vírus sincicial respiratório (VSR). Estudos epidemiológicos indicam que o VSR responde por cerca de 50% a 80% dos casos de bronquiolite, dependendo da região e da temporada, e é a principal causa de internações por bronquiolite. Outros vírus também podem causar o quadro, mas o VSR é o grande protagonista por sua capacidade de afetar recém-nascidos com maior severidade. Essas informações constam em revisões clínicas e em páginas técnicas de autoridades como CDC, ECDC e sociedades pediátricas.

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O risco de evolução para bronquiolite sintomática e grave está ligado à via de exposição (gotículas, contato), carga viral e vulnerabilidades do hospedeiro. A transmissão ocorre por contato direto com secreções respiratórias, como mãos contaminadas, gotículas e superfícies; o período de incubação costuma variar entre 2 e 8 dias.

Ambientes com grande circulação de crianças e contato próximo, como maternidades, creches e hospitais, favorecem surtos. As orientações de controle de infecção enfatizam higiene das mãos, mascaramento na época de surtos e isolamento de casos sintomáticos como medidas básicas de prevenção comunitária.

Transmissão e grupos de risco

A bronquiolite é muito comum e potencialmente grave em bebês menores de seis meses, prematuros e crianças com doenças cardíacas congênitas ou imuno-comprometimento. Lactentes têm vias aéreas pequenas, resposta imune imatura e maior chance de desidratação, fatores que explicam por que internamentos e necessidade de suporte (oxigênio, hidratação venosa) são mais frequentes nessa faixa etária.

Dados de vigilância no Brasil mostraram, em 2025, alta carga de Síndrome Respiratória Aguda Grave por VSR em crianças menores de dois anos, o que motivou a incorporação de estratégias vacinais no SUS. A literatura pediátrica, incluindo documentos do AAP e da AAFP, descreve essas populações como prioritárias para profilaxia e vigilância.

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Profissionais que tratam a doença enfatizam que o risco aumenta ainda mais se a criança nasceu prematura (principalmente menos que 29–32 semanas), se tem cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa ou doenças pulmonares crônicas, como displasia broncopulmonar. Nesses grupos, a bronquiolite pode evoluir com insuficiência respiratória mais rapidamente e demandar internação em UTI pediátrica. Por isso, protocolos clínicos e documentos de sociedades médicas recomendam vigilância contínua e, quando elegíveis, medidas de proteção específicas para reduzir a chance de hospitalização.

Além dos pacientes de alto risco, praticamente todas as crianças vão apresentar pelo menos uma infecção por VSR nos primeiros dois anos de vida; a diferença está na gravidade. Assim, as políticas públicas recentes que incluem vacinação de gestantes ou oferta de anticorpos monoclonais para recém-nascidos visam proteger a janela de maior vulnerabilidade, quando a enfermidade tem maior chance de causar complicações.

As orientações de controle de infecção enfatizam higiene das mãos, mascaramento na época de surtos e isolamento de casos sintomáticos como medidas básicas de prevenção comunitária. (Imagem: jcomp/Freepik)

Tipos, sintomas típicos e sinais de gravidade

Clinicamente, a bronquiolite costuma começar como um resfriado comum, com coriza, irritabilidade, perda de apetite e febre baixa. Após alguns dias, pode evoluir para tosse persistente, chiado, respiração acelerada, batimentos de asa nasal, gemência ao inspirar e dificuldade para alimentar-se.

Profissionais de emergência pediátrica usam critérios objetivos, como frequência respiratória por idade, uso de musculatura acessória e saturação de oxigênio, para decidir internação. Guias como os do CDC e da Mayo Clinic destacam que alimentação reduzida e sinais de desidratação também são motivos para avaliação urgente.

Sinais de gravidade que exigem busca imediata por atendimento médico incluem saturação de oxigênio persistentemente baixa, taquidispneia marcada, apneia, cianose (lábios ou pele arroxeados) e sonolência extrema ou irritabilidade que não melhora. Em unidades hospitalares, monitorização com oximetria, suporte de oxigênio, posicionamento e hidratação são as primeiras medidas; em casos mais graves pode ser necessário suporte ventilatório não invasivo ou ventilação mecânica. Essas recomendações aparecem em protocolos hospitalares e revisões clínicas que pautam a prática pediátrica.

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O diagnóstico costuma ser clínico, apoiado por exame físico; testes virológicos (como PCR para VSR) podem ser úteis em contextos epidemiológicos ou para manejo em unidades de saúde, mas nem sempre são exigidos para decidir tratamento. Radiografia de tórax não é rotineira e geralmente reservada a casos que sugerem complicação ou diagnóstico alternativo. Essas nuances de diagnóstico e manejo constam em documentos técnicos de hospitais de referência e em guidelines internacionais.

Qual o tratamento e prevenção?

O tratamento da bronquiolite é, em grande parte, suporte. A maioria das crianças se recupera com medidas como manter a via aérea pérvia, hidratação adequada, controle da febre e monitorização da oxigenação. A American Academy of Pediatrics e revisões como a da AAFP enfatizam que broncodilatadores (como albuterol) não têm efeito consistente na melhora clínica e não são recomendados com frequência; o uso de corticosteróides e antibióticos também não é indicado exceto em situações específicas.

Para crianças de alto risco, há opções de profilaxia passiva já bem estabelecidas: o anticorpo monoclonal palivizumabe (Synagis) reduziu hospitalizações em grupos selecionados, em prematuros e cardiopatas, e é recomendado por sociedades pediátricas para indicações específicas. Mais recentemente, anticorpos monoclonais de ação prolongada e vacinas direcionadas ao VSR mostraram eficácia em reduzir casos graves e internações em estudos clínicos. A incorporação dessas intervenções em programas públicos exige análise de custo-efetividade e decisão regulatória.

A bronquiolite não costuma deixar sequelas respiratórias permanentes na maior parte das crianças, e a maioria dos casos tem resolução completa com suporte. Contudo, episódios graves na infância, ainda mais em bebês que necessitaram de ventilação mecânica ou internação prolongada, podem estar associados a maior risco de sibilância recorrente e, em alguns estudos, a aumento do risco de asma na infância posterior.

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(Imagem: wirestock/Freepik)
Bronquiolite pode matar?

Sim, a bronquiolite pode ser fatal, principalmente em bebês com menos de dois anos, prematuros ou que já tenham outras condições de saúde.

Bronquiolite tem cura?

Sim, mas a bronquiolite geralmente não tem cura medicamentosa específica, pois é causada por infecções virais que o corpo combate naturalmente.

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