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Quer parecer mais confiante no trabalho? 6 hacks para aumentar sua autoestima

Redação Informe 360

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Tomar decisões baseadas em dados e até mesmo cuidar da sua aparência ajuda a aumentar sua autoconfiança

Se você já sentiu que era incapaz ou inadequado para desempenhar sua função, ou se questionou e duvidou de suas habilidades ao se comparar com colegas, é possível que você esteja enfrentando a síndrome do impostor em algum nível.

Mas mesmo pessoas bem-sucedidas admitem experimentar estes sentimentos e descrença no seu sucesso. A ex primeira-dama Michelle Obama comentou certa vez: “Ainda tenho um pouco de síndrome da impostora… Essa sensação de que você não deveria me levar tão a sério não desaparece. Eu não sei” 

E a autora de renome mundial Maya Angelou chegou a dizer que, apesar de ter escrito 11 livros, pensa de vez em quando: “Ah, eles vão descobrir agora. Enganei todo mundo e irão descobrir.”

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Apesar de comum, é importante lidar com a síndrome. Por isso aqui estão alguns truques para se sentir (e parecer) mais confiante no trabalho. E que você pode aplicar já.

1. Mantenha um diário de conquistas

Faça uma lista ou semanal de seu sucesso profissional. Anote todas as suas vitórias, não importa o quão aparentemente insignificantes elas sejam. Escrevê-las ajudará a manter um senso de apreço pelo que você realizou e você ainda terá uma coleção de lembranças para recorrer sempre que duvidar se merece uma promoção, aumento ou prêmio.

Agradeça a si mesmo e dê o devido crédito sempre que realizar algo novo ou desafiador. Você pode até optar por comemorar em grande estilo (como presentear-se com um fim de semana de spa) ou em menor escala (como chamar um amigo para tomar um sorvete especial ou abrir aquela garrafa de vinho).

2. Vista-se para se expressar – e impressionar

A maneira como nos vestimos tem um impacto direto na forma como nos vemos e na nossa confiança. A investigação científica demonstra uma correlação entre as roupas que vestimos e o nosso comportamento subsequente. Na verdade, um estudo mostrou que, entre 120 estudantes, aqueles que vestiram roupas com ar profissional experimentou níveis mais elevados de autoestima e autoeficácia, e eram mais propensos a dizer que se candidatariam a um novo cargo.

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Isso mostra apropriadamente como simplesmente “vestir-se bem” não apenas aumenta seu respeito próprio à medida que você vê os outros levá-lo mais a sério, mas também ajuda você a se sentir mais motivado para aspirar a uma posição nova ou superior na carreira.

Ao mesmo tempo, garanta o seu estilo expressa quem você ê, seu talento e personalidade para que você possa se sentir livre e confiante com suas roupas.

3. Pare de se questionar

Quando você vive a síndrome do impostor, é fácil questionar suas decisões profissionais. E mais ainda se você fizer parte de grupos minorizados por conta da cor da pele ou por ser uma mulher na liderança, por exemplo.

Lembre-se de manter sua posição e não recuar depois de chegar a uma conclusão.

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Reconheça os anos de estudo que você dedicou, quanto tempo levou para subir na carreira e o conhecimento que aprimorou por meio de sua ampla experiência, mesmo que tenha se passado apenas alguns anos. Confie em sua intuição e, ao tornar isso um hábito, você se tornará mais confiante como líder em sua tomada de decisões.

4. Tome decisões baseadas em dados

Um aspecto crucial para não se questionar e confiar em si mesmo fazer uma escolha ou julgamento é tomar decisões depois só depois de avaliar todos os ângulos e reunir dados. 

Saber que suas afirmações são apoiadas por fatos vão ajudá-lo a sentir-se mais confiante (mas não arrogante) em reuniões, discussões, análises ou a tomar uma decisão na empresa.

5. Autoconfiança exige enfrentar os medos 

Muitas vezes, aquilo de que temos medo se torna insignificante quando decidimos realmente enfrentar. Está com medo de entregar aquela apresentação a um cliente? Sente medo de expressar suas sugestões em uma reunião de equipe? Repensando se você deve pedir um aumento?

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Apenas vá em frente e faça isso. Qual é o pior que poderia acontecer?

Talvez você possa ficar envergonhado ao fazer uma apresentação ou palestra. Mas você é humano, e todo mundo provavelmente sente ou já sentiu o mesmo em algum momento de sua carreira. Então, por que colocar pressão indevida para ser perfeito? Enfrente seu desafio e pare de se esconder dele.

O melhor que pode acontecer é que pode não ser tão ruim quanto você pensa. Sim, você pode simplesmente congelar ou se atrapalhar com suas anotações mas, no final, você aprendeu uma lição sobre como se preparar para uma apresentação e aperfeiçoou suas habilidades de falar em público. A única coisa ruim que pode acontecer é você não aprender nada com a experiência.

6. Dicas verbais e não-verbais para autoconfiança

Nós nos comunicamos de duas maneiras principais: verbalmente (por meio de e-mail, telefone, postagens em mídias sociais, reuniões presenciais, conversasd) e não verbalmente, por meio da linguagem corporal (pense no contato visual, brincando com os dedos enquanto falamos, o jeito de nos vestirmos etc.). Ambos os aspectos estão diretamente relacionados à sua confiança e oferecem sinais sobre como você se vê.

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Freqüentemente, a forma como dizemos as coisas grita muito mais alto do que todas as palavras confiantes que poderíamos dizer. Portanto, você precisará considerar fazer alguns ajustes no seu vocabulário para garantir que pareça mais positivo e confiante.

Por exemplo, você poderia dizer: “Se tiver alguma dúvida, me chame”, em vez de “Isso faz sentido?”. Ou “Não sei, mas vou descobrir e voltar com a resposta” em vez de “Não tenho certeza”.

Além disso, certifique-se de projetar uma linguagem corporal confiante, estabelecendo contato visual ao falar, endireitando os ombros para trás e andando com “ânimo no passo”, sorrindo e mantendo uma postura aberta.

 

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Por Que Conhecidos Impulsionam Sua Carreira Mais do Que Amigos Próximos

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Quando você pensa em relacionamentos, conexões ou pessoas importantes na sua vida, provavelmente lembra primeiro dos mais próximos: seus melhores amigos, familiares, parceiro ou até mentores.

Esses vínculos costumam ser sinônimo de amor e apoio, além de influenciarem seus hábitos e te ajudarem a atravessar momentos difíceis.

Mas o que nem sempre é reconhecido é o poder das pessoas com quem você não tem tanta proximidade. Pense naquele colega da faculdade que você encontra a cada poucos anos, o ex-colega de trabalho que te enviou um link de uma vaga de emprego ou alguém que você encontrou uma única vez na festa de um amigo. Esse tipo de relação é o que chamamos de “laços fracos”.

Essencialmente, são conexões que existem fora do seu círculo central. Você provavelmente não fala com elas com frequência, mas elas formam a camada externa do seu mundo social.

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Um estudo clássico e amplamente conhecido chamado The Strength of Weak Ties (A Força dos Laços Fracos), conduzido pelo sociólogo Mark Granovetter, mostrou que as pessoas frequentemente descobrem vagas e oportunidades de vida e carreira não por meio dos amigos próximos, mas por meio de conhecidos.

Isso acontece porque os laços fracos circulam em ambientes diferentes dos seus. Eles trazem novas perspectivas e oportunidades que você não encontraria dentro da sua bolha habitual. E é justamente essa camada externa que pode contribuir para o seu crescimento muito mais do que você imagina.

A seguir, três maneiras como seus laços fracos impulsionam o seu desenvolvimento.

1. Laços fracos abrem portas para novas oportunidades

No estudo de 1973, Granovetter entrevistou 280 profissionais e descobriu que quase 84% das pessoas conseguiram empregos por meio de alguém com quem não tinham grande proximidade, muitas vezes alguém que viam ocasionalmente ou com quem não falavam havia meses.

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Seus laços fortes costumam circular nos mesmos ambientes que você. Embora sejam fontes confiáveis de apoio emocional, também podem, sem querer, te manter preso às mesmas ideias e redes.

Já os laços fracos funcionam como pontes para ecossistemas sociais totalmente novos. Essas conexões mais soltas geralmente trabalham em setores diferentes e vêm de contextos variados.

Essa ideia foi testada novamente em um estudo experimental de 2022, conduzido pelo LinkedIn, MIT e Stanford, publicado na revista Science. Os pesquisadores analisaram como diferentes tipos de conexões influenciavam a busca por novas oportunidades profissionais.

Usando o algoritmo “Pessoas que você talvez conheça”, do LinkedIn, eles variaram aleatoriamente a frequência com que laços fracos ou fortes eram recomendados a diferentes usuários. Depois, monitoraram quais conexões resultavam em mudanças reais de emprego.

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A conclusão: laços moderadamente fracos – como conhecidos distantes – eram mais eficazes para gerar oportunidades do que laços fortes, como amigos próximos ou familiares.

Mas nem todos os laços fracos são igualmente úteis. Aqueles que eram fracos, mas não tanto, tiveram o maior impacto. A força da conexão foi medida pelo número de contatos em comum e pela frequência de interação.

Ou seja: expandir sua rede além do seu círculo principal pode abrir portas inesperadas. Os “laços fracos certos” podem ser os catalisadores mais poderosos para novas oportunidades.

2. Ampliam sua perspectiva

As pessoas mais próximas de você são, muito provavelmente, seu porto seguro. Elas trazem conforto e afinidade. Mas, às vezes, essa semelhança pode limitar a expansão da sua visão de mundo.

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É difícil perceber quando seu círculo íntimo se transforma numa espécie de câmara de eco, onde você raramente é desafiado a questionar suas ideias, expandir sua forma de pensar ou considerar novas perspectivas. E isso pode limitar seu crescimento pessoal, intelectual e até profissional.

Laços fracos, por outro lado, podem oferecer informações únicas simplesmente por circularem em ambientes sociais, culturais ou profissionais diferentes dos seus. Eles têm acesso a ideias, experiências e recursos que você normalmente não encontra.

Uma conversa casual com um conhecido pode te apresentar uma nova visão, te indicar uma vaga ou te fazer refletir sobre algo de forma diferente. É nesse território desconhecido que o crescimento acontece.

Um experimento realizado pelo Facebook em 2012, apresentado na 21ª Conferência Internacional World Wide Web, investigou o papel das redes sociais na disseminação de informações. Analisando 253 milhões de usuários, os pesquisadores compararam a força de laços fortes e fracos.

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O resultado: laços fortes tinham mais influência individual, mas laços fracos, pela quantidade e diversidade, eram responsáveis por espalhar a maior parte das informações novas.

Isso torna os laços fracos essenciais não apenas para oportunidades profissionais, mas para o crescimento intelectual e o pensamento criativo.

3. Aumentam sua sensação de pertencimento

Amigos íntimos e familiares oferecem apoio emocional profundo e formam a base do seu círculo social. Mas justamente por serem tão próximos, esses relacionamentos carregam expectativas implícitas e responsabilidades emocionais.

Já coisas simples, como uma conversa rápida com um vizinho ou um cumprimento no elevador, podem ser surpreendentemente revigorantes, justamente por serem leves e sem carga emocional.

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Pesquisas publicadas na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin mostraram que estudantes universitários se sentiam mais felizes e conectados em dias nos quais interagiam com mais colegas do que o habitual, mesmo que essas interações fossem rápidas e superficiais.

Outros estudos também revelaram que pessoas que conversam mais com figuras periféricas da sua rede social relatam maior senso de pertencimento e bem-estar.

É impossível subestimar o poder de pequenos gestos de cordialidade com conhecidos. Essas interações cotidianas formam uma rede de conexões sutis, mas significativas, que muitas vezes rendem frutos de maneiras inesperadas.

*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.

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Ex-Tenista Profissional, CEO da Lacoste Já Foi Patrocinado pela Marca

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A Lacoste, redundante dizer, segue sendo uma marca aspiracional, associada desde sempre a esportes de elite. Mais recentemente, no entanto, com a ajuda de ídolos de estilos musicais jovens, como o funk e o trap, a grife decidiu ampliar seu público.

Na América Latina, esse desafio está nas mãos de Pedro Zannoni, 49 anos, CEO da marca para a região desde 2020 e um dos destaques da lista Forbes Melhores CEOs do Brasil 2025.

Assim como René Lacoste, fundador da marca, Pedro também é ex-tenista profissional (aos 17 anos, era patrocinado pela própria Lacoste), tendo deixado as quadras por conta de uma debacle financeira familiar. Formado em direito pela Unip, com mestrado em administração pela Faap e especializado em General Management na Wharton School – University of Pennsylvania, ele passou por Wilson, Puma e Adidas, entre outras, antes de trocar a presidência da Asics Latam pelo mesmo cargo na Lacoste, cinco anos atrás.

Desde então, Pedro soube entender as demandas dos países latinos sem perder de vista o respeito ao legado da marca. “Meu papel é garantir a essência da rica história da Lacoste e ao mesmo tempo inovar, trazer novas categorias e novas formas de conexão com o consumidor. Cada mercado tem sua particularidade e sua cultura. A sensibilidade regional faz muita diferença nessa conexão.”

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“Não adianta pensar grande se você não tem claro como vai executar. A gente tem de entregar.”

Sobre a estratégia ligada à música, a Lacoste e Pedro até adotaram o apelido Lalá em algumas lojas e criaram uma casa temporária em São Paulo com esse nome no aniversário de 90 anos da marca, em 2023. Ali os funkeiros fãs do “croco”, o crocodilo do logotipo, puderam se apresentar em pocket shows.

Diferentemente daqueles artistas, Pedro não faz o tipo “marrento”, ao contrário. É ele mesmo quem vem ao hall do escritório receber o repórter da Forbes. E, apesar de ter triplicado a receita da marca na América Latina em cinco anos, mercado “tricky”, cheio de reviravoltas difíceis até mesmo de imaginar, quanto mais de prever, ele faz questão de dividir os créditos, enfatizando o esforço coletivo no lugar do mérito individual. “Nada disso acontece sem gente”, diz.

Essa é uma das lições do esporte que ele tira; outra, a disciplina; mais uma, a capacidade de atuar sob pressão e jamais perder o foco; e, muito importante, a de saber equilibrar estratégia com execução. “Não adianta pensar grande se você não tem claro como vai executar. A gente tem de entregar.” Para ele, em suma, um executivo pode ser considerado um “atleta corporativo”: “Sem preparação adequada, estudo constante e cuidado com o corpo e a mente, os resultados não aparecem”.

Reportagem original publicada na edição 134 da Forbes, lançada em setembro de 2025.

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“Diversidade É o Motor da Inovação”, Diz Executiva da L’Oréal

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Márcia Silveira, head de diversidade e inclusão para Advocacy e Influence do Grupo L’Oréal, aprendeu em casa que o melhor caminho para crescer, na vida e na carreira, seria a educação. “Nunca deixei de ser a pessoa negra que estava entrando na sala; ainda somos subjugados”, diz a jornalista de formação, com MBA na IE University Business School, na Espanha, e formação executiva na NYU. “Mas trazer esse cabedal educacional e estar sempre com fatos e dados à mão, para que meu discurso fosse bem embasado, foi o que me fez evoluir nessa trajetória.”

Sua jornada é prova do poder da representatividade: foi cursar jornalismo inspirada em Glória Maria. No mundo corporativo, levou uma década para ter o primeiro líder negro. Sem referências de executivas, Márcia trilhou um caminho que hoje serve de exemplo para as novas gerações. “Sinto orgulho, mas posso dizer que tenho aprendido muito mais do que ofereço”, diz ela, que é mentora e membro do grupo de afinidade racial da gigante de beleza, onde é chamada de Baobá – árvore milenar africana, conhecida como a “árvore da vida”.

Na L’Oréal há quatro anos, entrou para liderar a comunicação de marcas de luxo e hoje está à frente do marketing de influência com foco em diversidade. No Brasil, a companhia tem 53% de mulheres e 25% de pessoas negras na liderança. No mercado, a realidade é outra: Márcia está entre os 8% de profissionais autodeclarados pretos e pardos que ocupam cargos de liderança no país, segundo uma pesquisa de 2024 realizada com duas mil pessoas pelas consultorias Indique uma Preta e Cloo.

Quando se trata de mulheres negras na alta gestão, são apenas 3% em posições de diretoria, mostram dados de um levantamento do Mover (Movimento pela Equidade Racial), organização que promove a equidade racial no setor privado por meio de uma coalizão empresarial. “Nunca foi fácil. Se a gente olhar 200 anos atrás, não estaria aqui. O meu presente é muito próximo do passado das minhas gerações que foram escravizadas.”

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Em um momento em que grandes companhias têm voltado atrás em suas políticas de diversidade, a executiva reforça a necessidade de manter a estratégia no centro do negócio. “Desde que a L’Oréal começou a tratar de diversidade, há cinco anos, nós crescemos em duplo dígito”, afirma. “É o motor da inovação.”

“Para mim, a diversidade é um caminho sem volta. Para quem quer inovar nos negócios, ampliar mercado e gerar confiança com o consumidor, essa atenção ao que é certo só aumenta.”

A seguir, confira os destaques da entrevista com Márcia Silveira, head de DE&I Advocacy da L’Oréal

Como líder de diversidade, como tem acompanhado a evolução desse tema no Brasil nos últimos anos?

Durante a pandemia e no pós-pandemia, muitas empresas aderiram a ações de diversidade. Era um caminho novo e as pessoas ainda não sabiam direito como pavimentar essas estratégias dentro dos negócios.

As empresas que conseguiram fazer um bom caminho nesse início estão conseguindo sustentar, mesmo com algumas quedas que vêm acontecendo ao longo do tempo, muito por conta de como a sociedade tem se ajeitado nesses últimos dois anos.

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Você enxerga um retrocesso?

Vemos um movimento de queda nas políticas de diversidade em outras empresas. É perceptível em todo o mercado, e é algo que a gente deve observar e acompanhar com atenção para não deixar essa influência acontecer conosco.
Na L’Oréal, o compromisso segue firme. Desde que a empresa começou a tratar de diversidade, há cinco anos, nós crescemos em duplo dígito. Isso mostra que diversidade também é uma estratégia que faz o ponteiro girar para cima.

No médio e longo prazo, como você enxerga o cenário da diversidade e inclusão no ambiente corporativo?

Costumo ver o copo pelo lado mais cheio. Todos esses aprendizados que estamos tendo formam uma base estratégica para que as pessoas que acreditam na diversidade continuem avançando.

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Nunca foi fácil. Se a gente olhar 200 anos atrás, não teria a Marcinha aqui sentada na L’Oréal. O meu presente é muito próximo do meu passado – das minhas gerações que foram escravizadas. Muitas pessoas vieram antes pavimentando esse caminho. Meus próprios pais tiveram a chance de serem concursados e de ter uma base forte nas empresas em que trabalharam, por meio de provas e certificações, mas também enfrentaram suas necessidades e dificuldades.

Qual a relação entre diversidade e inovação?

Toda inovação sofre abalos e resistências, mas acredito que as pessoas estão ficando cada vez mais formadas e letradas. Estamos tendo muito mais participação e visibilidade nos meios de comunicação, além de políticas de inclusão. Com essas ferramentas, teremos pessoas cada vez mais fortalecidas para seguir com a diversidade. Para mim, é um caminho sem volta.

Para quem quer inovar nos negócios, ampliar mercado, gerar confiança com o consumidor, essa atenção ao que é certo só aumenta. Ter uma boa reputação diante dos consumidores é muito forte, e as empresas que praticam diversidade têm isso, tanto com suas populações internas quanto com consumidores, com o ecossistema e todos os stakeholders que fazem o negócio acontecer.

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Você tem observado mudanças geracionais em torno desse tema?

Vim de uma geração que não passou por cotas, então não tive essa comunidade negra que hoje eles formaram dentro das universidades. Eles já chegam aqui nas empresas mais fortalecidos e trocam entre si. Esse comportamento corporativo vem mais forte, porque eles têm com quem trocar.

Essa geração ainda precisa de um pouco mais de resiliência, porque estamos vivendo um momento instável. Mas, por outro lado, eles têm esse poder de serem autênticos e de conseguirem ser ouvidos dentro de um espaço de poder. Isso é sensacional. Talvez não seja a realidade de muitas empresas, mas aqui sentimos essa troca genuína acontecendo.

Tenho o prazer de mentorar algumas meninas em outras instituições e é muito nítido ver que elas trazem situações que eu não teria enfrentado da mesma forma se estivesse na idade delas. Penso: “Nossa, que coragem!”

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Tipo dizer “não”, saber o limite de uma situação, dentro dessa locomotiva que são os negócios, impor e colocar uma barreira, isso é de uma maturidade muito grande. E eu bato palma.

Como o time de diversidade trabalha dentro da L’Oréal?

Hoje temos mais de 20 profissionais trabalhando pela diversidade. É um time espalhado por todas as áreas e todos os sites e locações onde existe L’Oréal no Brasil. Dentro desse ecossistema, precisamos ter pessoas que saibam do que estão falando.

A estratégia do Grupo L’Oréal começou lá atrás, primeiro populando, depois educando, letrando, fazendo com que as pessoas interajam, para então conseguir promover inclusão. E não só inclusão, mas segurança psicológica, para que essas pessoas, no final, consigam contribuir para o negócio.

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E qual o impacto da diversidade como estratégia de negócio?

Quando temos times diversos, temos estratégias e soluções muito mais inteligentes. Costumo dizer que, quando estamos numa sala de reunião com pessoas diversas, a sala é a pessoa mais inteligente.

Diversidade é o motor da inovação. Se um negócio não tem diversidade, fatalmente estará suscetível aos acontecimentos do futuro. Ele não consegue se tornar sustentável. Tivemos provas disso ao longo do tempo. Vimos, por exemplo, na pandemia: de repente, todo mundo estava dentro de um problema, perdendo muito. E é justamente nesses momentos que a pluralidade é essencial para gerar ideias e saídas para situações difíceis que os negócios enfrentam. Ninguém está livre disso.

O que as lideranças devem fazer para ampliar os acessos dentro das empresas?

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Toda transformação cultural e ligada à inovação exige estratégia e resiliência. Os profissionais que estão atuando nessas áreas precisam ter uma influência estratégica fundamental e estar sempre muito colados ao negócio.

Diversidade não existe sem investimento, e o negócio também não quer investir em algo que não entende. Por isso, é necessário ter ações muito estrategicamente conectadas à necessidade daquele negócio.

A diversidade vem cada vez mais forte, com profissionais altamente experientes atuando nos negócios, que sabem orientar as empresas para que essa nova estratégia de ação e de fortalecimento possa durar. E para que o negócio seja mais economicamente sustentável ao longo do tempo.

Para as empresas que querem ampliar a diversidade, qual a melhor estratégia?

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Para uma empresa começar uma estratégia de diversidade, o RH é o passo inicial. É preciso fazer um diagnóstico: entender e medir o quanto você está sendo diverso ou não. Comparar a população brasileira com a sua população interna, observar quem toma decisões dentro da empresa e avaliar se essas pessoas estão bem distribuídas.

Por exemplo, aqui na L’Oréal, hoje estamos com 53% de mulheres em cargos de liderança. E, no recorte racial, 45% dos nossos colaboradores são pessoas negras, e 25% delas estão em cargos de liderança. Esse compromisso é muito guiado pelo Mover, o movimento pela equidade racial, que fará uma aferição total desses compromissos em 2030.
Quando a gente olha para o dado nacional, que mostra que apenas 6% das lideranças no Brasil são pessoas negras, isso reforça ainda mais a importância do que estamos construindo aqui. Esses números mostram nossa fortaleza interna, porque conseguimos ver pessoas diversas atuando em todas as hierarquias do negócio.

Você é formada em jornalismo. Por que buscou essa carreira?

Trabalhar com comunicação foi um sonho de infância, muito ligado a situações de racismo que eu vivia na escola. A diretora entendeu que punir os alunos não estava dando certo, então resolveu fazer uma ação intencional: me tornou uma líder da escola, dando o grêmio para eu dirigir. Eu tinha um jornalzinho do grêmio e com 12 anos comecei a fazer algo que nunca tinha feito. Ali descobri que era isso que eu queria para a minha vida: ser jornalista. Passei por aquela fase de admirar a Glória Maria. Tive essa referência, mas também outras repórteres.

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Como foi o início da sua carreira na área da comunicação?

Comecei como assessora de imprensa no esporte. Depois, decidi migrar para negócios. Busquei me aprimorar nos estudos, fiz pós-graduação e comecei a trabalhar com comunicação empresarial, para então entrar no setor de beleza.

Trabalhei em uma startup carioca de beleza que nasceu no Rio, mas se expandiu pelo Brasil e internacionalmente. Fui representar a marca em Nova York, cuidar da cadeira de marketing e comunicação onde essa rede de salões se expandiu. Fiquei um ano e meio tocando esse negócio. Quando voltei ao Brasil, fui trabalhar no Sistema B, uma entidade de sustentabilidade.

Como tem sido sua jornada na L’Oréal nos últimos quatro anos?

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Era um grande sonho trabalhar na L’Oréal, e foi uma evolução dentro do mercado em que eu já estava. Já tinha 11 anos de experiência no setor de beleza. Minha porta de entrada foi trabalhar com marcas de luxo. Fiquei quase um ano nessa função até surgir a oportunidade de liderar a área de diversidade no Brasil. Agora, estou liderando os projetos de diversidade dentro da área de advocacy, que trata justamente de uma das frentes do marketing que mais tem contribuído para o negócio, que é a creators economy.

Na prática, como funciona esse trabalho com projetos de diversidade?

Faço a gestão de uma única agência de influência, que é a Spark. Minha função é gerir essa agência para as 22 marcas da companhia. Faço essa interface. Também tenho a função de gerir as metas de diversidade. A companhia inteira tem metas relacionadas à contratação de criadores de conteúdo diversos. A gente olha para perfis de diversidade e contabiliza isso na contratação. Por exemplo, fechamos o ano de 2024 batendo a meta: mais de 50% dos perfis contratados foram diversos.

Qual você diria que foi seu diferencial para chegar onde está hoje?

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Venho de uma família com muitos líderes, pessoas que cresceram por meio da educação. A maioria dos meus familiares é concursada, tem um nível educacional alto, e comigo não foi diferente. A gente teve essa vantagem social: eu tive a oportunidade de estudar em escolas fora do Brasil, fiz meu MBA na Espanha, numa escola de negócios, e também pude aperfeiçoar minha educação executiva na NYU, quando morei em Nova York.

A educação sempre foi uma forma de diferenciação. Claro que eu nunca deixei de ser a pessoa negra que estava entrando na sala, e isso faz toda a diferença, porque a gente ainda é subjugada. Trazer esse cabedal educacional e estar sempre com fatos e dados à mão, para que meu discurso fosse bem embasado, foi o que me fez evoluir nessa trajetória.

Você buscou e encontrou apoio em outras mulheres nesse caminho?

O Conselheira 101, curso de formação para conselheiras negras, é a minha referência mais recente de um grupo forte onde eu posso me apoiar como uma mulher negra de negócios. Ali eu encontrei mentoras muito potentes. Quando entrei na L’Oréal, fiz o curso, fui da turma 3. É um processo seletivo árduo, difícil. Também tenho pares que se tornaram amigas, com quem realmente troco sobre necessidades e desafios para avançar no negócio. Fiz muito networking para chegar aqui, mas não é um lugar de descanso. Não é um “cheguei lá”. Então eu preciso dessa formação contínua. Isso me acompanha desde o início: estar no negócio, estar na academia e aprender a rodar junto.

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Assim como a Glória Maria foi sua inspiração no jornalismo, quando entrou no mundo corporativo, encontrou referências?

As minhas referências só foram surgir quase dez anos depois de formada, quando tive a oportunidade de ter líderes negros. A partir daí, consegui galgar mais status, chegar a cargos de diretoria, fazer com que minhas atitudes fossem bem medidas e ranqueadas dentro de uma corporação. Foi nesse momento que os líderes começaram a surgir para mim, e passei também a buscar referências internacionais no mercado.

Mas, no início, minhas referências vieram muito da minha família, do que eu via em casa. Aquela conversa de domingo: “E aí, vai prestar vestibular pra quê?”. Era esse o tipo de diálogo desde muito jovem. Meus pais estavam sempre olhando para educação e investindo nisso. Minha mãe, por exemplo, sempre dizia: “O saber morre com o dono”. Isso sempre me fez buscar mais.

Você também é mãe solo. Como isso influenciou sua forma de encarar o trabalho?

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Sou mãe solo desde que minha filha tinha dois anos – hoje ela tem 14. Ela acompanhou todo o meu crescimento profissional: viagens, mudanças, demandas. Quando morei fora, nos Estados Unidos, deixei minha filha aqui por seis meses com a minha mãe enquanto ia empreender lá.

É muita responsabilidade, e a gente vive desafios de qualquer executiva: vira a noite trabalhando quando precisa, se aprimora, faz cursos no exterior, às vezes precisa se afastar. Mas tive uma rede que me ajudou, e isso também é um elemento que merece ser valorizado nessa jornada.

O que aprendo hoje no trabalho, principalmente com as novas gerações, estou levando para casa. Porque preciso fazer minha filha, uma menina negra, navegar muito bem nesses ambientes, dentro dessa estrutura que ainda temos.

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