Negócios
Do amor ao escritório: love bombing e gaslighting podem migrar para o trabalho


Love bombing é uma estratégia de manipulação que pode ter impacto na produtividade e segurança psicológica de um profissional
O termo “love bombing” é usado para descrever relações amorosas em que um parceiro dá atenção e carinho de forma exagerada à outra pessoa, geralmente no início do relacionamento. Mas logo depois corta essa “explosão de amor” e se afasta, dá um ghosting, criando uma confusão como forma de exercer controle.
Essa estratégia de manipulação não está restrita aos relacionamentos românticos e também se faz presente no ambiente profissional. O love bombing no trabalho envolve gestores que elogiam e recompensam seus funcionários de forma excessiva para criar um senso de lealdade e comprometimento. O objetivo pode ser atrair, reter, controlar e até explorar os profissionais.
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Pode até parecer legal num primeiro momento, mas tem um impacto negativo sobre os trabalhadores e a própria empresa. O excesso de afeto é usado como uma tática sorrateira para tirar vantagem da pessoa e ter influência sobre ela. Curiosamente, alguns grupos religiosos também usam esse termo para atrair novos fiéis.
Depois de um tempo, quando acorda para a situação, a pessoa percebe os problemas de saúde mental que pode estar enfrentando. Mas não apenas isso, no ambiente de trabalho, a manipulação também prejudica a produtividade e pode levar o profissional a deixar a organização por causa de estresse e ansiedade.
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Como o love bombing ajuda e depois prejudica o trabalho
O excesso de atenção e elogios faz com que um profissional se sinta valorizado e confiante. Embora haja consequências graves, a curto prazo, pode proporcionar um ambiente positivo, melhor envolvimento com os colegas de trabalho e com a empresa e um sentimento de pertencimento. Estar feliz no trabalho aumenta a produtividade, o que é reconhecido e recompensado pela liderança.
Mas essa tática de manipulação cria expectativas irrealistas e leva a uma sensação de decepção quando o empregador não cumpre suas promessas ou deixa de agir como antes. Isso promove uma cultura de medo e intimidação, em que os funcionários temem falar abertamente ou sair da empresa. Pode levar ao esgotamento e ao estresse, pois as pessoas se sentem obrigadas a expressar emoções positivas que provavelmente não são genuínas.
Como funciona na prática
Aqui está um exemplo de como o love bombing pode acontecer no ambiente de trabalho.
Um recrutador entra em contato com um potencial candidato para uma vaga aberta, elogiando essa pessoa e dizendo como suas habilidades, formação e experiências fariam dela uma excelente opção para a função. O recrutador explica que a remuneração é boa e que há um caminho rápido de crescimento na organização.
Quase todas as pessoas que o candidato conhece durante o processo de contratação também se mostram entusiasmadas e falam como ele é especial e como agregaria para a empresa.
Após meses de entrevistas, o diretor de recursos humanos diz que gostaria de fazer uma oferta de emprego. O candidato revisou previamente a descrição do cargo para saber a faixa salarial e conversou com os entrevistadores antes sobre como seria a remuneração total, benefícios, stock options e outros assuntos.
A oferta é menor do que o esperado. Como o candidato viveu essa “explosão de amor” durante todo o processo, ele acha que ainda vale a pena aceitar a oferta e se sente um pouco pressionado a fazê-lo.
À medida que o tempo passa, o trabalho não é o que o recrutador e os entrevistados disseram que seria. Em vez de pedirem desculpas, eles culpam o novo funcionário por não ter ouvido ou entendido direito o que foi dito nas discussões. Isso se chama gaslighting.
Gaslighting e breadcrumbing
Esse é outro termo retirado do universo da paquera e que chegou ao mercado de trabalho. É uma forma de manipulação psicológica em que uma pessoa ou grupo atribui a culpa de tudo à vítima e tenta fazer com que a pessoa duvide da sua percepção da realidade.
Isso acontece especialmente com as mulheres e os sinais podem ser sutis, levando a pessoa a se questionar sobre a sua memória e sanidade.
Quando você está em um longo processo seletivo, fazendo entrevistas com diferentes pessoas durante meses e sem nenhum objetivo certo à vista, você está sofrendo breadcrumbing, outro termo contemporâneo do mundo dos relacionamentos que pode ser emprestado para o universo do trabalho.
Significa levar alguém adiante quando não se tem a intenção de se comprometer com essa pessoa. O breadcrumber tem uma comunicação inconsistente e esporádica – como se espalhasse “migalhas” de atenção e afeto – para manter o interesse da outra pessoa.
Também é breadcrumbing quando seu chefe te faz acreditar que você vai receber aquele aumento, promoção ou bônus ou vai ganhar uma sala própria – mas sempre existe uma razão pela qual isso não pode acontecer agora.
Ele vai te oferecendo migalhas para te segurar, com informações sobre um novo projeto que te interessa, por exemplo, e as promessas vão ficando esquecidas. Por necessidade ou, muitas vezes, por falta de autoconhecimento e de leitura da situação, os profissionais aceitam essas migalhas.
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Apple Nomeia Sabih Khan Como Diretor de Operações

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A Apple nomeou nesta terça-feira Sabih Khan como seu diretor de operações, substituindo Jeff Williams, como parte de uma sucessão há muito tempo planejada.
Khan, que está na companhia há 30 anos e atualmente é vice-presidente sênior de operações, assumirá a nova função ainda este mês, informou a fabricante do iPhone em um comunicado.
Antes de entrar para a área de compras da Apple em 1995, ele trabalhou como engenheiro de desenvolvimento de aplicativos e líder técnico de contas estratégicas na GE Plastics.
Williams continuará a se reportar ao presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e a supervisionar a equipe de design da empresa e do Apple Watch. A equipe de design se reportará diretamente a Cook após a aposentadoria de Williams no final do ano.
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De Estagiário a CEO: Quem é o Novo Líder do Carrefour

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A partir de 14 de julho, Pablo Lorenzo assume como novo CEO do Carrefour na América Latina, substituindo Stéphane Maquaire, que deixará o grupo para liderar outra empresa na Europa. Atual COO do Carrefour Brasil, o executivo argentino tem 30 anos de trajetória no varejo e no atacado — quase todos dentro do próprio Carrefour.
Lorenzo iniciou sua carreira na empresa como estagiário e passou por cargos de liderança na França, Espanha, Argentina e Brasil ao longo da trajetória. Foi CEO do Carrefour na Argentina por mais de 15 anos e, desde 2011, integrava o comitê executivo da unidade local. “Sou apaixonado por atendimento ao cliente, por motivar equipes a darem o seu melhor e por tornar as coisas o mais simples e práticas possível”, compartilhou no LinkedIn.
No Brasil, está há dois anos como COO, cargo no qual liderou a integração das marcas Atacadão, Carrefour e Sam’s Club. Também foi responsável por implementar melhorias comerciais e operacionais no país ao longo dos últimos 18 meses. “Nos últimos anos, tive a oportunidade de liderar diversas equipes e consolidar projetos estratégicos para a companhia.”
O executivo será o segundo sul-americano a liderar a operação latino-americana do grupo, posto historicamente ocupado por franceses. Casado e pai de três filhas, Pablo também valoriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. “Gosto de aproveitar meu tempo livre com a família e meus pets, praticando esportes e curtindo a natureza.”
Os acionistas do Carrefour Brasil haviam aprovado o fechamento de capital da companhia no final de abril deste ano. A operação brasileira da varejista foi incorporada pela matriz francesa.
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Trabalho Autônomo Está Ligado a Menor Risco de Doenças Cardíacas

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A cada 90 segundos, uma pessoa morre de doenças cardiovasculares no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Uma nova análise da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), feita em 2025 com 20 mil adultos em idade ativa, revela que o trabalho autônomo – especialmente entre mulheres – está associado a taxas significativamente menores de obesidade, sedentarismo e noites mal dormidas, três dos principais fatores de risco para problemas cardíacos.
A seguir, entenda o que isso significa para quem considera seguir carreira como autônomo, freelancer ou até buscar mais flexibilidade no emprego atual.
Como o trabalho autônomo impacta a saúde
O estudo da UCLA utilizou dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA, um levantamento rigoroso que combina exames presenciais, indicadores objetivos de saúde e questionários detalhados.
Os pesquisadores analisaram fatores como IMC (índice de massa corporal), pressão arterial, frequência de exercícios e padrões de sono, traçando um panorama abrangente da saúde cardiovascular dos participantes.
Veja as principais descobertas do estudo
Mulheres autônomas tinham 7,4% menos chance de serem obesas, 7% menos chance de estarem fisicamente inativas e 9,4% menos probabilidade de relatar sono insuficiente, em comparação às mulheres com empregos tradicionais.
Esses padrões se mantiveram mesmo após o controle por idade, escolaridade, estado civil, renda e acesso a plano de saúde.
Entre os homens, o trabalho autônomo não foi associado a reduções tão significativas nos fatores de risco cardíaco. Para homens negros e hispânicos, os benefícios de saúde do empreendedorismo foram nulos ou até revertidos.
Vale destacar que o estudo se concentrou em fatores de risco modificáveis (peso, atividade física e sono), que são preditores importantes de doenças cardiovasculares no futuro.
Por que o empreendedorismo ajuda a saúde do coração?
Por que o trabalho autônomo beneficia mais a saúde das mulheres em relação aos empregos tradicionais? Os autores do estudo e outros especialistas apontam para o chamado “modelo demanda-controle”, uma teoria que defende que a autonomia (controle sobre tarefas e horários) ajuda a reduzir o estresse do trabalho e seus efeitos no corpo.
“Existe uma relação entre trabalho autônomo e fatores de risco cardíaco, e essa relação parece ser mais forte entre mulheres do que entre homens”, explica a dra. Kimberly Narain, autora principal do estudo e professora de medicina da UCLA.
“É fundamental entendermos melhor como o ambiente de trabalho afeta nossa saúde para que possamos criar espaços mais saudáveis para todos.”
Kimberly Narain
Pesquisas de Harvard e outras instituições vêm reforçando que altos níveis de autonomia no trabalho estão ligados a melhores desfechos cardiovasculares – especialmente entre mulheres.
Enquanto os empregos tradicionais costumam envolver horários rígidos, reuniões obrigatórias e menos margem para adequar as demandas ao bem-estar individual, veja como pode ser o dia a dia de alguém que trabalha por conta própria:
- Fazer caminhadas e agendar consultas médicas ou compromissos familiares no meio do dia, sem precisar de aprovação ou justificativas corporativas.
- Preparar refeições em casa e fazer pausas flexíveis, em vez de almoçar correndo ou passar o dia inteiro em frente a telas.
- Ajustar a carga de trabalho conforme os níveis de estresse e as necessidades de saúde, favorecendo um sono melhor e mais energia.
- Construir uma rotina diária pensada de acordo com o próprio ritmo físico e mental.
E os homens?
Apesar dos benefícios evidentes para mulheres, o estudo constatou que os homens não apresentaram as mesmas vantagens cardiovasculares com o trabalho autônomo.
Especialistas apontam possíveis motivos:
Tipo de trabalho: É mais comum que homens façam trabalhos temporários ou atividades autônomas fisicamente exigentes ou com horários irregulares, o que pode aumentar o estresse e prejudicar o sono.
Rede de apoio: Estudos anteriores mostram que redes sociais e apoio comunitário – geralmente mais presentes entre mulheres – ajudam a lidar com os desafios de profissionais autônomos ou empreendedores.
Desigualdade estrutural: Homens de grupos minorizados podem enfrentar maior instabilidade financeira e menor acesso a cuidados de saúde ao trabalharem por conta própria.
Esse recorte reforça que o empreendedorismo não é uma solução mágica e que políticas de promoção da saúde no trabalho precisam levar em conta essas diferenças estruturais e demográficas.
O que empresas podem aprender com isso
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte de mulheres no Brasil e no mundo, superando inclusive o câncer, mas também estão entre as mais evitáveis. Mudanças no peso, na atividade física e no sono já fazem uma grande diferença.
Empresas que se preocupam com o bem-estar – e a produtividade de longo prazo – de suas equipes podem contribuir oferecendo:
- Flexibilidade real: Valorizando entregas e resultados, e não apenas horas de trabalho ou presença física.
- Cuidado integral: Ir além do vale-academia e oferecer tempo e recursos para saúde preventiva, bem-estar mental e rotinas saudáveis.
- Gestão com confiança: Premiar desempenho e iniciativa em vez de “presença de tela”. Apoiar colaboradores a moldarem seus dias conforme suas necessidades de saúde.
- Equidade de acesso: Garantir que todos os profissionais – independentemente de gênero ou origem – tenham acesso a flexibilidade e recursos de saúde.
Dicas para quem é ou quer empreender
Se você já trabalha por conta própria ou pensa em seguir esse caminho, é possível potencializar os benefícios para a saúde com algumas atitudes conscientes:
- Planeje sua estabilidade: Ter uma reserva financeira reduz o estresse em períodos de baixa.
- Mexa-se regularmente: Inclua pausas ativas, mesmo que sejam caminhadas curtas.
- Cuide do sono: Estabeleça limites para uso de telas e trabalho à noite.
- Alimente-se bem: Aproveite a rotina em casa para cozinhar com mais qualidade.
- Mantenha conexões: Evite o isolamento. Cultive redes com colegas, mentores e comunidades de apoio.
*Caroline Castrillon é colaboradora da Forbes USA. Ela é mentora de liderança corporativa e ajuda mulheres a lidar com mudanças em suas carreiras.
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