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Nova CEO da Bayer Consumer Health: “Precisamos Dizer o Que Queremos na Carreira”

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Cristina Hegg assume em janeiro a divisão de medicamentos isentos de prescrição da Bayer, que tem no portfólio marcas como Aspirina e Bepantol
Divulgação Bayer

Cristina Hegg assume em janeiro a divisão de medicamentos isentos de prescrição da Bayer, que tem no portfólio marcas como Aspirina e Bepantol

Cristina Hegg construiu sua carreira toda no marketing, mas quando assumiu como diretora, percebeu que queria ir além. “Desde o dia um, demonstrei a vontade de ser CEO, e fui orientada e capacitada para chegar a essa posição”, diz a executiva, que assume a liderança da Bayer Consumer Health, divisão de medicamentos isentos de prescrição da multinacional alemã, em janeiro de 2025.

Primeira mulher à frente da área no Brasil, Cristina sucede Sydney Rebello, que agora passa a liderar a região do Conosur, que envolve Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia.

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Com mais de 20 anos de carreira, os últimos 7 na Bayer, a paulistana se destacou e chegou à cadeira mais alta não apenas por trazer experiência e resultados, mas por se comunicar com segurança e deixar claras suas ambições. “Aprendi que precisamos falar o que queremos. Pelo menos para mim, as coisas nunca caíram no colo.”

A executiva alternou passagens entre farmacêuticas, como a Boehringer Ingelheim, e gigantes de bens de consumo, como Unilever e Johnson & Johnson. Na Bayer, liderou a área de produtos dermatológicos e agora é responsável por liderar o crescimento da divisão de consumer health, com um portfólio de 170 produtos, como Aspirina, Bepantol e Redoxon, no mercado brasileiro. A área cresceu 17% em 2023. “Nos outros países, já estamos como líder ou na segunda posição. Para conseguir crescer na região, precisamos do Brasil.”

Abaixo, Cristina Hegg, nova CEO da Bayer Consumer Health conta como se preparou e o que é mais importante para chegar a essa carreira.

Forbes: Você é a primeira mulher a estar à frente dessa divisão no Brasil. O que isso representa?

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Cristina Hegg: Quando eu fui apontada para essa posição, a gente começou a fazer a retrospectiva de quem veio antes. Existem outras mulheres nessa posição no mundo, mas eu sou a primeira no Brasil. E isso representa muito. Comecei a receber mensagens de muitas mulheres e até a minha filha ficou impressionada. Eu gostaria que quando ela tivesse a minha idade esse não fosse mais um grande tema, sabe? É muito emblemático para as mulheres que estão na companhia e fora. Já existe um funil muito grande para chegar numa posição assim, então quando é uma mulher sem dúvida representa ainda mais.

Você vem de comunicação, uma área não muito convencional para uma CEO. Como essa formação te ajudou a construir sua carreira e como você foi complementando ao longo do caminho?

No curso de comunicação na ESPM, eu optei em ir para o lado do marketing, onde eu me identificava mais. A própria carreira de marketing traz um olhar muito estratégico. Dependendo do segmento em que você trabalha, você começa a atuar muito mais diretamente no negócio porque é uma área central. Dentro de farma, você trabalha muito fortemente em uma parte até mais financeira. A gente vai construir uma marca, mas como a gente ganha rentabilidade com isso, como a gente traz a saúde financeira para o negócio? Eu também fui fazer um MBA em administração porque complementa muito a formação. Acabei indo para o Insper, o que me trouxe a base para começar a entrar um pouco nesse lado do business, que eu particularmente adoro. A área que sempre foi mais interessante para mim foi essa parte de entender os impactos no negócio. Fui construindo a minha carreira para que em algum momento eu chegasse numa posição como essa, que é mais generalista.

Então você tinha a ambição de ser CEO?

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Quando eu entrei no marketing, minha ambição era ser diretora de marketing. É a minha paixão. Mas quando eu sentei na cadeira de diretora de marketing, eu pensei: “eu olho para cima e gosto disso”. Se fosse continuar em uma carreira de marketing, eu ia buscar uma cadeira global. Naquele momento eu já sentava numa cadeira regional. Esse foi o momento da decisão. Eu quero ir para uma carreira de marketing ou quero focar muito mais no negócio, que seria uma carreira de CEO? Eu não tinha essa clareza com 20 anos de idade, fui na experimentação e vendo aonde eu achava que conseguia gerar mais valor e o que me dava prazer.

Como foi o processo para se tornar CEO? Você chegou a verbalizar essa ambição?

Essa é outra coisa que eu aprendi: a gente precisa falar o que a gente quer. Pelo menos para mim, as coisas nunca caíram no meu colo sem eu dizer exatamente o que eu queria e expressar com todas as letras. Isso eu fui aprendendo com várias pessoas com quem eu trabalhei e que me ajudaram a romper essa barreira. Porque às vezes a gente tem dificuldade de falar o que a gente quer, fica com medo de ser questionada ou vista como pretensiosa. Então eu falei ‘o que eu quero é isso, me ajuda a me preparar?’. E nesse sentido eu tive muita sorte porque trabalhei com pessoas que tinham esse olhar de querer me desenvolver. E eu falo que é sorte porque nem todo mundo tem esse olhar. A pessoa com quem trabalho e que estou substituindo nessa cadeira me preparou durante quatro anos, enquanto ocupei o cargo de diretora de marketing. Desde o dia 1, quando eu demonstrei essa vontade, ele me orientou e me capacitou para assumir essa posição. Ele me deu a possibilidade de ganhar visibilidade com as pessoas com quem eu precisaria trabalhar melhor e fomos construindo juntos. Então é muito importante ter essa liberdade de falar o que você quer construir na carreira e ter o apoio do seu gestor ou das pessoas que estão trabalhando para que você consiga se desenvolver. São poucas cadeiras como essa, é muito concorrido, então é um trabalho em conjunto.

O que mais fez parte dessa preparação nesses últimos anos para chegar a essa posição?

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Tem uma parte importante de ir atrás, fazer perguntas, ser cara de pau e ter curiosidade para entender outras coisas além do seu trabalho específico. Eu comecei a querer me envolver em projetos que não necessariamente eram relacionados a marketing. Queria entender toda parte de cadeia de suprimentos, logística, finanças. Você pode ser muito bom naquilo que você faz, mas se você não conseguir ampliar o seu escopo de atuação, fica um pouco difícil de se enxergar numa posição de liderança. Na Bayer, a gente tem um modelo de negócio dinâmico e eu consegui nos últimos anos fazer projetos fora da minha área que me ajudaram nesse desenvolvimento e me colocaram para trabalhar com times variados, muitas vezes no global.

Como você disse, são poucas cadeiras como essa. O que você diria que te destacou para chegar nessa posição?

Eu sempre fui muito clara e muito segura na maneira de me colocar e me envolver com diferentes stakeholders. Mas essa segurança não vem do nada, eu me aprofundo nos temas para entrar nas discussões sabendo do que eu estou falando. E também tem uma certa humildade de pedir para me ensinarem. Sempre me preparei muito para levar uma informação, para fazer uma apresentação, ir para uma reunião e entender com quem eu estou falando para adequar melhor a mensagem dependendo da pessoa.

Sempre fui muito assertiva na maneira de falar e trazer as informações. Às vezes isso é muito bom e às vezes nem tanto, mas eu sinto que no negócio ajuda, as pessoas te enxergam como uma referência. Também é importante ter as pessoas certas e que te apoiam. Porque você pode ser incrível, mas às vezes você não está no lugar certo, com as pessoas certas e não necessariamente as coisas vão acontecer do jeito que você programou. Mas você também tem que entender se aquilo não vai acontecer porque você não está no ambiente correto e pensar se não é o caso de sair e buscar outra coisa. É ter bastante clareza e autoconhecimento para entender o quanto é uma questão sua de desenvolvimento ou o quanto que o meio não está te ajudando.

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Como foi sua trajetória de carreira até chegar na Bayer?

Comecei com 20 anos numa farmacêutica. Meu pai é médico e acho que isso tem uma certa influência na minha paixão por saúde. Sempre tive muita admiração por essa área, apesar de não ter tido coragem de fazer medicina. Fui construindo a minha carreira em pesquisa de mercado, meu começo foi em instituto de pesquisa, no Ibope.

Participei do primeiro programa de trainee do grupo e foi muito bacana a experiência com diferentes áreas dentro da pesquisa. Acabei ingressando na Unilever, que é uma escola de marcas, com muitas possibilidades e tive a oportunidade de fazer a transição para o marketing. Foi lá que começou essa paixão que eu tenho pela construção de marcas, de tudo que a gente pode entregar para o consumidor. Depois de um tempo, voltei para farmacêutica, fui para a Boehringer. Sempre trabalhei com consumo direto, nunca com prescrição por essa vontade e esse prazer que eu tenho de conversar e ter uma relação direta com os consumidores. Na Boehringer, trabalhei com consumo de medicamentos livres de prescrição na área de gastro, com marcas como Buscopan e Buscofem e aí voltou essa paixão pela saúde. Quando você trabalha numa farma, muda muito o impacto que você pode ter na vida da pessoa.

Tive uma passagem um pouco mais rápida pela Johnson e depois voltei de novo para farma com a Bayer. As possibilidades de desenvolvimento de carreira foram imensas desde que eu entrei. Existe uma liberdade para construir a sua própria carreira e valorização da equidade de gênero. Existe uma agenda relacionada a isso, e isso de fato acontece. Na nossa divisão de consumo, temos hoje 55% de mulheres em cargos de liderança.

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Qual a importância do Brasil para a Bayer, especialmente nessa área que você assume agora?

O Brasil é o maior mercado de OTC [over-the-counter] – medicamentos livres de prescrição – da América Latina. A Bayer tem uma participação relativamente baixa dentro desse mercado porque a gente atua em categorias que são menos representativas. Mas nas categorias em que a gente atua, estamos em posição de liderança ou dentro das top três marcas. Nos outros países já estamos como líder ou na segunda colocação e para conseguir crescer na região, precisamos do Brasil. Então o nosso foco hoje é acelerar o crescimento no país. O mercado brasileiro não é fácil, já tem marcas muito dominantes e a gente tem que se destacar dentro disso e encontrar o melhor modelo para crescer.

Já vemos crescendo nos últimos anos, tivemos um crescimento forte em 2023, de 17%, esse ano também terminamos bem, mas precisamos crescer muito mais se quisermos mudar a posição da Bayer na América Latina, que hoje só perdemos por conta do Brasil.

Qual o papel da tecnologia para acelerar esse crescimento?

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Não existe mais crescimento sem tecnologia. Hoje a gente tem que se adequar aos meios digitais, que são completamente dominados pelos algoritmos. A tecnologia está nos nossos clientes, então quando a gente vai numa reunião de negócio com uma grande rede, eles têm ali todos os dados de uma maneira tão estruturada que se você também não tem do seu lado, não dá para ter uma discussão de negócio realmente estratégica. A gente tem que se preparar em relação aos dados e usar os dados como geração de negócio e não como reação.

As tecnologias também nos ajudam a mapear e alocar as pessoas certas nos projetos certos com a ajuda da inteligência artificial. Eu não consigo imaginar hoje como a gente discute o negócio sem uma inteligência artificial por trás, sem os dados gerando todas as nossas discussões e toda inovação.

O que a maternidade trouxe para sua vida que você leva para o seu trabalho?

A maternidade me mudou completamente, como pessoa e profissional. A primeira coisa para mim é a relativização das questões. Coisas que eu achava que eram problemas gigantes no trabalho e não saberia como lidar com aquilo, depois que eu tive a minha filha mudou completamente. Eu chegava em casa, via ela e percebia como as coisas eram pequenas. Eu não vou deixar a peteca cair no trabalho, mas sempre coloco ela em primeiro lugar.

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Isso me ajudou a me organizar e organizar a minha rotina. Porque antes o trabalho atropelava tudo. Eu consegui ter mais tempo para mim depois que eu tive minha filha do que antes. Hoje, por exemplo, eu faço esporte todos os dias de manhã e tento não marcar reunião antes das 9:30. Isso também dá abertura para as outras pessoas entenderem que elas também conseguem balancear a vida delas. Não consigo me imaginar mais como eu era antes.

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Eslovênia Lança Novo Visto para Nômades Digitais

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Se você sonha em morar na Europa enquanto trabalha remotamente, um dos destinos mais acessíveis e subestimados do continente pode te dar o empurrão que faltava para embarcar de vez no nomadismo digital, uma tendência que só cresce ao redor do mundo.

A partir de novembro deste ano, a Eslovênia deve lançar seu primeiro visto para nômades digitais, oferecendo a profissionais remotos uma nova forma de viver e trabalhar no coração da Europa. O programa permitirá que profissionais vivam no país por até 12 meses, desde que estejam empregados por empresas estrangeiras ou prestem serviços para clientes de fora.

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A medida coloca a Eslovênia na lista crescente de países que criam vistos de nômade digital para atrair profissionais remotos capazes de contribuir para a economia local. Atualmente, mais de 60 países já oferecem algum tipo de visto voltado para esse público.

Para quem sonha com um estilo de vida europeu — mas sem a burocracia envolvida na residência ou cidadania de longo prazo —, esse visto representa uma nova possibilidade, segundo Cepee Tabibian, autora do livro “I’m Outta Here! An American’s Ultimate Visa Guide to Living in Europe” (Caindo Fora! O Guia Definitivo de Vistos para Americanos Morarem na Europa, em tradução para o português). “A Europa Central praticamente não oferece vistos para nômades digitais — atualmente, apenas a Hungria tem um —, então o lançamento desse programa pela Eslovênia é algo importante.”

Critérios para tirar o visto de nômade digital da Eslovênia

De acordo com uma nota global de imigração da EY (Ernst & Young), uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, o visto deve entrar em vigor em 21 de novembro de 2025. Profissionais remotos poderão solicitar uma autorização de residência de um ano, não renovável, desde que trabalhem para empresas com sede fora da Eslovênia. Freelancers, profissionais autônomos e consultores que prestem serviços para clientes estrangeiros também poderão se candidatar.

Cidades litorâneas como Piran, na Eslovênia, estão prestes a se tornar os próximos refúgios do trabalho remoto na Europa
Marco Bottigelli/Getty Images

Cidades litorâneas como Piran, na Eslovênia, estão prestes a se tornar os próximos refúgios do trabalho remoto na Europa

Essa flexibilidade torna o programa especialmente atraente para empreendedores, profissionais independentes e criadores digitais cujo trabalho transcende fronteiras.

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Os solicitantes precisarão apresentar passaporte válido, seguro de saúde e comprovação de renda — equivalente a pelo menos o dobro do salário líquido médio mensal do país. Segundo o Wage Indicator, portal internacional que fornece informações sobre salários, direitos trabalhistas e condições de trabalho em diversos países, o salário mensal bruto médio da Eslovênia foi de 2.395 euros (R$ 15,2 mil) em 2024.

Segundo outras fontes, familiares também poderão acompanhar os titulares do visto, desde que também tenham renda proveniente de empregadores estrangeiros. Embora o visto não seja renovável, os profissionais remotos poderão se candidatar novamente após passarem seis meses fora da Eslovênia.

Diferente de programas da Espanha, de Portugal e da Grécia, o visto da Eslovênia não leva à residência permanente nem à cidadania. Mas oferece um custo de vida mais baixo, menos turistas e fácil acesso a outros destinos europeus.

Por que a Eslovênia pode ser o próximo centro de nômades digitais

A Eslovênia, um pequeno país alpino entre a Itália e a Áustria, talvez não seja tão conhecida quanto seus vizinhos, e é exatamente isso que a torna mais charmosa, segundo Jen Barnett, fundadora da Expatsi, empresa que ajuda profissionais a encontrar locais para viver no exterior. “Recomendamos a Eslovênia há anos para aposentados e agora estamos animados com a perspectiva para nômades”, diz. “É fácil imaginar que a Eslovênia se torne a próxima Portugal. É perfeita para famílias que desejam manter um estilo de vida ativo.”

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Para profissionais remotos, os atrativos são claros. Cidades como Liubliana, Maribor, Celje, Kranj e Koper estão investindo em infraestrutura com espaços de coworking, Wi-Fi rápido e comunidades acolhedoras de expatriados e nômades digitais. Liubliana, a capital do país, combina um centro histórico com cultura de cafés, mobilidade a pé e natureza acessível.

A capital da Eslovênia, Liubliana, é um charmoso centro para profissionais remotos — com seu centro histórico acessível a pé, uma vibrante cultura de cafés e fácil acesso à natureza
Tomas Sereda/Getty Images

A capital da Eslovênia, Liubliana, é um charmoso centro para profissionais remotos — com seu centro histórico acessível a pé, uma vibrante cultura de cafés e fácil acesso à natureza

A Eslovênia é um dos países mais limpos, seguros e ambientalmente conscientes da Europa, com paisagens deslumbrantes e um ritmo de vida mais tranquilo. “Está entre os 10% melhores países do mundo em segurança e beleza natural, segundo o Legatum Prosperity Index, e tem uma classificação quase tão alta em saúde pública”, diz Barnett.

Por lá, é possível encontrar picos alpinos, vilarejos medievais, lagos cristalinos e até uma pequena faixa de litoral no Mar Adriático. “Enquanto muitos americanos se mudam para o Mediterrâneo em busca de sol e praia, a Eslovênia oferece a oportunidade de viver em uma região com acesso fácil a países vizinhos como Itália, Áustria, Hungria e Croácia”, diz Tabibian. O clima também é agradável: “O país é verde e deslumbrante, e a temperatura raramente ultrapassa os 30°C.”

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Custo de vida mais acessível

A Eslovênia é especialmente atrativa do ponto de vista financeiro, quando comparada aos EUA e à Europa Ocidental. “O custo de vida é cerca da metade do que se gasta nos Estados Unidos. E há sete escolas internacionais na capital para famílias com filhos”, afirma Barnett. “É mais barato que a maioria da Europa Ocidental — em alguns casos, até 50% mais”, complementa Tabibian.

Liubliana já é mais barata que outras capitais europeias, mas em cidades como Maribor, Škofja Loka e Koper, os aluguéis podem custar entre US$ 375 (R$ 2,3 mil) e US$ 600 (R$ 3,8 mil) por mês para um apartamento de um quarto. Restaurantes e mercados também são acessíveis, com preços significativamente inferiores aos dos países vizinhos.

O sistema de transporte público é outro ponto forte: eficiente, barato e funcional, permitindo explorar o país (e a região) sem precisar de carro. Para escapadas de fim de semana, Itália, Áustria, Hungria e Croácia estão a poucas horas de distância.

Pontos de atenção

Apesar das vantagens, o visto não é para todos. Diferente de países que oferecem caminhos para residência permanente via investimento ou estadias longas, a Eslovênia ainda não busca atrair expatriados que desejam se estabelecer de forma definitiva. “É apenas por 12 meses e não é renovável”, reforça Tabibian.

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No centro histórico de Liubliana, cafés ao ar livre, boutiques e ruas de paralelepípedos criam o cenário perfeito para o estilo de vida de um nômade digital
Natalia Deriabina/Getty Images

No centro histórico de Liubliana, cafés ao ar livre, boutiques e ruas de paralelepípedos criam o cenário perfeito para o estilo de vida de um nômade digital

Outro ponto a se considerar é a legislação tributária local, que pode ser complexa para freelancers ou empreendedores que considerem estabelecer negócios no país.

Ainda assim, para quem deseja mudar de cenário e experimentar a vida europeia sem compromisso de longo prazo, a Eslovênia pode ser o destino ideal. “É uma maneira fantástica de viver na Europa por um ano e avaliar outros países para uma mudança mais duradoura”, afirma Tabibian.

Se você busca montanhas, uma vida mais tranquila ou simplesmente uma base acessível na Europa, esse novo visto de nômade digital é uma oportunidade promissora. Embora os detalhes oficiais ainda estejam sendo divulgados, o país se mostra pronto para receber a próxima geração de profissionais remotos.

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No Japão, Profissionais Conquistam Aumento Salarial

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As empresas japonesas concordaram em aumentar os salários em média 5,25% neste ano — o maior reajuste em 34 anos e o terceiro ano consecutivo de crescimento, à medida que enfrentam uma escassez severa de mão de obra e tentam proteger os profissionais da inflação.

O número final, divulgado nesta quinta-feira (3) pelo grupo sindical Rengo — o maior do Japão, com 7 milhões de membros —, segue um aumento de 5,10% no ano passado e de 3,58% no ano anterior, em contraste com as décadas anteriores de salários estagnados.

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A principal associação empresarial do Japão, Keidanren, também afirmou nesta quinta-feira que o valor médio do bônus de verão nas grandes empresas aumentou 4,37% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 990.848 ienes (US$ 6.889).

Com uma população envelhecendo rapidamente, o Japão enfrenta uma crise extrema de mão de obra, com a escassez entre empresas não industriais e pequenas empresas atingindo níveis históricos — empurrando algumas até mesmo para a falência.

Uma pesquisa da Reuters publicada em janeiro mostrou que dois terços das empresas japonesas acreditam que a falta de profissionais afeta seus negócios de forma séria ou razoavelmente séria.

Enquanto trabalhadores ao redor do mundo estão insatisfeitos com os altos níveis de inflação, os japoneses agora têm muito mais poder de barganha. “Está surgindo um consenso entre as empresas de que um aumento salarial acima da inflação é essencial”, disse um funcionário do governo sob condição de anonimato. “Isso virou o novo normal.”

A inflação no Japão, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI) central — que exclui os preços voláteis dos alimentos frescos —, está atualmente em torno de 3,7%. Os preços dos alimentos frescos também subiram acentuadamente, causando preocupação entre os consumidores.

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A elevação constante dos salários é crucial para sustentar uma recuperação econômica liderada pelo consumo — uma condição necessária para que o Banco do Japão retome os aumentos das taxas de juros.

A Mizuho Research & Technologies prevê que os salários aumentarão 4,7% no próximo ano, assumindo que os preços do petróleo enfraqueçam e ajudem a amortecer o impacto que as tarifas dos EUA provavelmente terão sobre os lucros corporativos. “Como a tendência de aumento salarial deve se confirmar entre janeiro e março, esperamos que o Banco do Japão comece a elevar as taxas de juros nesse trimestre”, disse Saisuke Sakai, economista-chefe do Japão na Mizuho Research.

Essa visão é relativamente difundida: uma ligeira maioria dos economistas em uma pesquisa da Reuters espera que o próximo aumento de 25 pontos-base do Banco do Japão ocorra no início de 2026.

Toru Suehiro, economista-chefe da Daiwa Securities, também prevê um aumento salarial médio de 4,5% a 4,9% no próximo ano, mas observa que as empresas não industriais do Japão terão que assumir um papel de liderança nos reajustes, já que os fabricantes serão atingidos pelas tarifas dos EUA. “O crescimento salarial nos últimos anos foi liderado pelos fabricantes, que se beneficiaram de um iene fraco, mas agora isso vai ter que funcionar de maneira diferente”, afirmou.

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As negociações comerciais entre os EUA e o Japão enfrentam impasses, e o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 30% ou 35% sobre as importações japonesas — bem acima da alíquota de 24% anunciada em 2 de abril e posteriormente adiada até 9 de julho.

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Microsoft Demite 4% dos Funcionários Enquanto Aposta Alto em IA

Redação Informe 360

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A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (2) que demitirá quase 4% de seus funcionários, no mais recente corte de empregos enquanto a gigante da tecnologia busca conter custos em meio a pesados investimentos em infraestrutura de inteligência artificial.

A empresa, que contava com cerca de 228 mil funcionários em todo o mundo até junho de 2024, já havia anunciado demissões em maio, afetando cerca de 6 mil profissionais. Segundo a Bloomberg News no mês passado, a companhia planejava cortar milhares de empregos, especialmente na área de vendas.

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A fabricante do Windows havia prometido US$ 80 bilhões em gastos de capital para seu ano fiscal de 2025. No entanto, o aumento dos custos para expandir sua infraestrutura de IA tem pressionado suas margens, e é esperado que a margem de lucro da divisão de nuvem no trimestre de junho encolha em relação ao ano anterior.

A Microsoft disse nesta quarta-feira que pretende reduzir camadas organizacionais, com menos gerentes, e tornar seus produtos, processos e funções mais enxutos.

O jornal Seattle Times foi o primeiro a noticiar as demissões nesta quarta-feira. Separadamente, a Bloomberg News informou que a divisão King, baseada em Barcelona e responsável pelo jogo Candy Crush, cortará 10% de sua equipe, o que representa cerca de 200 empregos.

A Microsoft confirmou à Reuters que sua divisão de jogos foi afetada pelas demissões, embora isso não tenha ocorrido com a maior parte do setor. A empresa não forneceu mais detalhes.

Outras gigantes da tecnologia que também estão investindo pesado em inteligência artificial anunciaram cortes de pessoal.

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A Meta, controladora do Facebook, disse no início deste ano que reduziria cerca de 5% de seus “profissionais com desempenho mais baixo”, enquanto o Google, da Alphabet, também demitiu centenas de funcionários no último ano.

A Amazon foi outra que cortou empregos em diversos segmentos, mais recentemente em sua divisão de livros. A empresa já havia demitido funcionários das áreas de dispositivos e serviços, além da equipe de comunicação.

Incertezas econômicas e aumento de custos têm provocado demissões em vários setores da economia americana, enquanto as empresas correm para enxugar operações e se proteger de novas pressões financeiras.

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