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VP de Gente do Grupo Boticário Fala Sobre Carreira Global no RH

Redação Informe 360

Publicado

no

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Alessandra Ginante, nova vice-presidente de Gente do Grupo Boticário, construiu uma carreira internacional ao longo de 15 anos entre Estados Unidos e Holanda antes de decidir voltar a morar no Brasil, há três meses. “Cheguei a um ponto da minha carreira em que percebi que posso ser uma executiva global morando no meu país”, diz à Forbes Brasil.

Nos últimos oito anos, esteve no epicentro da inovação tecnológica, o Vale do Silício, onde ocupou posições de liderança em empresas como NetApp, Pure Storage e Hewlett Packard Enterprise. Apesar da mudança de país, segue atuando no conselho da empresa americana de tecnologia iCIMS, em Nova Jersey — ponte que mantém viva sua conexão com o ecossistema global. “Isso me permite seguir conectada aos dois mundos.”

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Agora, liderando uma equipe de mais de 500 pessoas no Grupo Boticário, Alessandra tem como missão preparar o RH para o futuro. “Sempre foquei nisso: quando você muda o topo, o impacto se espalha para toda a organização.” Com olhar estratégico e foco em inovação, aposta no equilíbrio entre tecnologia e fator humano para impulsionar transformação. “Estou mergulhada em construir um RH que olhe para o futuro com estratégia, empatia e inovação.”

Com mais de três décadas de experiência, Alessandra construiu sua trajetória em multinacionais como Diageo, Avon, Philips e Volkswagen. “No começo da minha carreira, era uma batalha constante para provar que RH merecia um lugar na mesa de decisões”, afirma. Ao longo dos anos, viu esse cenário evoluir, e o papel da área conquistar protagonismo na liderança.

De volta ao Brasil, sua ambição, porém, vai além de liderar: “O principal é ensinar o que aprendi e tornar nosso RH referência. Quero investir na formação das novas gerações de recursos humanos do Brasil.”

A seguir, Alessandra Ginante, nova VP de Gente do Grupo Boticário, compartilha os aprendizados e desafios de liderar em contextos multiculturais na área de RH — e como construiu uma trajetória global sem abrir mão das próprias raízes.

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Como foi o processo para conquistar essa posição de liderança no Grupo Boticário?

Como estava empregada, não saí procurando uma posição. O que busquei, de fato, foram pessoas com valores parecidos com os meus: padrão alto, curiosidade intelectual, compromisso com a excelência e integridade — que fazem o certo mesmo quando ninguém está olhando.

Isso ressoou muito com a forma como conduzi minha carreira. Outras oportunidades até surgiram, mas algumas eu declinei logo de início, por não sentir como um encaixe natural de valores. Estava em um momento da vida em que podia esperar e fazer a transição com calma.

Em certo momento, chegou a conversa com o Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário, que começou assim, despretensiosa. Aos poucos, percebemos que havia sintonia.

O que te motivou a voltar para o Brasil neste momento da sua carreira?

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Acredito que, dependendo de quando você sai do seu país de origem, a chance de voltar varia. Saí pela primeira vez aos 26 anos, depois de ter feito toda a minha formação aqui. Fui como expatriada, já sabendo que, em algum momento, voltaria. Naquela época, voltei por motivos familiares — meus pais estavam envelhecendo e adoeceram.

Desta vez, o retorno tem um significado diferente. Cheguei a um ponto da minha carreira em que percebi que posso ser uma executiva global morando no Brasil — algo que talvez não fosse possível para gerações anteriores. É claro que nenhum país é perfeito, mas quanto mais tempo se passa fora mais você valoriza algumas fortalezas do Brasil.

Como foi tomar essa decisão, tanto pelo lado profissional quanto pessoal?

Profissionalmente, fez sentido. Ter a oportunidade de assumir um cargo global, em uma empresa do porte do Grupo Boticário, baseada em São Paulo, me permite seguir conectada com o mundo. A relevância do grupo, aliada à tecnologia, me mostraram que seria possível estar mais próxima do centro das decisões morando em São Paulo do que em São Francisco (que, apesar de tudo, é longe de quase tudo).

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E tem também o lado pessoal. Meu marido é americano, de Nova York, filho único, e os pais dele estão mais velhos. Já tínhamos decidido sair da Califórnia para ficar mais próximos da família e, entre Nova York e São Paulo, colocamos tudo na balança. Comecei a considerar posições nessas duas cidades. Mas, se fosse no Brasil, eu queria uma empresa grande, com excelente governança, cultura de alta performance e consciência social — tudo que uma organização madura precisa ter.

Quando soube que o Grupo Boticário estava considerando contratar uma CHRO, foi quando pensei: ou é tudo, ou é nada. E aqui estou.

Já são três meses no Brasil e no novo cargo. Como tem sido o processo de adaptação depois de tantos anos morando fora?

Parece que estou voltando para casa. Brinco com alguns amigos que é como voltar a morar na casa dos pais depois de muitos anos vivendo sozinha. Tem os perrengues, como a burocracia, por exemplo. Minha carteira de motorista estava vencida havia anos, então precisei resolver essas coisas.

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Ao mesmo tempo, tem algo muito especial em voltar a viver na minha própria cultura. Sempre fui bem global — jovem, curiosa, queria muito morar fora. E consegui. Morei na Holanda, nos Estados Unidos, fui e voltei algumas vezes, e me adaptei bem. Mas nunca é igual.

Estar de volta, falar português o tempo inteiro, contar piada na minha língua, chamar as pessoas por apelido, são pequenas grandes coisas. Esse conforto cultural, o calor humano do brasileiro, é muito único.

Quais foram os maiores desafios da sua trajetória até aqui?

O idioma foi um desafio “de hardware”: técnico, mecânico. O que realmente exigiu de mim foi o “software” — lidar com o invisível, com as camadas culturais, com os códigos não-ditos de cada país e de cada ambiente profissional.

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Quando você assume uma posição de liderança, especialmente fora do seu país, isso ganha outra dimensão. Você não está só gerenciando um time. Você está sendo observada por lentes atravessadas por estereótipos. Mulher. Hispânica. Jovem. Líder de RH, mas que entende do negócio. Isso confunde e incomoda. É como se você precisasse explicar sua presença o tempo todo.

No início, confesso que tentei me adaptar demais. Pintava a unha de branco, evitava qualquer traço que pudesse me destacar. Até o momento em que percebi o quanto isso me custava, e decidi me reencontrar comigo mesma. Foi aí que me fortaleci. Voltei a confiar na minha identidade, no meu valor, e encontrei minha própria forma de liderar.

Como você enxerga seu papel na liderança?

Ser líder, para mim, sempre foi uma escolha consciente. Gosto de pensar que liderar é como pedalar contra o vento: se ele está contra, é você quem precisa estar na frente para proteger o time. Mas, se o vento está a favor, ele precisa alcançar primeiro as pessoas que trabalham com você.

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Não perco de vista meu papel como executiva. Gosto muito da área de pessoas, mas acredito profundamente que RH é — e deve ser — tratado como um negócio. Tenho metas claras, OKRs, métricas. Minha formação é em análise de sistemas, então sou apaixonada por tecnologia e dados. E essa visão me ajuda a unir duas dimensões: a excelência operacional com o lado humano.

Estamos em uma nova fronteira. A força de trabalho do futuro é digital e humana. Saber gerenciar esse equilíbrio de quando usar tecnologia e quando o fator humano é insubstituível é a chave. É nisso que estou mergulhada: em construir um RH que olhe para o futuro com estratégia, empatia e inovação.

Nos últimos anos, o RH passou por mudanças aceleradas e ganhou mais protagonismo dentro das empresas. Como você enxerga essa evolução?

É uma transformação global. Às vezes a gente tende a achar que nos Estados Unidos está muito à frente, mas não vejo dessa forma. O Brasil não fica para trás em termos de maturidade da função de RH. Pelo contrário, temos profissionais altamente qualificados e inovadores.

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Vivemos algumas etapas importantes. No começo da minha carreira, era uma batalha constante para provar que RH merecia um lugar na mesa de decisões. Felizmente, nas empresas com performance relevante, esse debate já está superado.

A pandemia e os movimentos sociais, como o impacto do caso George Floyd, marcaram um ponto de virada. Pela primeira vez, vimos uma sobreposição clara entre imperativos de negócio, gestão de talentos e a agenda de diversidade, equidade e inclusão. Foi quando ficou evidente: não integrar tudo isso tem um custo direto — seja em performance, receita, produtividade ou saúde mental.

A partir daí, o desafio deixou de ser apenas conquistar espaço: passou a ser ocupar esse espaço com profundidade.

Como você enxerga o papel do RH hoje?

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Vivemos mais uma virada: além da profundidade técnica e do conhecimento de negócio, precisamos entender profundamente de tecnologia. Não para competir com quem é de tecnologia, mas para dialogar de igual para igual — e construir juntos.

Só assim vamos garantir que a genialidade, a criatividade e o potencial humano estejam sendo usados no lugar certo, e não desperdiçados em tarefas repetitivas.

Na prática, isso significa que até o nome da área pode ter que mudar. Não é mais apenas sobre “gente” ou “recursos humanos”. É sobre todos os recursos — digitais e humanos — necessários para viabilizar a produção e a inovação.

Ao longo da sua trajetória, você acompanhou de perto a transformação do papel da mulher na liderança. O que mudou?

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Nos últimos 30 anos, vejo que avançamos bastante, mesmo que ainda falte muito. Hoje, já não se tolera mais o machismo velado — nem o escancarado — em muitas empresas. Claro que ainda existe desigualdade, principalmente em alguns setores, mas houve avanço em todas as frentes: diversidade, equidade e inclusão.

A diversidade ainda caminha devagar, em alguns setores mais do que em outros. Por isso, voltar para o setor de consumo, como o de beleza, que tem mais presença feminina, é um respiro em comparação à tecnologia.

Já a equidade avançou bastante, porque é apoiada por políticas, métricas, leis e auditorias. E é bom lembrar: ela beneficia a todos, não apenas mulheres ou minorias.

A inclusão também evoluiu (e muito) porque criamos mais redes de apoio entre mulheres. E, principalmente, porque muitos homens passaram a atuar como aliados, não permitindo mais certos comportamentos dentro das empresas.

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E o que ainda precisa mudar?

Se eu pudesse escolher apenas um ponto para acelerar, seria esse: transformar os espaços de poder. Sempre foquei nisso, porque quando você muda o topo, o impacto se espalha para toda a organização. Nos últimos anos, por exemplo, coordenei um programa para preparar mulheres para seu primeiro conselho de administração. Na última turma, nove das quinze participantes conquistaram essa cadeira. É esse tipo de movimento que realmente muda o jogo.

O que te move hoje?

Com toda a experiência que adquiri trabalhando em diferentes culturas, indústrias e empresas globais, hoje minha missão é ajudar meu time no Grupo Boticário.

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Tenho pessoas muito seniores, mas também quem está começando na carreira de recursos humanos, e quero que eles tenham a oportunidade de aprender, crescer e atingir um padrão de classe mundial — trabalhando no Brasil.

Isso para mim é o principal: ensinar o que aprendi, sistematizar esse conhecimento no grupo para que a gente seja excelente em tudo, como já somos em muitas áreas. No RH, também vamos ser referência. Quero investir na formação das novas gerações de recursos humanos do Brasil.

Além do trabalho, quais são seus hobbies? Dá para equilibrar vida pessoal e carreira?

Aprendi muito na Holanda sobre gestão do tempo, e aplico isso rigorosamente. Uso meu calendário não só para agendar reuniões, mas para organizar meu trabalho, bloqueando horários para tarefas importantes. Isso me ajuda a limitar o número de reuniões que aceito e a garantir foco na entrega.

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Gosto de ler… para mim, leitura é lazer, não trabalho. Também corro, não porque adoro, mas porque preciso. Sou bastante extrovertida, então relaxo também na socialização: recebo amigos em casa, vou às casas deles, faço eventos. Quando estava na Bay Area, aprendi a cozinhar junto com meu marido e a inventar receitas.

Tenho interesse em moda e tecnologia — uso aplicativos para ajudar na escolha do guarda-roupa, por exemplo. E meus sobrinhos são uma presença constante, ocupam muito meu tempo. Meu marido divide esse tempo comigo, pois ele mora entre Nova York e São Paulo.

Também adoro dançar, especialmente samba, e vou a shows e bares com música ao vivo, aproveitando os momentos simples da vida.

Tirando o crachá, quem é a Alessandra?

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Sou uma pessoa que escolheu ser feliz no simples. Até recentemente, vivia no futuro. Precisava falar inglês? Ok, vamos aprender. Depois da graduação, precisava fazer pós? Feito. Estava sempre focada em trabalhar o melhor que podia, mas também olhando o próximo passo para melhorar o padrão de vida da minha família. Agora, sou muito mais calma com isso. Vivo o presente, que para mim é o que mais importa.

A trajetória de Alessandra Ginante, VP de Gente do Grupo Boticário

Por quais empresas passou

NetApp, Pure Storage, Hewlett Packard Enterprise, Diageo, Avon, Philips e Volkswagen.

Formação

Formada em análise de sistemas na Universidade Paulista, tem mestrado acadêmico no Mackenzie e MBA e doutorado na FGV EAESP.

Primeiro emprego

“Meu primeiro emprego em tempo integral foi de assistente administrativa na área de benefícios do Banco de Crédito Nacional. Fazia concessão de empréstimos para os funcionários do banco.”

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Primeiro cargo de liderança

Supervisora do departamento de benefícios no BCN.

Um hábito essencial na rotina

“Meu hábito mais crítico é cuidar do meu tempo como o recurso mais escasso que tenho. Tenho o hábito de olhar minha agenda tanto profissional quanto pessoal e fazer modificações para assegurar que dedico o meu tempo aos temas mais estratégicos e às pessoas e relações mais críticas ou importantes para mim.”

Um livro, podcast ou filme que inspira sua visão de gestão

“Unleashed”, de Anne Morriss e Frances Frei.

O que te motiva

“Sou muito motivada a aprender sobre o novo. Seja sobre novas pessoas, novas ideias ou novas formas de fazer algo.”

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Um conselho de carreira

“O melhor conselho de carreira que recebi foi manter um equilíbrio entre falar o que vou fazer e fazer o que falei.”

Tempo de carreira

33 anos.

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Negócios

Como a Cofundadora da Insider Construiu um Negócio de R$ 400 Milhões

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Em 2019, Carolina Matsuse tirou férias da Uber para participar de um encontro do programa de empreendedorismo Stanford Ignite com seu sócio e à época namorado, Yuri Gricheno. “Quando voltamos, a operação estava uma zona”, lembra a cofundadora da Insider Store, hoje com 34 anos. “A equipe tinha cinco pessoas e não tínhamos padrões bem definidos nem um time treinado para dar esse nível de autonomia.” Precisou de mais uma semana de folga no emprego para colocar a casa em ordem – e nunca mais voltou à vida corporativa.

Formada em engenharia pelo ITA, ela já vinha sendo pressionada pelo sócio a mergulhar de vez no negócio. “Percebi que havia uma grande oportunidade ali, mas não estava aproveitando da melhor forma. Pensei no custo de oportunidade do meu tempo e da minha energia e concluí que valeria a pena.”

“Liderança é menos sobre técnica e mais sobre conexão emocional.”
Carolina Matsuse

A decisão se provou certeira. O que começou como um side hustle se transformou em um negócio com cerca de 200 funcionários, mais de 1 milhão de clientes em mais de 40 países, faturamento de R$ 400 milhões em 2024 e previsão de crescer mais 50% neste ano. “Me ofereci para ser sócia do Yuri sem pensar muito nas consequências, nem ter ideia de onde poderíamos chegar.”

A Insider foi criada em 2017 com um único produto: uma camiseta com tecnologia antiodor e antissuor para ser usada por baixo da camisa social. “Era uma forma fácil e escalável de testar o modelo de negócios digital.”

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Empurrão do Shark Tank

Um mês depois, a dupla estava fazendo um pitch na segunda temporada do Shark Tank Brasil. “Essa história ilustra bem como temos perfis completamente diferentes”, brinca a cofundadora. Foi Gricheno quem inscreveu a dupla, quando a empresa ainda estava no pré-operacional. “Eu, supernerd, me preocupei em fazer o valuation da empresa e fiquei decorando as premissas, achando que eles iam perguntar esse tipo de coisa.”

Durante o programa, receberam três propostas de investimento, mas decidiram não fechar com nenhum dos tubarões. Ainda assim, o impacto foi grande: “Deu uma propulsão inicial para a Insider. Ficamos sem estoque e aumentamos a receita em cinco vezes de um mês para o outro.”

O casal iniciou a empresa com investimento próprio: R$ 50 mil de cada um. “Os quatro primeiros anos foram de muita economia na pessoa física. Todo o excedente que eu tinha de salário e economias ia para o caixa da Insider.” A meta inicial era faturar R$ 100 mil no primeiro ano, mas encerraram o período com cerca de R$ 700 mil.

Disciplina oriental

Filha de pais empreendedores, Carol Matsuse herdou o espírito dos negócios e a disciplina de sua origem japonesa. “Tenho o perfil de tomar riscos e gosto de sair da zona de conforto”, diz ela, que se define como calma e organizada, enquanto o sócio é criativo e inovador. “Empreender em casal não é trivial, mas ter perfis bastante diferentes nos ajudou a manter um relacionamento saudável e uma parceria de sucesso como sócios.”

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Quando fundaram a Insider, Carol estava em transição do BCG, onde iniciou a carreira, para o universo de startups. “A consultoria foi uma escola de business. Me deu uma base sólida para construir meus próximos passos”, afirma. De olho nos movimentos do mercado, decidiu apostar em empresas como Quinto Andar, que mais tarde se tornaria um unicórnio, e, posteriormente, Uber. “Sabia que esses ambientes iriam contribuir para minha bagagem como founder. Tive uma exposição muito grande a problemas que já enfrentei e continuo enfrentando na Insider.”

Hoje ela é responsável pelas operações da marca, mas, no início, fazia de tudo um pouco. A grande virada veio na pandemia, quando precisaram se reinventar e lançaram máscaras e camisetas antivirais. Depois, ampliaram o portfólio, ainda com tecidos tecnológicos e matérias-primas sustentáveis, para o público feminino, apostaram alto em marketing digital e em collabs, como a da estilista Glória Coelho. “Ser empreendedor é um exercício contínuo de humildade. Sempre tem algo para aprender com o time, com o cliente ou com o mercado e incorporar na forma como você faz as coisas dentro da sua empresa.”

Para ela, uma gestão eficiente exige métricas claras e rituais bem definidos. Liderar, no entanto, vai muito além. “Liderança é menos sobre técnica e mais sobre conexão emocional.” Com um olhar estratégico voltado ao futuro, a empreendedora mantém o foco não apenas nos resultados, mas nos seus futuros sucessores. “Me preocupo muito com o próximo passo que vou dar – e com quem vai assumir o meu lugar. Tudo isso se conecta para que a gente consiga dar passos cada vez maiores e mais ousados.”

*Matéria originalmente publicada na lista Forbes The Founders 2025.

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5 Minutos de Mindfulness: o Hábito Simples Que Pode Fortalecer a Sua Carreira

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Em uma era marcada por demissões em massa, incertezas econômicas e turbulências políticas e sociais, é natural que os níveis de estresse aumentem e que a vida pareça estar fora de controle. Apenas cinco minutos de atenção plena (mindfulness) por dia colocam você em um estado de relaxamento mental e alerta ao mesmo tempo, permitindo encarar o trabalho e a vida de forma mais calma e prazerosa.

Entenda a seguir o que dizem os estudos sobre a prática de mindfulness e como ela pode transformar sua saúde mental e carreira.

5 minutos de atenção plena diária: um remédio para estresse e produtividade

Cada vez mais estudos científicos comprovam a ligação entre mindfulness e a redução do estresse, o bem-estar e até maior produtividade no trabalho e sucesso profissional. Talvez você se preocupe com contas não pagas, um projeto inacabado ou o prazo que precisa cumprir. Talvez fique revivendo uma discussão com o chefe ou se perguntando se será o próximo a ser demitido.

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O mindfulness treina sua mente a fazer o que ela não faz instintivamente: voltar ao presente, aproveitar o momento e valorizar a própria vida em vez de focar em preocupações com o futuro (“E se eu for demitido?”) ou arrependimentos do passado (“Eu deveria ter falado naquela reunião”). Do ponto de vista da neurociência, apenas cinco minutos de prática durante o expediente permitem que você perceba os hábitos automáticos da mente, ative os circuitos sociais do cérebro e consiga resetar e recarregar sua mente.

Como o mindfulness funciona na prática

Pense em si mesmo como uma estrada de duas faixas: uma externa e uma interna. A maioria de nós passa mais tempo na faixa externa, pensando em tarefas do dia a dia. Mas a chave para uma saúde mental melhor está em dedicar mais tempo a observar, em vez de apenas pensar, tanto o que acontece fora quanto dentro de você. Essa observação curiosa pode ser da faixa externa (o que está acontecendo ao redor) ou da faixa interna (o que você pensa e sente no momento presente).

Tudo o que você precisa são cinco minutos, um assento confortável e um lugar sem distrações. A partir daí, já está pronto para começar.

A seguir, alguns exercícios de atenção plena para praticar no dia a dia. O segredo é observar sempre com curiosidade, como se estivesse examinando um detalhe novo em sua própria mão.

Exercício 1: Notando na faixa externa

A atenção aberta é a observação curiosa do que acontece ao seu redor no momento presente, enquanto você realiza suas atividades. Veja como praticar em 4 passos rápidos e simples:

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  • 1. Sente-se em um lugar confortável, de olhos abertos ou fechados, por um minuto.
  • 2. Programe um cronômetro para 60 segundos.
  • 3. Ouça com curiosidade, tentando perceber o maior número de sons diferentes. Pode ser o barulho do ar-condicionado ou aquecimento, o trânsito distante, vozes no prédio, o tique-taque de um relógio ou até o som do seu estômago.
  • 4. Ao fim de um minuto, em vez de tentar lembrar os sons, volte sua atenção para a faixa interna. Note os batimentos cardíacos mais lentos, a respiração mais calma e os músculos relaxados. Em apenas 60 segundos, a maioria das pessoas já se sente mais tranquila, clara e energizada. Imagine como seria após cinco minutos dessa prática.

Ao se engajar com curiosidade no momento presente, preocupações e pensamentos estressantes perdem força. Você percebe a respiração mais calma, os músculos menos tensos e o corpo saindo do estado de alerta mental para um estado de descanso e recuperação.

Exercício 2: Notando na faixa interna

Uma das formas mais simples de mindfulness é acessar a faixa interna usando a respiração como foco. Sente-se em um local confortável, feche os olhos e respire pelo nariz, soltando o ar pela boca. Concentre-se em cada inspiração e expiração, acompanhando o ciclo do início ao fim.

Quando pensamentos surgirem – dúvidas se está fazendo certo, lembranças de tarefas ou julgamentos – não tente afastá-los. Apenas aceite que eles apareceram e traga, com suavidade, a atenção de volta à respiração. Cada vez que sua mente se distrair (e isso vai acontecer), volte ao fluxo da respiração. Após cerca de cinco minutos, abra os olhos e perceba o quanto está mais presente.

Exercício 3: O abraço da borboleta

Pense em uma preocupação que esteja incomodando, como “Será que meus colegas vão gostar da minha apresentação?” ou “Eu deveria ter falado na reunião de ontem”. Cruze os braços sobre o peito e bata levemente as mãos nos ombros, como se fossem asas de borboleta.

Vire a cabeça para a direita e foque em algo: uma parede, um quadro, o tapete ou até um detalhe da natureza. Observe por 20 segundos, prestando atenção nas formas, cores e tamanhos. Depois, vire a cabeça para a esquerda e repita com outro objeto. Continue batendo as mãos suavemente enquanto faz o exercício.

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Quando terminar, tente lembrar da preocupação inicial. Muitas vezes, ela perde a intensidade ou é difícil de ser recordada. Isso acontece porque o mindfulness desliga a resposta de estresse e ativa o sistema parassimpático, responsável pelo descanso e recuperação. Nesse estado, é mais fácil acessar calma, clareza e confiança.

Considerações finais: como 5 minutos de mindfulness podem mudar sua vida

Em tempos incertos, quando você se sentir sobrecarregado, ansioso ou frustrado, acostume-se a trazer sua atenção de volta ao presente.

Inclua a atenção plena na rotina: ao caminhar do estacionamento até o escritório, em vez de pensar na agenda do dia, pratique uma caminhada consciente, percebendo os pés no chão, o céu aberto ou os sons ao redor. Ao ir ao banheiro ou esperar uma reunião começar, atente-se aos sons ambientes ou às sensações do corpo.

Com a prática regular, você perceberá que sua mente permanece mais calma e estável, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. A longo prazo, os cinco minutos de mindfulness diários se mostram eficazes: menos arrependimentos do passado, menos angústias sobre o futuro e muito mais presença no aqui e agora. O resultado é mais tranquilidade, clareza e uma melhora significativa no engajamento, produtividade e desempenho profissional.

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“O Futuro Chegou”: as Previsões de Amy Webb para o Brasil e a Tecnologia

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

“Eu sou Amy Webb, sua brasileira honorária favorita.” Foi assim, em português mesmo, com a voz clonada com a ajuda da inteligência artificial da ElevenLabs, que a futurista americana começou sua palestra no Rio Innovation Week, conferência que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

CEO do Future Today Strategy Group, empresa que aconselha algumas das maiores companhias do mundo, Webb compartilhou suas principais apostas para o futuro. Ganhou o público com referências brasileiras, como a influenciadora Virginia Fonseca. Também com uso da IA, dessa vez do Veo 3, do Google, projetou um vídeo em que aparece passando um creme da marca da influenciadora no rosto. “Se isso te assustou – o que deveria, porque me assustou –, vou mostrar o que vem depois disso: modelos generativos que podem prever e simular qualquer tipo de dado.”

Sem alarmismo, a futurista se propõe a chacoalhar executivos e chamar atenção para um futuro que está batendo à porta. “O futuro está prestes a ser radicalmente diferente do que o presente”, diz. “Você está realmente inovando? Ou apenas seguindo?”

Muitas empresas não estavam preparadas no começo da internet ou do mobile. Eu vejo a mesma coisa acontecendo agora. As empresas estão falando sobre IA, mas não vejo uma inovação acontecendo.
Amy Webb

De jornalista a futurista

Muito antes de lotar palcos, projetar tendências e aconselhar executivos e suas companhias, Amy Webb começou a carreira como jornalista. “Sempre fui interessada em trabalhar no futuro”, disse à Forbes.

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Ainda na escola, aos 12 anos, participou de um clube acadêmico chamado Future Problem Solver (Solucionadores de Problemas do Futuro). “Desde então, queria fazer isso como trabalho.”

Há cerca de 20 anos, deixou a carreira no jornalismo para tentar o que de fato brilhava seus olhos: solucionar os “problemas realmente difíceis”. “Estudei, tirei certificações e comecei a escrever sobre o futuro fazendo pesquisas profundas e consultorias. Foi rápido, e foi assim que aconteceu.”

Ela não sabia exatamente qual caminho seguir, mas tinha muita certeza sobre o destino. “Esse é um bom conselho para qualquer pessoa. Você precisa se ver no futuro e saber exatamente o que você quer, mas ser muito flexível em como chegar lá.”

A seguir, confira os principais insights de Amy Webb e suas apostas para o futuro

IA e futuro

“Quando falamos de AI, e quando pensamos no futuro do AI, estamos olhando de uma forma muito estreita. Assumimos que o futuro será como hoje, apenas mais. Ou, que o futuro da IA será como o que vimos nos filmes, mas talvez não tão ruim. O futuro na verdade não é nenhuma dessas coisas. As pessoas podem pensar que isso não tem nada a ver com elas e seus negócios, mas isso é um grande erro, porque tem tudo a ver com você e o futuro.”

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AI2C

“Quantas de vocês já procuraram o vestido preto perfeito? É um desafio, eu sei. Em breve, não teremos que procurar mais. A internet vai ser ‘searchless’, sem cliques, o que representa uma grande mudança de onde estamos agora. Em vez disso, sistemas de IA colaborativos vão fazer o trabalho por nós. No futuro, o usuário vai dizer ‘eu quero um vestido curto preto’. E ao invés de mostrar algo totalmente genérico, em um corpo que não pareça com o dela, você pode entregar o vestido exato que ela gostaria junto com uma imagem que se pareça com ela. Digamos que ela realmente queira esse vestido. Esse sistema de IA poderia usar as medidas exatas da mulher para criar um modelo, enviar direto para uma fábrica e mandar fazer especificamente para o corpo dela. Então, ao invés de B2B ou B2C, isso seria AI2C, IA para o consumidor. A IA cria, fabrica, envia exatamente o que o consumidor quer, e todos os intermediários, como a loja, por exemplo, e o shopping, são eliminados. Alguns de vocês podem estar pensando como isso vai funcionar. E a resposta é: eu fiz. Treinei o sistema, dei as minhas medidas, encontrei um fabricante, ele fez tudo. Isso representa um futuro totalmente diferente.”

Potencial do Brasil

“As maiores indústrias desse país são indústrias dos séculos 19 e 20, mineração, agricultura, indústria pesada. Todas essas indústrias estão preparadas para a inovação. O Brasil pode e deveria ser um líder global no futuro da agricultura. Vocês têm grandes indústrias aqui, mas também têm pequenas empresas de família, e não há liderança que consistentemente diga ‘esse é o nosso futuro como país’. Tem essa frase no Brasil [“Brasil é o país do futuro], e vocês vêm dizendo isso há 100 anos. O futuro chegou. Vocês precisam reinventá-lo. E vocês podem. […] Eu acho que vocês deveriam ser mais confiantes e se arriscar mais. Eu gostaria de ver isso.”

“Ministério do futuro”

“O governo do Brasil deveria ter algo como um “ministério do futuro”, e as pessoas trabalhando lá não deveriam ser políticas, e deveriam se reunir a cada 10 anos. Ou seja, se você tiver novos líderes indo e vindo, o governo muda, mas é o mesmo negócio. E o seu trabalho deve ser ajudar a estabelecer uma visão para o longo prazo para o Brasil e começar a descobrir como juntar esses grupos diferentes. O trabalho não é tecnologia ou ciência, é pessoas. O ministério para o futuro deve ser o melhor do mundo em juntar diferentes grupos de pessoas para que possam colaborar. Se o governo brasileiro fizer isso e criar incentivos para todas essas diferentes partes, empresas e pessoas colaborarem, você começaria a ver mudanças. “

AGI

“Há três anos, eu estava com alguns executivos da OpenAI e de repente eles estavam chamando a empresa de uma empresa de AGI. Eu fiquei tipo: ‘o que vocês querem dizer com isso? Vocês já descobriram a AGI?’ Porque isso é uma surpresa, eu não vi nada sobre. Agora, a Meta está se chamando de uma empresa ‘superinteligente’. É tudo bobagem [bullshit], eu acho. Eu diria que nós já temos a AGI. Se você olhar a pesquisa da DeepMind, o que ninguém realmente faz, eles definitivamente superaram os benchmarks. Eu não acho que eles diriam ‘nós alcançamos a AGI’, mas você já pode ver isso.”

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IA e empregos

“A próxima vez que você ouvir alguém dizer que a IA vai tomar todos os empregos ou vai expandir desigualdades, ou o que for, essas são histórias fáceis de contar, mas não necessariamente corretas. O que eu quero que vocês façam como inovadores é ter o hábito de realmente olhar para os dados, fazer pesquisas e encontrar essas outras histórias mais plausíveis para contar. E ser aquele dentro da sua organização que vai contar essas histórias e deixar as pessoas nem animadas nem preocupadas, mas trabalhando no futuro.”

Agentfluence Marketing

“Basicamente, isso é sobre fazer e desenvolver agentes de IA autônomos como influenciadores digitais para marketing de ideias, produtos ou comportamentos – não para as pessoas, mas para outros agentes de IA. O que eu estou falando aqui não é da Virginia [Fonseca], mas de 3.000 versões de IA da Virgínia, não desenvolvidas para falar com você, mas para falar com outros influenciadores. Eu acho que vamos ter humanos e a IA como audiência. […] Então, como inovamos, como interagimos uns com os outros, como exercemos nossas habilidades, tudo isso vai ser radicalmente diferente no futuro.”

Confiança

“As pessoas confiam nos humanos até nos darem razão para não confiar. Nós usamos a inteligência artificial o tempo todo. Você usa o Waze, você usa o WhatsApp, a IA é parte desses sistemas. Nós não paramos e pensamos ‘nós confiamos neles?’ E eu acho que quanto mais complicados esses sistemas ficam, mais confiança nós vamos dar para eles, porque eles vão se tornar tão úteis para nós que não queremos parar de usá-los.”

Velocidade das mudanças

“Não me sinto sobrecarregada [overwhelmed]. Eu acho que é porque eu dou muita atenção ao que está acontecendo, então nada me parece novo. Quando você está vivendo a sua vida e de repente ouve algo, parece que o futuro está acontecendo muito rápido. Então tente ouvir mais e preste atenção, não nas histórias escandalosas, não esqueça os influenciadores de IA, há muitos em todo o lugar, (especialmente no LinkedIn). Encontre professores entediantes e faça com que eles te expliquem o que está acontecendo. Você não sentirá a mesma sensação de estar por fora.”

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O post “O Futuro Chegou”: as Previsões de Amy Webb para o Brasil e a Tecnologia apareceu primeiro em Forbes Brasil.

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