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Formada em IA, ela quer reeducar algoritmos contra padrões de beleza tóxicos

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Heloisy Rodrigues também está à frente da Macau, startup de soluções de inteligência artificial para o mercado de call center
Depois de ler manchetes e relatórios que descreviam os profissionais e empregos do futuro, Heloisy Rodrigues, 24 anos, decidiu se matricular na primeira turma do curso de graduação em inteligência artificial da UFG (Universidade Federal de Goiás), o único do país.
No início, eram 4 mulheres em uma turma de 40 pessoas. Ao final, ela foi a única entre os 15 formandos. Mas já observa um aumento da participação feminina: hoje, as turmas têm, em média, 25% de mulheres. “Tenho uma responsabilidade muito grande de inspirar e encorajar outras mulheres a ver que é possível seguir esse caminho e ocupar espaços que elas nunca nem imaginaram”, diz Heloisy, que foi convidada para ser embaixadora da Dove e trabalhar para reeducar algoritmos e incentivar a entrada de mais mulheres na área.
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Heloisy recebeu uma avalanche de mensagens de mulheres parabenizando pela formação e buscando entender mais sobre o curso. “Podem ir sem medo. A IA tem um mercado muito grande e, se você tem o mínimo de interesse, vale a pena pesquisar sobre”, afirma. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, espera-se que a IA crie 69 milhões de novos empregos nos próximos 5 anos, tornando-se um dos setores com crescimento mais acelerado. “A criação do ChatGPT contribuiu para o hype. A partir disso, as pessoas começaram a se interessar mais pela IA.”
Hoje, Heloisy está à frente da Macau, um spin-off da empresa Datamétrica, A startup fundada por ela desenvolve soluções de IA voltadas para o mercado de call center.
Por que precisamos de mais mulheres por trás da IA
A representatividade importa – e muito – para que mais meninas e mulheres enxerguem as carreiras em STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) como uma possibilidade. “Desde cedo, os meninos são incentivados a brincar no computador e quando chega a hora de escolher a profissão, tem mais interesse nessas áreas.”
E se a tecnologia e os algoritmos são construídos apenas por homens, não levam em conta as perspectivas femininas. “Precisamos de profissionais mulheres na área para termos representações diferentes e acabarmos com os vieses presentes nos algoritmos.”
Especialistas estimam que até 2026, 90% do conteúdo online poderá ser gerado por inteligência artificial, segundo relatório da Europol. E as mulheres já estão sendo impactadas por deepfakes, influenciadoras virtuais, misses criadas com IA e o reforço de padrões de beleza inatingíveis.
Quase 87% das mulheres adultas e 88% das jovens já foram expostas a conteúdos tóxicos de beleza online, segundo pesquisa da Dove com 33 mil entrevistadas, sendo 1.001 no Brasil. No país, os números chegam a 95% e 92%, respectivamente.
O impacto vai além: 1 em cada 3 mulheres (no Brasil, 1 em cada 2) se sente pressionada a alterar sua aparência por conta do que vê nas redes, mesmo sabendo que pode estar diante de imagens manipuladas. “A gente sempre sofre, e o mais preocupante é o impacto nas novas gerações”, diz a especialista em IA e embaixadora da Dove. A campanha da marca pela Beleza Real tem 20 anos, e foi atualizada para combater os impactos da inteligência artificial. A empresa também se comprometeu a não utilizar tecnologia para criar ou distorcer imagens de mulheres.
Reeducar os algoritmos de IA envolve mais diversidade entre os profissionais, mas também conscientização dos usuários da internet. “Essa preocupação precisa partir da sociedade como um todo. As pessoas também conseguem mudar os algoritmos de IA postando imagens mais reais nas suas próprias redes”, diz Heloisy. Isso porque as ferramentas são treinadas com base nas informações que já estão disponíveis na internet.
O que é a formação em inteligência artificial
A especialista em inteligência artificial já tinha afinidade com exatas desde o ensino médio, mas cursou um semestre de odontologia antes de se matricular na graduação em IA. Ela conta que o curso da UFG foi criado pelos professores da universidade, que viam a necessidade de formar profissionais que estão sendo demandados pelo mercado. Antes, só havia cursos de pós-graduação em IA.
O curso, com duração de quatro anos, é baseado em um tripé: matemática, programação e computação e empreendedorismo. “É a mentalidade empreendedora que faz com que a gente pegue as ferramentas de IA e construa soluções para resolver dores de pessoas e empresas.”
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A formação é bastante prática e, por meio do Centro de Excelência em IA da universidade, fomentado pelo governo, os alunos participam de projetos de pesquisa e desenvolvimento envolvendo tecnologias de IA para grandes empresas, como iFood e Globo. “Construímos essa bagagem no decorrer da faculdade e essa troca com o mercado e outros pesquisadores mais seniores.”
A IA pode e já está sendo usada em diversos campos. “A inteligência artificial vem para ajudar na produtividade, mas também está sendo utilizada na área da saúde, por exemplo, para detecção de câncer de mama e outras doenças.”
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The Town 2025 Mostra Que Entretenimento Também é Economia

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Entretenimento não é só espetáculo, é uma indústria bilionária que movimenta a economia.
O que muita gente vê como diversão, eu vejo como trabalho. E não é porque é trabalho que não existe prazer, muito pelo contrário. Meu ofício me desafia, me tira do eixo, exige responsabilidade, mas também me diverte e me inspira.
Cultura, entretenimento e festas não são apenas momentos de descontração. São, sobretudo, uma indústria. Uma força que movimenta economias, transforma cidades, cria empregos, fomenta talentos e abre caminhos para tantas histórias. É sobre isso que precisamos falar: não apenas da emoção que sentimos ao estar em um festival ou em um show, mas também do impacto real que esses encontros coletivos têm no país.
O festival The Town 2025, por exemplo, deve injetar R$ 2 bilhões na economia de São Paulo e gerar 25 mil empregos diretos e indiretos, reunindo meio milhão de pessoas em uma experiência que vai muito além da música, de acordo com a SPTuris, empresa de turismo da Prefeitura de São Paulo.
Indo além dos grandes festivais, São Paulo registrou em 2024 5.262 eventos, que movimentaram R$ 22,2 bilhões e renderam R$ 1,1 bilhão em ISS. No primeiro trimestre de 2025, só esse setor já alcançou R$ 5,9 bilhões, com um crescimento impressionante de 110%.
Quando colocamos esses números lado a lado, fica claro: não estamos falando só de entretenimento, mas de uma engrenagem vital da economia. Uma engrenagem que envolve logística, tecnologia, comunicação, turismo, moda, gastronomia, transporte e, principalmente, pessoas.
A economia criativa, da qual esse setor faz parte, já representa mais de 2 milhões de empresas no Brasil, movimentando R$ 110 bilhões, o equivalente a 2,7% do PIB nacional. É impossível ignorar a relevância dessa cadeia.
E ainda assim, por muito tempo, esse universo foi visto apenas como “festa”. O que defendo e vivo como executiva da Holding Clube, um conglomerado de empresas envolvida nos maiores eventos do país, é o reconhecimento de que festa também é futuro, desenvolvimento e motor de inovação.
A cultura gera pertencimento, mas também gera receita. O entretenimento alimenta memórias, mas também sustenta famílias. A música emociona, mas também paga salários.
Acredito profundamente no poder desse setor, porque, no fim, o que sustenta qualquer indústria são as pessoas. E não existe nada mais transformador do que ver pessoas reunidas e conectadas pela energia coletiva de uma experiência.
Para mim, diversão é estratégia. E cada vez que vejo um evento sair do papel e se tornar realidade, tenho certeza: estamos construindo algo muito maior do que apenas um momento bonito. Estamos movimentando histórias, economias e futuros.
*Juliana Ferraz é sócia da Holding Clube e tem quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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Programas de Trainee: Saiba Como se Destacar na Seleção

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Ainda é tempo de se inscrever para os processos de seleção de trainees em algumas das maiores empresas no Brasil. No segundo semestre, diversas empresas abrem programas para atrair jovens talentos em início de carreira. Apenas em julho, a plataforma de empregos Infojobs registrou a abertura de mais de mil vagas de trainee. Entre as companhias com processos seletivos abertos atualmente estão Ambev, SulAmérica e Kraft Heinz.
As oportunidades abrangem diversas regiões do país, com salários que podem chegar a R$ 9 mil. Os programas também oferecem benefícios como assistência médica e odontológica, participação nos lucros, horários flexíveis e acesso a programas de bem-estar e saúde mental, como academia e terapia.
Como funciona um programa de trainee
Como são a principal porta de entrada para muitas companhias, os processos são concorridos e é necessário se preparar – da inscrição à entrevista. Em um programa de trainee, o profissional passa por diferentes áreas em um prazo de um ou dois anos. A ideia é que ele conheça a fundo a empresa e seus setores, tenha contato com diferentes profissionais e lideranças e que os mais bem avaliados permaneçam na companhia.
Entre os pré-requisitos mais comuns para participar dos processos seletivos em aberto estão formação superior concluída ou em andamento (com conclusão entre 2023 e 2025, a depender da empresa), domínio intermediário ou avançado de inglês, disponibilidade para viagens e experiência profissional de até dois anos após a graduação. Algumas companhias também pedem disponibilidade para mudança de cidade e para atuar no modelo presencial.
Abaixo, veja como se inscrever nas vagas de trainee e confira as dicas de executivos ouvidos pela Forbes para se destacar nos processos seletivos e garantir a sonhada vaga.
Empresas com vagas de trainee:
Shopee: inscrições aqui até 4 de setembro;
Ambev: inscrições aqui até 8 de setembro;
Saint-Gobain Brasil: inscrições aqui até 16 de setembro;
Kraft Heinz Brasil: inscrições aqui até 18 de setembro;
Rede D’Or e SulAmérica: inscrições aqui até 22 de setembro;
Obramax: inscrições aqui até 22 de setembro;
Ausenco: inscrições aqui até 30 de setembro.
Dicas para garantir uma vaga de trainee
Demonstre protagonismo
Autenticidade, visão de futuro e conexão com propósito estão no topo da lista do que grandes empresas esperam de seus trainees. Na Ambev, que tem um dos programas mais concorridos do país, a régua é clara: a empresa procura protagonistas. “Os trainees chegam liderando projetos e tomando decisões reais”, explica João Vitor Marinho, diretor de Atração e Desenvolvimento de Pessoas. O executivo acrescenta que, além da visão 360º do negócio, pesa a ambição de assumir responsabilidades desde o início.
Tenha visão ampla e voltada ao negócio
Renato Luzzi, diretor de Pessoas, Mobilidade e Logística da SulAmérica, explica que o diferencial buscado pela empresa está em candidatos capazes de enxergar o todo. “Não buscamos apenas bons executores, mas profissionais com potencial para se tornarem líderes com visão ampla e integrada do negócio”, diz. Segundo ele, características como curiosidade, empatia e habilidade de construir pontes entre áreas pesam tanto quanto raciocínio lógico.
Seja curioso e colaborativo
Para Gustavo Siqueira, vice-presidente de RH da Saint-Gobain para a América Latina, a inovação nasce da pluralidade de ideias, e, por isso, a empresa procura pessoas curiosas, corajosas e colaborativas. “Queremos alguém que combine propósito com ação, transformando boas ideias em resultados concretos.”
Questione
Não há respostas certas ou perfis ideais no processo seletivo da Kraft Heinz. “Queremos aqueles que sabem ouvir, mas também questionar”, afirma Carol Dias, diretora de People e Performance da companhia. Para ela, o processo é uma via de mão dupla: “Enquanto se prepara, pergunte-se também se essa é a jornada que você quer viver”.
Prepare-se e estude a empresa
Mesmo com estilos distintos, os líderes concordam em um ponto: preparação é fundamental, mas autenticidade faz a diferença. “Conecte suas experiências aos valores da empresa. Durante as dinâmicas, é essencial demonstrar colaboração e escuta ativa”, aconselha Siqueira. Estuda e conhecer o setor também é indispensável. “Se destacam os candidatos que trazem uma perspectiva informada e crítica, indo além do que está na superfície do site institucional”, afirma Luzzi, da SulAmérica.
Para Carol Dias, vulnerabilidade também pode ser uma virtude: “Não se preocupe em ter todas as respostas. Mostre curiosidade genuína, resiliência diante de desafios e transparência sobre seus sonhos, mesmo os que parecem grandes demais.”
O que define a etapa final
Alguns pontos negativos durante o processo seletivo tendem a se repetir e podem custar a vaga. Entre os mais comuns, os executivos citam superficialidade e falta de preparo. “Respostas genéricas, sem conexão real com o negócio, ou a tentativa de se encaixar em um perfil que não corresponde à própria autenticidade, são sinais de alerta”, afirma Siqueira. “O foco excessivo no ‘eu’, em detrimento do ‘nós’, demonstra imaturidade. O verdadeiro protagonista é aquele que eleva o nível da discussão em equipe”, diz Luzzi.
Na etapa final, o que separa os aprovados é a clareza de propósito e a presença executiva. “O diferencial está em demonstrar protagonismo e senso de empreendedorismo, sem abrir mão da humildade para aprender”, resume Siqueira. Para Luzzi, a paixão também um filtro importante: “Conquista a vaga quem nos convence de seu alinhamento de propósito e do impacto que deseja gerar na vida das pessoas.”
As dicas se confirmam no olhar externo da Korn Ferry, consultoria especializada em recrutamento e processos seletivos. “Na fase final, todos têm alta capacidade técnica. O que define é a confiança, serenidade e clareza de propósito. Presença executiva é decisiva para conquistar a vaga”, afirma Aline Riccio, vice-presidente comercial de RPO & Projetos de Recrutamento.
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Atlas Schindler Tem Nova CTO na América Latina

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A Atlas Schindler anunciou uma nova CTO nesta terça-feira (2). Thaize Schmitz assumiu a liderança de tecnologia do grupo na América Latina em julho deste ano.
Com passagens por empresas como Embraco e Tigre nas áreas de inovação, pesquisa e desenvolvimento e engenharia, a executiva soma mais de 20 anos de experiência no setor industrial.
Formada em Engenharia Mecânica pela Universidade da Região de Joinville e pós-graduada em Gestão de Projetos pelo Centro Universitário Católica de Santa Catarina, Thaize terá sua base no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Londrina (PR).
A executiva sucede a Humberto Ebram, executivo que está há mais de 14 anos na companhia e passa a ocupar o cargo de CTO no Centro de P&D do Grupo Schindler na China.
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