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A IA não vai roubar seu emprego tão cedo, dizem pesquisadores do MIT

Redação Informe 360

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ilustração da IA substituindo empregos
Getty Images

Por outro lado, relatório do FMI afirma que a IA deve afetar 40% dos empregos em todo o mundo, tipo de previsão que é criticado pelos pesquisadores do MIT

Até agora, não sabemos muito sobre o impacto que a inteligência artificial terá, de fato, ​​no mercado de trabalho. 

Mas o que não faltam são previsões sobre os efeitos da tecnologia no futuro do trabalho e dos empregos, desde a adoção dos computadores pelas empresas e a popularização do termo “automação” no início da década de 1950. 

Mais recentemente, o boom da IA chegou com muitas especulações, principalmente de acadêmicos, sobre a possível eliminação de empregos por máquinas cada vez mais inteligentes, que devem se igualar ou superar os humanos num futuro muito próximo.

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Um paper recém-lançado e produzido por pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), visa esclarecer as previsões sobre IA e empregos. 

Ele pode ser traduzido como “Além da Exposição à IA: Quais Tarefas são Economicamente Viáveis de Automatizar com Visão Computacional?”. E conclui que apenas 23% dos salários vinculados a tarefas relacionadas à visão (atividades ou problemas que envolvem o processamento e interpretação de informações visuais por sistemas computacionais) poderiam ser substituídos de maneira eficaz e financeiramente viável por IA.

Leia também:

Como medir o impacto da IA nas nossas vidas e empregos

Segundo os pesquisadores do MIT, a ansiedade em relação à inteligência artificial é um resultado das pesquisas que tentam medir o impacto da tecnologia nas nossas vidas ​​com a ideia de “Exposição à IA” – a classificação das tarefas pelo seu “potencial de automação”. 

O problema disso é que não se considera a “viabilidade econômica” do uso da tecnologia. E se confunde automação total, o que pressupõe substituição de trabalhadores, com automação parcial, que na verdade poderia melhorar o desempenho do trabalho. 

Para resolver isso e construir o que os pesquisadores chamam de “primeiro modelo de automação de IA ponta a ponta”, eles focaram em tarefas relacionadas com a visão, que têm estimativas de custos para sistemas de IA mais desenvolvidas. 

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O modelo avalia o nível de proficiência necessário para realizar uma tarefa com base em pesquisas com profissionais, o custo de alcançar essa proficiência através de trabalhadores humanos ou de sistemas de IA (que são caros de desenvolver) e a decisão econômica das empresas sobre adotar ou não IA para uma tarefa específica.

Usar inteligência artificial pode ser financeiramente inviável

Utilizando o novo modelo, os pesquisadores do MIT descobriram que a automação ainda não é viável para as empresas na maioria dos casos, devido aos grandes custos iniciais dos sistemas de IA. 

A redução do custo do desenvolvimento e da implantação dessa tecnologia ​​(aumentando a escala, possivelmente através da utilização de uma plataforma de IA como serviço), reduziria esses custos. No entanto, “mesmo com rápidas reduções de custos de 20% ao ano, ainda levaria décadas para que as tarefas de visão computacional se tornassem economicamente eficientes para as empresas”, segundo o estudo.

Obstáculos para a rápida adoção da IA

Os pesquisadores argumentam que as suas descobertas também se aplicam à IA generativa e à automação de tarefas relacionadas com a linguagem. Todas as áreas de implementação de IA requerem afinação ou personalização para adaptá-las às características específicas da empresa, um fator de custo importante e um obstáculo à rápida adoção pelas companhias.

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Outro empecilho, nem sempre considerado pelos economistas e pesquisadores, é o que um estudo do Fundo Monetário Internacional chama de “aceitabilidade social da IA”. Algumas profissões podem integrar perfeitamente as ferramentas de IA, enquanto outras podem enfrentar resistência devido a preocupações culturais, éticas ou operacionais. 

Mais pesquisas sobre IA e trabalho

Esse estudo foi lançado próximo ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na semana passada, onde a IA foi o principal tema de discussão. 

O FMI estimou que quase 40% dos empregos globais estão “expostos” à IA. Nas economias avançadas, cerca de 60% dos empregos podem ser afetados pela inteligência artificial. Aproximadamente metade dos empregos expostos podem se beneficiar do uso da tecnologia, aumentando a produtividade. Por outro lado, as aplicações de IA poderão executar tarefas essenciais atualmente desempenhadas por seres humanos, o que poderá reduzir a procura de mão de obra, e levar a salários mais baixos e a uma redução das contratações. “Nos casos mais extremos, alguns destes empregos podem desaparecer”, diz o relatório do FMI.

Indo além dos modelos econômicos, outro estudo divulgado às vésperas da reunião de Davos recolheu dados diretamente dos responsáveis ​​pela criação e eliminação de empregos. 

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A gigante de contabilidade PwC conduziu uma pesquisa com 4.700 CEOs em 105 países e descobriu que cerca de um quarto dos executivos espera que a implantação de IA generativa nos seus próprios negócios vai levar a cortes de empregos de pelo menos 5% este ano. 

Quase 75% previram que a IA generativa vai mudar significativamente os seus negócios nos próximos três anos, exigindo formação de funcionários em novas competências e gestão de novos riscos de segurança cibernética, desinformação e preconceitos em relação a grupos específicos de clientes ou funcionários.

Os CEO podem ter compreendido intuitivamente (mas não perguntado diretamente sobre) a “aceitabilidade social” da IA. Tal como acontece com qualquer outra nova novidade tecnológica emergente nas últimas sete décadas, o fator social é muitas vezes negligenciado nas especulações sobre o seu impacto nos empregos e na natureza do trabalho.

Previsões podem (e provavelmente vão) falhar

Em um artigo sobre o estudo do FMI, Harry Law, pesquisador do Google Deepmind, de pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial, observa isso como um grande problema desse estilo de análise. Devido à dificuldade de quantificar e avaliar os “elementos contextuais, reputacionais, burocráticos e sociais da adoção da IA”, o que temos aqui é “mais ou menos um jogo de adivinhação”. 

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O que ele quer dizer é que o mundo real não segue as previsões dos especialistas. Especialmente quando essas previsões são sobre o que as pessoas farão (ou não) com as novas tecnologias.

Foi muito difícil, talvez impossível, prever o impacto dos PCs na natureza do trabalho. 

As máquinas assumiram algumas das tarefas repetitivas e “enfadonhas” que nenhum gestor se dignaria a desempenhar antes da década de 1980. A digitação de memorandos (mais tarde emails), o arquivamento de documentos, o registro e cálculo, grande parte da gestão da informação do escritório, antes exclusivamente nas mãos de secretárias, tornou-se na década de 1980 (e além) parte do trabalho dos executivos de negócios. 

E por quê? Porque agora eles podiam fazer todo esse trabalho com uma nova ferramenta “legal”, o computador, que lhes dava uma imagem de vanguarda e de elevado estatuto dessa nova tecnologia. O que importava era que você era importante o suficiente para ter uma dessas máquinas, não que você realizasse com ela tarefas que eram consideradas inferiores apenas alguns anos antes.

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A inteligência humana é criativa, aberta e imprevisível.

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Remuneração em 2025: O que Entrou na Pauta do RH

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Chegou dezembro (já?) e resolvi resgatar as apostas que fiz no meu artigo de janeiro quanto aos assuntos que poderiam ser destaque na pauta dos gestores de RH em 2025, considerando o que vinha sendo discutido até então nas minhas interações com organizações dos mais diferentes perfis e portes.

Dentre esses temas, citei o investimento em IA, pauta que realmente se mostrou presente em 100% das empresas que atendi este ano; ações de diversidade e inclusão, que vinham mobilizando muito as empresas em 2024, mas que perderam tração em 2025; flexibilização de benefícios, sendo esta uma alternativa financeiramente mais interessante para reforçar a oferta de valor aos funcionários; investimento em incentivos de longo prazo, especialmente as Stock Options, que já vinham sendo discutidas como ferramentas de característica mercantil junto ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça); além do reforço à governança corporativa e aos comitês de pessoas, que trariam maior segurança e assertividade às práticas de gestão.

Mas, na prática, o que aconteceu foi que vivemos um ano de grandes inseguranças e instabilidades nas empresas. Muitas organizações estão tendo dificuldades para fechar o ano entregando resultados suficientes para gatilhar os planos de bônus. A batalha para o controle do turnover não parece estar nem perto do fim, mesmo com as ações do RH para a modernização de seus programas e políticas. O investimento em ferramentas tecnológicas não se mostrou tão simples quanto parecia, uma vez que os processos e sistemas legados não tombam facilmente para novas plataformas, que também demandam alto investimento e concorrem com outras frentes de transformação digital do negócio.

Diferentemente do que prevíamos, e enquanto essa realidade nada animadora foi tomando conta do calendário, os temas que acabaram se tornando pauta das publicações por aqui nos últimos meses foram:

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EVP (Employee Value Proposition)

Só o salário não é capaz de assegurar a performance da equipe. São necessárias muitas outras iniciativas dentro da oferta de valor trabalhada pelas áreas de RH para que uma empresa seja capaz de atrair, motivar, engajar e reter talentos adequados e alinhados aos valores corporativos.

Performance corporativa vs Remuneração

O rigor na fundamentação técnica dos programas de incentivos é fundamental para que eles cumpram seu papel de passar mensagens e alinhar esforços coletivos. Mas o frenesi midiático a partir de interpretações equivocadas dos programas não tem ajudado em nada na percepção do mercado quando o assunto são os resultados das empresas de capital aberto.

Síndrome do cargo fictício

O sucesso de um profissional tem sido medido pela sua velocidade de progressão entre cargos. Mas para dar vazão às expectativas de encarreiramento do time, empresas passaram a conceder o título do cargo sem que necessariamente houvesse um reflexo nas reais atribuições do profissional, em seu nível de autonomia ou impacto no negócio. Neste movimento, o cargo passa a existir no papel, mas não na prática, e a remuneração tende a não acompanhar valores típicos de mercado.

Exposição da remuneração executiva

A XP publicou, e em seguida tirou do ar (não sem antes causar grande furor), um relatório no qual havia divulgado a remuneração de grandes executivos do mercado, a partir de dados extraídos dos Formulários de Referência da CVM. De fato, esse relatório deveria ser uma fonte confiável de dados para apoiar a tomada de decisão dos acionistas. Entretanto, mesmo para profissionais de remuneração, esses dados são bastante nebulosos. Não é raro encontrar inconsistências entre as informações utilizadas internamente para a gestão dos executivos e os números divulgados.

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Pejotização dos contratos de trabalho

A legislação prevê a possibilidade de contratação de profissionais para a prestação de serviços no modelo PJ, ainda que haja habitualidade e pessoalidade, e mesmo que para atuação em áreas fim do negócio. O que define a existência de vínculo empregatício é a subordinação. Mas existem cuidados a serem tomados para evitar riscos jurídicos na migração do modelo CLT para o modelo PJ, tais como a aplicação da linha de corte de hipersuficiência, a distinção de nomenclaturas dos cargos, além de práticas distintas de gestão de pessoas.

Riscos e vieses da gestão financeira

Quando uma empresa desenha sua estratégia de remuneração, cada escolha carrega mensagens poderosas. O mercado de comparação, o nível de competitividade, o equilíbrio entre salário fixo e variável, os mecanismos de premiação – tudo isso influencia comportamentos, expectativas e, principalmente, decisões. Os programas de remuneração variável são ferramentas valiosas para alinhar interesses, engajar talentos e impulsionar resultados. Mas precisamos ir além do discurso. É urgente investir em letramento financeiro para executivos, criar espaços de diálogo sobre riscos e preparar as pessoas para lidar com as incertezas do mercado.

Mais segurança jurídica para os planos de Stock Options

O STJ reconheceu oficialmente a natureza mercantil desses programas, tornando a premiação muito mais atrativa em razão da eficiência tributária. Antes disso, parte da Fazenda Nacional e da Receita Federal defendia que os lucros “embutidos” na diferença entre o preço de mercado e o preço de exercício configurariam remuneração disfarçada, tributável como renda do trabalho — e não como ganho de capital.

O futuro da remuneração está na tecnologia

A transformação digital e as novas expectativas das gerações Y e Z vêm demandando evoluções nos processos do RH, incluindo na gestão salarial. Não se pode mais pautar as decisões sobre a carreira das pessoas no caso a caso e na base da discricionariedade. Ferramentas que garantam credibilidade, agilidade e transparência são essenciais para sustentar esse novo paradigma de gestão da remuneração.

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Das questões que se mostravam urgentes no início do ano, poucas permaneceram em destaque sem serem atropeladas pelos desafios de negócio e pelos incêndios a serem apagados. E enquanto vemos proliferar eventos sem fim para discutir as “tendências” de gestão de RH e de remuneração, a realidade de cada empresa se impõe e exige de seus líderes cada vez mais soluções personalizadas e individualizadas. Nesse jogo, ganha quem tem visão de negócio, consistência técnica, flexibilidade e muita resiliência.

*Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Mastercard Anuncia Nova VP Sênior de Pessoas para América Latina e Caribe

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A Mastercard anunciou Luciana Cardoso como nova vice-presidente sênior de pessoas para a América Latina e o Caribe. Desde 2023, a executiva ocupava a vice-presidência da área para a companhia no Brasil.

Com mais de 20 anos de carreira, Luciana soma passagens por empresas como Biogen, Novartis e Kimberly-Clark. É formada pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e tem MBA executivo pelo Insper.

No novo cargo, ela será responsável por liderar a estratégia de pessoas da Mastercard na região, com foco no desenvolvimento de talentos, na inovação e na consolidação de uma cultura de alto desempenho e impacto sustentável.

A companhia também anunciou Daniela Belisário como nova vice-presidente de pessoas no Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em RH, a executiva tem passagens por Banco BMG, SulAmérica, Nubank, Itaú Unibanco e Valid Soluções. Formada em administração de empresas, também tem MBA em gestão empresarial.

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Daniela Belisário, nova vice-presidente de pessoas no Brasil
Divulgação

Daniela Belisário, nova vice-presidente de pessoas da Mastercard no Brasil

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De Trainee a CEO: A Trajetória do Novo Líder Global da Coca-Cola

Redação Informe 360

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Henrique Braun, novo CEO global da The Coca-Cola Company a partir de 31 de março de 2026, construiu toda a sua carreira na companhia: foi de trainee ao maior cargo em quase três décadas de empresa. Nascido na Califórnia e criado no Brasil, o executivo entrou na Coca-Cola em 1996 como trainee de engenharia global, durante um intercâmbio na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. “Enquanto encerrava meu semestre no exterior, me deparei com um panfleto sobre a oportunidade de estágio, e o resto é história”, escreveu em uma publicação no LinkedIn.

Atualmente vice-presidente executivo e diretor de operações, posição que assumiu em janeiro deste ano, Braun supervisiona todas as unidades operacionais da companhia no mundo.

A trajetória do novo CEO da Coca-Cola

O executivo passou parte da sua infância em Petrópolis (RJ), cidade de origem de sua família. Formado em engenharia agronômica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, possui mestrado em ciências pela Universidade de Michigan e MBA pela Universidade da Geórgia.

Ao relembrar o início da carreira na Coca-Cola, Braun destaca o papel dos mentores que encontrou no caminho. “Lembro das pessoas incríveis que investiram seu tempo em mim, me deram desafios que me fizeram crescer e abriram meus olhos para novas possibilidades.”

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O executivo rodou o mundo ao longo de sua trajetória na companhia: ocupou posições de liderança na América do Norte, Europa, América Latina e Ásia, com passagens por áreas como cadeia de suprimentos, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação e operações de engarrafamento. “Tive a sorte de chamar muitos lugares de ‘casa’”, diz. “Um deles é Bruxelas, onde, há 25 anos, aceitei um cargo em nosso centro de P&D. Esse capítulo despertou minha paixão pela inovação: ouvir os consumidores, experimentar com ousadia e ampliar aquilo que funciona.”

Entre os cargos que já ocupou, foi presidente da Coca-Cola na China e na Coreia do Sul (2013–2016), liderou a unidade de negócios do Brasil (2016–2020), comandou as operações da América Latina (2020–2022) e foi presidente de desenvolvimento internacional (2022–2024), supervisionando sete das nove unidades operacionais globais da companhia.

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