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Saúde

Por que enxergamos somente as cores entre o vermelho e o violeta?

Redação Informe 360

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A visão humana é uma das maravilhas da natureza. Somos capazes de perceber uma vasta gama de cores que tornam o mundo ao nosso redor incrivelmente vibrante e diversificado. No entanto, é curioso notar que vemos apenas uma parte do espectro de cores disponíveis na natureza.

Vamos entender por que isso acontece, entrando fundo no mundo das cores, das ondas de luz e exploraremos por que nossa visão está limitada a enxergar somente as cores entre o vermelho e o violeta. Além disso, entenderemos como dispositivos e criaturas conseguem “ver” o mundo de maneiras completamente diferentes.

Leia também:

O espectro eletromagnético e a luz:

Para entender por que vemos apenas as cores entre o vermelho e o violeta, é fundamental compreender o que é o espectro eletromagnético e como a luz se encaixa nesse espectro. O espectro eletromagnético é a gama completa de todas as ondas eletromagnéticas possíveis, que inclui desde raios gama de alta energia até ondas de rádio de baixa energia.

A luz visível, aquela que nossos olhos podem perceber, é apenas uma pequena parte desse espectro. A luz é uma forma de energia que viaja na forma de ondas eletromagnéticas. Essas ondas variam em comprimento, e cada comprimento de onda corresponde a uma cor específica.

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As cores da luz visível:

As cores da luz visível são aquelas que nosso sistema visual é capaz de perceber. Essas cores correspondem a diferentes comprimentos de onda da luz. Aqui estão as cores do espectro visível, em ordem crescente de comprimento de onda:

  1. Violeta
  2. Azul
  3. Verde
  4. Amarelo
  5. Laranja
  6. Vermelho

O violeta tem o comprimento de onda mais curto entre as cores visíveis, enquanto o vermelho tem o comprimento de onda mais longo. Isso significa que a luz violeta tem mais energia, enquanto a luz vermelha tem menos.

Espectro das cores que podemos enxergar
Ilustração: Peter Hermes Furian / Shutterstock.com

Por que apenas essas cores?

Agora, a grande questão é: por que nossa visão está limitada a apenas essas cores do espectro de luz visível? A resposta a essa pergunta está intimamente ligada à biologia e à evolução humana.

Os seres humanos, ao longo de sua evolução, desenvolveram a capacidade de ver as cores que eram mais importantes para a sua sobrevivência. Isso incluiu a capacidade de distinguir entre as cores que eram úteis para a identificação de alimentos maduros, sinalização de perigo e até mesmo a detecção de parceiros potenciais. As cores que vemos hoje são um reflexo dessa evolução.

A luz visível, que inclui o vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, é a parte do espectro eletromagnético que é mais eficaz na interação com a nossa atmosfera e com os objetos ao nosso redor. Ela nos permite perceber o mundo com detalhes suficientes para atender às nossas necessidades diárias. No entanto, o violeta, por ser de alta energia, também é potencialmente mais prejudicial aos nossos olhos, razão pela qual a evolução pode ter favorecido a percepção de cores em uma faixa mais segura.

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Como equipamentos expandem nossa visão além do visível

Embora nossa visão natural esteja limitada ao espectro de cores visíveis, os avanços tecnológicos nos permitiram expandir nossas capacidades visuais além desse espectro. Vamos explorar como isso é possível:

  1. Câmeras Infravermelhas: As câmeras infravermelhas são projetadas para capturar radiação infravermelha, que está além do espectro visível. Essas câmeras são usadas em diversas aplicações, desde detecção de calor corporal até monitoramento ambiental. O calor é uma forma de radiação infravermelha, e essas câmeras podem capturá-lo, permitindo que vejamos padrões de calor invisíveis a olho nu.
  2. Câmeras Ultravioleta: As câmeras ultravioleta são capazes de registrar a radiação ultravioleta. Embora os seres humanos não possam ver a luz ultravioleta, muitas flores e insetos a refletem, criando padrões visuais impressionantes quando capturados por essas câmeras.
  3. Câmeras Multiespectrais e Hiperespectrais: Estas câmeras capturam informações em várias faixas do espectro eletromagnético, permitindo análises detalhadas do ambiente. São usadas em aplicações como agricultura, detecção de minerais e monitoramento ambiental.
  4. Radiografia e Tomografia: Equipamentos de diagnóstico médico, como radiografias e tomografias, utilizam radiações de diferentes tipos, como raios X e raios gama, para criar imagens internas do corpo humano

Esses equipamentos expandem nossa capacidade de ver o mundo, revelando informações que seriam invisíveis a olho nu, basicamente as captando e as convertendo de forma a ficarem visíveis para nossos olhos.

Visualização de uma imagem reproduzindo infravermelho (Imagem: The Washington Post/Reprodução)

Criaturas com visões extraordinárias

Não somos os únicos seres vivos com visões limitadas. Outras criaturas no reino animal têm visões notáveis, adaptadas às suas necessidades e ambientes específicos. Vamos explorar algumas delas:

  1. Abelhas: As abelhas podem ver cores na faixa ultravioleta. Isso é particularmente útil para elas, pois muitas flores têm padrões de cores nessa faixa que as ajudam a encontrar néctar.
  2. Morcegos: Os morcegos são notórios por sua capacidade de usar a ecolocalização, mas também possuem uma visão razoável. Eles podem enxergar na faixa de luz visível, mas sua visão noturna é adaptada para condições de baixa luminosidade.
  3. Serpentes: Algumas serpentes têm órgãos especializados para detectar radiação infravermelha, o que lhes permite localizar presas com base no calor que emitem.
  4. Polvos: Os olhos de polvos podem detectar polarização na luz, uma característica que lhes permite detectar presas e comunicar-se com outros polvos de maneira eficaz.
  5. Pássaros: Alguns pássaros, como os falcões, têm uma visão noturna melhor que a dos humanos e podem enxergar na faixa de luz ultravioleta. Isso os ajuda a identificar padrões nas penas de outros pássaros e nas presas que capturam.

Esses exemplos mostram como a evolução adaptou a visão de diferentes espécies às suas necessidades específicas.

A visão humana, embora limitada a uma faixa estreita do espectro eletromagnético, é uma conquista notável da evolução. Nossos olhos são ajustados para capturar as cores que são mais importantes para nossa sobrevivência e interação com o mundo ao nosso redor. No entanto, a tecnologia nos permitiu expandir nossas capacidades visuais, permitindo-nos ver o mundo além do visível. Além disso, muitas criaturas na natureza possuem visões extraordinárias, adaptadas para seus ambientes e necessidades específicas.

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Saúde

Gene de 20 milhões de anos é revivido em laboratório e pode combater doenças atuais

Redação Informe 360

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Um estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports pode ajudar a combater a gota, doenças renais e do fígado que acometem pessoas atualmente. Para isso, cientistas da Universidade Estadual da Geórgia, nos Estados Unidos, reviveram um gene extinto presente nos nossos ancestrais de mais de 20 milhões de anos.

Antigamente, o gene era uma desvantagem evolutiva e desapareceu ao longo do tempo. Já atualmente, ele pode ser uma vantagem e ajudar na prevenção de doenças comuns.

imagem mostra uma senhora sentido dores no pulso
Gota causa dores e inchaços nas articulações (Imagem: Jo Panuwat D/Shutterstock)

Estudo pode ajudar a combater a gota e outras doenças

A gota é uma doença antiga, mas que persiste nos dias de hoje. Ela é causada pelo excesso de ácido úrico no sangue, que provoca a formação de cristais nas articulações e nos rins, resultando em dores intensas e inchaço. Outras doenças podem ser causadas pelo mesmo motivo, como nos rins e no fígado.

Um gene chamado uricase pode ajudar. Ele é responsável por produzir uma enzima homônima que reduz os níveis de ácido úrico no sangue.

No entanto, havia um problema: o gene estava presente em nossos ancestrais há milhões de anos e foi extinto com o tempo. Para resolver a situação, biólogos da Universidade Estadual da Geórgia tentaram revivê-lo em laboratório – e deu certo.

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estudo que recriou gene uricase em laboratório
Gene recriou uricase com sucesso (Imagem: Scientific Reports/Reprodução)

Gene de mais de 20 milhões de anos é revivido em laboratório

A uricase estava presente em nossos ancestrais primatas, mas foi extinto devido a pressões evolutivas entre 20 e 29 milhões de anos atrás. Isso porque, naquela época, o excesso de ácido úrico não era prejudicial como é hoje. Ele era benéfico ao converter o açúcar dos alimentos em gordura, ajudando os indivíduos a sobreviverem à escassez de comida.

Ou seja, há milhões de anos, era mais vantajoso não ter a uricase e ter mais ácido úrico. Atualmente, é o contrário – afinal, não temos que nos preocupar com a escassez de alimentos por longos períodos, como nossos ancestrais.

Para reviver o gene em laboratório, a dupla de pesquisadores Lais Balico e Eric Gaucher usou a técnica de edição genética CRISPR. Eles reconstruíram a versão antiga da uricase, tomando como base genes de herança ativos em outros mamíferos e modelos computacionais de como ele poderia ter evoluído ao longo do tempo.

Em seguida, eles testaram o gene revivido em células hepáticas humanas modificadas em laboratório. O resultado foi um sucesso, com a produção da enzima uricase e a redução dos níveis de ácido úrico.

estudo que recriou gene uricase em laboratório
Uricase ‘revivida’ foi testada apenas em laboratório e ainda não chegou a humanos ou animais reais (Imagem: Scientific Reports/Reprodução)

Leia mais:

Gene ainda não foi testado em humanos

  • O resultado foi positivo, com a redução do ácido úrico sendo essencial na prevenção de doenças renais, do fígado e a gota;
  • No entanto, o estudo se limitou a testes em laboratório. O gene revivido não foi testado em animais;
  • Mesmo assim, a equipe está otimista que isso possa acontecer. Para isso, não necessárias pesquisas adicionais para garantir a segurança do gene em animais e humanos, sem que ele interfira em outras células ou no funcionamento do organismo.

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Saúde

7 ISTs perigosas, mas com sintomas silenciosos

Redação Informe 360

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A lista de infecções sexualmente transmissíveis é extensa. No entanto, algumas apresentam consequências ainda mais graves à saúde e, o pior, é que a maioria das ISTs carregam sintomas silenciosos, o que dificulta o diagnóstico precoce e retarda a busca pelo tratamento.

No Brasil, os casos de infecções sexualmente transmissíveis têm crescido nos últimos anos. Segundo levantamento do IBGE e do Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas foram infectadas só em 2019. Causadas por vírus, bactérias e outros microrganismos, algumas ISTs evoluem de forma silenciosa, conheça sete delas.

ISTs silenciosas: conheça sete infecções que avançam sem dar muitos sinais

1-Clamídia

Amostra de sangue para teste de clamídia (ICT), doença sexualmente transmissível comum causada pela bactéria Chlamydia trachomatis
Clamídia é uma das ISTs mais comuns e muitas vezes sem sintomas/Shutterstock Babul Hosen

Entre as ISTs perigosas com sintomas silenciosos está a clamídia, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Em muitos casos, a pessoa infectada não apresenta sintomas visíveis, o que dificulta o diagnóstico e favorece a transmissão inadvertida a outros parceiros.

Além disso, quando os sinais surgem, muitas vezes são confundidos com outras condições. Afinal, os sintomas podem incluir corrimento amarelado, dor ao urinar, sangramento fora do período menstrual ou durante relações sexuais, e dor pélvica.

A partir disso, essa característica “invisível” ou sintomas que são confundidos com outros diagnósticos, podem levar a complicações graves, como doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica e, em casos extremos, risco de morte materna ou fetal. Por isso, exames regulares e o uso de preservativos são essenciais para prevenção e detecção precoce.

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2-Gonorreia

Outra infecção sexualmente transmissível que tem a capacidade de se espalhar silenciosamente é a gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.

Embora possa provocar sintomas como dor ao urinar, corrimento amarelado ou esverdeado, dor pélvica e sangramento fora do ciclo menstrual, muitas pessoas, especialmente mulheres, não percebem sinais evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Dessa forma, a ausência de sintomas pode levar à progressão da infecção para órgãos internos, causando complicações como infertilidade, doença inflamatória pélvica e até infecções sistêmicas. Além disso, a gonorreia pode ser transmitida durante o parto, colocando recém-nascidos em risco de conjuntivite grave e até cegueira.

3-HPV (Papilomavírus Humano)

DST (doenças sexualmente transmissíveis). Homem segurando nota pegajosa com rosto triste desenhado em fundo amarelo, close-up
ISTs silenciosas em homens podem afetar a fertilidade e a saúde íntima/Shutterstock New Africa

O Papilomavírus Humano (HPV) é uma das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) mais frequentes no mundo, e uma das mais traiçoeiras. Isso porque, na maioria dos casos, ele se instala no corpo sem provocar qualquer sintoma imediato.

Com isso, a falta de sinais visíveis dificulta a detecção precoce e contribui para que o vírus continue sendo transmitido sem que a pessoa infectada sequer perceba.

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Sobretudo, o perigo se intensifica com os chamados tipos de alto risco, especialmente os subtipos 16 e 18, que estão diretamente ligados ao desenvolvimento de cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Além disso, o HPV pode estar envolvido em tumores que afetam outras áreas como vagina, vulva, pênis, ânus, cavidade oral e garganta.

Mesmo quando não há sintomas externos, o vírus pode causar alterações microscópicas e inflamações internas que evoluem ao longo do tempo. Quando se manifestam, os sinais podem incluir verrugas na região genital, feridas ou manchas incomuns, sensação de ardência, coceira persistente e lesões na boca ou garganta.

4-HIV

Entre as infecções sexualmente transmissíveis que podem se desenvolver de forma discreta, o HIV se destaca como uma das mais preocupantes.

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O vírus da imunodeficiência humana pode permanecer no organismo por anos sem apresentar sinais evidentes, o que favorece sua disseminação e dificulta o diagnóstico precoce.

Não é à toa que essa “epidemia invisível” tem sido motivo de alerta no Brasil, especialmente após estudos apontarem que a taxa de prevalência do HIV ultrapassou os limites considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde.

O HIV é caracterizado por comprometer o sistema imunológico ao atacar as células responsáveis pela defesa do organismo.

Com o tempo, sem o devido acompanhamento médico, o vírus pode avançar para o estágio conhecido como aids. A aids, por sua vez, é uma condição que deixa o corpo vulnerável a infecções e doenças que normalmente seriam combatidas com facilidade. Apesar disso, hoje é plenamente possível conviver com o HIV de maneira saudável e segura.

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5-Sífilis

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que pode se desenvolver de forma silenciosa por longos períodos, o que a torna extremamente perigosa. Em seus estágios iniciais, é comum o aparecimento de feridas indolores na região genital, boca ou ânus, que desaparecem espontaneamente. Como resultado, muitas pessoas acabam ignorando o problema.

Com o passar do tempo, no entanto, a doença pode evoluir para fases mais graves e atingir órgãos vitais como o coração, o cérebro e os ossos, trazendo riscos sérios à saúde.

Além disso, mesmo sem sintomas aparentes, a sífilis permanece ativa e transmissível. Portanto, é fundamental estar atento aos sinais de alerta, como manchas avermelhadas na pele, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés, ínguas espalhadas pelo corpo, febre baixa, dor de cabeça, fadiga e queda de cabelo.

6-Herpes Genital

Casal em consulta com especialista em IST na clínica
ISTs podem existir mesmo em relações estáveis/Shutterstock New Africa

A Herpes Genital é uma das ISTs com sintomas silenciosos que mais desafiam o diagnóstico precoce. Causada pelo vírus Herpes simplex tipo 2 (HSV-2), essa infecção pode permanecer latente no organismo por longos períodos, sem apresentar sinais visíveis.

Mesmo sem lesões aparentes, o vírus continua ativo e transmissível, o que torna a doença perigosa e favorece sua disseminação. Além disso, cerca de 70% das transmissões ocorrem justamente na fase assintomática.

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Apesar de muitas pessoas não identificarem imediatamente a presença da Herpes Genital, os sinais podem se manifestar como lesões pequenas e sensíveis na área íntima, geralmente acompanhadas de ardência, coceira intensa e desconforto ao urinar.

Além desses sintomas, é possível que surjam manifestações sistêmicas como febre leve, inchaço dos gânglios na virilha e dores musculares.

7-Tricomoníase

A tricomoníase é uma infecção provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que muitas vezes se apresenta de forma discreta, dificultando seu reconhecimento imediato. Na maioria dos casos, especialmente entre os homens, o quadro é assintomático, o que contribui para a disseminação silenciosa da doença.

Já em mulheres, os sinais tendem a ser mais perceptíveis, como corrimento vaginal com odor forte, frequentemente comparado ao cheiro de peixe, além de coceira intensa, sensação de ardência e dor ao urinar. Durante o ciclo menstrual, esses sintomas podem se intensificar devido às alterações no pH vaginal.

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Mesmo sendo uma infecção curável, a tricomoníase pode trazer sérias consequências à saúde quando não tratada de forma adequada. Entre os riscos, está a maior vulnerabilidade à contaminação por outros agentes infecciosos, como o HIV. No caso de gestantes, a doença está relacionada a complicações como parto prematuro.

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Saúde

Medicamento comum para o coração pode não funcionar

Redação Informe 360

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Um estudo internacional revelou que os betabloqueadores, usados há mais de 40 anos como tratamento padrão após um ataque cardíaco, podem não trazer benefícios para a maioria dos pacientes — e até representar riscos adicionais para algumas mulheres.

De acordo com os pesquisadores, mulheres com função cardíaca preservada (fração de ejeção acima de 50%) tiveram risco significativamente maior de sofrer novo ataque cardíaco, serem hospitalizadas por insuficiência cardíaca ou até morrer quando tratadas com o medicamento.

ataque cardiaco
40 anos depois, betabloqueadores deixam de ser unanimidade no tratamento pós-infarto (Imagem: kung_tom/Shutterstock)

O risco foi quase três vezes maior em comparação às que não usaram betabloqueadores. O estudo está publicado no European Heart Journal.

“Essas descobertas reformularão todas as diretrizes clínicas internacionais e devem desencadear uma abordagem específica para cada sexo no tratamento das doenças cardiovasculares”, afirmou o Dr. Valentin Fuster, do Hospital Mount Sinai, em Nova York.

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ataque cardíaco
Especialistas defendem tratamentos personalizados e alertam que diretrizes médicas ainda não acompanharam os avanços da ciência – Imagem: Theerani lerdsri/Shutterstock

O efeito adverso foi mais evidente em mulheres que receberam altas doses, destacou o Dr. Borja Ibáñez, do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular de Madri.

Diferenças de gênero e novas abordagens

  • Especialistas explicam que homens e mulheres respondem de forma distinta a medicamentos cardiovasculares.
  • Fatores como tamanho do coração, sensibilidade a drogas para pressão arterial e características próprias da doença cardíaca feminina podem explicar essa discrepância.
  • “O gênero tem muito a ver com a forma como as pessoas respondem à medicação”, disse o Dr. Andrew Freeman, do National Jewish Health, em Denver.

Ensaio clínico reforça tese de pesquisadores

O ensaio clínico REBOOT, que acompanhou mais de 8.500 pacientes na Espanha e Itália, reforçou que não há benefício no uso de betabloqueadores em homens ou mulheres com função cardíaca preservada.

Segundo os autores, avanços como o uso de stents e anticoagulantes logo após o infarto já reduzem a necessidade desse tipo de medicamento.

Ainda assim, diretrizes médicas em vários países mantêm o uso rotineiro, aplicado hoje em cerca de 80% dos pacientes.

Um dado adicional: outra análise publicada no The Lancet mostrou que pessoas com fração de ejeção entre 40% e 50% ainda se beneficiam, com redução de 25% nos riscos de novos eventos.

Betabloqueadores em xeque: novo estudo mostra riscos para mulheres após infarto (Imagem: Tharakorn/iStock

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