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Saúde

O que é a “melhora da morte” e como a medicina explica o fenômeno

Redação Informe 360

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A “melhora da morte” é um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, angustiante que ocorre em alguns pacientes gravemente enfermos. Trata-se de uma recuperação súbita e inesperada em pacientes muito doentes ou em coma, muitas vezes com melhora perceptível em sinais vitais, consciência e até mesmo disposição.

Porém, essa recuperação não é definitiva: ela precede a piora rápida do quadro clínico e, em muitos casos, a morte. Embora ainda não completamente compreendida pela ciência, a “melhora da morte” é amplamente relatada em condições terminais, como câncer, doenças crônicas avançadas e quadros neurológicos graves.

Casos famosos, como o do ator Paulo Gustavo, que apresentou sinais de melhora antes de falecer devido a complicações da Covid-19, reforçam a relevância de compreender esse fenômeno.

Para familiares e amigos, a experiência é emocionalmente confusa, gerando uma sensação de esperança seguida por uma perda abrupta. A medicina, embora incapaz de prever com exatidão quando isso ocorre, oferece algumas explicações baseadas em alterações fisiológicas, neuroquímicas e até espirituais.

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O que é a “melhora da morte” e como a medicina explica o fenômeno?

A “melhora da morte” é um episódio em que pacientes gravemente doentes apresentam, de forma repentina, sinais de recuperação, como maior lucidez, aumento da energia ou redução da dor. Embora pareça um sinal de recuperação, ela frequentemente precede o falecimento.

Homem idoso doente com a mão na cabeça
Homem com dor de cabeça (Imagem: simona pilolla 2/Shutterstock)

Este fenômeno ocorre tanto em doenças terminais, como o câncer, quanto em doenças crônicas avançadas, insuficiências orgânicas e infecções graves.

Por que acontece?

A medicina ainda não tem uma explicação única para o fenômeno, mas algumas teorias predominam:

  • Alterações químicas no cérebro: durante a fase terminal, o organismo pode liberar endorfinas e neurotransmissores como dopamina, causando uma sensação de bem-estar temporário;
  • Melhora ilusória: reduções temporárias em fatores como inflamação ou febre podem criar uma falsa impressão de estabilização;
  • Reservas finais de energia: o corpo utiliza suas últimas reservas de energia para gerar um estado de alerta;
  • Alterações espirituais ou psicológicas: alguns especialistas consideram que pode ser uma forma inconsciente de despedida.

Quando e como acontece?

A “melhora da morte” costuma surgir nas últimas 24 a 48 horas de vida. Durante esse período, o paciente pode demonstrar comportamentos como:

  • Maior lucidez, mesmo após longos períodos de confusão ou inconsciência;
  • Capacidade de se comunicar, inclusive com clareza emocional;
  • Redução aparente de sintomas, como dores ou falta de ar.

No entanto, a melhora é geralmente breve, sendo seguida por deterioração rápida do estado clínico, com sinais como:

  • Queda drástica nos níveis de oxigênio e pressão arterial;
  • Retorno de sintomas como dores intensas ou perda de consciência.

Como diferenciar de uma melhora genuína?

Distinguir uma recuperação genuína da “melhora da morte” pode ser desafiador. Melhoras reais geralmente ocorrem gradualmente e são sustentadas por tratamentos médicos eficazes, enquanto a “melhora da morte” é abrupta e breve.

imagem mostra um paciente idoso num hospital, recebendo medicação direto na veia
Paciente idoso recebendo medicação na veia (Reprodução: goodbishop/Shutterstock)

Avaliações clínicas detalhadas, como exames laboratoriais e de imagem, podem ajudar médicos a determinar a estabilidade do quadro.

Existe algo que pode ser feito?

Embora a “melhora da morte” seja, na maioria das vezes, um processo irreversível, cuidados paliativos adequados podem ajudar a família e os profissionais de saúde a lidar com a situação. Esses cuidados envolvem o controle da dor, suporte emocional e espiritual, e uma comunicação aberta sobre as expectativas para os momentos finais.

Nos casos em que o fenômeno ocorre, a intervenção médica pode não mudar o desfecho, mas garantir que o paciente esteja confortável é uma prioridade. Em situações de doenças terminais, é importante que familiares estejam cientes desse fenômeno para evitar frustrações desnecessárias.

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Leia também:

Casos conhecidos

O caso de Paulo Gustavo chamou atenção porque o ator, em suas últimas horas de vida, apresentou sinais de melhora, incluindo boa resposta ao tratamento e alguma estabilidade clínica.

imagem mostra um close up do rosto de nelson mandela, posando para a foto e sorrindo
Nelson Mandela posando para foto (Reprodução: Alessia Pierdomenico/Shutterstock)

No entanto, essa melhora foi breve e logo deu lugar à piora irreversível, resultando em falência múltipla de órgãos. Outros relatos semelhantes incluem pacientes com câncer avançado que recuperaram a lucidez para se despedirem de familiares antes de sucumbirem à doença.

Um caso que ganhou grande repercussão foi de Nelson Mandela. Nos meses que antecederam sua morte, em 2013, o ex-presidente sul-africano enfrentou várias complicações respiratórias.

Durante o período crítico, Mandela teve momentos de aparente recuperação, nos quais conseguia interagir com familiares e transmitir mensagens de esperança. Contudo, esses episódios foram passageiros e seguidos por um declínio inevitável, caracterizando um possível caso de “melhora da morte”.

Há registros históricos de que John Adams, ex-presidente dos EUA, apresentou momentos de clareza e energia antes de falecer em 1826. Durante seus últimos dias, ele conseguiu conversar com familiares, expressar gratidão e refletir sobre sua vida.

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Apesar de não existir um termo médico específico na época, esses episódios se alinham com o que hoje conhecemos como a “melhora da morte”.

A “melhora da morte” só ocorre em casos de câncer?

Não. Apesar de ser mais relatada em pacientes com câncer terminal, também pode ocorrer em outras doenças graves, como insuficiência cardíaca, respiratória e neurodegenerativa.

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Quanto tempo dura a “melhora da morte”?

A melhora varia de algumas horas a, no máximo, dois dias. Durante esse intervalo, o paciente pode parecer mais ativo e interativo, mas a piora tende a ser abrupta e marcada por sinais claros de declínio.

Como diferenciar uma melhora genuína da “melhora da morte”?
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Melhoras genuínas são graduais e sustentadas por tratamento médico. A “melhora da morte” é súbita, breve e geralmente ocorre sem intervenção clínica eficaz.

Por que o paciente parece tão bem antes de morrer?

Isso pode ser causado por uma combinação de fatores, como liberação de endorfinas, estabilização temporária de inflamações e reservas finais de energia.

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Saúde

Tripofobia: conheça a fobia que vai arrepiar todos os pelos do seu corpo

Redação Informe 360

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Alerta de gatilho: este artigo aborda temas que podem causar desconforto em pessoas sensíveis a padrões de buracos ou formas geométricas agrupadas.

O mundo pode ser um lugar bastante assustador, e, ao longo da história, nosso corpo desenvolveu mecanismos de defesa para reagir a certos gatilhos, como predadores, alimentos contaminados e grandes alturas.

No entanto, às vezes essas reações vão além do necessário e se manifestam como fobias, respostas intensas e desproporcionais a estímulos específicos. Dentre os vários medos que podem afetar a cabeça humana, está a tripofobia, um distúrbio que afeta quem sente desconforto ou aversão a padrões repetitivos de pequenos buracos ou formas geométricas agrupadas.

Embora o termo tenha ganhado popularidade na internet, a tripofobia não é oficialmente reconhecida como um transtorno psiquiátrico, mas muitas pessoas relatam reações físicas e emocionais intensas ao ver imagens desse tipo. Mas, afinal, o que é a tripofobia e por que ela causa tanta repulsa?

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O que é a tripofobia e por que ela é tão desconfortável?

A tripofobia é descrita como uma aversão intensa ou desconforto ao ver padrões repetitivos de pequenos buracos ou formas geométricas agrupadas, como colmeias, sementes de lótus e esponjas.

Embora muitas pessoas relatem essa sensação, a tripofobia não é oficialmente reconhecida como um transtorno psiquiátrico pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O termo ganhou popularidade na internet e se tornou objeto de pesquisa, mas ainda não há consenso na comunidade científica sobre suas causas exatas.

abelhas sem ferrão
Padrões como colméias podem afetar pessoas sensíveis. Imagem: Panglima Panah/Shutterstock

Pesquisadores sugerem que a tripofobia pode ser uma resposta evolutiva do cérebro, já que padrões semelhantes aparecem em animais venenosos, doenças infecciosas e feridas ulceradas. Essa hipótese sugere que a reação negativa seria um mecanismo de defesa biológico, levando o cérebro a associar essas imagens a potenciais ameaças.

Outra teoria aponta que a tripofobia pode estar relacionada a uma sobrecarga sensorial, em que certos padrões ativam regiões do cérebro ligadas ao medo e ao desconforto visual. Os sintomas podem variar de um leve incômodo a reações mais intensas, como calafrios, suor excessivo, coceira, formigamento, aumento da frequência cardíaca e até náusea. Em casos mais graves, algumas pessoas podem desenvolver crises de ansiedade ou ataques de pânico ao se deparar com imagens que despertam a fobia.

Além disso, os gatilhos podem ser diferentes para cada pessoa. Algumas sentem desconforto apenas com objetos inanimados, como canos organizados em um padrão repetitivo ou bolhas em um líquido. Outras, no entanto, reagem fortemente a elementos orgânicos, como padrões na pele de animais, o alinhamento dos dentes de uma lampreia ou buracos causados por infecções e doenças. Essa variação mostra que a tripofobia pode estar relacionada tanto a fatores biológicos quanto a experiências pessoais e psicológicas.

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Imagem: Benoit Daoust / Shutterstock

Atualmente, não há uma cura específica para a tripofobia, mas algumas abordagens terapêuticas podem ajudar a reduzir os sintomas. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente recomendada para auxiliar no controle da ansiedade e na dessensibilização progressiva à exposição a padrões tripofóbicos. Além disso, estratégias de respiração e relaxamento podem minimizar os efeitos físicos e emocionais da fobia.

Como identificar a tripofobia

Identificar a tripofobia pode ser desafiador, pois a intensidade das reações varia de pessoa para pessoa. Algumas sentem apenas um leve desconforto ao ver padrões de buracos, enquanto outras experimentam reações físicas imediatas, como tremores e suor excessivo. Essa resposta pode ser involuntária e ocorrer até mesmo ao visualizar imagens em telas digitais.

O principal critério para considerar a tripofobia como um problema significativo é o grau de impacto que ela tem na vida da pessoa. Se a aversão a esses padrões impede a realização de atividades cotidianas ou causa sofrimento emocional intenso, procurar a orientação de um profissional de saúde mental pode ser um caminho para lidar com os sintomas.

Com informações de WebMD.

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Saúde

OMS alerta: escassez de medicamentos para HIV pode causar milhões de mortes

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A interrupção do apoio dos EUA a programas de HIV pode resultar na escassez de medicamentos em oito países, incluindo Nigéria, Quênia e Lesoto, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump, congelou a ajuda externa em seu primeiro dia no cargo, como parte de uma revisão dos gastos do governo.

O presidente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que essa decisão pode reverter 20 anos de avanços no combate ao HIV, resultando potencialmente em mais de 10 milhões de novos casos e 3 milhões de mortes adicionais relacionadas ao HIV.

Entre os países afetados estão a Nigéria, Quênia, Lesoto, Sudão do Sul, Burkina Faso, Mali, Haiti e Ucrânia, que podem ficar sem acesso a medicamentos antirretrovirais nos próximos meses.

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Vários tipos de remédios em comprimido em cima de uma folha escrito "HIV/AIDS"
Interrupção de ajuda dos EUA para a OMS pode acarretar no retrocesso de 20 anos de avanços no combate ao HIV (Imagem: Smart Calendar/Shutterstock)

As consequências da saída dos EUA da OMS

  • O congelamento da ajuda impactou programas de saúde essenciais, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da Aids (Pepfar), que já havia salvado mais de 26 milhões de vidas desde seu lançamento em 2003.
  • O apoio da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foi interrompido, afetando serviços de teste, tratamento e prevenção do HIV em mais de 50 países.
  • A OMS pediu aos EUA que reconsiderem sua decisão, destacando a importância de manter o apoio à saúde global, que salva vidas e previne surtos internacionais.

Estima-se que mais de 25 milhões de pessoas vivam com HIV na África Subsaariana, representando dois terços do total global.

hiv
Escassez nos medicamentos que ajudam tratamento do HIV podem resultar no aumento de novos casos e de mortes – Imagem: Bowonpat Sakaew/Shutterstock

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Saúde

Memória inflamatória na pele: entenda por que as lesões da psoríase aparecem no mesmo lugar

Redação Informe 360

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A tendência de as lesões na pele causadas pela psoríase reaparecerem nos mesmos locais, mesmo após o tratamento, está relacionada ao conceito de memória inflamatória. É um dos fenômenos intrigantes da psoríase e para entender um pouco mais sobre isso, primeiro vamos explicar sobre a doença.

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, caracterizada por lesões avermelhadas, descamativas e, muitas vezes, pruriginosas. Ela ocorre devido a uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais, que levam a uma resposta imune desregulada, resultando em uma produção excessiva de células da pele (queratinócitos) e inflamação.

É comum que pessoas com psoríase relatem que as lesões tendem a reaparecer nos mesmos locais onde já ocorreram anteriormente. Essa característica é amplamente observada e está relacionado ao conceito de memória inflamatória, que explica como o sistema imunológico “lembra” os locais onde houve inflamação prévia.

Mas como o sistema imunológico “lembra” dos locais de inflamação? Na psoríase, células imunes residentes na pele, como as células T de memória, permanecem nos locais onde houve lesões, mesmo após a melhora clínica. Essas células são reativadas por gatilhos ambientais (como estresse, infecções ou traumas na pele), levando ao retorno da inflamação e das lesões no mesmo local.

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Como funciona a memória inflamatória?

(Imagem: Martyna87 / Istockphoto)

Agora que já entendemos o que é a memória inflamatória, vamos explicar como funciona esse mecanismo do sistema imunológico.

  • Células T de memória: depois que uma lesão de psoríase desaparece, algumas células de defesa (células T de memória) permanecem na pele. Elas guardam “lembranças” da inflamação anterior e, quando detectam determinados estímulos, ativam novamente a inflamação, fazendo a psoríase reaparecer.
  • Mudanças na pele: mesmo após a melhora das lesões, a pele continua alterada ao nível molecular e estrutural, tornando-se mais vulnerável a novos episódios da doença.
  • Fatores externos: situações como estresse, infecções, lesões na pele (como arranhões ou cortes) e até mudanças climáticas podem engatilhar essas células de memória e desencadear novas crises de psoríase.

Memória inflamatória ou fenômeno de Koebner? Entenda a diferença

É comum que as lesões da psoríase apareçam repetidamente em certas áreas, mas esse processo pode ser confundido com outro mecanismo conhecido como fenômeno de Koebner. Ambos estão ligados à doença, mas funcionam de maneiras diferentes.

O fenômeno de Koebner (também chamado de resposta isomórfica) ocorre quando novas lesões surgem em áreas da pele que sofreram traumas, como cortes, queimaduras ou pressão constante. Em pessoas com psoríase, isso significa que novas lesões podem aparecer em locais onde a pele foi danificada, mesmo que anteriormente não houvesse placas de psoríase ali.

No entanto, o fenômeno de Koebner explica o aparecimento de lesões em locais que antes não tinham psoríase, mas não necessariamente a recorrência nos mesmos pontos. Para isso, entramos no conceito de memória inflamatória.

Já a memória inflamatória, como falamos, é o motivo pelo qual as lesões tendem a voltar nos mesmos lugares, mesmo sem a presença de um novo trauma. Isso acontece porque as células de memória e as alterações na pele tornam esses locais mais sensíveis à inflamação.

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Imagem mostra placas cutâneas em um paciente com psoríase
Placas cutâneas em paciente com psoríase (Imagem: Anthony Ricci / Shutterstock)

Controle da psoríase: um tratamento contínuo

Agora que você já entendeu que a psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, vamos nos aprofundar sobre os três fatores principais que estão ligados à sua recorrência e persistência: estímulos recorrentes, microambiente alterado e resposta imunológica local.

1. Estímulos recorrentes

São gatilhos que reativam a inflamação e o ciclo de formação das lesões de psoríase. Esses gatilhos podem ser internos ou externos e incluem:

  • Traumas na pele (fenômeno de Koebner) podem desencadear novas lesões em áreas previamente afetadas ou até em novas regiões.
  • Infecções bacterianas (como as causadas por Streptococcus) ou virais podem reativar a resposta imune e piorar a psoríase.
  • Estresse emocional é um gatilho comum, pois afeta o sistema imunológico e pode exacerbar a inflamação.
  • Mudanças climáticas, especialmente o frio e a baixa umidade, podem ressecar a pele e agravar as lesões.
  • Certos medicamentos, como betabloqueadores e lítio, podem piorar a psoríase em algumas pessoas.

Esses estímulos ativam células imunes residentes na pele, como as células T de memória, que iniciam novamente a cascata inflamatória.

2. Microambiente alterado

A pele afetada pela psoríase apresenta um microambiente alterado, que facilita a recorrência das lesões. Esse microambiente é caracterizado por:

  • Pele espessada e hiperproliferativa: na psoríase, os queratinócitos (células da pele) se multiplicam de forma acelerada, levando ao espessamento da pele e à formação de placas.
  • Vascularização aumentada: há um aumento na formação de vasos sanguíneos (angiogênese) na pele psoriásica, o que contribui para a inflamação e a vermelhidão.
  • Alterações na barreira cutânea: a pele com psoríase tem uma função de barreira comprometida, o que a torna mais suscetível a irritações e infecções.
  • Acúmulo de células imunes: células T de memória, neutrófilos e outras células inflamatórias permanecem na pele mesmo após a melhora clínica, prontas para serem reativadas.

Esse microambiente alterado cria um ciclo vicioso, no qual a inflamação persistente mantém as alterações na pele, e essas alterações, por sua vez, perpetuam a inflamação.

3. Resposta imunológica

O sistema imunológico tem um papel essencial na recorrência da psoríase. Ele funciona como um “sistema de defesa”, mas na doença acaba ficando desregulado e provocando inflamações crônicas na pele. Três fatores principais explicam como isso acontece.

Em primeiro lugar, as células de defesa ficam hiperativas. Na psoríase, certas células do sistema imunológico, chamadas células T, ficam superativadas. Elas liberam substâncias que aumentam a inflamação e fazem com que as células da pele se multipliquem muito rápido, formando as placas da psoríase.

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Em segundo lugar, algumas dessas células T permanecem na pele mesmo depois que as lesões desaparecem. Se um gatilho, como estresse ou lesão na pele, aparecer novamente, essas células “lembram” da inflamação e fazem a psoríase voltar no mesmo lugar.

Por fim, embora a psoríase ainda não seja considerada totalmente uma doença autoimune, há indícios de que o sistema imunológico pode estar atacando equivocadamente células da própria pele, contribuindo para os surtos da doença.

Essa ativação constante do sistema imunológico é um dos motivos pelos quais a psoríase precisa de tratamento contínuo, ajudando a reduzir a inflamação e impedir que novas crises aconteçam.

Como esses fatores se relacionam

Os três fatores – estímulos recorrentes, microambiente alterado e resposta imunológica – atuam juntos para manter a psoríase ativa. Quando a pele é exposta a gatilhos como estresse, lesões ou infecções, o sistema imunológico responde rapidamente, reativando a inflamação nos mesmos locais.

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O microambiente alterado da pele facilita essa resposta ao manter células imunes em alerta constante, favorecendo a inflamação prolongada. Além disso, a memória inflamatória, por meio das células T de memória, faz com que o organismo reconheça rapidamente a área onde a psoríase já esteve, reiniciando o processo inflamatório e criando um ciclo de recorrência das lesões.

Psoríase e dermatite são a mesma coisa?

Não, psoríase e dermatite são diferentes: a primeira é uma doença autoimune com placas espessas, enquanto a segunda é uma inflamação da pele, muitas vezes ligada a alergias ou irritações.
Foto em close do rosto de uma mulher com dermatite perioral perto da boca.

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Saiba mais sobre estudo que identifica a origem da psoríase, publicado na revista Nature Communications, clicando aqui.

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