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Saúde

Doação de órgãos: como funciona e como fazer

Redação Informe 360

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Ao abordar o assunto sobre doação de órgãos, é importante destacar diversos aspectos, desde o processo de doação em si até questões éticas e legais envolvidas. É uma decisão que implica em um ato voluntário da pessoa que expressa o desejo de doar seus órgãos após a morte para transplantes.

Entretanto, não é necessário apenas manifestar essa vontade, o ideal é saber como funciona o processo de doação, conhecer a legislação a respeito e também os critérios e avaliação de doadores.

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Para conhecer o processo de doação, primeiro você precisa saber quais são os tipos de doação possíveis. Além dos órgãos, como coração, pulmões, fígado, rins, intestinos, pâncreas, entre outros que podem ser doados, podem ser doados tecidos, como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, tendões, entre outros.

Como funciona a doação de órgãos

Imagem mostra médicos realizando cirurgia

O processo de doação de órgãos e tecidos é feito logo após a morte, porque é importante fazer a rápida identificação do potencial doador e o início do processo de captação. Informar o consentimento, tanto do doador quanto da família, é outro fator essencial.

É aconselhável conhecer a legislação nacional e internacional que regula a doação de órgãos e os critérios médicos e éticos para determinar a elegibilidade de um doador. O processo de avaliação garante a segurança e a eficácia dos transplantes. Conheça a nova lei que incentiva a doação de órgãos no Brasil clicando aqui.

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Procure saber também como os órgãos doados são transplantados para o receptor e quais são as taxas de sucesso dos transplantes, além do impacto causado na qualidade de vida dos receptores.

Doação de órgãos é um assunto delicado e pode gerar muitas dúvidas e até sentimentos como medo e angústia entre as pessoas envolvidas. Por isso, esclareça ao máximo o que é verdade e o que é mito. Desafios também serão enfrentados nas etapas de captação, transporte e compatibilidade dos órgãos doados.

Discussão sobre questões éticas relacionadas à doação de órgãos, como equidade no acesso aos transplantes não devem ser ignoradas. O assunto não pode e não deve ser um tabu, campanhas de conscientização e educação pública sobre a doação de órgãos ajudam nesse sentido.

O que precisa para ser doador de órgãos

A doação de órgãos é um processo complexo que envolve várias etapas e cuidados para garantir que os órgãos doados sejam utilizados de maneira eficaz e segura para serem transplantados em quem precisa.

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Para ser um doador de órgãos, é importante entender os requisitos básicos e o processo envolvido, como:

1- Consentimento voluntário

O doador deve expressar seu desejo de ser um doador de órgãos. Isso pode ser feito de várias maneiras:

  • Registrando-se como doador de órgãos em um registro oficial de doadores, se disponível no país ou região.
  • Comunicando claramente seus desejos para a família e amigos, para que eles possam respeitar sua decisão após a morte.

2- Idade e saúde

A idade e a condição de saúde do doador podem influenciar a elegibilidade para a doação de órgãos. No entanto, não há uma idade máxima para ser doador, pois cada caso é avaliado individualmente.

A maioria dos doadores de órgãos é diagnosticada com morte cerebral. Isso significa que houve uma lesão cerebral irreversível que resultou na parada total e permanente de todas as funções cerebrais, incluindo o tronco cerebral.

3- Comunicação com a família

Mesmo que alguém esteja registrado como doador, é essencial comunicar esses desejos à família. A família ainda pode ser consultada sobre a doação de órgãos após a morte, e é crucial que eles estejam cientes e apoiem a decisão do doador.

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4- Tipos de órgãos e tecidos que podem ser doados

Órgãos como coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, intestinos e tecidos como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas e vasos sanguíneos podem ser doados, dependendo das condições médicas do doador.

Em casos raros, os órgãos podem ser doados após a parada cardíaca irreversível, onde o coração parou de bater permanentemente.

5- Não há custo para a família do doador

A doação de órgãos não gera custos para a família do doador. Todos os custos relacionados à doação são cobertos pelo sistema de saúde e pelas organizações responsáveis pela captação e transplante de órgãos.

Passo a passo do processo de doação

Imagem mostra médico com formulário nas mãos
Imagem: Pixabay
  • Identificação do potencial doador: o primeiro passo é identificar um potencial doador. Isso geralmente ocorre em unidades de terapia intensiva de hospitais, onde pacientes com lesões cerebrais irreversíveis são monitorados.
  • Confirmação da morte cerebral: para a maioria dos doadores de órgãos, a morte cerebral é confirmada por exames clínicos e testes neurológicos rigorosos que mostram a ausência total e irreversível de atividade cerebral, incluindo o tronco cerebral.
  • Avaliação da elegibilidade para doação: após a confirmação da morte cerebral, a equipe médica avalia se o doador é adequado para a doação com base em critérios médicos, como idade, histórico médico e condição dos órgãos.
  • Obtenção do consentimento familiar: mesmo que o indivíduo tenha registrado seu desejo de ser doador de órgãos, a equipe médica sempre consulta a família para confirmar e obter seu consentimento final para a doação.
  • Manutenção do potencial doador: durante o processo de doação, o potencial doador é mantido com suporte vital para manter a viabilidade dos órgãos até que possam ser removidos para transplante.
  • Captação dos órgãos: após a confirmação do consentimento familiar, a equipe médica remove cirurgicamente os órgãos e tecidos do doador. Este procedimento é realizado com cuidado para preservar a função e a integridade dos órgãos.
  • Preservação e transporte: os órgãos são preservados em soluções especiais e transportados para o hospital onde ocorrerão os transplantes. O tempo é crucial, e é feito o possível para garantir que os órgãos cheguem rapidamente e em condições ideais.
  • Transplante para o receptor: no hospital receptor, os órgãos são transplantados para os receptores pré-selecionados. A compatibilidade entre doador e receptor é essencial para o sucesso do transplante.
  • Monitoramento e cuidados pós-transplante: após o transplante, os receptores são monitorados de perto para garantir que o órgão seja aceito pelo corpo e funcione corretamente. Eles precisam de cuidados médicos intensivos para prevenir a rejeição e complicações.
  • Acompanhamento e resultados: a equipe médica continua acompanhando tanto os doadores quanto os receptores após o procedimento de transplante para garantir a saúde a longo prazo e a eficácia do tratamento.

Como ser um doador de órgãos

Imagem ilustrativa de mãos segurando coração para incentivar a doação de órgãos

Para se tornar um doador de órgãos, após tomar a decisão de se tornar um doador, realizar o registro oficial e comunicar sua decisão à família, mantenha suas informações de registro de doação de órgãos atualizadas, especialmente se houver mudanças em suas informações pessoais, como endereço ou número de telefone.

Se tiver dúvidas sobre o processo de doação de órgãos, converse com um profissional de saúde, como seu médico de família ou um especialista em transplantes. Eles podem fornecer informações adicionais e esclarecer quaisquer preocupações que você possa ter.

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Além da doação após a morte, algumas pessoas optam por se tornar doadoras vivas de órgãos, como rins ou parte do fígado. Informe-se sobre os requisitos e processos específicos se estiver interessado em doação viva.

Atualmente, existem diferentes formas de se tornar um doador de órgãos, incluindo através da nova carteira de identidade digital e da plataforma Aedo, que requer o uso do e-notariado.

1- Nova carteira de identidade digital

No Brasil, a nova carteira de identidade digital, também conhecida como Documento Nacional de Identidade (DNI), pode incluir a informação sobre a condição de doador de órgãos. Aqui estão os pontos principais:

  • Registro como Doador: durante o processo de emissão do DNI, você pode optar por registrar sua condição de doador de órgãos. Esta opção geralmente é oferecida durante o preenchimento dos dados pessoais ou nas configurações adicionais do documento.
  • Facilidade de Acesso: o DNI facilita o registro como doador de órgãos, tornando o processo integrado à emissão de documentos de identificação pessoal. Isso significa que você pode indicar sua decisão de doar órgãos durante a solicitação ou renovação do seu documento de identidade.
  • Informação Registrada: a informação sobre sua decisão de ser doador de órgãos fica registrada digitalmente no DNI, o que pode ser acessado e verificado eletronicamente por autoridades de saúde e outros profissionais envolvidos no processo de doação e transplante de órgãos.

2- Plataforma Aedo com e-notariado

A plataforma Aedo é uma iniciativa que facilita o registro e a gestão de informações relacionadas à vontade do cidadão brasileiro. Aqui estão os detalhes sobre como se tornar um doador de órgãos usando a plataforma:

  • Acesso à plataforma: a plataforma Aedo permite que você registre informações importantes, como sua vontade de ser doador de órgãos. Para utilizar essa plataforma, é necessário acessar através de um ambiente seguro de e-notariado.
  • Registro de vontade: você pode registrar sua decisão de doar órgãos na plataforma Aedo, especificando seus desejos relacionados à doação de órgãos após a morte. Esse registro pode ser feito de forma eletrônica, oferecendo conveniência e segurança no armazenamento de informações.
  • Utilização do e-notariado: O e-notariado é essencial para garantir a validade jurídica e a segurança das informações registradas na plataforma Aedo. Este processo envolve a utilização de tecnologias digitais avançadas para autenticação e assinatura de documentos eletrônicos.
  • Proteção da vontade do doador: o registro feito na plataforma Aedo com e-notariado assegura que sua vontade de ser doador de órgãos seja reconhecida legalmente e respeitada após a sua morte. Isso proporciona tranquilidade tanto para você quanto para sua família em relação aos seus desejos.

Ambas as formas de registro (através da nova carteira de identidade digital e da plataforma Aedo com e-notariado) oferecem meios eficazes e seguros para expressar sua vontade de ser um doador de órgãos. Cada método visa facilitar o processo de doação, garantindo que sua decisão seja respeitada e implementada conforme suas preferências.

Ao seguir esses passos, você pode efetivamente se tornar um doador de órgãos e potencialmente fazer a diferença na vida de outras pessoas que aguardam por um transplante. Sua generosidade pode oferecer esperança e uma segunda chance para aqueles que enfrentam condições médicas graves.

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Saúde

O que é o choque térmico e como ele pode ser prejudicial à saúde?

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Com o crescente uso de ar-condicionado em diversos ambientes, o corpo pode experimentar uma flutuação de temperaturas ao longo do dia, saindo de ambientes quentes e indo para outros mais frios e vice-versa. O problema é que a mudança brusca de temperatura pode causar o choque térmico.

Ao tentar se adaptar a essa mudança de temperatura, o corpo pode sentir sintomas como mal-estar, tontura, ressecamento das vias respiratórias, dor de garganta, resfriados e também pode ser um gatilho para crises de rinite e asma para pessoas que já possuem estas doenças. 

Como acontece o choque térmico?

Mulher ruiva se protege com cobertor deixando apenas os olhos de fora
O choque térmico pode ter consequências mais graves para quem tem doenças pré-existentes. (Imagem: @Freepik/Freepik)

O choque térmico possui duas variações, e em ambas o corpo sofre um estresse considerável e perde a sua capacidade fisiológica de se autorregular. Em casos mais graves pode levar à perda de consciência, infarto e também existe a chance de ocorrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

No caso em que o choque térmico é causado por uma mudança repentina de um ambiente frio para outro mais quente, as artérias e vasos sanguíneos se dilatam rapidamente e com isso pode haver queda na pressão arterial. Neste caso, sintomas como rubor facial, fraqueza, batimentos cardíacos acelerados, dores de cabeça, e, em casos mais graves, desmaios podem surgir.

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Pessoas que naturalmente já tem a pressão arterial um pouco mais baixa podem sofrer mais diante desse tipo de choque térmico, uma vez que o corpo experimenta uma temperatura mais baixa, seguida de uma onda de calor.

Já na situação contrária, quando o choque térmico é causado por uma pessoa estar num ambiente aquecido e passar bruscamente a experimentar temperaturas mais baixas, ocorre uma vasoconstrição – ou seja – o estreitamento dos vasos sanguíneos causado pela contração dos músculos ao redor desses vasos. Neste caso, a pressão arterial tende a subir.

Família sentada no sofá da sala com o ar-condicionado no alto da parede
Usar o ar condicionado em temperaturas extremas pode causar o choque térmico. (Imagem: New Africa (shutterstock/reprodução)

Pessoas com idade avançada, doenças pré-existentes e maus hábitos de saúde podem sentir dor no peito, arritmia, e, em casos extremos, risco de rompimento das artérias e falência do coração ao passar por um choque térmico.

Outro sintoma que acontece neste caso são os tremores – uma estratégia que o organismo utiliza para tentar manter o corpo aquecido. Resfriamento de extremidades como pés e mãos e arrepios também são sintomas comuns.

Cuidados para evitar o choque térmico

É importante saber que o organismo precisa de tempo para se adaptar a uma mudança de temperatura, evitando assim o choque térmico. 

Em dias mais quentes é essencial focar na hidratação e numa alimentação mais leve com vegetais e frutas, essas ações favorecem a termorregulação evitando riscos maiores ao entrar num ambiente mais frio.

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Agora, ao sair de um ambiente refrigerado não é o ideal já se colocar embaixo do sol. O recomendado é passar alguns minutos na sombra para que o corpo se acostume com as altas temperaturas de maneira gradual. 

O uso de casaco é essencial para transitar de uma temperatura mais alta para um ambiente refrigerado. (Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Outra medida essencial é não usar o ar-condicionado em temperaturas muito baixas, pois para refrigerar o aparelho acaba retirando a umidade do ar. João Marcos Salge, pneumologista do HCor – Hospital do Coração, orienta que é preciso fazer uma compensação nesses casos.

“Para evitar o desconforto, o ideal é deixar uma bacia com água ou uma toalha úmida próximo à porta, isso ajudará a umidificar o ambiente. Outra medida é a regulagem da temperatura, que deve variar entre 21º C e 23º C”, afirma.

Estar de posse de roupas que se possa tirar rapidamente também é uma dica valiosa, já que ela pode ajudar no controle da temperatura corporal.   

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Saúde

Fiocruz registra patente que pode deixar vacinas mais baratas

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O Brasil registrou a primeira patente de uma plataforma para vacinas de mRNA (RNA mensageiro), garantindo mais autonomia ao país. O processo acaba com a necessidade de pagamentos de royalties a estrangeiros, o que tornará a produção mais rápida e barata.

A plataforma foi criada por cientistas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz, que já é considerado um centro de referência para o desenvolvimento de vacinas de mRNA pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Vacina dá instruções ao sistema imunológico sobre como combater um vírus específico (Imagem: aprott/iStock)

A tecnologia está sendo usada para testar uma vacina contra a Covid-19 e um imunizante contra a leishmaniose, doença endêmica em áreas da Amazônia transmitida por um mosquito que pode afetar a pele e órgãos internos.

Em maio, o governo federal indicou que também poderia usar a plataforma para pesquisas envolvendo câncer, zika, chikungunya e doenças respiratórias causadas por vírus sincicial respiratório.

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O tal do RNA mensageiro incluso na patente da vacina

  • As vacinas produzidas com base no RNA Mensageiro preparam o corpo humano, dando instruções ao sistema imunológico sobre como combater um vírus específico;
  • No caso da Covid-19, por exemplo, elas ensinam a combater o coronavírus, simulando o mesmo processo de exposição ao vírus sem causar a doença;
  • “Um dos nossos diferenciais é o envoltório de lipídios [capa de gordura que abriga e protege o mRNA], com tamanho e outras características que o distingue das demais vacinas de mRNA, como a da Moderna. Conseguimos construir uma estratégia totalmente nossa e isso nos permitiu obter uma patente”, explicou Patrícia Neves, líder científica do Projeto de Desenvolvimento de Vacinas de RNA de Bio-Manguinhos, ao O Globo;
  • Os testes de segurança da vacina contra a Covid-19 já foram concluídos em animais e a Fiocruz vai enviar um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar os testes clínicos em humanos até o fim deste ano.
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Tecnologia está sendo usada para testar uma vacina contra a Covid-19 (Imagem: golfcphoto/iStock)

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Desafios pela frente

Criada com base em estudos realizados desde 2018, a plataforma pode ser operada em escala industrial. No entanto, por não possuir uma indústria de química fina, o país ainda depende da importação de insumos básicos, como reagentes, essenciais na fabricação de vacinas. Ainda assim, a patente abre um novo caminho para atender as demandas do setor farmacêutico.

“Depois que você tem a plataforma, se tiver os insumos, de fato, de dois a três meses pode adaptá-la para desenvolver uma vacina contra diferentes tipos de patógenos. Mas saímos do zero e criamos uma plataforma em quatro anos. Isso é um marco para o país”, explica Patrícia Neves.

Com a nova patente, o país poderá reinvestir royalties pagos por outros países em mais pesquisas. O Panamá, por exemplo, já entrou em contato com a Bio-Manguinhos para negociar futuras parcerias, de acordo com a pesquisadora.

castelo fiocruz
Plataforma pode ser operada em escala industrial pela Fiocruz (Imagem: dabldy/iStock)

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Saúde

Transplante de olhos: máquina mantém o órgão vivo fora do corpo por horas

Redação Informe 360

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Ao contrário de outros órgãos, o transplante de olhos ainda é uma técnica incipiente. O primeiro transplante total bem-sucedido ocorreu apenas em maio de 2023, quando uma equipe do NYU Langone Health, em Nova York, realizou o trabalho em Aaron James, que se tornou a primeira pessoa viva a receber um olho de um doador.

Mas, agora, o procedimento pode se tornar um pouco mais corriqueiro. Cientistas estão desenvolvendo um dispositivo de transplante ocular chamado ECMO ocular.

Ashutosh Agarwal, professor associado de engenharia biomédica e física aplicada do Instituto de Urologia Desai Sethi, da Universidade de Miami, e sua equipe, conseguiram manter um olho humano em condições para ser transplantado por várias horas fora do corpo do doador.

Professor Associado Ashutosh Agarwal com a seção do PORTA-OLHO do protótipo de configuração de ECMO ocular
Prof. Agarwal apresentando o protótipo do olho-PORTADOR, que permite o transporte do olho doado até o local onde será implantado. Crédito: Joshua Prezant/University of Miami

Equipamento superou um processo complexo para manter os olhos vivos

Mas não se engane, o processo para manter o olho humano vivo é muito complexo. Os olhos exigem um suprimento de sangue oxigenado constante, algo bem difícil de conseguir quando ele é removido da órbita ocular de um doador. Assim que o fluxo de oxigênio é cortado, mesmo que por pouco tempo, a retina deixa de funcionar permanentemente, explica matéria no site New Atlas.

Equipe que realizou o implante de olhos facilitado pelo uso do ECMO ocular
Da esquerda para a direita: Alexander Carrieri, Atharva Dapse, William Raeter, Ashutosh Agarwal e Matthew Koble com o ECMO ocular que eles criaram e testaram recentemente com um olho de doador no McKnight Vision Research Center. Crédito: Joshua Prezant/Universidade de Miami

Além disso, o olho também é conectado ao cérebro e até pouco tempo atrás, fazia parte de um pequeno grupo de órgãos que nunca foram transplantados em humanos: cérebro, medula espinhal e aparelho auditivo do ouvido interno.

O olho é único porque requer um fluxo constante de sangue oxigenado. Para garantir a viabilidade de um olho doador, precisamos manter esse fluxo, ou perfusão, e evitar qualquer perda de oxigenação do tecido durante o processo de recuperação e implantação do olho.

Dr. David Tse, líder do projeto de transplante de olho inteiro do Bascom Palmer Eye Intitute, em nota publicada no site News@TheU.

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Parceria garantiu a tecnologia ideal para o transplante de olhos vivos

Tse e o Dr. Daniel Pelaez, colíder do projeto, procuraram Agarwal para desenvolver um equipamento inspirado no dispositivo de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), utilizado para oxigenação do sangue durante transplantes cardíacos e pulmonares.

O processo envolve a remoção dos olhos de um doador com morte cerebral antes que sua morte clínica ocorra e colocar o órgão no ECMO ocular que bombeia continuamente sangue aquecido e oxigenado. Esse processo mantém o olho vivo e funcional, permitindo que ele seja movido de um local para o outro e tornando o transplante possível.

No teste inicial, o ECMO ocular conseguiu manter o olho viável por várias horas após sua extração. Para comprovar o sucesso, um corante foi adicionado para que a equipe visualizasse o sangue circulando pelo pela retina do olho.

É um procedimento que nunca havia sido realizado em nenhum local nos Estados Unidos – e talvez no mundo. Não existe nenhum equipamento como o ECMO ocular, mas esta foi a prova de que tudo estava funcionando.

Prof Ashutosh Agarwal, engenheiro biomédico da Universidade de Miami, em nota.

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Entenda os passos do processo:

  • Desenvolvimento da máquina portátil de ECMO ocular que bombeia o sangue oxigenado misturado a uma solução especial dentro e fora do colho do doador. A máquina mantém a retina funcionando e garante sua viabilidade para que transmita os sinais visuais ao cérebro.
  • Criação de uma cânula personalizada em 3D. A cânua conecta o vaso principal do olho à máquina, permitindo circulação contínua do fluído.
  • Criação de um dispositivo desenvolvido para transportar com segurança olhos de doadores. O olho-PORTADOR facilita o deslocamento entre os locais.

Primeiro transplante de olhos utilizando o ECMO ocular foi um sucesso

Homem de olhos azuis com as pupilas dilatadas
O ECMO ocular bombeia continuamente sangue aquecido e oxigenado para manter o olho vivo até que o implante seja realizado. Crédito: Victoria Shapiro / Shutterstock

A equipe, então recebeu autorização para recuperar seu primeiro olho e puderam utilizar o ECMO ocular e o olho-portador. Durante o processo, o olho foi mantido vivo por várias horas, confirmando sua viabilidade e funcionalidade.

Agora, as equipes dos professores Agarwal, Tse e Pelaez buscam determinar como preservar o nervo óptico e como conectá-lo a um receptor, o que eles consideram um processo ainda mais desafiador que o transplante de olhos. Para Agarwal “isso pode abrir caminho para avanços médicos em termos de transplante de olhos inteiros para tentar curar a cegueira.

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